Capítulo III – Aflições

Meses se passaram depois do noivado. Harry e Rony já estavam em uma nova missão, os dois nunca saiam um sem o outro. Isso deixava as meninas mais tranquilas. Aqueles dois só sobreviveriam um com o outro e com Hermione, mas Hermione não era um Auror, o que quer dizer que os dois já tinham que se virarem, o que era difícil, imagine sozinhos? Esses pensamentos eram banidos da cabeça de Gina e Hermione.

As duas estavam ajudando a Sra. Weasley em todos os deveres da Toca. As três passavam a maioria do tempo juntas, já que os meninos sempre estavam em missões cassando Comensais da Morte e o Sr. Weasley passava muito tempo no ministério. E Gina e Hermione estavam de férias do trabalho, a ruiva estava aproveitando um tempo sem as temporadas de quadribol e Hermione quase nunca tinha muito trabalho no ministério.

Hermione estava tirando uma soneca na cama de Rony quando uma coruja a acordou. Ela viu a coruja cinzenta com uma carta no bico, Hermione se inclinou sem se levantar e alcançou a carta. Assim que seu papel estava cumprido a coruja levantou voo. Hermione abriu a carta e leu o seguinte:

Oi amor

Bom, quero que você fique calma antes de qualquer coisa. Achamos um grande grupo de Comensais da Morte e bolamos um plano para pega-los e conseguimos, mas na viajem de volta um deles se revoltou e atacou Harry, que estava responsável pela guarda...

Hermione levou a mão a boca, lagrima começaram a descer dos olhos, mas continuou a ler:

... estamos no St. Mungus desde ontem anoite. Harry esta inconsciente, mas os curandeiros garantem que ele esta fora de perigo. Só agora achei tempo para escrever em meio a tantas papeladas para assinar aqui. Por favor venha logo. Meu pai já esta sabendo disso, mandei uma carta para ele também. Te amo.

Ronald Weasley

Hermione sentou na cama e apertou a carta no peito com o rosto todo molhado. Seu melhor amigo estava ferido e seu noivo estava agoniado. Seu peito se apertou e Hermione percebeu que o pior estava por vir. Como ela iria contar para a Sra. Weasley? Oh, como ela iria contar para Gina? Não foi preciso.

Gina entrou toda empolgada no quarto do irmão para contar o sucesso do seu bolo de abobora, mas congelou quando viu Hermione agarrada em uma carta e chorando. Sem pensar duas vezes arrancou a carta da mão da amiga e leu rapidamente. Gina não chorou, mas com certeza estava mais abalado do que Hermione. A ruiva agarrou a mão da amiga e a arrastou para o andar de baixo encontrando a Sra. Weasley que também começou a chorar quando leu a carta. Gina ainda estava firme e forte, ela só queria se juntar a mãe e a Hermione para aparatarem no hospital para bruxos e foi o que fez.

Já na sala de espera do St. Mungus elas encontraram o Sr. Weasley. Molly abraçou o marido e Hermione começou a roer as unhas e a olhar para todos os lados em busca de alguma coisa. Gina foi mais rápida.

– Onde ele esta? – ela perguntou.

– Gina... – o pai começou.

– Onde ele esta? – ela repetiu.

– Quarto 308 – o pai respondeu com tristeza.

Gina correu em direção a este quarto seguindo as placas. Quando viu o número 308 encontrou a porta fechada, mas antes de abri, ela respirou fundo, segurando as lágrimas e se preparando para qualquer coisa que encontrasse lá dentro.

Quando a porta foi aberta ela encontrou seu irmão cochilando na poltrona ao lado do noivo. Um peso saiu de suas costas quando viu que Harry estava com os olhos bem abertos olhando para ela. Gina correu até o noivo e o beijou.

– Hey, calma ai ruivinha – Harry sussurrou na boca dela – Acabei de acordar .

– Nunca. Mais. Faça. Isso. Comigo! – a cada palavra que Gina pronunciava era um tapa no peito nu de Harry.

– AI! Eu estava trabalhando, amor – ele tentou se defender.

Gina sentou na cama e olhou para Harry depois para o irmão que ainda dormia.

– Não o acorde – Harry pediu – Acho que ficou a noite inteira preocupado e nem pregou o olho.

– Duvido! – Gina riu tentando ficar tranquila. Afinal, seu amor estava aparentemente muito bem aos seus olhos – Ele só sabe dormi e comer.

– Gina!

– Okey. Como você esta? – ela perguntou agora focando toda sua atenção no seu noivo, mas antes que ele pudesse responder várias pessoas entraram no seu quarto. Hermione abraçou o amigo como se não estivesse o visto à décadas. A Sra. Weasley encheu Harry de beijos e o Sr. Weasley cumprimentou o genro e deu um tapinha na ombro de Rony, fazendo o despertar.

– Olá, parceiro! – Rony abriu um sorriso para o amigo, claramente aliviado – Há quanto tempo está acordado?

– Há uns minutos.

– O que houve de verdade? – a Sra. Weasley perguntou.

– Depois que um Comensal atacou Harry, como eu escrevi na carta, nos o trouxemos para cá. O curandeiro informou que o feitiço causaria um efeito retardatário no organismo da vitima. Ele disse que Harry teria todas as chances de acordar, mas havia pequenas chances de isso não acontecer – explicou Rony – Você me deu um baita susto – ele disse olhando para o amigo.

– A todos nós! –completou Gina.

Os Weasley ficaram por um tempo babando Harry. Rony fazia algumas piadas enquanto envolvia Hermione em seus braços. Arthur e Molly riam um com outro. Gina acariciava o rosto de Harry enquanto sussurrava declarações para ele. Aquele quarto de hospital era tudo, menos um quarto de hospital.

– Vocês poderiam nós deixar a sós? – perguntou Gina a família.

Hermione assentiu para Gina e começou a puxar Rony de leve.

– Vamos! Vamos! Vamos! – disse a Sra. Weasley empurrando o marido, o filho e Hermione para fora do quarto..

Quando Gina e Harry finalmente estavam sozinhos, ela lhe ofereceu um sorriso apaixonado no qual ele retribuiu.

– Como você esta?

– Bem –ele murmurou coçando os olhos.

– E cansado – Gina completou e Harry apenas assentiu.

Ela o beijou lentamente saboreando a boca que tanto amava e que tanto a causava dor de cabeça. Ele retribuiu o beijo matando a saudade e o medo de não vê-la nunca mais.

– Eu te amo – ela disse.

– Eu também te amo.

– Agora, só quero saber como um Comensal da Morte consegue derrubar o cara que mandou Você-sabe-quem para o espeço.

Harry produziu um riso cansado, mas divertido.

– E se eu disser que eu esta pensando na ruiva mais linda do mundo?

– Nossa! – Gina sorriu – Que privilégio, mas não faça mais isso enquanto estiver trabalhando!

Ela o beijou novamente, mas foi mais um selinho do que um beijo.

– Você precisa dormir, Harry.

– Eu sei.

Então Gina teve uma ideia. Deitou-se com Harry e se envolveu em seus braços.

– Vou dormi com você.

– Vou dormi bem melhor agora – disse Harry de uma forma preguiçosa.

– Eu te amo.

Mas ele não respondeu, sua respiração ficou mais lenta e pesada. Ele já tinha caído no sono, a visita foi muito cansativa. Gina demorou um pouco para dormi, ela esta entretida com a satisfação de saber que seu Harry estava bem. Eles ficaram assim até a manhã do outro dia, um coladinho no outro. E Gina as vezes acordava durante a noite com Harry sussurrando seu nome. Lagrimas brotaram dos seus olhos, ele sonhava com ela.