Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 21
Verdade ou Consequência




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Mais tarde, oito horas da noite para ser mais exato, segui Hugo até uma casa de um padrão menor, comparada à casa de Eleonor, mas também não era um casebre.

– Aqui está a resposta para nossos problemas! – afirmou entusiasmado

– E com problemas, você quer dizer a noite das garotas? Não seria melhor colocar como "nossa curiosidade"? – perguntei com um sorriso na boca, mas Hugo me respondera imediatamente com uma piscada de olho.

– Hey, como estão senhores? – disse Arrow enquanto saia da casa, pela porta da frente. – Preparei tudo para nossa noite dos garotos! – disse piscando um olho

Hugo sorriu e me deu um leve empurrão para frente, em direção à casa, a qual Arrow acabara de sair.

– A propósito, sejam bem vindos à minha humilde residência, senhores! – disse Arrow em um tom receptivo.

Ao entrarmos na casa, notei que a mobília era antiga, haviam muitas fotos de aparentemente, familiares de Arrow, além de muitos vasos de plantas pela casa. Arrow nos guiou por uma escada de madeira maciça, a qual rangia quando pisávamos em alguns degraus. Ao acabar de subir, entramos na terceira porta à esquerda e nos deparamos com um quarto, com uma cama próxima a uma janela, a qual dava para um beco, um tapete verde no chão, um guarda roupas de madeira, um cabideiro, cheio de casacos e um espelho na parede, o qual tinha um diâmetro de sessenta centímetros.

– Bem, a diversão começará com aquele espelho ali. As meninas disseram que estariam na casa de Dulce, e como já estou conhecendo bastante a casa dela, consigo saber onde elas estarão! – disse Arrow empolgado.

– Faça logo, não explique muito! – disse Hugo.

– Gente, o que um espelho tem haver com a noite das meninas? Achei que iriamos espiá-las pela janela! – falei tentando apontar uma solução para o que eu não estava entendendo.

Os meninos se olharam e riram, deixando escapar em forma de suspiro a palavra: "Amadores..."

– Bem, aí vai! Disse Arrow lançando as mãos para o espelho, enquanto Hugo se sentava na cama. – Após eu recitar o feitiço, digam o nome de pelo menos uma pessoa a quem quer ver, mas que esteja no mesmo lugar. Este ritual requer pessoas de fora, para que falem o que querem ver, pois foi criado pelas bruxas localizadoras...

– Tá, tá, pare de explicar e faça-o! – ordenou Hugo impaciente.

– Aí vai! Ostende nobis quid in re mystica speculum mundi!

O espelho brilhou em uma luz amarelada, que logo ficou verde. Uma fumaça verde, parecida com uma névoa, como as que aparecem misticamente quando aparatam, agora tomava conta do reflexo, não deixando ver nada do que o espelho deveria refletir.

– Sophia Saga! – disse Hugo.

– Margot Tenebrarum – suspirei quase não dando para escutar.

A névoa verde se mexia parecendo que estava criando forma de tornado e logo conseguimos ver um quarto, onde Margot, Dulce, Sophia, Tábata, Lenita e Morgana estavam reunidas.

– Isso aí, Arrow, você consegiu! – disse Hugo empolgado.

Uma névoa roxa se formou no quarto, se dissipando e revelando Pietro Tenebrarum em nosso grupo.

– O que ele faz aqui? – perguntou Pietro friamente.

– Hey, vamos com calma! Ele é nosso amigo também, cara! Vamos manter apenas nós quatro.

Todos nos sentamos na cama para espiar o que as meninas fariam.

– Já sei, vamos brincar de verdade ou consequência! – disse Sophia retirando uma flexa com ponta de cristal de sua bolsa, a qual ela pôs no meio do círculo.

– Hmm... N-ão sei se é uma boa ideia! – afirmou Dulce.

– Não tenho nada a esconder! – disse Morgana, olhando friamente para Tábata.

– Nem eu! – disse Tábata em tom frio.

– Então, já que todas podemos falar entre si, como amigas, acho que podemos brincar! Mas como não sou boba, aquela que mentir, terá de pagar um preço! – Sophia disse animada

– Que preço? Todas perguntaram.

– O que aquela que perguntou resolver que seja o melhor.

Tábata e Morgana se entreolharam.

– Está certo! – disseram as duas.

Sophia levantou-se pegou uma agulha, espetou-a no dedo de todas e colocou-a no centro da roda.

– O feitiço nos ajudará a saber quem de nós mentirá! – disse animada –Sanguine colligitur responsio ad nos. Cornelia est in damnatis, arguit.

A agulha ficou brilhosa, na cor de azul bebê e levitou sobre todas, fazendo pequenos raios de luz, da mesma cor, criarem um círculo mágico por toda a volta das meninas.

– Acho que estão levando isso muito a sério! – disse Lenita.

– Acho que concordo com Lenita! – falou Dulce parecendo espantada.

– Que nada, gente! Isso só foi um feitiço para saber quem vai mentir! – explicou Sophia.

– Que seja, vamos rodar a flecha, pois estou um pouco cansada! – disse Margot. – E euzinha, Margot, não posso ficar cansada! Sou a estrela da noite! – disse jogando os cabelos para o lado.

A flecha foi rodada e a primeira caiu de Morgana para Tábata.

– Cobrinha, é verdade que sente algo por Pietro? Se sim, o que é? – perguntou Morgana fazendo uma sínica cara de mistério.

– Sim! Sinto uma imensa vontade de te bater e em breve vou te transformar em um canguru perneta! – disse Tábata expressando minimamente um tom de raiva em sua voz.

O círculo permanecia o mesmo, ou seja, Tábata não mentira.

– Perguntei o que seria! – Indagou Morgana.

– Seria um desejo de que ele beijasse a minha boca, para que aprendesse como beijar, pois acho que a acompanhante dele tem um bico de pato, no lugar da boca. – disse Tábata provocando.

Todas as meninas ficaram mudas, surpresas, pois o círculo se mantinha o mesmo. Pietro parecia em estado de choque. Pude notar seu rosto ficando vermelho.

– Sua vadi...

–Hey, hey, vamos com calma e prosseguir com a brincadeira! – Interrompeu Sophia com um sorriso no rosto – E a próxima vai para... Lenita, pergunte para Dulce!

– Quando é que você vai assumir seu namoro escondido com Arrow Glossipct? E já que Morgana fez duas perguntas, eu termino com: Não é verdade que você estava apaixonada por Andrew Owteman? O que houve?

Dulce ficou vermelha de tal forma que parecia que iria explodir. As meninas todas olharam para ela, esperando uma resposta, como se fossem um bando de leoas famintas observando sua presa.

– Ainda não sabemos q-quando assumiremos... Eu era no inicio, mas agora não sou mais!

O círculo se transformou em flechas que apontavam para Dulce, que não tinha mais expressão.

– Você mentiu em algo, Dulce! O preço que te darei é que conte a verdade!

Dulce fechou os olhos e falou depressa – Eu gostava do Andrew, mas estou vencendo isso, pois ele ama a Margot e não a mim! Ele nunca me notou, pois não sou tão bela quanto a Margot e não sou digna dele. Arrow por sua vez, me fez sentir única e dei uma chance a ele para que possa me fazer esquecer de Andrew! – a menina segurava para não chorar enquanto respondia.

As flechas transformaram-se no círculo novamente, fazendo com que o silêncio invadisse o quarto.

– Noooooossaaa, que ba-ba-do! Gente, na real, eu nunca ia imaginar uma confissão dessas! Gente, to bege, to roxa, to rosa! – disse Morgana.

Tábata fechou a mão e deu um soco em Morgana, a qual foi lançada contra a parede.

– Você quer apanhar, cobrinha? – dizia Morgana furiosa.

– Voltemos ao jogo! – disse Margot apática.

Nunca havia visto Margot tão inexpressiva. Será que ela estava com medo de que a amizade dela com Dulce estivesse comprometida?

A flecha foi rodada novamente e desta vez, Tábata perguntava para Morgana.

– Sente-se ameaçada por mim em seu relacionamento com Pietro, Morgana? Devo demonstrar o quanto me importo com isso?

– Nunca me senti ameaçada por você, pois sou mais bela, mais tudo! Acho que deve demonstrar que fica ruída de ciúmes quando estou com ele e que inveja não poder beijá-lo!

O círculo novamente formou flechas, mas desta vez apontava para Morgana.

– Minha sentença à você é que transe com ele! Fique com ele todo para você, mas terá de fazê-lo até o fim da semana, ou deverá terminar com ele! – disse Tábata em um tom frio e ameaçador.

– O que? – todas indagaram juntas.

– É isso, quero que ela se afunde nesse relacionamento cada vez mais e que pare de me importunar com este ciume bobo... Saiba que se eu o quisesse, já o teria feito!

Todas ficaram perplexas com Tábata. Principalmente pelo preço dado à Morgana.

– Eu farei com prazer, cobrinha! – disse Morgana fazendo os cabelos de azuis e lisos, ficarem negros e cacheados.

Sophia juntou as mãos, fechou os olhos e sussurrou: "Full-tempus", fazendo com que as flechas azuis bebê, se dissipassem.

– Acho que o jogo já foi longe demais! Devemos fazer algo como...

Um estrondo ecoou na casa, fazendo com que as meninas levantassem depressa. Dulce tinha uma bola de fogo em cada mão, Morgana se transformara em uma criatura de dois metros de altura, com dentes afiados, asas de demônio e uma cauda com um tridente. Lenita movimentava os dedos como se fosse lançar alguma magia. Margot ficava atrás de todas elas, em posição de defesa. Tábata tinha todas as suas serpentes à mostra. Sophia movimentava os dedos e suas mãos começavam a brilhar na cor azul bebê.

– O que é isso, gente? Estamos sozinhas em casa, né? – perguntou Sophia.

– Sim, meus pais e irmãos foram ao congresso, onde discutiriam o caso do cara encapuzado estar a solta por aí! – confirmou Dulce.

Outro estrondo ecoou pelos corredores.

– Meninos, temos de ir até lá! – falei.

– Pietro, leve-nos! Elas podem estar em perigo! – disse Hugo.

O espelho foi envolvido por uma fumaça verde novamente e ao dissipar-se, o reflexo de nós todos no quarto tomava seu lugar.

– Vamos então! – disse Pietro.

Ele fechou os olhos, passou os braços na frente de si mesmo duas vezes e uma névoa roxa tomou conta do quarto de Arrow e quando dissipou-se, estávamos no quarto de Dulce, onde havíamos visto as meninas segundos antes.

Um barulho de fogo ecoou pelos corredores.

–Largue ela! – gritou Dulce.

Corremos pelos corredores e chegamos a uma grande sala, onde encontramos um cara encapuzado com um braço levantado, com a mão deste braço fechando lentamente. Foi aí que percebi que ele estava enforcando Margot.

– Vos erant 'morientibus ut dependeat in malum – gritou Sophia, lançando uma mão para frente, a qual liberou um raio de magia que foi direto no cara encapuzado, envolvendo o pescoço dele e pendurando-o numa corda mágica, fazendo-o quebrar o pescoço. Conseguimos ouvir o barulho de onde estávamos.

No momento em que ele parou de se movimentar, uma fumaça roxa o envolveu e se dissipou, levando-o dali.

Sophia abraçou Margot, que estava caída no chão. Parecia estar sem ar, mas logo deu uma respirada funda.

– Por que diabos estão atacando Margot? – indaguei.

– Vingança! – Pietro disse friamente. – Há pessoas nesta dimensão que querem ver os Tenebrarum mortos, como muitos na guerra!

– Eu não consegui tocá-lo, muito menos petrificá-lo! Não parecia... vivo! – disse Tábata.

– Eu também tentei lançar uma bola de fogo nele, com os poderes do Erghnhoque, no qual me transformei, mas não chegou perto dele. Ele era muito forte! – disse Morgana.

– Minha magia da terra também não funcionou! – falou Lenita.

– Acho que devemos todos irmos para suas casas. Minha casa não é segura mais. Terei de arrumar toda essa bagunça e ver se consigo consertar esses móveis quebrados! – disse Dulce desanimada.

– Vou levar minha irmã para casa! – disse Pietro.

– Não, Pietro! Lá será um dos primeiros lugares que procurarão Margot, se tentarem novamente hoje! Vou levá-la para a minha casa e lá ela estará protegida! – respondeu Sophia.

Pietro consentiu com a cabeça. Sophia abanou as mãos e uma névoa azul bebê tomou conta dela e junto de Margot, se dissipando no ar e deixando um vazio onde elas estavam.

– Acho melhor ir para a minha casa, querido! – disse Morgana se jogando nos braços de Pietro, na frente de Tábata.

– Acho que...

– Vá sim, Pietro! Não vá teimar com sua namoradinha centopéia... – provocou Tábata.

Pietro abanou os braços e uma névoa roxa levou a ele e junto Morgana, para fora dali.

– Bem, vamos para a minha casa, Dulce! – disse Lenita.

– O que? – disse Dulce não entendendo o convite.

– Vamos para a minha casa. Poderemos terminar de conversar e ficaremos mais seguras lá! – concluiu.

– Mas tenho que arrumar...

– Deixa que eu o faço, Dulce! – disse Arrow abanando as mãos e recitando – Diuino brevis nuntius, et adducam in ordine!

Enquanto Arrow recitava o feitiço, toda a mobilha se movia para seu devido lugar e as paredes quebradas se reconstruíam. Onde havia marca de fogo, desaparecia e a casa foi entrando em ordem, tal como era antes.

Dulce deu um beijo de gratidão na boca de Arrow, o qual não foi retribuído.

– Vá com Lenita, Dulce! Se mantenha segura! – disse Arrow.

As três meninas restantes saíram juntas pela rua e ficamos eu, Arrow e Hugo.

– Vamos ficar na casa de Dulce?

– Não, vou mandar cada um para sua própria casa. Pensem nela durante o feitiço e irão para lá! Preciso de pensar um pouco no que ouvi Dulce dizer. Não quero ser um prêmio de consolação, o qual ela usa para esquecer o verdadeiro...

– Arrow, eu sinto m...

– Não Andrew, você é um Owteman! A culpa não é sua de ter nascido em uma das famílias mais importantes de Vingardion! Não fez nada para que precise sentir... Vamos embora! Mystica nobis domum caligine in lucem!

Uma névoa esverdeada tomou-nos e logo pensei na imagem do cara encapuzado sumindo. Quando a névoa se dissipou, eu me vi preso a uma maca, na qual eu tinha meus braços e pernas contidos por amarras que brilhavam em um tom de roxo. Logo concluí que estava enfeitiçada, pois eu não conseguia dominar nenhum dos elementos.

Um cara encapuzado se aproximou de mim, sorrindo maleficamente. Sua voz era oculta, não conseguia descifrá-la. Poderia entender o que ele falasse, mas eu não conseguiria reconhecer aquela voz. Vi que havia uma vela negra em uma mesa atrás dele. Notei que não conseguia ver sua face e sim uma escuridão debaixo daquela capa verde escura.

– O que quer de mim, monstro!? – gritei desesperado, pois eu não conseguia me movimentar muito e meus poderes estavam neutralizados.

– De você, apenas um pouco de sangue! – disse aquela voz oculta em um tom que me fazia tremer de medo.


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Notas finais do capítulo

Gostaríamos de alguns comentários de quem tiver lido o capítulo. Obrigado, por lerem Vingardion High! ;D



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