Johanna Mason escrita por Padfoot


Capítulo 2
01. Learn: never luck is on your side


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey nutellas! Como vão? Devo dizer que fiquei feliz com o resultado do capítulo anterior, e ~le encarnando o espírito da MM e Mrs Gillan~ quero agradecer às lindas Laufeyson, Senhorita Foxface e Little Directioner por favoritarem e à todos aqueles(a) que comentaram no prólogo.

Maaas, temos ainda quatro leitores fantasmas, e a vocês, nutellinhas, quero ressaltar que fantasmas devem ficar no Mundo Inferior, então eu vou ligar pra um amigo filho de Hades pra avisar que tem fantasmas lendo fanfics sem comentar, u.u
Espero que gostem do capítulo.



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No alto da árvore, pude ver a imensidão que era a floresta. Ela estava deserta, como sempre ficava todas as manhãs de Colheita.

O vento úmido fez meus cabelos soltos voarem para trás. Agradeci mentalmente pelo frescor proporcionado. As árvores me acalmam, assim como o cheiro da madeira. Céus, como isso é bom! Essa é uma das poucas horas em que consigo aproveitar realmente a calmaria do 7.

Posso ver o limite do distrito, separado por um alto muro eletrificado com cercas. Sua altura é tanta que chega a ultrapassar o comprimento das árvores. Há certos dias em que o muro se torna um verdadeiro problema: ele impede que a ventilação se espalhe pelo 7, e, nos piores dias de verão as pessoas começam a passar mal. O prefeito já tentou falar com os caras da Capital, mas em nada adiantou. Afinal, eles estão pouco se lixando se tem ou não alguém morrendo por aqui.

Por aqui e por toda Panem.

Qualquer dia desses eu enfio meu machado na cabeça daqueles infelizes, sonho acordada.

Ao leste, o Sol ilumina o verde de verão, produzindo um maravilhoso efeito sobre as árvores. O brilho solar invade meus olhos, prejudicando minha visão e me obriga a descer do galho mais alto.

Sinto meu pé escorregar na madeira úmida, seguido por um forte baque na terra seca. Droga! Meu quadril queima de dor, mas não é nada que não seja suportável. Me levanto com uma certa dificuldade e avisto um longo e pesado machado com o cabo de madeira e a lâmina afiada.

Meu pequeno amigo.

O pego sem exitar e rapidamente começo a cortar a madeira de um velho e inútil carvalho, que há tempos não nos serve para nada. Enquanto o atinjo, sinto minha frustração e medo desaparecerem aos poucos. Meu nome estará dentro daquele recipiente transparente exatas vinte e duas vezes.

Eu nunca fui a melhor pessoa em relação à contas matemáticas, mas, considerando o número populacional do Distrito, e levando em conta que quase metade dos participantes da Colheita tem em média dezessete e dezoito anos e seus nomes estão inscritos o dobro de vezes do meu… me sinto confiante. Confiante como nunca estive em alguma Colheita.

Prendo minha respiração ao ouvir passos vindo da trilha da cidade. Não que eu tenha medo de algo, ou alguém específico, mas se algum pacificador me encontra por aqui poderia me causar um terrível problema.

Algumas chicotadas, talvez, ou me trancariam num quarto sem comida e bebida durante uma semana. Quem sabe até mesmo me mandariam para a Capital. Ao menos são esses os boatos que correm pelo mercado negro.

Rapidamente arranco meu machado da madeira e corro para trás de uma mangueira. Seria mais eficiente se eu subisse na árvore, porém, isso custaria mais tempo do que tenho. O som dos passos se aproxima e encaro a possibilidade de ser alguém do mercado.

— Jey? — uma voz doce e aguda me chamou. Senti um alívio tocar meu peito.

Saio detrás da árvore, observando a garota magra e alta, com um vestido rosa-bebê com tule branco por baixo. Seus cabelos castanho-escuros, curtos e normalmente lisos, estavam encaracolados e soltos, seguros apenas por um fino arquinho branco que estava perfeitamente colocado em sua cabeça.

— Por Deus, Carly! — exclamei, dramatizando com uma mão no coração e a outra na testa, fingindo um desmaio — Você quase me matou de susto! Pensei que fossem os pacificadores.

Carly riu pelo nariz, logo depois endurecendo o olhar.

— Seu pai está louco atrás de você, Jey. — ela me repreendeu com o olhar — Você sumiu desde madrugada, onde estava com a cabeça?! Não avisou ninguém e já está quase na hora do almoço. — ela suspirou — Eu sabia que o único lugar onde você poderia estar era aqui.

Revirei os olhos. Carly sempre foi o tipo de pessoa certinha e educada, a garota perfeita, sem erros. Na maioria das vezes isso me irrita. Ela é como uma babá que acha que eu não sei me cuidar direito, mas talvez tenha sido isso que a tornou minha amiga. Ela é a responsável, mas sou eu — como ela mesma diz — a defensora. E eu não sou lésbica, muito menos a Carly. É que nós nos conhecemos há tanto tempo que temos uma relação de irmãs.

Mas, é claro, que eu nunca seria filha do prefeito.

— Tudo bem, tudo bem, Car. Eu já estava indo embora mesmo.

A morena arregalou os olhos ao ver meu machado em mãos.

— Droga, Johanna, o que você tá fazendo com isso de novo?! — ela fez menção de tirá-lo de minhas mãos, mas recuou com medo da lâmina. Carly é um ano mais velha do que eu, mas, ao contrário da maioria das pessoas da nossa idade ela nunca precisou trabalhar cortando madeira. O medo dela foi o que me fez ser a mais forte de nós duas.

— É só um machado, Car. E é totalmente inofensivo em minhas mãos. — sorri ironizando.

Atravessamos a floresta em passos largos e cuidadosos. A estrada da floresta logo acabou e eu já podia avistar o mercado negro ali perto. Carly se despediu de mim rapidamente e tomou o caminho oposto ao meu. Cheguei em casa após longos minutos, ainda com o machado em mãos e antes que meu pai pudesse vê-lo, o escondi dentro de um antigo armário de madeira.

— Johanna. — uma voz grossa e fria me fez recuar em sua direção.

Os olhos do homem alto e forte brilhavam de raiva à minha frente. Seus cabelos — um dia castanhos, hoje tinham fios grisalhos e estavam cuidadosamente penteados para trás. Em sua pele branca haviam várias cicatrizes dos dias de trabalho. Senti o cheiro gostoso de sabonete e loção para barbear. Ele estava vestido com uma camisa branca de botões, feita de linho e uma calça caqui preta. Conheço aquela vestimenta há dezesseis anos, apesar de que ele só o usa em ocasiões especiais.

— Desculpa, eu perdi a hora, pai. — o olhar do homem queimavam sobre mim.

James Mason estava com a mesma mesma expressão de quando eu tinha nove anos e bati em minha prima, Anna. Aquele foi o único dia em que ele pegou o cinto de couro e me repreendendo fisicamente. Poderia estar facilmente planejando o mesmo de sete anos atrás.

— Você não dormiu em casa, Johanna. Onde esteve? — perguntou, dois tons acima do normal.

— Na floresta. Eu queria dormir sobre as estrelas, pai. — respondi rapidamente, desviando seu olhar — Você sabe... me lembra ela.

Ele me encarou e por fim, suspirou, exausto. O homem me puxou para um abraço carinhoso e senti algo molhado pingando em meu cabelo. Lágrimas.

Às vezes era engraçada a rápida mudança de humor de meu pai. Mas, neste caso, é apenas lamentável o fato de que ele ainda não superou. James é um homem forte, ele tenta não demonstrar, mas sei que a morte dela o abalou mais do que o desejado.

Como se alguém desejasse sofrer pela morte de um ente querido.

— Eu também sinto falta dela. — ele disse, num sussurro quase inaudível. — Mas agora vá. Tome um banho, Jey, você está fedendo.

E então seu habitual sorriso bondoso voltou para a face. Sorri de canto, faz quatro meses em que minha mãe morreu. Ela tinha algo chamado tamilinose… não, não, era tuberculose. Nós não tínhamos dinheiro suficiente para comprar os remédios necessários. Meu pai a amava mais do que tudo e fora obrigado a vê-la morrer. Ela e eu nunca fomos próximas de verdade, mesmo assim, me doía ter de deixa-la ir.

Adentrei a velha banheira, já despida, e mergulhei debaixo d’água. Era refrescante. Com uma esponja, esfreguei meu corpo para tirar todos os resíduos de sujeira. Nunca entendi direito o porquê de toda essa frescuragem em dias de Colheita. Quer dizer, nem mesmo no Natal as pessoas se arrumavam tanto. E tudo isso pra quê? Simplesmente para agradar a Capital! A fraqueza e humilhação de todas essas pessoas me irrita.

Patético, simplesmente patético.

Esse era um dos motivos que eu não me dava muito bem com minha mãe: ela sempre gostara de me deixar bem vestida, com seus vestidos bordados à mão e laços no cabelo. Normalmente, eu usaria uma calça marrom velha e uma camiseta de flanela, igualmente antiga. Mas, este ano decidi fazer jus à memória da sra. Mason.

O tecido macio de algodão deslizou perfeitamente sobre meu corpo. Era um dos mais simples que minha mãe possuíra, todo em tons pastéis e borboletas voavam em sua estampa. Uma sandalha de couro antigo coube em meu pé, ela era confortável e macia, fácil de andar. Por último, encontro um par de brincos de madeira em formato de flores, os preferidos dela. Decido usá-los.

Me viro para encarar o espelho. A garota à minha frente parece realmente bonita, o vestido simples não marca seu corpo e os brincos dão charme ao seu rosto. Os cabelos castanhos longos e lisos estão cuidadosamente penteados sobre o ombro direito, e tão brilhosos e macios que dariam inveja.

Rio internamente: estou parecendo uma imbecil. Mas decido, sem delongas, ir assim mesmo.

A velha escada de madeira range enquanto a desço, pulando de dois em dois degraus. Ao chegar na cozinha, encontro a mesa já posta para o almoço. Me sento e encaro o prato. Uma sopa rala, com alguns poucos legumes cortados faz meu estômago roncar. O cheiro me abre o apetite, mesmo aquela não sendo a melhor das refeições. Ataquei o prato, sem exitar, mas com cuidado para não sujar o vestido. Percebi meu pai se aproximando de mim e sentando-se na cadeira ao lado.

— Já comeu? — perguntei, mastigando um pedaço de batata. Ele abriu um pequeno sorriso e assentiu, enquanto brincava com o meu cabelo.

Era óbvio que ele não havia comido nada. Engoli o legume e afastei o prato em sua direção.

— Coma tudo, Jey. — ele mandou, sustentando o pequenino sorriso no rosto.

— Já comi o suficiente, pai. — ele abriu a boca para protestar, mas eu o interrompi antes que começasse — Por favor, eu não posso deixar o senhor ficar com fome.

— Johanna, eu não estou com fome. — ele afirmou, com uma voz firme.

O encarei. Sempre soube de onde herdei toda minha teimosia.

— Ótimo. — sorri irônica, me levantando e pegando o prato — Então, nesse caso, vou levar a sopa para o Lerroy.

Foi a vez dele me encarar incrédulo.

Larroy é o cachorro desnutrido da sra. Smith, nossa vizinha.

— Johanna. — ele disse com a voz grossa e autoritária. — Senta e come.

Fiz o ordenado. Aprendi da pior maneira que não se deve contrariar o sr. Mason.

Ele soltou um suspiro pesado, enquanto eu terminava de comer. Deveria estar pensando nela, novamente. Se abaixou ficando de joelhos, o suficiente para conseguir ter a mesma direção de meus olhos. James Mason afagou meus cabelos e mexeu os lábios, formando um “Minha pequena”. Remexeu no bolso traseiro da calça e de lá tirou uma fina e comprida corda de couro, onde nela estava pendurado um pingente — do que me pareceu aço — e nele estava desenhado um machado e uma rosa, ambos em lados opostos em formação de X.

O homem suspendeu meu pulso direito e enrolou a corda de couro nele.

— Eu presenteei sua mãe com isso no dia do nosso casamento. — seus olhos estavam marejados — Você é mais parecida com ela do que pensa, minha Jey. Ela iria gostar de ver você bonita desse jeito.

Ele depositou um beijo em minha testa, me abraçando forte logo em seguida.

Com um susto, vi o relógio apontando para o horário marcado que eu teria de sair de casa. Uma hora antes da Colheita começar.

— Tenho que ir, pai. Eu o encontro lá?

— Claro, Jey. — ele assentiu — Agora vá, antes que você perca a hora.

Andei em passos largos até a porta de saída, mas me voltei para o homem de cabelos castanhos atrás de mim.

— Pai, como eu poderia perder a hora? — perguntei com um sorriso maroto estampado em meu rosto. — Por acaso ela é um objeto, uma matéria, algo sólido que dê para se perder?

Ele revirou os olhos.

— Eu não falei literalmente, Jey, você sabe disso. — ele me empurrou levemente em direção a porta — Anda e chega de gracinhas.

Ouvi o baque da porta e caminhei em direção a praça central, onde seriam sorteados os tributos. Ando pausadamente e logo vejo um casal se comendo às escondidas atrás de uma árvore. Reviro os olhos pelo tamanha imbecilidade. Estamos há menos de uma hora para encarar a provável morte de ao menos um habitante daqui do 7, e eles pensam em se comer. Fala sério!

Me aproximo sem que ambos percebam, entretidos nas mãos bobas e no beijo caloroso.

— Já podem parar com a palhaçada, eu não vou aturar toda essa indecência de vocês, não. — resmungo, puxando o garoto moreno pelo cabelo e o separando da namorado.

Ele tenta se afastar de mim, mas eu continuo segurando-o pelo cabelo. A garota fecha os botões abertos de seu vestido rosa-bebê rodado e endireita o arquinho branco no cabelo. Seus cachos se desfizeram totalmente e o habitual cabelo liso voltou ao normal.

— Você não poderia ser menos discreta, Johanna. — bufa Carly, chateada por eu ter novamente impedindo que meu primo a estuprasse.

— Ha-ha, você deveria me agradecer por não ser o sr. Moore que pegou vocês dois… assim. — olho de cima a baixo para ambos, demonstrando a indecência do ato. Não que eu fosse santa, mas desde que eles começaram a relação às escondidas provoco-os, principalmente Carly que sempre foi a tal santa do 7. Percebo que os lábios finos de meu primo, John, estão inchados e vermelhos e que o botão e o zíper de sua calça estão abertos, o que me faz outra vez revirar os olhos. Solto-o para que ele possa se arrumar.

— Você é uma ótima prima, Jey. — ele sorriu irônico para mim enquanto fecha a sua calça.

— Obviamente. — meus lábios se formam num sorriso parecido com o dele, porém ainda mais sarcástico. — Lembre-se que se não fosse por mim você não estaria fodendo minha melhor amiga agora, John-John.

As bochechas de Carly se tornam rubras com o meu comentário. John desvia o olhar e passa o braço pelos ombros da namorada. Caminhamos, os três, juntos.

— Ahn, Johanna? — chamou John, com um olhar divertido sobre mim.

— O que você quer agora, criança?! — bufei.

— Que roupas são essas? — notei que ele mordia a boca para não rir.

Senti meu rosto fervendo até a raiz dos cabelos.

— Não é da sua conta.

John Walter é o filho mais velho da minha tia por parte de pai, e é dois anos mais velho do que eu, ele é como um irmão mais velho que parece ser mais novo, uma coisa um tanto complicada de entender. Tem um ótimo humor, fazendo todos à sua volta rirem. Eu diria que ele e Carly foram feitos um para o outro: ambos possuem o mesmo rostinho inocente e ingênuo, mas são o oposto. Carly nem tanto, mas John principalmente. Fazem dois anos em que apresentei os dois, mas eles começaram esse namoro escondido há poucos meses, já que o Prefeito Moore não deixa a filha namorar. Ele a prenderia em casa eternamente se descobrisse que Car tem algum tipo de relação com John, um garoto que ele acha “superficial e aproveitador demais para uma moça tão boa e direita quanto Carly” — palavras do próprio.

Nos aproximamos de onde ocorreria a Colheita e logo meu primo se afastou da morena, para que ninguém os visse. Já havia um número considerável de pessoas por ali, o que me fez notar que estávamos atrasados, provavelmente. O símbolo da Capital estava em todos os lados, principalmente nas paredes do Edifício da Justiça. Câmeras e pacificadores cercavam o lugar e um telão já estava posto acima do palco montado.

— Espero que nenhum de nós três sejamos escolhidos. — disse John com certo temor em sua voz.

Carly apertou levemente sua mão e abriu um sorriso sincero para o namorado. De certa forma, me senti uma intrusa entre os dois.

— O que vocês fariam se fossem escolhidos? — perguntei sem motivo algum, encarando-os.

Um minuto se passou antes que finalmente alguém tomasse a palavra.

— Eu morreria. — Car respondeu, com um brilho de medo em seus olhos.

Nós três bem sabíamos que aquilo era verdade. Quem sabe, ela talvez sobrevivesse mais alguns dias por causa dos bons patrocínios que seu pai conseguiria.

— Eu fugiria. — começou John — Não da Capital, mas dos tributos. Eu iria me esconder e esperar que os outros se matassem. Sou rápido, provavelmente roubaria comida dos Carreiristas. Sei lá, ia tentar conquistar a Capital com humor.

Aquela era uma notável estratégia, mas somente se a pessoa soubesse ao certo o que estaria fazendo. Teria de encontrar os melhores esconderijos e ser realmente veloz. Caso contrário, morreria, de certo.

— E você, Jey? — indagou Carly, com a voz fraca num sussurro — O que faria?

Pensei por um segundo, mas eu já possuía a resposta na ponta da língua.

— O que eu sei fazer de melhor: — sorri marota — eu mentiria e depois iria matá-los. Eu iria foder com a vida de cada um dos queridinhos da Capital.

— E você venceria, com certeza. — afirmou John. Precisei olhar em seu rosto duas vezes, antes de notar que ele realmente falava sério. — Aliás, pulseira bonita.

Não entendi de imediado do que ele estava falando, só então lembrei do fio de couro com o pingente que era de minha mãe.

— Obrigada.

Nos despedimos rápido, enquanto John ia para o lado em que ficava os garotos. Carly me abraçou brevemente e seguiu para fileira das garotas com dezessete anos. Um pacificador me empurrou para junto das jovens com a minha idade.

Logo, o Prefeito Moore tomou a frente, discursando sobre o fim dos Dias Escuros e o começo dos Jogos Vorazes. Notei que esse ano teríamos somente um mentor, Rich Brown. Provavelmente Alyssia Williams estava doente, ou finalmente perceberam que a mulher já estava velha demais para conseguir, até mesmo, ficar de pé.

Rich era um homem na casa dos trinta anos, que ainda possuía um pouco da beleza que lhe sobrara e demasiado antisocial. As olheiras chegavam até as maçãs do rosto. Boatos que drogas de diversos tipos passavam por suas mãos para consumo próprio.

O tão familiar vídeo sobre o nascimento de Panem começara a rolar no telão e após minutos cansativos e tediantes, Viria Beauticolor, a mulher retardada vestida de inseto da Capital aparecera finalmente.

Ela só pode ter feito uma cirurgia para conseguir esse sorriso maior do que o do lobo mal.

— Bom dia, meninos e meninas, senhoras e senhores deste amável Distrito 7! — ela grita num falso entusiasmo. Seus dedos se mexem como se ela estivesse a tocar num piano. — É uma verdadeira honra poder sortear os nossos queridos tributos deste ano. — uma risadinha escapa de seus lábios ao terminar a frase. — E então, vamos começar pelas nossas doces meninas.

É incrível a quantidade de adjetivos no vocabulário dessa mulher.

Seus dedos novamente se movimentam formando notas invisíveis. Sua mão abaixa-se lentamente para pegar o fino papel com o nome da pobre infeliz.

Novamente, sinto a confiança tomar conta de meu corpo e anoto mentalmente de que não será este ano. Meu coração pulsa em adrenalina enquanto a mulher ler o nome da garota.

— Annaho Nosam! — exclama a mulher.

O alívio toma meu corpo, mas tão rápido quanto o sopro do vento, logo ele me deixou.

Todos começam a se entreolhar e avisto Carly sorrindo com esperança para mim.

Há duas lições na vida que devemos aprender:

1ª: A sorte nunca estará ao seu favor, aceite isso.
2ª: Jamais confie em seus instintos. Até mesmo eles podem lhe trair.

— Oh, minha nossa. — Viria arregala os olhos num pavor exagerado — Sinto muito, muito mesmo. Eu li errado. — ela solta risadinhas sem jeito e vira o papel de cabeça para baixo — A sortuda dos Jogos Vorazes deste ano é Johanna Mason!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sério, gente, não deixem de comentar, por que eu preciso saber da opinião de vocês.
Para quem não tá entendendo: as frases em itálico são os pensamentos da Johanna.
Ah, e sim. Sim, o sobrenome da Viria é uma junção de duas palavras que significa, mais ou menos, beleza de cor ou cor da beleza. Algo assim. Eu estava meio sem criatividade pra criar.

Para saber mais, visite:
http://padfo0ot.tumblr.com/tagged/johannamason

Aliás, vocês acham que essa capa está boa ou eu preciso pedir outra?
Hmm, quem quiser ver a roupa da Johanna entre no link abaixo:
http://www.polyvore.com/colheita_johanna/set?id=104363371

Beijos&Chocolates!