Capitulo XXXV – A terceira gravidez parte 2

Duas semanas se passaram. A saúde de Gina estava ótima nos seus dois meses de gravidez, ela assim como Harry, receberam alta em um lindo dia de sol, mas ambos saíram do St. Mungus com uma lista de restrições médicas, na última pauta escrita pelo Dr. Draco Malfoy em letras inclinadas e elegantes dizia, ou os obrigava, a um repouso vigoroso em casa. Luna deu a ideia do casal passar o tempo de recuperação em sua casa. Já que era um lugar enorme e aconchegante que ficava localizado em Godric’s Hollow.

– Ah vocês vão sim – a loirinha se impôs sobre os protestos de Gina – James e Albus já estão lá há uma semana, nossos filhos são grandes amigos. Você não quer ver quatro crianças deprimidas...

Sim, Luna sabia fazer chantagem emocional e era extremamente fofo a carinha que ela fazia nessas horas.

Gina e Harry acabaram na sala de estar mais aconchegante que já estiveram depois da sua própria, a dos Scamaders. Era um ambiente quadrado e enorme. Com duas grandes janelas, uma em cada lado da mediana porta da frente feita de carvalho. Não havia sofá ou poltronas, no meio do cômodo tinha algo parecido com um colchão, coberto por cetim azul e cheio de almofadas de todas as cores, estampas e tamanhos. Cabiam varias pessoas ali em cima, Gina imaginou uma guerra de travesseiros, seria muito divertido.

A parede oposta a porta não era bem uma parede. Era uma estante aberta dos dois lados e lotada de livros, como as de biblioteca. Era possível ver a sala de jantar entre os espaços dos livros que estavam muito bem organizados e limpos. Um lustre de cristais coloridos iluminava a sala com diferentes tons de rosa, verde, azul, amarelo e vermelho. Pode parecer algo perturbador de olhar, já que eram muitas cores, mas não era. Era bom.

Rolf Scamader foi visto descendo às escadas que nos levavam para o segundo andar.

– Que bom ver vocês! – ele exclamou abrindo os braços para receber Gina e depois estendendo a mão para cumprimentar Harry, até se aproximar da esposa e depositar um selinho rápido, mas apaixonado em seus lábios.

– Lembrem-se, sem muito tempo em pé – Luna repreendeu os amigos com uma voz doce, quando percebeu que eles ainda não tinham saído de perto da porta.

– Essa casa é bem mais legal que a outra – Gina soltou maravilhada olhando o teto, que tinha diferentes desenhos de estrelas – Fizeram uma boa escolha...

– De fato – Harry completou de queijo caído encarando a estante gigantesca a sua frente.

– Luna que escolheu – comentou Rolf orgulhoso, passando o braço pela cintura da esposa.

– Aquela em Londres tava muito comum e era pequena demais para os meninos... Sem falar do quintal desta, que é enorme – Luna falou.

– Por falar nisso, onde estão meus pequenos? – Gina quis saber andando alguns passos em direção à escada, olhando o seu topo.

– As quatro pimentinhas então dormindo – Rolf respondeu – Graças a Merlin! Amo meus filhos e os de vocês... mas aqueles quatro tem energia para essa vida e para mais outras duas, eu não aguento tanto assim.

A sala riu um pouco.

– Okey... Para o quarto! Descanso! – Luna deu o veredito enlaçando o braço de Gina em seu braço direito e Harry em seu esquerdo e os arrastou carinhosamente para o quarto de hospedes do primeiro andar.

A viagem do St. Mungus até a casa de Luna foi exaustiva tanto para Harry, quanto para Gina. Assim que chegaram ao quarto destinado a eles, se acomodaram na cama de casal, se importando apenas em tirar os sapatos. A ruiva deito-se com a barriga para cima no lado esquerdo da cama de casal e o moreno deito-se de barriga para baixo no lado direito. Ficaram em silêncio, só se olhando com carinho.

– É tão bom estar com você fora do St. Mungus – Harry quebrou o silêncio.

– Me sinto mais leve e feliz... Aquele lugar era tão fúnebre – Gina comentou olhando para o teto iluminado pela luz do sol que adentrava no quatro pela janela a cima da cama – Mesmo com a nossa família lá, nos dando apoio e nos arrancando sorrisos... Era complicado.

Harry se inclinou a medida certa para encontrar a boca da esposa e colar seus lábios com os dele, dando-lhe assim um beijo calmo, terno, apaixonado e molhado.

– Eu fiquei com tanto medo... – Gina sussurrou com a testa colada na do marido. Lágrimas passaram a cair lentamente dos seus olhos castanhos – Fiquei com medo de...

Harry não permitiu que ela falasse, cobriu a boca dela novamente com a sua e ficaram ali por alguns segundos, acariciando um a língua do outro com paciência.

– Estamos bem, meu amor – ele lhe garantiu deslizando um pouco mais pra baixo e beijando a barriga saliente de Gina – Vamos ter mais um filho lindo, escolheremos seu nome juntos no dia do parto, como sempre fazemos... Vamos ficar bem, confie em mim... Confie em nós.

Gina não podia pestanejar, ela não podia ser pessimista. A intensidade dos olhos verdes de Harry não permitia ela de fazer isso. Ela seria forte, assim como o amor dos dois.

A ruiva apenas sorriu em resposta ao marido e nesse momento duas pessoinhas entraram no cômodo. Eram dois meninos, um tinha três anos e o outro tinha dois.

– Eles estão mesmo aqui! – James gritou correndo em direção a cama e pulando em cima do pai, que riu alto com a recepção do filho.

Albus apenas soltou uma gargalhada de bebê e subiu devagar na cama, abraçando sua mãe delicadamente em seguida. Algo dizia para ele que ela precisava de cuidados, assim como o papai.

– Olá, amigo. Senti sua falta – Gina disse se sentando e com um sorriso de orelha a orelha, apertando o filho mais novo o máximo que podia em um abraço.

– E ai, Campeão? – Harry ofegava, tentando falar e se sentar, mas estava difícil, já que James apertava seu pescoço com força – Senti sua falta também, camarada.

Em seguida, James e Albus trocaram de posição. Sirius abraçou a mãe com um pouco mais de cautela e depositou um beijo molhado e fofo na bochecha dela. Severus apertou o pai e o ofereceu o maior sorriso que podia fazer, um sorriso cheio de dentes pequenos e branquinhos.

– Como vocês se comportaram? – Gina brincou – Não deram trabalho à vovó ou a tia Luna, não é?

Os irmãos se olharam e trocaram um sorrisinho cúmplice de criança. James se soltou dos braços da mãe e começou a pular no meio da cama, na tentativa inocente de mudar de assunto, já que era claro que quando se falava da dupla, James Sirius e Albus Severus, ninguém tinha paz.

Foi quando aconteceu...

Folhas secas entraram pela janela do quarto e começaram a dançar na cabeça de James. Quando mais este pulava, mais as folhas se misturavam. O primogênito dos Potters começou a subir e descer com as mãozinhas e as folhas copiavam seus movimentos.

Gina chorava de emoção e cobria a boca com a mão, seu olhar era vidrado no filho mais velho. Harry sorria orgulhoso e batia palmas, estimulando ainda mais os pulos de James. Albus estava de boca aberta, ele poderia ser novinho, mas sabia o que estava acontecendo e estava facinado.

– Mamãozinho, você tá igual ao plimo Fled – ele exclamou.

Gina deu um gritinho de orgulho quando James parou de pular e olhou para cima da própria cabeça. As folhas caíram com a falta de movimento do seu mestre e quando isso aconteceu, Luna e Rolf entraram com tudo no quarto.

– O que está acontecendo, vocês estão bem? – a loirinha perguntou assustada.

– Luna, ele fez magia! Ele é um bruxo! James é um bruxo! – Gina respondeu sem tirar os olhos do filho, que se calou sem entender nada.

A expressão de Luna deixou de ser angustiada para ser feliz e Rolf começou a rir descontroladamente ao seu lado. Ele ria tanto que chegou a se curvar com a mão na barriga e Harry passou por um choque quando entendeu porquê.

– Do que você esta rindo, querido? – Luna perguntou claramente confusa com a reação do marido.

– Pois é, do que você esta rindo? – a ruiva perguntou irritada.

– Estamos lascados, Gina – Harry respondeu se jogando na cama rindo também – Nunca mais teremos paz.