Nesta hora, neste lugar

Desperdícios, erros

Tanto tempo, tão tarde

Quem era eu para te fazer esperar?

Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro

Caso reste apenas um

Porque você sabe, você sabe, você sabe

Clove acordou com o som de pedrinhas em sua janela, ela ignorou prontamente e virou-se para outro lado.

As pedrinhas insistiram em bater ritmicamente em sua janela.

Ela levantou, irritada, vestiu o robe de seda branco por cima da camisola verde oliva e prendeu o cabelo com uma liga que estava no criado mudo. Ela abriu a janela e olhou para baixo. Estava deserto e escuro, exceto pelo loiro com um sorriso torto iluminado pela luz da lua. Seu melhor amigo, Cato, estava parado esperando que ela abrisse para ele entrar.

Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora

Paro de respirar se eu não te ver mais

Ela abriu a janela e ele escalou até chegar ao segundo andar, onde ficava o quarto da garota. Como de costume, ele abraçou e beijou sua testa.

Como se eles não estivessem brigado há algumas semanas, mas eles estavam.

_ Me desculpe por sumir assim. – ele disse, sério –Prometo que não faço mais isso

_ Por favor, não faça mais – ela mordeu o lábio inferior. – Eu estava preocupada.

Cato deitou na cama e a puxou com ele, deixou que ela encostasse a cabeça em seu peito e começou a deslizar os dedos pelo cabelo sedoso que ela tinha.

_ E realmente não entendi... – ela disse, o pegando de surpresa.

_ O que, tampinha?

_ Por que sumiu assim. – ela encarou os olhos azuis dele – O que eu te fiz?

_ Seu treinador me contou. – ele disse, ela ergueu o olhar para ele levemente surpresa. – Contou que você vai se voluntariar amanhã, na colheita.

_ Ah, eu ia te contar isso...

_ Quando? – ele interrompeu – Você ia realmente me contar, Clove?

_ Eu juro que ia, Cato, juro. – ela murmurou apertando-se contra ele e ele simplesmente deixou-a ficar lá, apertada em seu abraço.

Ficaram em silencio, apenas sentindo o quanto aquele abraço trazia segurança para ambos.

De joelhos, eu pedirei uma

Última chance para uma última dança

Porque com você, eu resistiria a

Todo o inferno para segurar sua mão

Eu daria tudo

Eu daria tudo por nós

Dou qualquer coisa, mas eu não vou desistir

Porque você sabe, você sabe, você sabe

_ Eu vou me voluntariar também. – ele disse, quebrando o silencio.

Clove o empurrou, surpresa.

_ Você o que?! – ela quase gritou – Não, Cato, você não pode! Eu não vou lutar contra você...

_ Você não acha que eu fosse deixar você lá sozinha não, é? – ele a puxou de volta e a fez sentar em seu colo – Você acha que eu suportaria a ideia de ver você ser machucada sem poder fazer nada? Clove, eu daria minha vida pra você ter a sua a salvo, eu não vou deixar você ir lá sozinha.

_ Cato, eu sei me virar...

_ Não é o suficiente, Clove! – ele disse, irritado – Eu quero ter a certeza de que você vai estar viva!

_ Você não vai ter essa certeza simplesmente indo para lá, Cato.

_ Eu posso evitar...

_ Cato...

Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora

Paro de respirar se eu não te ver mais

Tão longe (tão longe)

Estive tão longe por muito tempo

Tão longe (tão longe)

Estive tão longe por muito tempo

_ Não, pirralha, não diz mais nada, ok? Só me escuta. Quando o dia chegar, eu não vou saber quem vai estar vivo, eu posso morrer antes de você e está lá já é um risco, mas eu vou correr porque eu quero manter você segura, e o quanto eu puder, eu vou proteger você. Eu não sei ficar sem você, tampinha, por isso eu estou fazendo isso. Então promete pra mim que vai ficar comigo pra sempre?

Clove levantou o olhar para ele, assustada, mas deu um pequeno sorriso sincero.

_ Prometo.

_ Pra sempre?

_ Pra sempre. – repetiu.

Cato a fez virar para ele, observou os olhos esmeraldas dela brilharem e ele sorriu retirando uma mecha de cabelo de seu rosto. Ele a beijou. O primeiro beijo deles, talvez não seria o último, mas não importava agora. Nada importava, eles estavam juntos naquele momento.

E ela se sentia segura com ele.

Ele sentia que podia fazer qualquer coisa estando com ela.

_ Eu te amo, pequena. Desculpa demorar pra dizer isso.

Ela sorriu e o abraçou enterrando a cabeça na curva de seu pescoço.

_ Eu também amo você, gigante.

Mas você sabe

Você sabe

Você sabe

Eu queria

Eu queria que você ficasse

Porque eu precisava

Eu preciso ouvir você dizer

Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu te perdoo

Por ter ficado tão longe por muito tempo

Então continue respirando

Porque eu não vou mais te deixar

Acredite e se segure-se em mim e nunca me deixe ir

Mantenha a respiração

Porque eu não vou mais te deixar

Acredite, se segure em mim e nunca me deixe ir

(Continue respirando) Segure-se em mim e nunca me deixe ir

(Continue respirando) Segure-se em mim e nunca me deixe ir