É claro que não contei a história toda. Não poderia contar para meus pais a outra parte do motivo de eu ter assumido a culpa sozinha. Não poderia contar-lhes que tinha medo dos pais de Jack matá-lo já que tanto o pai quanto a mãe vivem bêbados e batem em Jack por nenhum motivo. Já vi inúmeras marcas e cortes pelos braços, pernas e pescoço de meu amigo.

Deram 6hrs agora e eu já estava pronta para ir a escola depois de mamãe me arrumar.

•••

E agora estou novamente dentro da Escola Sr. Vicent. Crianças me encaravam com vários de tipos de expressões que iam do medo a indiferença. Permitiram que minha mãe me acompanhasse até a sala de aula. Penso que era por medo de eu ser xingada ou agredida.

Separei-me de minha mãe ao entrar na sala. Alunos olhavam para mim, mas logo desviavam o olhar. Parece que será um dia cheio. Mamãe já tinha ido. Mas o que me assustava era que até agora não tinha visto Jack que normalmente o encontrava todos os dias me esperando na entrada da escola.

O sinal do 1° intervalo tocou. Na sala havia apenas eu, mas como não permitiam ficar lá tive que sair. Tomei a direção do único lugar que poderia ir. Corredor 7.

Como imaginei o trajeto até lá foi difícil. Se antes era ruim agora é pior. Eu era chamada apenas de bruxa e neste momento era chamada de assassina também. Não agüentei quando fui acertada por algo que estava suficientemente assustada para não olhar para trás para ver o que era e quem jogou. O que fiz foi sair correndo para chegar mais rápido no corredor assombrado. E foi isso que aconteceu por mais três dias até que cheguei ao meu limite.