Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 4
Mais uma missão


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Então, tenho notado que nos capítulos anteriores, apareceram novos leitores! Fiquei muito feliz.
Então, venho aqui fazer um pedido: "Leitores fantasmas", apareçam! É muito legal saber o que vocês estão achando da história!

Capítulo betado pela senhorita With. Flor, obrigada!

Posso contar com vocês? Sei que sim! ^^

No mais, boa leitura.

PS: Esse capítulo tem uma surpresa! Espero que gostem



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IV

Mais uma missão

“Se te pareço noturna e imperfeita

Olha-me de novo”

Hilda Hilst

– O quê? Sem chance! – Eu gritei, batendo na mesa e olhando irritada para o Sr. D e Quíron. Não era possível que eles estavam nos pedindo aquilo. Quíron pareceu preocupado, mas o Sr. D olhava impassível.

– É impossível. – Annabeth simplesmente disse, se levantando e ficando de frente para a janela do andar onde estávamos na Casa Grande. Ela cruzou os braços e fixou seu olhar no vidro. Não sei bem porque, mas achei que aquela postura pensativa dela a deixava mais... Bonita do que de costume.

– Não tão impossível, senhorita Annie Bell.- O Sr D. disse e recebeu um olhar fulminante de Annabeth. Lógico que ele não se importou nem um pouco. – Iremos deixar vocês a sós para discutir a questão. – Ele e Quíron realmente saíram da sala. – Gastem o tempo que precisarem. – Ainda o ouvi gritar por trás da porta. Algo me dizia que éramos mais prisioneiras naquela sala e só sairíamos quando déssemos a resposta que eles queriam.

Soquei a mesa de verdade dessa vez e consegui parti-la. Annabeth me olhou com reprovação, mas não saiu de seu lugar. Peguei uma das latinhas de Diet Coke do Sr.D., sentei em uma das partes da mesa que quebrei e comecei a beber. Quem sabe aquilo me acalmasse.

– O Acampamento depende disso. – Annabeth finalmente se arriscou a falar. Olhei-a por um instante. Ela continuava encarando a janela. Não sabia o que responder. Por isso, voltei meu olhar para a latinha e continuei a beber. – Clarisse, é sério. – Ela descruzou os braços e veio em minha direção.

– Concordo com você. – Foi a única coisa que consegui dizer antes de perceber que ela estava praticamente em cima de mim. Os braços postos de cada lado da mesa, como se me prendesse, e os olhos nos meus, me obrigando a olhar para ela. – O que deu em você? – Joguei nela as palavras, trincando os dentes. Adoro briga, ela sabe disso, - e o mais perigoso: Ela estava procurando.

– Idiota! Não é uma missão qualquer. Se Dédalo está vivo... – Percebi que os olhos dela já não abrigavam mais raiva. Pareciam... Chorosos? Botei minha cabeça dura para funcionar. É claro que eu sabia quem era Dédalo. É meio que uma obrigação como semideus você dar um jeito de aprender o máximo que puder de mitologia.

Como se um raio de Zeus me atingisse, vi o que a perturbava. Dédalo.. Dédalo. É claro! Dédalo era filho de Atena, o maior inventor da antiguidade. Annabeth era louca com arquitetura. Dédalo era...Algo como o herói dela. E lá estava eu, com meu orgulho estúpido, me colocando sem querer no caminho dela.

– Tudo bem. – Finalmente disse, e a expressão do rosto de Annabeth pareceu suavizar um pouco. – Irei te ajudar.

– Obrigada. – Ela meio que murmurou meio que grunhiu, virando o rosto para o lado. Por impulso, fiz algo que qualquer outro consideraria imprudente: Pus minha mão boa no queixo dela e obriguei-a a olhar pra mim. Realmente seus olhos estavam chorosos.

– Prefiro você com raiva. – Soou estúpido, mas soou como eu. Eu realmente prefiro pessoas brigando, gritando a chorando. Encostei minha testa na dela, sem saber o que estava fazendo. Parecia que algo estava me guiando. – Feche essa cara. É melhor que Quíron e o Sr. D nos encontrarem assim do que em silêncio.

Ela sorriu. Um sorriso amuado, mas sorriu. Ainda sentia meus dedos em seu rosto. Ela fez como o pedido e realmente fechou a cara para mim. Fiz menção de tirar minha mão de seu rosto, mas antes que fizesse isso Annabeth pousou seus lábios nos meus.

Senti meu sangue praticamente borbulhar dentro de mim. Estava assustada, surpresa, e o pior de tudo, me sentia intoxicada pelo perfume de Annabeth. Não é como se eu não tivesse beijado ninguém. Ou até mesmo uma menina. A questão é que eu estava beijando Annabeth.

Por impulso, encaixei nossos rostos e o nariz dela roçava no meu, enquanto nossas bocas se provocavam. Tirei minha mão de seu queixo e levei até sua cintura. Puxei-a para mim com certa rudeza, fazendo nossos corpos se colarem de maneira abrupta.

Cautelosamente, pedi passagem com a língua à boca dela. Ela negou, mas levou os braços ao meu pescoço, me enlaçando, e soltou um gemido abafado quando seus quadris roçaram nos meus. Eu sentia meu corpo estremecer a cada toque.

Fui insistente, pedi passagem a ela mais uma vez. Novamente, ela negou. Aquilo já estava me frustrando. Ela mordeu meu lábio inferior com certa força e sorriu dentro do beijo, levando suas mãos aos meus cabelos e brincando com eles.

Acariciei as madeixas douradas e desci minha mão pelas suas costas. Descia e subia de forma delicada,traçando uma linha imaginária nas costas dela. Forcei passagem de novo para dentro de sua boca. Ela cedeu e eu já estava prestes a saboreá-la quando Quíron e o Sr. D. irromperam pela porta. Nos separamos rapidamente, mas certamente eles notaram o que tinha acabado de acontecer. Nossos rostos vermelhos só confirmavam isso.

O Sr. D. limpou a garganta enquanto Quíron alternava o olhar entre Annabeth e eu, com um sorriso divertido nos lábios. Senti minhas bochechas queimarem, queria me esconder, ainda mais porque percebi que a sala abrigava mais um visitante: Meu nada controlado pai, Ares.

– Vejo que vocês duas chegaram a um acordo. – Quíron disse, finalmente. Eu estava mais preocupada com meu pai. Como ele sempre usava um óculos escuros eu não conseguia ver sua expressão, mas certamente não era a das mais contentes. Afinal, era uma filha de Atena que eu estava beijando.

– Sim, iremos fazer o que nos pedem. – Annabeth finalmente se recompôs e respondeu, erguendo a cabeça, encarando os três altivamente, especialmente meu pai. Ela ainda não engolira o fato dele tê-la utilizada como isca das aranhas de Hefesto um tempo atrás.¹

– Ótimo, senhorita Annie Bell. Sabíamos que concordariam. – O Sr. D disse. - Poderia se retirar? Clarisse tem um assunto a tratar com o pai dela.

– É Annabeth. – Ela disse antes de sair. Ouvi o Sr. D murmurar um “ tanto faz” e revirar os olhos, antes de sair da sala junto com Quíron, me deixando sozinha com meu pai. E, acredite, isso não era reconfortante.

Perto do meu pai as pessoas ficam violentas. Eu fico um tanto receosa, pareço uma bobona sendo perturbada por meus próprios irmãos. E, claro, fico com muita raiva. Depois.

Continuei sentada na mesa e vi Ares pegar um cacho de uvas do Sr. D e oferecê-los a mim. Apenas balancei a cabeça e ele deu de ombros, começando a comê-las. Ele pegou uma cadeira e se sentou de frente para mim e eu sabia que dali não viria coisa boa.

– Ora, ora... Então, quer dizer que você está namorando uma das crias de minha irmãzinha? – Sério que ele tinha que dizer isso? A conversa que ele queria ter comigo certamente não era sobre Annabeth.

– Ela não é minha namorada! – Meio que gritei, me esquecendo de com quem estava falando. Meu pai tirou os óculos e fechou o cenho, como se pra me lembrar de quem ele era e quem eu era, mas não me desculpei. De repente, um sorriso debochado surgiu em seus lábios e ele me deu um belo tapa no ombro.

– Estou louco para ver a cara daquela vaca da minha irmã quando souber! Além de recuperar o velocino, você ainda dá uns amassos na preferida dela! Ah, Clarisse, me lembre de te dar um presente!

Sinceramente, não gostei do jeito que meu pai estava falando. Quer dizer, eu o adorava e tudo e sempre que ele debochava de algo eu debochava também. Não que me importasse dele insultar Atena, pouco ligava para ela. Mas ele estava insultando Annabeth. E... Não é como se me importasse com Annabeth também!

– Ora, Clarisse, anime-se! Quer saber? – Ele se levantou, dava pra perceber o quanto ele estava animado. Acho que a perspectiva de irritar Atena era melhor do que qualquer guerra para ele. – Vou te dar um presente agora! O que você quer? Um escudo? Poderíamos pedir a Hefesto para talhar umas imagens de suas batalhas e de suas garotas? O que me diz? – Ele me cutucou. E percebeu que meu humor não estava dos melhores aquele dia, mas eu não queria contrariá-lo. Apenas assenti.

– Um escudo seria ótimo, pai. – Bom, vocês não conhecem meu pai. Sabia que ele não estava brincando quanto às imagens no escudo e sabia que, se dependesse dele, ele pediria a Hefesto para colocar a imagem de Annabeth e eu bem no centro. Tinha que mudar a opinião dele. – Mas que tal colocar a minha imagem chutando a bunda de Jackson?

– Jackson! – Ele trincou os dentes e o ar pareceu ter gosto de sangue por um instante. Meu pai odiava Jackson, afinal, o “bonitinho” fez Ares de palhaço no episódio em que o raio de Zeus foi roubado. – Nada de escudo, então! - Respirei aliviada. – Escolha outra coisa.

– Uma espada. –Foi a única coisa que me veio. E, bem, era a melhor das opções. Arco e flecha? Nem pensar. Não sou tão boa de pontaria assim. Me sinto mais confortável com uma arma pesada, tipo a minha lança ou uma espada.

– O Hades, uma espada! Que seja! – Ele andou pela sala, até encontrar uma espécie de armário. Ele abriu e um sorriso malicioso se formou: Ele achou alguns vinhos. Meu pai não perdeu tempo e procurou logo encher duas taças e empurrou uma para minha mão boa.

– Beba! – Ele ordenou. Batemos uma taça na outra e ele voltou a falar. – Sabe, você teve uma boa atuação nessa última missão. Devo parabenizá-la. Não deixou Jackson se intrometer e roubar sua glória. E parece que agora o chalé de Ares vai receber mais respeito nesse lugarzinho. – Ele deu um gole grande em sua bebida e encheu mais uma taça. Algo me dizia que o Sr. D não iria gostar daquilo. Tomei coragem de falar algo.

– Pai, o senhor tem alguma pista sobre o Labirinto de Dédalo? – Ele me olhou como se tivesse lhe dado uma facada. Com muita raiva.

– Não. Certamente quem sabe algo sobre essa estrutura é Atena. Afinal, o maluco é filho dela.

– Ele realmente pode estar vivo? – Perguntei, me lembrando da expressão de Annabeth.

– Ele está. – Ares respondeu, me fulminando com o olhar e eu estremeci. E olha que não é qualquer coisa que me faz estremecer.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!

Espero que tenham gostado. E podem dizer o que gostaram, o que não gostaram, o que odiaram, kkk



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