Are You Mine? escrita por Clove Flor


Capítulo 11
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Autora cara de pau aqui. Oi galera. É, eu sei, faz um pouquinho mais de um mês desde que eu postei o último capítulo. Mesmo eu prometendo que não vou demorar tanto, é complicado. Vocês sabem, não to passando por uma fase legal e ainda estou fazendo um milhão de exames (nada demais, só pq a escola nova pede). Então ando meio ocupada. E eu fiquei doente agora hahah mas já tô sarando.
Capítulo passado recebi só 3 reviews, e no retrasado 8. Cês já me abandonaraaam? :c
espero que gostem do capítulo. Eu, particularmente, gostei desse.
Pov da Annie e da Kat.

Beijões



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Point of View – Annie

─ Eu tô com sono. - reclamei, apoiando meu rosto contra a palma da mão. Clove, sentada ao meu lado na aula de História, olhou pra mim sorrindo, como se achasse graça. Eu estava pensando que iria desabar na carteira. Mesmo com a visão embaçada devido o cansaço, fiz um pequeno esforço para conseguir ler o que estava escrito no quadro negro, mas não anotei.

Rue era uma criança muito hiperativa, e, quando seus pais me contratavam ao ir em algum evento (eles são pessoas importantes na sociedade, pelo que eu saiba), eu nunca conseguia dormir direito.

Senti minha bochecha deslizando sobre minha mão e não fiz nada contra. Meus olhos pesaram e cedi ao inevitável e agradável sono que me consumia.

[...]

Claro que fui parar na coordenação por ter dormido em uma “aula importante”. Me entregaram um papel com o ocorrido, pedindo para que meus pais assinassem. E, ah, perdi um ponto de participação.

Que saco.

Saí bufando do aposento, me controlando para não ter um ataque de raiva. Escola chata. Sistema chato. Matéria chata.

─ Parece que o dia não começou bem, uh?

A voz soou tão de repente, tirando de meus devaneios, que levei um susto. Com os olhos arregalados e o coração martelando, encarei a figura ao meu lado, sorrindo brincalhão.

Sorri também.

─ Bom dia, Finnick.

Ele começou a andar no corredor ao meu lado, nossas mãos roçando uma na outra. Eu estava me coçando para segurá-la logo, sentir sua pele contra a minha, mas me contive. Estar ao lado dele já era bom o suficiente.

─ Bom dia, Annie.

Seguiu um silêncio enquanto caminhávamos no longo corredor, em direção ao refeitório. Até que eu parei e o olhei, observando seu rosto calmo e sereno. Finnick também me encarou, estranhando um pouco. Estava com uma vontade absurda de poder ficar a sós com ele, sem as regras idiotas da escola. Eu não sei, fiquei confusa. Porque, ao mesmo tempo em que quero ir devagar com nosso relacionamento, precisava estar ao seu lado. Me fazia sentir segura, em casa.

─ O que você acha, hm, da gente sair depois da escola? – indaguei, meu coração batendo forte. Céus, esse garoto vai me dar um ataque cardíaco.

Seu rosto se contorceu um pouco. Ele apertou seus lábios, deixando-os brancos pela força.

─ Hoje?

Assenti, sentindo minhas bochechas esquentarem. Eu. Convidando Finnick Odair para sair. Teria vomitado com a ideia algumas semanas atrás.

─ Ahn, você sabe, hm, hoje não vai dar. Vou sair com o Cato e Gale.

Sorri, tentando novamente:

─ Bem, e domingo?

Ele olhou para mim por alguns segundos, meio agitado, como se quisesse fugir, correr. Mastigando o lábio inferior, respondeu:

─ É, hm, também estou ocupado. Foi mal, Annie. Mas, sábado, amanhã, eu estou disponível. Pode ser?

Meu estômago embrulhou. Eu queria gritar com ele, berrar, dizendo que eu não sou uma idiota! Sei que está mentindo! Pare de suar enquanto fala, de desviar o olhar e morder a boca! Tudo isso mostra o quão babaca você é, por achar que me engana!

Eu ia sair com as garotas nesse dia, mas acho que podemos alterar. Afinal, pelo visto, a agenda de Finnick é lotada (de mentiras).

Ao invés de agredi-lo oralmente, sorri para ele:

─ Sábado parece ótimo para mim.

[...]

Point of View – Katniss

Quando passei pelos portões da escola, foi como se eu finalmente conseguisse respirar. Minhas pernas tremiam após o treino árduo de basquete na educação física, mas mesmo assim, no sol ardente do meio dia, já estava caminhando na direção da estação de metrô, um ou dois quilômetros de distância do colégio. Primrose frequenta o colégio no período da tarde, pois, além de ter carona (sua melhor amiga, Rue) para a ida, era uma garotinha muito preguiçosa para acordar cedo.

Cheguei em casa e joguei minha mochila sobre o sofá. Tomei um banho gelado, tentando retirar todo o suor que escorria de meu corpo. Minha mãe estava de férias e se encontrava no jardim, plantando alguma árvore frutífera que, como sempre, não cresceria.

Fui até lá, agachando-me ao seu lado, observando seus movimentos. Suas luvas estavam sujas de terra e usava um pano sobre a cabeça. Virou o rosto e sorriu ao me ver.

─ Katniss! – exclamou como uma criança. Sorri. Às vezes eu me sentia a adulta da casa.

─ Oi, mãe. – cumprimentei. Ela fez um movimento de que iria me abraçar, mas a impedi, um pouco sem graça. Apontei para seu avental sujo. ─ Eu acabei de tomar banho.

Ela assentiu, talvez meio constrangida. Eu não estava me desviando dela! Quero dizer, talvez um pouco. Às vezes eu só queria que as coisas voltassem alguns anos atrás, quando meu pai ainda era vivo e minha mãe ainda, você sabe, pelo menos nos ajudava. Agora, quem cuida de Primrose, compra os presentes de Natal e aniversário e cuida de quase todas as tarefas domésticas sou eu. Minha mãe se limita a cozinhar, lavar e passar roupa. E dane-se o resto. Dane-se filhas ou roupas novas. Prim usa seu pijama de quando tinha onze anos, e hoje ela possui catorze. Não é mais descente.

Então, agir um pouco friamente com ela virou um hábito. Não que eu me orgulhe disso.

─ Kat, o que é esse roxo na sua bochecha?

Gelei. Com a ponta dos dedos, toquei o local indicado levemente, sentindo uma ardência. Então me lembrei de socos, dor, agressão, aniversário. Peeta.

─ Educação física. – menti. ─ Bolas de basquete são duras.

Ela pigarreou, mas pareceu acreditar. Voltando ao seu trabalho de afofar a terra, cavar, umedecer, adubar ou qualquer coisa do tipo, parecia triste.

─ Bem, querida, - mamãe começou a dizer, sem manter o contato visual. ─ teria como você dar uma passadinha na padaria dos Mellark’s? Estamos sem nada para o café da manhã.

Bem, isso é porque você não faz as compras.

Meu coração se acelerou ao ouvir o sobrenome. Flashes se passaram em minha cabeça, de quando acordei em sua cama, de como o tratei, de quando ele me encarava durante a aula. Mas assenti.

─ Tudo bem, mãe. – concordei, mesmo não estando tudo bem.

Ergui-me, entrando novamente em casa para pegar a carteira de minha mãe e – humilhantemente, eu admito – passar um pouco de maquiagem sobre meu machucado.

Coloco um boné e passo o resto de protetor solar de Primrose (que tentamos economizar o máximo, já que são caros). Monto em minha bicicleta, que já está ficando um pouco pequena, e pedalo pelas ruas movimentadas do 12. Não que fosse tão longe assim de casa, mas estava tão quente que eu preferia sentir o vendo causado pela velocidade em meu rosto.

Deixo a bicicleta encostada na parede contra o estabelecimento e entro, fazendo com que o sino acima da porta soe. Sinto o ar condicionado logo se chocar contra minha pele, refrescando todo meu corpo.

Passo por prateleiras com frios e, em uma cesta de plástico, coloco dois pacotes de queijo e presunto. Há muitos bolos – os tradicionais e os decorados, para festas e comemorações – e sinto muita vontade de levar algum. Mas, ao checar o quanto tem na carteira da minha mãe, vejo que não posso – e não acho que eu levaria, de qualquer modo. É só uma vontade estúpida gerada pela fome. Bem, eu ainda não almocei.

Cumprimento Ian, o filho mais velho do Sr. Mellark, que trabalha às vezes no caixa, enquanto não ajuda os outros dois irmãos na cozinha. Me aproximo do balcão, escolhendo os pães que irei pedir.

─ Hm, com licença? – chamo um garoto que está de costas, separando alguma coisa. Ao se virar, seus olhos azuis encontram os meus com surpresa.

Sinto minha respiração falhar e meu coração pular uma batida. Reprimi um sorriso que insistia em aparecer ao ver as bochechas coradas de Peeta sujas de farinha. De suas mãos escorregaram uma massa, que caiu sobre seu balcão.

─ Ahm, oi! – ele disse, sorrindo e meio constrangido. Seu nome estava bordado no avental branco.

─ Oi, Peeta. – falei, tentando soar menos nervosa do que realmente estava. Qual o meu problema?! Quero dizer, só porque ele havia me ajudado com aqueles garotos e o vi sem camisa (e a sua tatuagem...), não deveria estar assim!

─ O que está fazendo aqui? – ele perguntou, limpando suas mãos em um pano, seus olhos brilhando. Estava sorrindo.

─ Bem, você sabe, - ergui a cesta de plástico em minhas mãos. ─ o que as pessoas normalmente fazem em uma padaria. Comprando pão.

Logo que soltei as palavras, quis tomá-las de volta. Eu havia sido grossa demais?

Peeta soltou uma risada, que me fez querer rir também.

─ Você parece bem melhor.

Maneei a cabeça. Então, para tentar encerrar logo o assunto, pedi a quantidade de pães franceses que minha mãe havia requerido.

─ Obrigada, Peeta. – lhe disse, começando a me afastar. Ele acenou, e eu sabia que continuava me olhando mesmo eu estando de costas. Suspirei, nervosa. Me dirigi ao caixa, e ao gastar o dinheiro, saí da padaria. Insisti para mim mesma que só havia ficado chateada de ir embora por causa da falta de ar condicionado das ruas, e não por um certo loiro de olhos azuis brilhantes.

Quando minhas mãos estavam alcançando o guidão da bicicleta, ouvi alguém chamando:

─ Ei, você! – gritou atrás de mim uma voz grossa. Olhei para trás. Havia dois garotos altos, um moreno e musculoso e outro magricelo com a pele avermelhada pelo sol. Me lembro deles.

E então eu já estava correndo.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam??? Me contem nos reviews!
ENQUETE: Qual POV vocês mais gostam: Annie, Clove ou Katniss? E qual POV vocês gostariam de ver aqui na fic? Falem aí!



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