Até os trilhos do trem. escrita por SuKiTa


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Eles são as coisinhas mais lindas do meu coração, então, sei lá, deu vontade de falar do Jez ♥~
eu queria escrever uma história que eles ficassem juntos, mas eu gosto tanto do Jezebel só percebendo que o amor que ele tanto queria vinha do Cassian e não do Alexis pouco antes de morrer que, foda-se, eu não consigo mesmo destruir essa história ♥ ~
LALALALLALALA
hope u like it



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Cassian estava morto. Aquele homen com cara de garoto, talvez por seu deficit no desenvolvimento físico, fosse ainda mais descrente do mundo que qualquer pessoa de sua verdadeira idade. Morto. Dizia ele que já estava morto fazia tempo. Só tinha se juntado à Delilah para conseguir curar-se de si mesmo. Estava sempre igual. Anos e anos se passavam e ele tinha sempre o mesmo rosto e, agora, com certeza nenhuma ruga viria a macular sua pele infantil e provocar-lhe um sorriso. Cassian. Cassian estava morto.

Não é certo dizer que o que inundou o corpo do Doudor Disraeli foi desespero. Aquilo não era tristeza, aquilo não era solidão. Era surpresa. Nunca vira alguém que de fato o conhecesse se sacrificando por ele. Nunca vira alguém ter para com ele tamanha consideração, tanta nobreza. Não conseguia entender porque aquele homem, com quem tivera tantas brigas, estava tentando dar-lhe uma luz para que salvasse sua própria vida. Enquanto ele falava, só conseguia pensar no que fazer.

“Como eu o salvo? Como eu o salvo? Como eu o Salvo?”

Sentia o pequeno corpo tremendo, via os olhos implorando para que ele se salvasse. Porque até mesmo naquele momento aquele cara pensava nele? Porque não se preocupava com sua própria morte? Sentiu, por um momento, o que achava que Cain sentia quando Riff, não importando a circunstância, se arriscava para salvá-lo. Sentiu o que era ser importante de verdade para alguém.

Olhou para O Sacerdote caído a sua frente. Podia, se quisesse, matá-lo. Ganhara a aposta, os corpos eram compatíveis, ele era dele para o que quisesse. Hesitou. Odiava Cassandra com todo o seu ser e sabia que Cassian também o odiava. Não podia deixar aquela carta morrer, mas tinha medo de nunca mais se sentir a vontade de olhar para o homem que lhe passara, mesmo que por um instante, o sentimento de que era importante.

Não tinha mais tempo de pensar, precisava agir. Chamou alguns subordinados e levou os dois corpos. Carregou ele mesmo Cassian, tinha medo que, sem acompanhamento de algum médico, ele morreria no caminho.

Nunca hesitara em abrir um humano como hesitou quando abriu a cabeça de seu subordinado. Se falhasse, aquele homem nunca mais existiria e a culpa seria totalmente sua. Aquele homem morreria por tê-lo salvado e por ele ter falhado. Precisava sentir aquele carinho de novo. Precisava salvar aquela pessoa, aquela única pessoa que demonstrara ser, talvez, tão puro quanto um animal.

Tudo correra bem. Estava louco para sair dali. Não queria ver o corpo de Cassian sendo jogado fora. Não queria sentir que perdera uma parte daquele homem. Suas luvas estavam cobertas de sangue. Sangue do antigo e do novo corpo de Cassian. Cobertas de vingança, nojo, medo e, principalmente, carinho. Era estranho para ele sentir aquele carinho por um homem que não fosse Alexis.

Seu pai o parou na saída. Sorria aquele mesmo sorriso de todos os dias, mas parecia diferente. Parecia que, por um instante, Jezebel conseguira ver todo o desprezo daquele homem e sentir nojo dele. Ele se dizia orgulhoso, mas, de fato, não parecia se importar com o sucesso da cirurgia. Parecia se divertir vendo o estado conturbado em que o loiro estava. Além disso, deixou claro que queria impedir que saísse logo dalí, queria vê-lo sofrendo mais um pouco. Queria se alimentar de seu desespero.

Não queria ver Cassian quando este acordasse no novo corpo. Não conseguiria ver aquele rosto infantil no imbecil do Cassandra. Não queria ter aversão àquele homem. Preferia não vê-lo do que sentir o nojo que ele mesmo teria de seu novo corpo. Mas o que importava não era se ele estava feliz, e sim que ele estava vivo. Sim, Cassian estava vivo e somente isso importava.

Semanas depois, estava andando com seu novo companheiro de missão, uma carta idiota com quem não tinha nenhuma vontade de manter uma conversa. Pensava se Cassian já estava acostumado ao funcionamento de Cassandra. Queria vê-lo. Sabia que abandonara a Delilah, mas ainda assim queria vê-lo. Não queria admitir que seu interesse por Cassian, nesse momento, era mais do que científico. Tentava acreditar que queria somente saber sobre o sucesso da operação, mas o peito apertava em pensar que não o veria novamente.

Um homem alto esbarrou nele na rua. Sentiu um olhar caloroso ao ouvir uma voz familiar. Era a voz de Cassandra. Era o olhar de Cassian. Sentiu a energia familiar daquele homem e também sentiu-a se distanciando. não queria acredirar que ele realmente iria embora sem ao menos dizer adeus. Sabia que ele o tinha visto. Foi atrás, deixando tudo que tinha em suas mãos cair ao chão. Esbarrou em muitas pessoas, foi xingado e ameaçado, mas não ligava. Queria vê-lo. Reconheceu o homem de boina, ainda com faixas na cabeça, como aquele que procurava. Ele acabara de entrar em um trem e o olhava de dentro da cabine. O olhar suplicante de Cassian despontava daqueles olhos que um dia foram de um Arcano Maior. Queriam que ele fosse com ele, queriam que ele se salvasse. O coração de Jezebel queria saltar pela boca. Queria abraçar aquele que lhe proporcionara um tempo a mais de vida, aquele que esteve se preocupando com ele bem de perto, mesmo que mantendo o silêncio.

Sentiu que queria chorar. Chorar pela partida do outro, mas, principalmente, por não ser capaz de ir junto. Não ser capaz de salvar aquela pessoa que aquele homem salvara. Queria se salvar, mas não conseguia imaginar sua vida sem seu pai, sem a força que aquele homem tinha sobre si. Se não fosse por ele, certamente iria com Cassian para qualquer lugar. Sabia que ele o seguiria e viveriam perto da natureza de que ele tanto gostava e que o mais velho só diria que estava lá para assegurar que aquele moleque não se machucasse vivendo sozinho no meio do mato.


O trem começou a andar e, da plataforma, os dois se despediram com o olhar, deixando os corações e as esperanças esmigalhadas nos trilhos.

And that's all...?


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Notas finais do capítulo

primeira vez que escrevi deles :x
espero que não tenha destruído o Jezebel ♥ ~
mimimimimi
é isso
beijoquinhas ;D



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