Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

oioi
Estou pensando em continuar essa história, com as aliança de ouro
espero que gostem desse capítulo, mais um enche linguiça kkk estou sem ideias.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450428/chapter/20

Acordei antes do despertado tocar, mas voltei a dormir por causa da última vez que eu levantei antes dele. Não queria que nenhum macaco azul maluco me perseguisse e roubasse meu dever de casa. A famosa desculpa de “Meu cachorro comeu meu dever de casa” seria substituída por “Um macaco azul com benção de Hermes me perseguiu até a escola e roubou meu dever” que, obviamente, não colaria.

Depois que ele tocou, fui para o banheiro e tomei um banho rápido. Tomei café e fui para a escola.

Tudo o que me incentivava era o fato deu estar no terceiro ano. Mais um pouco e eu estaria de férias permanentes até a faculdade. Então, quando eu chegava e via as mesmas pessoas que via desde o primeiro ano, os cumprimentavam e voltava a dormir. Acordava com alguns rabiscos na cara, que á essa altura, achava normal. Eu mesmo ás vezes desenhava na cara dos meus amigos quando estavam dormindo, então nunca reclamei quando acordava do mesmo jeito. Passei a levar um pequeno espelho na mochila.

Aquela fora a única escola que consegui passar mais de um ano matriculado como aluno. Eu sempre dei um jeito de ser expulso. Ou os canos de água estouravam quando eu me exaltava, extintores de incêndio explodiam, vasos sanitários jogavam água para fora, ou qualquer outra coisa estranha, todas feitas por mim, mesmo sem saber.

Aquela também era a escola que Paul dava aula, então nas aulas do meu padrasto eu tinha que ficar acordado, se não ele pegaria no meu pé em casa.

As piores aulas eram as de inglês e Filosofia. O que me obrigava a voltar a dormir. Se eu perdesse alguma coisa pegaria depois com algum dos meus amigos.

Eu não falava com muita gente, não por antissocialismo, mas porque não queria envolve-los caso um monstro aparecesse. Era perigoso demais ter mortais por perto numa luta, mesmo não os machucando, manter distância era essencial para a segurança de todos eles. Por isso meus únicos amigos eram Chalie e Arthur, dois caras viciados em games e em HQs, mas que também andavam de Skate e curtiam Rapp. Charlie usava aparelho e seu cabelo castanho era lambido e escorria sobre a testa, caindo de lado. Arthur parecia um cara normal, cabelo preto como o meu só que um pouco mais longo. Ele tinha um bigode que era quase um filho, nós nos cansávamos de pedir para que ele raspasse, mas Arthur dizia que nunca abandonaria o pequeno Simon, até que um dos garotos da nossa sala o raspou por completo quando Arthur estava dormindo. Desde então há apenas uma sombra do que antes era Simon, o bigode.

O intervalo era depois da terceira aula, enquanto os outros alunos saiam para comer, eu ficava na sala, dormindo. Depois meu intervalo era durante a aula que se seguia depois que todos estivessem presentes.

Eu ficava feliz por ninguém me incomodar com frequência, só quando algum professor quisesse encher o meu saco com perguntas ou com alguma prova surpresa.

A hora do almoço era uma das que eu mais gostava. Além de encher a barriga e dar uma escapada da sala de aula, podia me sentar na grama perto do jardim e conversar com Charlie e Arthur sem nos preocupar em sermos repreendidos por um professor. Gostava do sol daquele horário, ele não era muito quente, de modo que eu podia me sentar debaixo de uma arvore e esperar pelo sinal.

O segundo melhor momento da minha rotina escolar era a hora de ir embora. Eu voltava de skate para casa, então podia cortar caminho com mais facilidade, além de poder curtir a paisagem dos belos canteiros da vizinhança, até passar pelo centro e tomar um sorvete.

Em casa eu comia mais um pouco, tomava banho e me deitava. Geralmente eu não dormia de tarde, depois de muito dormir durante as aulas, eu ficava sem sono. Então ou escutava musica ou pensava na vida até minha mãe vir com um pedaço de bolo com cobertura para mim no quarto, ou Annabeth pular para dentro dele com um BU! Que nunca me assustava.

Naquele dia as coisas não mudaram. Fiz as mesmas coisas até Annabeth chegar.

–O que aprendeu hoje?- Annabeth estava ao meu lado quando atravessamos a rua até a padaria no quarteirão de trás.

Olhei para ela depois olhei para o interior do estabelecimento antes de entrarmos. Não respondi, disse algumas coisas alheias para que ela esquecesse da pergunta, como “Que cheiro gostoso” e “Veja se tem manteiga”, mas ela não se abalou.

A verdade é que eu não me lembrava de ter aprendido algo diferente, principalmente porque estava dormindo nas aulas que eu menos gostava, mas não podia dizer isso á ela.

–Não aprendeu nada?- Ela pegou um pão recheado e viu a data de validade- Sempre aprendemos algo diferente todos os dias, Percy.

–Aprendi que se dormir com o rosto de lado ele vai ser rabiscado até que você perceba- brinquei, com um pouco de seriedade.

Ela me olhou feio

–Falo sério, Percy. Hoje aprendi que o calor dentro de um automóvel num dia de sol é duas vezes maior do que a temperatura fora dele. Dá pra se assar biscoitos num painel de um carro.

Peguei as coisas que minha mãe havia pedido que comprássemos e fui para o caixa, com Annabeth ainda falando. Comprei um chiclete e enfiei em sua boca. Ela mascava e fala ao mesmo tempo.

–... Você tem que parar de dormir e prestar atenção nas aulas. Desse jeito você nunca vai terminar o ensino médio e não vai entrar em faculdade nenhuma. E sabe o que isso significa?

–Não- olhei para ela- O que significa?

–Significa que Nova Roma já era.

Fiquei em silêncio. Ela estava certa- como sempre- eu me sentia mal por perder aulas importantes, mas quando o sono batia, não conseguia controla-lo. Infelizmente os abençoados por Hipnos não tem esse controle por suas pálpebras, elas se fecham involuntariamente, e quando se vê, já está dormindo. Mas o que ela disse me deixou nervoso, depois de todo esse tempo planejando as coisas que faríamos quando estivéssemos em Nova Roma, seria tudo perdido- Ou adiado- por causa das minhas sonecas fora de hora.

–E então. Como vai ser?- Atravessamos a rua- Vai prestar atenção nas aulas até o fim do terceiro ano, ou vai querer ficar em Nova Iorque para sempre, tentando arrumar outra namorada?

Parei no lugar, quase no meio da rua. Ela passou por mim sem perceber, então se virou e olhou para mim.

–Tudo bem, você ganhou. Mas depois que terminar a escola, vou dormir até a hora que eu quiser.

Ela sorriu e me beijou na bochecha- Eu sempre venço. Sabia que faria uma boa escolha.

Fiz que sim e sai do meio da rua, para deixar os carros passarem.

–Vamos, sua mãe está esperando- ela me empurrou de leve, brincando.

Peguei sua mão e andamos um pouco mais de pressa. Ela perguntou sobre as coisas que eu fazia na escola, tive que tentar me lembrar das coisas que me interessavam, como algumas aulas de educação física, história e artes –apesar deu desenhar muito mal. Contei sobre o filme que assisti durante uma aula de história e da nota que tirei na avaliação que o professor aplicou sobre ele. Tirei A+ naquela prova. Eu e Annabeth já tínhamos visto aquele filme uma dezena de vezes, então eu já sabia de cor.

Ela ficou contente e pediu que eu fizesse o mesmo com as outras matérias. Explicou que estudar era exatamente a mesma coisa, quanto mais você via, mais sabia sobre ela.

–Se quiser posso tirar suas duvidas. As provas finais estão chegando, não quero que você tenha pendências.

–Espero que você saiba sobre todas as matérias- eu ri

Ela me olhou espantada, então deu um risinho sem graça.

–Acho que vai dar trabalho...

Quando chegamos em casa, minha mãe terminou de fazer a torta de maçã e nós nos sentamos sobre minha cama e abrimos meus livros. Annabeth fazia careta com os desenhos na capa e contracapa, balançava a cabeça frustrada com as respostas de última hora que eu escrevia.

–Minha nossa!

Peguei meu caderno das mãos dela.

–É um cachorro- olhei para meu desenho

–Um cachorro? Parece mais um guarda-chuva.

Ri sem graça.

Minha mãe entrou com copos de suco e um prato de torta para nós, então começamos a estuda enquanto comíamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

gostaram? Comentem