E se Eu não Tivesse Me Atrasado pra Formatura? escrita por Tati


Capítulo 21
Coincidência?




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Uma semana passou-se rapidamente desde aquela noite e eles estavam cara à cara de novo: Pierre e Amanda, Chuck e Alex. Sem trocarem uma palavra, eles entraram no escritório do advogado de Alex e assinaram toda a documentação do divórcio. Saíram de lá muito rápido, já que Alex não queria nada de Chuck e não haveria nada, então, para dividir ou discutir. Ficaram em silêncio por um tempo até que chegaram ao estacionamento e Pierre não conseguiu mais conter a pergunta que estava querendo muito fazer...

"Amanda, cadê o meu filho?"

"Quer dizer o NOSSO filho? Você sabe onde ele está. Em Nova York."

"Você o deixou sozinho na sua casa?"

"Ele está na escola agora, não em casa. Como deu pra perceber, ele nem ao menos perceberia se eu estivesse em casa."

"Eu acho que ele vai voltar da escola bem antes de você voltar de Montreal."

"E daí? Ele vai conseguir sobreviver algumas horas sem mim."

"Ele só tem dez anos. E se acontecer alguma coisa?"

"Ele liga para 190."

"Fico feliz que eu tive a oportunidade de ensinar para ele sobre o 190. Eu quero saber por que ele me telefonou chorando na semana passada. O que vocês estão fazendo com o meu filho?"

"O Matt sempre foi muito depressivo. Acho que ele precisa de um psicólogo."

"Amanda, ele não era assim quando eu estava por perto. Tem alguma coisa acontecendo com o meu filho e eu quero saber o que é agora."

"Não há nada acontecendo com o Matt. Ele só está sentindo sua falta. Só isso."

"Se é isso, então porque é que você não o deixa falar comigo? Você mudou o número do seu telefone assim que eu descobri qual era, não deixam que ele me telefone e eu nem ao menos sei o endereço de onde vocês moram. Por quê? Isso é bem pior do que prisão domiciliar e ele não te fez nada."

"Eu já te disse antes que se algum dia você terminasse comigo você nunca mais veria o Matt e eu não vou quebrar a minha promessa. Se quiser, você ainda pode terminar com essa vagabundinha aí do seu lado e voltar comigo. Você veria o Matt hoje mesmo. Essa mulher que nem ao menos pode te dar um filho é mais importante pra você do que o seu filho e a mãe dele?"

"Amanda, eu não vou permitir que você controle a minha vida de novo. Pode até ser que ela não consiga engravidar mas ela me faz muito mais feliz do que você jamais me fez e o fato de você ser mãe do meu filho não faz com que nós sejamos parentes. Nós não somos uma família, não temos o mesmo DNA, lembra? Você é substituível e eu não vou voltar para você. Além do mais, eu sei que eu tenho direitos sobre a custódia do Matthew e, mesmo que eu perca, eu ainda tenho o direito de pelo menos conversar com ele e você sabe disso. Se não me der o seu telefone e o seu endereço pra que eu possa visitá-lo sempre que eu quiser, eu vou mandar os dois para a cadeia."

"Pierre, eu já te disse que meu pai é juiz?" ela perguntou "Eu não tenho medo desse tipo de ameaça. Eu nunca vou ser presa. Agora, se me der licença, eu estou atrasada para fazer minhas unhas, meu cabelo e a minha aula de yoga."

"Amanda, eu vou recuperar a custódia completa do Matt e, quando eu conseguir..."

"O impossível vai acontecer e a Alex vai conseguir ficar grávida." Ela disse rindo "A justiça não funciona, meu amor. Sinto muito por isso. Te vejo em um mês e espero que até lá tenha mudado de idéia e decidido voltar para mim."

Ignorando tudo o que ouviu de Amanda, ele ficou parado observando enquanto eles partiam e, logo que o carro de Chuck sumiu com a distância, ele voltou para o carro, seguido por Alex, e eles voltaram para casa. Ele tentou ao máximo não deixar transparecer o quanto as palavras de Amanda o fizeram sentir inseguro quanto a obtenção da guarda de Matt, mas seu silêncio denunciou o que ele sentia. Ele passou o resto daquele dia em silêncio, perdido em seus pensamentos, e nem ao menos chegou a perceber isso.

"Pierre, o que houve?" perguntou Alex, se juntando a ele na sala e sentando-se ao seu lado no sofá

"Nada. Eu estou bem. Por que você está me perguntando isso?"

"Não sei. Talvez porque você mal tocou a sua comida durante o jantar, ou talvez porque eu nem ao menos cheguei a ouvir a sua voz desde que a gente se separou deles, ou talvez porque parece que você está com a cabeça em outro lugar esta noite."

"Eu estou bem, Alex, mesmo. Não precisa se preocupar comigo."

"E você não precisa tentar mentir para mim. Você não consegue. Dá pra ver que tem alguma coisa te incomodando, eu sei disso. Fala comigo, eu quero saber como você está se sentindo."

"Bom, eu estava pensando e eu acho que... que talvez a Amanda tenha razão. Talvez eu nunca ganhe a custódia do Matt."

"Nunca mais pense nisso, nós vamos encontrar uma maneira. Eu sei que vamos. Eu não me importo se o pai da Amanda é jardineiro ou o presidente da república, eu não vou deixar que ela fique com o nosso... quer dizer, com o seu filho. É só uma questão de tempo. O Matt vai voltar. Você só vai ter que ficar bem longe desses seus pensamentos pessimistas."

"Eu não sei, Alex. Eu estou sentindo que tem muito mais coisas do que isso. A Amanda e o Chuck estão planejando alguma coisa, eu sei disso. Você conseguiu o seu divórcio fácil demais. É como se eles nem estivessem tentando impedir isso. É como se isso fosse parte do plano deles. Eu estou com medo de que tenha algo muito pior por vir. Além do mais, a Amanda sempre me disse que se algum dia eu quisesse me divorciar dela, ela teria que me mostrar algo que iria me machucar muito e eu acho que está chegando a hora. Eu acho que tem algo pra acontecer e eu acho que isso vai tirar você e o Matt de mim para sempre."

"Pierre, eu sei que provavelmente eles não vão fazer nada de bom, mas você jamais vai me perder e muito menos ao Matt. Não tenha medo deles. Não podemos voltar atrás e desistir sem nem ao menos tentar. Além do mais, você fez uma promessa ao Matt, lembra? Você ainda vai ter que devolver o bonequinho do homem aranha dele."

"Eu não quero quebrar a minha promessa, mas eu acho que eu não vou conseguir mantê-la."

"Vai sim. E, mesmo que você não consiga a custódia completa dele, você já conversou com a Amanda sobre dividir a custódia?"

"Eu não quero dividir o meu filho, ele não é um brinquedo. Eu sei que ele vai sofrer muito nos dias em que ficar na casa do Chuck, então por que é que eu iria querer que ele passasse por isso 15 dias por mês? Se ele tivesse uma boa mãe e um bom padrasto e ele quisesse ficar um pouco com eles, eu concordaria com isso, mas como eu sei que ele não tem, eu quero a custódia completa. Nada menos."

"Então nós vamos lutar por isso. Vamos ter o Matt aqui em pouco tempo, você vai ver. Logo vamos poder levá-lo no parque, na escola, na casa dos amiguinhos... em qualquer lugar. Ele vai voltar e vai ficar com a gente."

"Eu espero mesmo que você esteja certa." Ele disse a abraçando contra seu corpo e beijando sua testa "Eu sinto muito mesmo, Alex. Eu não queria te deixar preocupada com os meus problemas."

"São nossos problemas. Não são mais só seus, lembra? O Matt é o filho que eu nunca tive e eles não vão tirar de mim de novo a oportunidade de ser mãe. Eu não vou perder o único filho que eu tenho para aquela loira aguada vagabunda que se casou com você. Ela nem ao menos se importa com o Matt; eu não vou permitir que ela fique com ele só pra te machucar."

"Fico feliz em ouvir isso." Ele respondeu sorrindo "A Amanda nunca foi assim comigo, sabia? Ela nunca me deu tanto apoio assim para nada. Nem ao menos quando a gente morava naquele apartamento destruído bem longe daqui e a nossa única chance de sobreviver era se o Simple Plan desse certo. Ela falava pra mim todo dia que a gente ia morrer de fome. Se eu fosse depender do otimismo dela, eu iria mesmo morrer de fome."

"Mas eu não sou como ela. Ela nunca sentiu a mesma coisa que eu sinto por você. Eu te amo muito, sabia?"

"Eu também te amo. E eu quero passar o resto da minha vida com você."

"Eu também." Ela respondeu se sentando sobre o colo dele e o beijando demoradamente

"Alex, você está se sentindo bem? Seus lábios estão muito quentes e até o seu rosto está bem vermelho. Eu acho que você está com febre."

"Ah, eu estou ótima. Não é nada não. Acho que eu vou tomar um pouco de água. Talvez melhore um pouco."

Preocupado, ele a seguiu até a cozinha e ficou a observando enquanto ela tomava a água mas, antes que ela terminasse, o copo escorregou de suas mãos e se estilhaçou no chão ao mesmo tempo que o corpo dela começou a parecer sem equilíbrio.

"Alex!" ele chamou preocupado, a sentando em uma cadeira ao perceber sua tontura e se ajoelhando à frente dela segurando suas mãos entre as dele "Alex, você está bem? O que está acontecendo?"

"Eu não sei, eu só não estou me sentindo bem."

"E quando foi que isso começou?"

"Um pouco depois da Amanda e do Chuck terem ido embora."

"E por que foi que você não me disse nada disso antes?"

"Eu não queria te deixar preocupado."

"Alex, você tem que me dizer quando estiver passando mal. O que você está sentindo além da febre?"

"Ânsia e tontura."

"Eu vou te levar para o hospital agora mesmo."

"Pierre, eu estou bem. Não precisa..."

"Você está bem longe de estar bem. Eu quero ouvir a opinião de um profissional. Agora vamos." Ele disse se levantando e segurando sua mão, a ajudando a se levantar da cadeira

Mas ela não pôde dar mais do que dois ou três passos antes que a tontura piorasse e ela acabasse desmaiando.

"Alex!!!" ele gritou preocupado, segurando seu corpo inconsciente antes que ela caísse ao chão


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