Depois que voltamos para o esconderijo de Breu, e falamos tudo o que fizemos, ele apenas falou um "Bom trabalho" e depois de cinco segundos ele terminou falando "meus filhos". Isso era o que eu achava que ele iria fazer, mas...

– Meus filhos! - Disse Breu animado quando voltamos - Vocês estão bem? Conseguiram fazer o que eu pedi?

– Estamos bem pai - disse um pouco surpresa com o Breu se preocupando com a gente primeiro que a "missão"

– E conseguimos fazer tudo o que você pediu - disse Peter animado

– E muito mais - disse Patrick mais animado ainda e erguendo as armas dos guardiões

– Meus parabéns, meus filhos - disse Breu admirado - Me entreguem isso que eu guardo em um lugar onde eles nuca vão achar

E assim foi feito, Patrick entregou tudo para o meu pai que entrou em uma sala e depois voltou sem nadas nas mãos. Bom depois disso eu fui para o meu quarto, sim Breu arrumou quartos para nós, acho que ele realmente é bom com seus filhos.

O meu quarto era pequeno, mas confortável, tinha uma pequena comoda com uma escova de cabelo vermelha em cima, um espelho oval na parede em cima da estante, e do outro lado do quarto estava uma cama macia com um lençol preto e um travesseiro de penas. Me deitei na cama e fitei o teto.

– Eu estou mudando - pensei alto para mim mesma - Mas... Acho que esse sempre foi o meu destino, afinal sou o espirito do Halloween, o dia das bruxas. E todos sabem de que lado as bruxas ficam, principalmente uma "bruxa" filha do Bicho-papão.

Logo depois continuei fitando o teto e com o tempo acabei caindo no sono, meu cochilo foi rápido, leve e sem sonhos, afinal acho que mais ninguém esta conseguindo sonha com Sandy transformado em um pesadelo, mas pelo lado bom eu também não tive nenhum pesadelo, ao contrario da maioria das crianças.

Quando acordei, me levantei rapidamente da cama, o que me causou uma leve tontura, o que me fez me apoiar na comoda, quando a tonteira passou levantei meu rosto e me deparei com uma outra garota me observando. Mas não era outra garota, era eu, eu havia mudado. Meus cabelos continuavam curtos e vermelhos, mas suas pontas estavam pretas, minha pele estava um pouco mais acinzentadas e minhas trajes, que já eram pretas, pareciam mais escuras e sombrias. Fechei os meus olhos, e achando que eu havia me transformado enquanto dormia, me concentrei em me transformar na minha aparência verdadeira, mas quando eu abri meus olhos, minha aparência era a mesma As sombras estavam me "contaminando".

Sem pensar duas vezes, sai de meu quarto e as pressas sai por uma brecha no teto do esconderijo, eu até ouvi uma voz me chamando eu apenas ignorei e segui em frente, eu tinha que falar com uma pessoa. Fui até a casa dele e sem nem bater na porta já fui entrando, ele estava em seu quarto fazendo alguma coisa na mesa e estava de costas para mim. Então dei uma tosse falsa para chamar sua atenção, assim fazendo-o se virar, e seus olhos azuis se encontraram com os meus dourados.

– Jackie? É você? - Sua voz angelical fez meu coração bater feliz

– Não esta me reconhecendo, Valentim? (N/A: Há! Aposto que vcs pensaram que era o Jack, pegadinha do malandro u.u) - Falei num tom divertido, que obviamente era falso.

– Jackie, você sabe que eu não gosto que me chamem assim, me chame de Cupido - ele fez uma pausa e depois olhou serio para mim - Você esta diferente...

Eu olhei para mim mesma, como se dize-se "é mesmo? nem tinha reparado que eu to ficando cinza" e depois voltei a olhar para ele.

– Longa historia - disse a ele - Eu vim aqui para conversa sobre outra coisa

– Eu tenho tempo, por que não conta sua historia e depois conversamos? - disse ele sorrindo e se sentando em um banquinho, logo em seguida fez um sinal para que eu me sentasse também.

Depois de me sentar em um banco perto de Val... Quer dizer, Cupido. Comecei a contar o que havia acontecido, desde quando eu fui ate a casa do Harry e peguei os dois "no flagra", o que fez Cupido dar um sorriso malicioso, até a chegada no esconderijo depois da "triunfante" vitorias sobre os Guardiões, o que fez ele me olhar com uma mistura de reprovação e... Dó? Continuando, depois que eu contei tudo para ele ficamos em silencio por um tempo.

– Pronto já te contei a historinhas - disse para ele ironicamente - Agora podemos conversa sobre o assunto que eu quero?

Cupido soltou um leve suspiro e se ajeitou no banco

– Okay, podemos

– Ótimo,´primeiro, por que você criou essa minha paixonite pelo Jack?

– O que? Mas eu não fiz nada - disse ele indignado

– Não se faça de bobo, eu tenho certeza que essa minha paixonite por ele é obra sua, não tente me enganar - disse autoritariamente, fazendo-o fitar o chão como se ele fosse uma criança que tinha sido pega no flagra quando tentava surrupiar algum biscoito na cozinha

– Eu to falando serio, não fiz nada!

– Isso é impossível!

– E por que você diz isso?

– Bom é que... - Eu me sentia vermelha de vergonha - É porque eu gosto de você, e só você faria eu ter uma paixonite por Jack

E com essa minha declaração envergonhada e mal feita, a boca do jovem, nem tão jovem, Cupido se abriu em um "O" perfeito. Impressionante como o espirito do amor não percebeu que alguém estava apaixonada por ele, o amor deve ser cego mesmo

– C-como?

– Além do amor ser cego, também é surdo? Eu disse que eu gosto de você, tipo assim eu te amo - falei e em seguida ficou um silencio e depois continuei - Bem, é verdade que eu tinha uma quedinha por Jack, mas era uma coisa bem leve, até eu me "aliar" ao meu pai.

– Jackie, eu... - ele estava corado, que bonitinho - não sei o que dizer

– Eu ja esperava por isso, por que você acha que eu nunca disse nada antes? - disse sem me abalar muito, mas no fundo doeu um pouco. - Mas não só sobre isso que eu vim falar, depois que eu me aliei a meu pai, minha aparência ficou assim e eu as vezes tenho mudança repentina de humor, tem hora que eu estou normal e tem hora que eu estou sádica, violenta e um pouco psicopata

– Agora que você disse isso - falou Cupido pensativo, ele ainda estava um pouco vermelho - acho que agora tudo faz sentido, você esta tendo casos de bipolaridade, e uma hora você esta normal e gosta de mim... - ele ficou mais vermelho - e outra hora você com essa nova "polaridade" e gosta do Jack, e provavelmente isso tem haver com seu pai.

–É você pode ter razão, faz sentido

– Eu sei que faz sentido, afinal eu sou muito inteligente - disse ele se gabando - Agora, falando sério, eu acho que você devia sair de perto do Breu, ele esta te afetando

– Pode até ser, mas eu não posso me afastar dele, eu já passei muito tempo procurando meu passado, e Breu pode me contar tudo sobre ele, nem o dente das fadas poderiam me dar todas as respostas, e também, Peter, Patrick e Breu são minha unica família, eu não consigo ficar longe ou contra eles, sinto muito.

– Nesse caso, acho que somos inimigos agora - disse Cupido com uma voz triste

– Que?

– O Breu espalha medo, no medo não á amor, eu estou do lado dos Guardiões - ele se levantava e se direcionou até a porta - Sinto muito, Jackie, você tem que ir embora

– O que? Eu acabo de te dizer que eu te amo e só por que eu escolhi ficar com a minha família, você me manda sair de sua casa?! - O que eu to dizendo? Ah, não, acho que é a "outra Jackie" - Quer saber? Vá a merda - Digo isso e me transformo em um corvo, eu nunca tinha me transformado nesse animal, eu o achava muito sombrio, mas agora ele parece o animal perfeito para mim. E saio voando de la, sem olhar para trás

A partir daquele momento eu percebi que estava mais diferente do que eu pensava, eu estava "esquentadinha" demais, essa não era eu. Mas eu vou ter que me acostumar com isso, custe o que custar eu não vou me separar da minha família novamente.