A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 7
VI. Augusto, o justiceiro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpem a demora. O capítulo está bem intenso, espero que gostem ;)



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VI. Augusto, o justiceiro

O som de rosnados misturava-se ao som de ferro batendo com ferro. Palavras baixas e irritadiças eram proferidas ao vento e o cheiro de sangue queimava suas narinas. Segurou a raiva conforme observava tudo o que acontecia a sua volta.

As pequenas cabanas pareciam mais um amontoado de madeira sem qualquer estrutura, as poucas que tinham alguma forma estavam ou destruídas pela metade ou notavelmente queimadas. O chão ao qual pisava estava enlameado, entretanto não se tratava da mistura comum de terra e água da chuva, mas sim terra e sangue tanto animal quanto de indivíduos ditos racionais.

Racionais! Bufou se recusando a pensar naquelas criaturas como pessoas, como seres com inteligência e sentimentos. Eram piores que animais. Eram cruéis e mesquinhos. Se soubesse no que se transformariam nunca teria aceitado a missão de cuidar daquele planeta. Como poderia cuidar daquele tão bonito astro se as criaturas que nele habitavam estavam sempre em desarmonia e cultivavam a destruição? A prova viva era a vila em que se encontrava no momento. Tudo estava destruído, até o ar era repugnante. Os moradores que ali deveriam prosperar se encontravam com roupas rasgadas e sujas, estavam magros pela falta de uma alimentação adequada e seus semblantes eram revoltosos.

Olhou lentamente a sua volta. No momento cada família cuidava da própria vida ignorando completamente a grande briga no centro do vilarejo. Dois homens se enfrentavam em um duelo desleal. Um deles possuía duas espadas nas mãos enquanto o outro arreganhava seus dentes para o adversário sem rendição. A volta da luta cerca de 20 pessoas observavam o desfecho da luta gritando, pedindo por sangue. Três corpos já se encontravam ao chão.

Não era hipócrita ao ponto de achar um absurdo pessoas gostando de uma luta, porém aquilo não era uma luta e sim uma carnificina.

Notou crianças torcendo com afinco e quando uma discordou da outra entraram em atrito brigando como dois filhotes de leão. Arregalou os olhos por nenhum adulto interferir naquele confronto e a situação o levou ao limite quando viu alguns incentivaram toda aquela violência desmedida.

Pisando duro caminhou até as brigas. Primeiramente foi até os garotos e os segurou pelo colarinho de suas blusas os jogando cada um para um lado. Os dois assim que se deram conta do que havia acontecido rosnaram para o estrangeiro e o atacaram em conjunto. Naquele momento a raiva subiu completamente no coração de Augusto e num rosnado altivo ergueu os dois braços erguendo os dois garotos no ar.

– Já chega! – gritou impondo todo o poder que sua voz podia transmitir.

Imediatamente os dois adultos lutadores caíram ao chão de joelhos. Tremiam amedrontados perante aquele desconhecido.

– Como ousam?! – rugiu Augusto. – Como ousam transformar nosso planeta em um ringue de luta?! Como ousam desmerecer a vida que lhes foi dada?! Se é a morte que querem é a morte que terão!

Soltou os dois garotos no chão e rapidamente segurou sua espada. A lâmina brilhou ao sol e em segundos, duas cabeças rolavam aos pés dos garotos.

Os olhos arregalaram-se em choque. Tremiam em desespero pensando que o Caos finalmente chegara a Vila dos Milagres, a vila que possuía um passado de grandes alegrias não merecia tal destino.

– Vocês tem noção no que se transformaram? Como puderam esquecer todos os ensinamentos que lhes passamos?

Ao ouvir tal frase uma anciã aproximou-se trêmula. Augusto observou com o semblante fechado tal criatura maltrapilha. As roupas sujas e os cabelos desgrenhados. Seu cheiro era terrível. Até a falta de higiene era presente naquele lugar. Não sabia como olhos antigos puderam sobreviver a toda aquela matança.

– Quem é o senhor? – perguntou humildemente.

– Sou aquele que é responsável pela justiça. – respondeu imponente.

Mais uma vez o espanto tomou conta dos moradores. Aquele era um elementar! Afinal eles existiam! Não era mera lenda! Mas porque demoraram tanto a vir lhes salvar?

– E o senhor acha justo vivermos deste modo? – perguntou a mulher apontando para a vila.

Augusto acompanhou o gesto sem deixar sua expressão vacilar, na verdade quase sorriu com a pergunta da mulher. Seu humor estava deveras oscilante. Voltou a olhar o rosto da senhora e observou o olhar acusador. O rosnado encheu seu peito, mas não permitiu que a ira se fizesse presente. Controlou a voz e respondeu com frieza.

– Sim. É justo.

O rosto tão dono da verdade tornou-se temeroso. A anciã já não tinha tanta certeza se a lenda dos elementares lhes fazia justiça. Eles deveriam ser bons.

– Justo? – perguntou em um murmúrio.

– Sim. – respondeu sem hesitação. – Vocês usufruíram por milênios do alimento dado pelo planeta, não cultivaram novos frutos, mataram os animais jovens e nutriram os mais mesquinhos sentimentos iniciando uma matança desenfreada entre seus próprios irmãos. Acha mesmo que merece qualquer dádiva? Qualquer... Milagre? – a mulher deu um passo para trás com os olhos arregalados. – É melhor relembrar do próprio passado antes de efetuar qualquer cobrança. Agora eu lhe pergunto, acha que merece o que está passando?

Os segundos foram passando enquanto cabeças abaixavam-se em vergonha. O coração de Augusto foi enchendo-se de compaixão. Apesar de tudo muitos ali estavam arrependidos, queriam uma vida melhor, eram vítimas do lugar em que nasceram. Foram criados na base da violência. O mais forte sobrevivia.

– O planeta passa por grande sofrimento. Caos vem varrendo o norte e logo chegará até aqui. Aqueles que quiserem um futuro, que estiverem dispostos a viver em paz serão bem vindos a Vila Elementar. Caminhem em direção ao oeste, seguindo em linha reta estarão a salvo em poucos dias. Aos que ficam desejo boa sorte ao enfrentar Caos.

– Irá nos abandonar? Que tipo de mestre é você?!

– O tipo que arrancará sua língua se me desafiar mais uma vez! – rugiu para a falta de respeito do arrogante homem. – Vocês apenas semearam a violência e será violência que colherão.

– Que assim seja!

O homem fizera uma péssima escolha assim como os que apoiaram o ato de guerra e partiram para cima do elementar. Augusto suspirou irritado. Se as histórias não tivessem se perdido eles saberiam que seria inútil um ataque contra ele.

A espada em suas mãos teve que ser usada novamente. Sentia-se cansado de tudo aquilo. Nas outras duas vilas encontrou a mesma afronta, a mesma raiva e ignorância. Eles mereciam a morte.

E com simples movimentos assim foi feito. Os corpos se amontoavam conforme Augusto movia-se com maestria. Desviava dos ataques e atacava apenas uma vez cada agressor, porém seus ataques eram fatais. Fez questão de arrancar a língua do insolente que lhe desafiou. Mas enfim, quando a lâmina de sua espada brilhava vermelho tudo acabou. O justiceiro ergueu seu braço e lançou o fogo nos corpos já sem vida. Olhou seriamente para os que sobraram deixando sua mensagem silenciosa. Abriu suas imensas asas e partiu seguindo de volta para casa.

Cansara de perder o seu tempo com criaturas tão vis. Voltaria para onde o aborrecimento seria menor.

***

Louis observava com extrema curiosidade o pequeno elementar que caminhava lentamente pela vila dispondo sorrisos leves e cumprimentos a todos que lhe abordavam. Ele os guiava até o posto de comando da guarda pelo qual haviam passado em frente mais cedo. Antes fizeram uma pequena parada na casa que lhes pertenceria pelo tempo que ficassem na Vila Elementar. Era uma pequena cabana toda de madeira, muitas flores a enfeitava deixando-a graciosa. Os dois jovens não puderam evitar fazer a comparação em suas cabeças com a casa de Michaella. Ficaram apenas alguns minutos no local para que deixassem suas pequenas bagagens e seguiram para o posto.

O som de espadas em atrito logo se fez presente ao adentrarem o local.

– Defesa! Em cima, vira, contrataque! Vamos Oliver! Você é melhor do que isso! – a voz feminina soava autoritária enquanto dois homens se enfrentavam.

Oliver era o mais novo, completara 20 anos a pouco tempo. Sonhava desde menino tornar-se um grande guerreiro. Era astuto e bem humorado, seu esforço louvável. E não era porque o menino crescera perseguindo Aurora, com seus grandes olhos azuis e cabelos loiros, que ela não exigiria completo comprometimento.

O guerreiro com o qual duelava chamava-se Hugh, era um bom homem, tinha os cabelos, compridos presos em uma trança grossa, eram castanhos assim como seus olhos. A barba comprida o deixava imponente, porém seus olhos transmitiam doçura. Hugh era um dos comandantes dos guerreiros, sua responsabilidade era treinar os novatos.

Enquanto os dois lutavam as outras dezenas de guerreiros observavam e torciam animados pelo caçula da guarda elementar que não conseguiu se defender com agilidade suficiente e caiu ao chão perdendo sua espada no caminho. Piadas, risadas e aplausos se fizeram ouvir enquanto Oliver levantava emburrado indo atrás de sua espada.

– Hey Olie, não fique chateado. Talvez daqui alguns milênios. – brincou Sebastian, um guerreiro experiente de pele morena, cabelos e olhos escuros como a noite. O sorriso irônico estava sempre em seus lábios irritando seus adversários.

– Cala a boca Sebas! – bufou o jovem fazendo uma nova onda de risadas.

– Deixe o garoto Sebastian, com a idade dele mal conseguia segurar sua espada. – lembrou Thalles se fazendo presente.

O sorriso virou uma careta no rosto do guerreiro enquanto seus companheiros riam cumprimentando o elementar com uma pequena reverência. Olharam com curiosidade para os dois estrangeiros as suas costas, mas quem fez a pergunta foi Aurora.

– Como vai tio Thalles? E esses dois quem são? – aproximou-se os observando, seu olhar demorando um pouco mais em Maximiliano.

Será que todos elementares eram pequeninos? Perguntou-se Louis ao observá-la. Aurora era quase tão pequena e miúda quanto Thalles, porém sua pele extremamente branca contrastava com seus cabelos negros e lisos cortados na altura do queixo. Achou engraçados seus pequenos olhos puxados, nunca havia conhecido alguém com tais características. Pensou ser impossível que delicada criatura pudesse ser tão feroz quanto Abel disse-lhe mais cedo.

– Vou muito bem, minha querida. Esses são Louis e Maximiliano, são irmãos e guerreiros do norte. Juntar-se-ão a guarda e espero que recebam o devido treinamento.

Aurora olhou Max de cima a baixo causando-lhe um arrepio na espinha. Depois perscrutou Louis da mesma maneira. Eram homens fortes e imponentes, realmente pareciam guerreiros, entretanto não grandes guerreiros. Parou seus pensamentos julgadores quando se lembrou de si mesma, não tinha o físico de uma guerreira e mesmo assim se sobrepunha diante dos mais experientes.

– Claro tio Thalles, eles são bem vindos. – então voltou seu olhar para Max. – Mas saibam que os treinamentos aqui não são fáceis. Exigimos sangue e alma.

Max não escutou sequer uma palavra vinda de Aurora, estava perdido olhando os movimentos rápidos de sua boca. Não podia acreditar que estava atraído por uma elementar. Louis vendo o silêncio do amigo estranhou dando-lhe uma cotovelada.

– Hã... O que disse? – perguntou bobamente.

Louis segurou a vontade de enfiar a mão na nuca do amigo e tomou a dianteira.

– Não se preocupe, nossos treinamentos eram pesados em nossa vila. Estamos acostumados a dar tudo de nós.

– Então é melhor que comecem logo. Quais suas especialidades?

Desta vez o mais novo estava atento.

– Sou bom com espadas, mas Louis domina todos os artefatos.

Os olhares curiosos se direcionaram para Louis que olhava seu amigo com reprovação. Max sem entender o acanhamento do mais velho apenas deu de ombros sem dar importância.

– Creio que poderemos verificar essas habilidades mais tarde, precisaremos da guarda na entrada principal, Davi e Nickolas estão voltando com estrangeiros do sul e do leste.

– Pensei que quem estava no leste era Augusto. – interrompeu Aurora.

– E está, mas conhece Augusto, ele não tem muita paciência para lentas caminhadas. É por isso que Davi foi atrás dele e se prontificou em acompanhar algumas famílias para nossa vila. Ao que parece há muitos feridos no leste, havia um pequeno vilarejo no deságue do Grande Rio Inás que mantinha prisioneiros sob tortura. Augusto não ficou muito feliz com o que viu.

Aurora estremeceu com o relato de Thalles. Ela sabia o quanto Augusto podia ser severo.

– Então é melhor irmos logo. – concordou e desatou a ordenar. – Comandante Hugh junte seus homens e vão para a entrada principal.

– Sim senhora! Ouviram Aurora rapazes, ao trabalho!

Logo a equipe de Hugh composta por 5 homens corria em direção a entrada principal.

– Comandante Ananias, vá com seus homens ao posto médico e peguem macas para os feridos. É bom que alguns curandeiros também sigam para a entrada, não sabemos a gravidade dos ferimentos.

– Sim senhora. – Ananias fez uma leve reverência e seguiu com sua equipe como fora ordenado.

– Comandante Mohamed, o senhor está no comando dos treinamentos.

– Sim senhora. Sebastian mostre aos novatos os exercícios de treinamento.

– Sim senhor.

Louis e Maximiliano seguiram junto ao guerreiro enquanto Aurora e Thalles seguiam para a entrada principal da vila.

***

O dia passou-se lentamente. As dezenas de estrangeiros foram acomodados em simples cabanas, os feridos receberam tratamento dos curandeiros e apenas um homem teve que ficar no posto médico devidos aos graves ferimentos que o deixaram em sono profundo.

Thalles reuniu-se com seus irmãos que contaram o estado das vilas pelas quais passaram. A preocupação era grande, porém o vidente tinha os olhos esperançosos.

– Dois guerreiros do norte chegaram à vila hoje.

– E o que tem de tão bom nesses dois? – perguntou Nick curiosamente.

– Bem... É melhor que olhem com seus próprios olhos.

Seguiram até o posto de comando onde Louis duelava com o comandante Ananias enquanto Aurora e os outros guerreiros observavam assombrados. Exceto Max que sorria largamente vendo o amigo lutar. O fato era que Ananinas era o mais experiente guerreiro e não conseguia acertar sequer um golpe em Louis que desviava e defendia com maestria.

– Uau! É realmente um ótimo guerreiro. – comentou com um largo sorriso apoiando-se assim como os outros dois na cerca que protegia a área de treinamento ao ar livre. – Ele lembra-me alguém.

Thalles sorriu e apontou discretamente para Max que estava sentado do lado de dentro da cerca com as costas apoiadas em um pilar.

– Os dois se apresentaram como irmãos.

– Mas eles não são irmãos... Não há semelhança física alguma. – murmurou Davi. – Como permitiu que dois mentirosos se juntassem a guarda?!

– Hora meu caro amigo, você é o sábio, deveria saber.

Davi piscou seus olhos rapidamente não compreendendo o que tudo aquilo significava. Foi então que Louis finalizou a luta com um rápido soco no peito de seu oponente que caiu ao chão há alguns metros de distância.

O silêncio foi sepulcral até Aurora cortá-lo.

– Minha vez!

Um burburinho iniciou-se. Os guerreiros estavam espantados e muitos curiosos se aproximavam para observar a luta do lado de fora da cerca. Contudo ela não começou, pois Augusto chegou ao posto da guarda com roupas rasgadas e sujas de sangue, sua espada ainda pingava. O temor paralisou os guerreiros.

– Mas o que foi que aconteceu com você?! – perguntou Nickolas assustado.

Só então Louis e Max puderam observar os tão famosos elementares. Bem, eles não eram pequeninos como Thalles e Aurora. Seus olhares demoraram mais no recém-chegado. Não puderam evitar o frio que passou em suas espinhas e a vontade louca de sair de perto o mais rápido possível.

– Apenas um imprevisto na Vila dos Milagres. – deu de ombros como se o sangue em sua espada não fosse nada.

Augusto perdera completamente o discernimento. Pensou Davi furioso.

– Augusto! – grunhiu. – Acho que precisamos conversar.

O justiceiro apenas virou seu rosto com o olhar entediado.

– Claro, claro... Mas primeiro eu quero um duelo com esse garoto. Vi a luta de longe e quero ver se ele é tão bom quanto parece. – fitou Louis com um misto de curiosidade e estranhamente animação. Fazia tempo que Augusto não conhecia um oponente a altura, nem mesmo Nick era tão bom quanto ele quando se tratava de duelos de espadas. Na verdade só conhecera uma pessoa capaz de derrotá-lo nesse tipo de batalha, essa pessoa era Michaella. Mas doía demais lembrar-se dela então apenas rezava para que o garoto fosse tão bom quanto parecia e lhe desse uma boa surra para talvez a falta que sentisse de sua amada fosse entorpecida pela dor física.

– Devemos conversar agora Augusto! – insistiu Davi.

– Ora meu irmão, deixe de ansiedade, nem mesmo Aurora está reclamando de eu ter passado a sua frente.

– Eu não me importo tio Augusto.

– Está vendo Davi...

– Você não pode voltar banhado a sangue e simplesmente não contar exatamente o que aconteceu.

O justiceiro fechou a cara impaciente.

– Interrompi uma luta desleal, me apresentei, dei uma lição de moral e mesmo assim um grupo me atacou. Apenas me defendi e arranquei a língua de um insolente... Deveria tê-la trazido de presente para você Davi.

Nick prendeu o riso. A piada não era das melhores, entretanto fazia muito que seu amigo não apresentava qualquer tipo de humor.

O sábio rosnou contrariado e estava prestes a iniciar uma briga quando Thalles colocou a mão em seu peito.

– Deixe-o. Esse duelo será interessante.

– Limpe sua espada pelo menos. – sugeriu Nick pulando a cerca e sentando-se ao chão ao lado de Max. – Espero que seu amigo seja tão bom quanto parece ser.

– Bem... Ele não lutou metade do que é capaz contra o comandante.

Nick ergueu uma sobrancelha com incredulidade.

– Na nossa vila Louis costumava ter a mesma posição de comando que Aurora tem aqui.

– E mesmo assim decidiram vir para cá?

– Foi preciso. – respondeu Max simplesmente voltando sua atenção para os dois guerreiros prestes a duelar.

Louis se encontrava parado, as pernas separadas e sua espada apoiada no chão entre elas. Olhava ansioso para Augusto, um estranho sentimento apoderou-se de seu coração enquanto o observava enfiar sua espada na terra para limpá-la. Nick franziu o cenho para o que captou vindo do garoto. Estranhou mais ainda o forte sentimento de seu amigo ao erguer o olhar para o oponente. Agora os observando de perfil sentiu o ar fugir de seus pulmões e rapidamente voltou seu olhar para Thalles que sorria assentindo tanto para Nickolas quanto para Davi que finalmente percebera a semelhança entre os dois guerreiros.

Aquilo não era possível, era? Mas de fato explicava a destreza de Louis com a espada.

– Não se preocupe garoto, não irei machucá-lo... Muito. – sorriu.

O jovem guerreiro não conseguiu evitar retribuir o sorriso mesmo sentido suas pernas tremerem diante de tal elementar.

– Você possui poderes guerreiro? – perguntou curiosamente o justiceiro.

Estava louco para lutar, porém não era injusto, se Louis possuísse poderes os igualaria com os seus, se não possuísse não usaria nenhum. O guerreiro não respondeu com palavras, olhando diretamente nos olhos do oponente permitiu que o poder espalhasse pelo seu corpo e então os reuniu em suas mãos transmitindo o calor para a sua espada que inflamou transformando a lâmina prateada em uma lâmina de fogo.

– Como desejar. – sorriu Augusto imitando o ato do mais jovem ao transformar sua espada.

– Faz milênios que não vejo alguém comum dominar o fogo. – falou Aurora animada.

– E demorará mais milênios para ver outro. O domínio do fogo é muito raro. – disse vidrado na troca de olhares dos duelistas que finalmente se posicionavam erguendo suas espadas.

Louis controlou sua respiração. Lembrou-se dos ensinamentos de sua mãe e deixou seus extintos o dominarem. Fechou seus olhos sentindo o ambiente a sua volta. Aguçou sua audição e seus sentidos mais adormecidos. Puxou o ar profundamente com extrema lentidão. Augusto começou a ficar incomodado com aquela sequencia de movimentos tão conhecida por ele. Sua mente perdeu-se num passado distante e o riso de Michaella encheu seus ouvidos fazendo-o sentir seu coração ser abraçado, mas não durou mais que alguns segundos a dor dilacerante, ao lembra-se que ela havia ido embora, tomou conta de seu peito e ao tentar expulsá-la atacou o jovem guerreiro.


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Notas finais do capítulo

Então? Sacaram o que os elementares já perceberam? Digam suas teorias ;)



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