(Edward Povs)

 Eu estava voltando a me animar, resolvi que não usaria mais o Volvo, pois tudo dentro dele me recordava Bella, eu não queria, mas me torturar, como se isso fosse possível, apenas o fato de eu existir e ela não, era suficiente.
Estávamos todos preparados para voltarmos a conviver com os humanos, para repetir tudo novamente, mas agora seria diferente, eu não teria minha base, minha esperança, eu podia até ter voltado a me animar, mas eu sabia que eu não suportaria por muito tempo ouvir os pensamentos de todos, sem dar um ataque...
Estava em meu quarto terminando de arrumar minhas coisas, enquanto ouvia Alice cantarolando pela casa, de repente ela apareceu na porta de meu quarto sorrindo e disse:
- Vamos.....
- Eu vou de Harley... Eu respondi surpreendendo-a
- Uau, vai chegar abalandooo.... Ela disse saltitante...
- Novamente Os Cullens.... Alice disse tediosa...
- È fazer o que.... Retruquei...
- Vá na frente pois eu irei com Jasper e os outros no porsche da Rosalie. Alice me incentivou
- Pode deixar..... Eu respondi enquanto começava a sentir a dor me remoendo de novo.
- Bye... Alice se despediu voltando a seu quarto...
Eu respirei fundo, pegando o capacete em cima do sofá preto, pondo as luvas de couro, e a jaqueta que vieram junto com a moto, até que para alguém que não queria chamar atenção, só faltava gritar alto, mas eu não quis desapontar Alice, ela estava tão animada por eu estar sorridente.
Desci as escadas com a mochila nas costas, passando por Esme que sorria vendo que pela primeira vez em muitos anos, eu decidira fazer alguma coisa nova, não que fosse novidade, mas depois de tanto tempo, poderia ser divertido.
Subi na moto, encarando os ponteiros, e acelerei ouvindo o ronco do motor, os ponteiros batiam a 160km/hrs, as arvores e as linhas desenhadas no asfalto passavam por mim como borrões, tentei me concentrar apenas no ronco do motor na estrada...
Me deixei sentir o vento cortando meu rosto através do visor do capacete, quando comecei a diminuir virando na curva aonde a placa amarela indicava: Corks School.
Foi quando uma rajada de vento me atingiu, trazendo com ela um cheiro que eu não sentia a muito tempo, mas um cheiro que me era inconfundível, um cheiro capaz de derrubar todas as minhas barreiras, perdi totalmente o controle da moto, derrapando no gelo que ainda havia no asfalto, e quando me dei conta, eu havia atropelado uma jovem, fui rápido antes que ela batesse com a cabeça no chão, mas ao me aproximar o cheiro me invadiu, fazendo minha garganta queimar, fazendo o monstro despertar como na primeira vez, somente a idéia de sentir aquele cheiro novamente quase me fizera perder todo o controle.
Enquanto a segurava, a confusão se formava ao nosso redor, amigos histéricos, e preocupados.
“ Muito bem, para quem não queria chamar atenção” pensei comigo mesmo.
Os cabelos cor de chocolate tampavam seu rosto, mas eu não ousei toca-la, tinha medo de que a ferisse mas do que já estava, pois concerteza eu havia quebrado seu braço esquerdo.
- Calma, ela esta bem, acho que eu só quebrei seu braço. Eu informei alguns amigos que estavam eufóricos, tudo fora tão rápido que nem o capacete eu havia tirado.
- Alguém já chamou o resgate? Uma garota loira e histérica se aproximou
- Seu retardo, porque você não olhou para frente.... A garota gritava comigo furiosa.
- Calma gente, nos chegamos... Os paramedicos disseram se aproximando.
Enquanto os paramedicos a socorriam, a culpa por te-la machucado me invadia, eu mal chegara e já fizera mal aquela pequena humana.
- Leve-a para o Centro Médico, e procure pelo Dr.Cullen. Eu pedi que a encaminha-se para Carlisle.
Enquanto a ambulância partia, me virei em direção da amiga histérica e disse:
- Vamos eu te levo para o hospital...
- Vê, se também não vai me matar... A garota disse histérica...
- Calma.... Tentei tranqüiliza-la.
A garota subiu na garupa, enquanto eu acelerei em direção ao Centro Médico, eu estava tão entorpecido, tão atordoado com o cheiro familiar, que quando me dei conta já havíamos chegado ao centro medico, e a menina estava grudada em minha cintura apavorada com a velocidade que devia ter vindo,.
- Você sempre anda assim? Ela exclamou
- Costume... Respondi sem pensar
- Devia andar mas devagar para evitar acidentes como o de hoje... A garota me repreendeu
E saiu andando em direção a entrada do Centro Médico, em poucos segundos ela havia sumido no imenso corredor a procura da sua amiga.
Tirei todos os meus equipamentos, ainda me recuperando do cheiro que continuava impregnado nas minhas luvas, e nas minhas narinas, respirei fundo e entrei no Centro
Médico, indo direto na direção de Carlisle, ao me aproximar ele me olhava com uma cara de espanto e preocupação.
- Pai, desculpe fui eu que atropelei a menina, Eu pedi
- Mas o que aconteceu? Carlisle perguntou preocupado
- Você não sentiu o cheiro dela? Eu exclamei angustiado.
- Sim, Edward eu senti e fiquei tão atordoado como você. Ele me respondeu confuso
- Não pode ser, ela esta morta... Respondi seco.
- Nos sabemos disso, mas não há como negar que o cheiro e o mesmo. Carlisle disse ainda atordoado.
- Você ainda não foi atende-la ? Eu perguntei confuso.
- Exatamente por isso, não suporto ficar perto daquele cheiro sem que as lembranças invadam minha mente. Carlisle disse me surpreendendo.
- Mas preciso saber se ela ficará bem? Eu perguntei preocupado com a pobre humana.
Quando uma mulher histérica invadiu o centro medico, chorando rios de lagrimas, ela corria desesperada, ate que desabou nos braços de Carlisle, concerteza aquela devia ser a mãe, da menina que eu atropelara.
- Aonde esta minha filha? A mulher gritava histérica
- Calma, senhora, primeiro respire fundo. Carlisle tentava acalma-la.
- Aonde esta Lucy?? Ela perguntou novamente.
- È a menina que foi atropelada? Perguntei cautelosamente
- Sim.... Ela respondeu angustiada.
- Calma, senhora, ela apenas quebrou um braço, ela ficara bem.. Carlisle respondeu
- Aonde esta o babaca que atropelou minha filha? Ela perguntou furiosa.
- Senhora me desculpe, foi um acidente, eu escorreguei no gelo e perdi o controle da moto. Eu disse assumindo minha culpa.
- Senhora peço desculpas pelo meu filho, realmente fora um acidente. Carlisle repetiu a mulher que pareceu se convencer, tudo que ela queria era ver sua adorada filha,.
- Por aqui venha, vou te levar ate a sua filha ... Carlisle respondeu levando-a ate a porta do quarto em que a menina estava, a mulher entrou desesperada, mas logo se acalmou ao ver sua filha.
- Ela terá alta amanha. Carlisle me informou.
- Sim, amanha pedirei desculpas a ela na escola. Eu respondi.
- Melhor você partir Edward. Carlisle me ordenou.
Coloquei o capacete de volta, e subi na harley e peguei a estrada de volta para casa, 
Quando chegue Alice e os outros me aguardavam curiosos e furiosos por eu ter estragado o primeiro dia de aula.
Entrei largando as coisas em cima do sofá, e os encarei, mas antes que alguém dissesse algo, comecei a explicar:
- Vocês não entendem, nenhum de vocês sentiu aquele cheiro, era exatamente o cheiro de Bella, o mesmo aroma doce e enlouquecedor, perdi o controle da moto e atingi a humana.
- Edward, não pode ser Bella esta morta, será que você nunca ira se convencer disso. Alice disse furiosa.
- Não Alice, eu não estou dizendo que ela seja a Bella, mas ela tem o mesmo cheiro, aquele cheiro que não tem como esquecer, ate Carlisle deixou de atende-la por causa do cheiro. Eu os informei.
- Não é possível, amanha teremos que chegar perto dela. Alice respondeu
- Sim, amanha ela ira na escola para avisar os amigos que esta bem, todos iremos te provar que você esta enlouquecendo. Alice me avisou e saiu andando antes que eu pudesse dizer algo mas.
Subi as escadas me trancando em meu quarto, e sentindo o cheiro doce e suave ainda impregnado em minhas luvas de couro, que eu havia usado para ampara-la.