Superando Você escrita por Persephonne


Capítulo 5
Capítulo 5




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Na semana seguinte, para a surpresa de todos os rapazes do My Chemical Romance, Brian conseguiu arranjar uma turnê para eles junto aos caras do Used. Pra infelicidade de Frank. Ele não sabia por quê estava receoso sobre essa tal turnê, mas não estava ansioso em descobrir essa resposta. Cada vez mais ele tentava estar mais junto a Brian, como se isso fosse ainda possível. Sempre que Gerard estava perto, o guitarrista arranjava um jeito de grudar no empresário. O vocalista os olhava de uma forma melancólica, e se dirigia a outra parte do ônibus, ou se estivessem parados, saia pra qualquer lugar longe dos dois. Frank pensava que não fazia isso de propósito, ele pensava que queria ficar mais perto de Brian. O empresário não notava, ainda mais por estar ocupado demais com seus trabalhos e as conseqüentes sessões de prazer entre ele e o mais novo, que sempre ocorriam em algum lugar fora da vista dos outros. Não que eles estivessem escondendo muito bem a “relação”, pois todos da banda já sabiam sobre os dois, mas eles tentavam ser os mais discretos possíveis.

Diante do fato da nova turnê, os caras do Used estavam sempre rondando o ônibus do MCR, principalmente Bert. Constantemente Frank pegava Gerard e o outro vocalista se agarrando dentro do beliche do mais velho. Sem notar, o guitarrista passava alguns instantes inspecionando e prestando atenção aos sons que vinha por detrás das cortinas a sua frente, até perceber que aquilo não era da sua conta. Gerard não era mais da sua conta. O que o vocalista fazia agora não mais lhe dizia respeito. Mas ele não podia evitar em prestar atenção nos dois sempre que eles estivessem juntos. Diferente de Gerard, Frank ficava parado como uma pedra no local onde os outros dois vocalistas estavam, sem o menor ressentimento. Para ele, se Bert e Gerard quisessem se pegar, eles que arranjassem um quarto.

Em uma das não tão raras inspeções de Frank aos sons vindos do beliche de Gerard, ele se surpreendeu ao ouvir seu nome em algum momento. A partir dali, não pôde parar de prestar atenção aquele pequeno cubículo a sua frente. Seu nome dito repetidas vezes, seguidos por gemidos reprimidos, e respirações ofegantes foi só o que ele pôde ouvir. Mas se Gerard estava com Bert ali dentro, como o mais velho sussurrava seu nome? Depois de mais alguns momentos de pura atenção da parte de Frank, Gerard soltou um ultimo gemido e em seguida levantou-se de seu beliche. Frank examinou as cortinas agora abertas e não viu nada alem de um espaço vazio. Bert não estava ali dentro. O guitarrista notou também que havia se intrometido demais no espaço do seu vocalista, e que se ele estava se masturbando, ou qualquer outra coisa, isso não era de sua conta. Mas porra, ele sussurrava seu nome! Frank sacudiu a cabeça em descrença, acreditando que o que ouvira não passava de sua imaginação, e de desejos passados e que agora já estavam devidamente esquecidos. Pelo menos era isso que ele pensava. E ele lutava para que realmente tivesse sido sua mente a inventar aqueles gemidos, aquelas palavras, e toda aquela situação. Só de voltar a pensar no que acabara de “acontecer” (ele ainda tentava acreditar que era tudo fruto de sua imaginação), já sentia seu pênis latejar dentro de suas calças jeans apertadas, e não conseguiu segurar sua mão, deixando-a ir de encontro a sua ereção que agora o incomodava. Ao tocar-se levemente ainda por cima de sua calça, soltou um gemido que estava preso em sua garganta desde que tentara tirar a imagem de Gerard se masturbando de sua cabeça. Gerard em seu beliche, calças arriadas até seus tornozelos, sua mão macia e suave envolvendo seu próprio pênis em menções de subida e descida, se polegar meramente acariciando a cabeça de sua ereção, sua boca ligeiramente aberta, gemidos reprimidos saindo de sua garganta, seu nome, Frank, suor escorrendo pela sua testa... Sem perceber, Frank já tinha sua mão por dentro de seus jeans já devidamente abertos. Com a imagem de Gerard ainda em sua mente, envolveu seu membro com seu punho, a palma gelada de sua mão encontrando a pele quente que até o momento estava coberta. Se masturbou com o pensamento longe dali, imaginando coisas que realmente desejava que acontecessem. Abriu os olhos após alguns minutos de auto-prazer, e encontrou brian sorrindo maliciosamente a sua frente.

- Não esperou por mim?

 

***

Gerard saíra do seu beliche às pressas, entrando sem mais delongas no banheiro. Sua mão estava gosmenta, coberta com seu próprio sêmen, e sua cabeça recheada de imagens que não deveria. Estava com Bert, numa relação um pouco diferente, mas ainda sim estava, mas ao se tocar, só no que podia pensar era em Frank ao seu lado, lhe ajudando da melhor maneira possível, do único jeito que ele poderia lhe ajudar. O beijando com toda a paixão que poderia ter. O desejo de sentir a boca de Frank na sua era quase incontrolável, e ele se crucificava por pensar assim. Frank estava com Brian, e agora era tarde demais para voltar atrás. Pra ter qualquer tipo de iniciativa. E ele estava com Bert. E era em Bert que ele deveria pensar nesses momentos. Não. Pensar, não. Bert que deveria estar lá com ele, lhe incitando pensamentos, e o ajudando com sua própria pele grudada em Gerard. Lavou as mãos ainda com os mesmos pensamentos, e saiu do bainheiro a procura da pessoa certa em que ele deveria pensar. Se ao menos Bert um dia pudesse ser realmente a pessoa certa...

Encontrou o outro vocalista sentado ao sofá de fronte à televisão, gritando (como sempre) e xingando (outra normalidade), enquanto via Ray e Mikey jogar vídeo game. Sorriu para si com a imagem e sentou-se ao lado do outro front man. Bert sorriu para ele, mas logo voltou sua atenção ao jogo, xingando novamente e gritando. Gerard se sentiu um pouco mais confortável com essa situação.

***

 

Os dias passaram e Frank tentou agir o mais normalmente possível. Na verdade, não havia motivo pra ele agir estranho. Gerard estava com Bert, ele estava com Brian e estava tudo bem. Né?

Frank tentava agir como se tudo estivesse bem. Tentava se apaixonar por Brian. Mas sabia que não havia como ele substituir Gerard. Nem em um milhão de anos. Então o jeito era se virar e ficar no seu quarto de hotel se masturbando discretamente com o pensamento pousado no vocalista quando Brian estivesse longe, ou, como agora, ficar deitado pensativo.

Então Brian apareceu e se sentou na borda da sua cama. Frank o olhou e sorriu.

- E aí?

- O que você tá fazendo aqui, todo emo? Tá todo mundo no corredor.

- Nada... só to emo. – o guitarrista sorriu docemente. Brian riu e se deitou ao lado dele.

- E porque você tá e... – ele parou de falar porque nessa hora Gerard e Bert entraram de repente no quarto, abraçados e rindo. Então notaram que estavam no quarto errado. Por um segundo, Gerard e Frank trocaram um olhar, um estudando o outro. Então Bert puxou Gerard para fora do quarto e fecharam a porta. Frank ficou olhando para a porta por mais uns instantes, como se o vocalista ainda estivesse lá. Então deixou escapar um suspiro involuntário.

- Então é isso. – Brian falou. Frank o olhou, não entendendo. Ou não querendo entender.

- Isso o que?

- É por isso que você tá emo. Eu pensei que fosse demorar mais, até.

- Isso o que, Brian? – Frank perguntou, não realmente querendo ouvir a resposta.

- Os dois. – ele deu um risinho que não tinha nenhuma alegria. – Eu não sou cego, Frank. E também não sou tão idiota pra pedir pra você esquecer de algo assim de repente, mas parece que você nem tenta!

- Eu estou tentando. – Frank falou, irritado. – Você não sabe como é.... – suspirou. – Você entende a minha situação e eu sou grato por isso. Mas não me apresse.

- Apressar pra quê?! Frank, é tão óbvio que você ainda baba pelo Gerard! E não pense que eu não sei que você bate punheta por ele. Mas eu entendo. Realmente entendo. Eu não posso pedir tanto tão cedo, mas nós estamos juntos a um mês já e você ainda parece.... indeciso. E eu não posso lidar com isso. Eu simplesmente NÃO POSSO ficar com ciúme do vocalista da banda pra quem eu trabalho. Não é justo, Frank.

Brian falou isso tudo sem se alterar. Ele nunca se alterava. Era uma das coisas que Frank gostava tanto nele. Mas agora o guitarrista ficou calado, absorvendo as palavras do outro e sentindo a culpa queimando. Brian continuou, mais doce:

- Frank...

Eles se olharam. Palavras eram desnecessárias. Brian queria uma garantia que Frank não podia dar. Não agora. O guitarrista continuou calado, o que fez o empresário levantar da cama, irritado.

- Quando você tiver uma resposta melhor que essa, me avise. – e foi embora.

Frank deitou novamente na cama e apertou os olhos com as mãos. Suspirou pesadamente.

***


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