Aquele troço ainda ‘olhava’ para mim pelo o que acho serem 20 segundos.

–Não toque na Alice. – Enfim disse.

Então fui pega de surpresa. Aquele corpo feito de neblina ultrapassou meu corpo.

A dor foi tão excruciante que me fez gritar. Embora aquilo tenha ultrapassado meu corpo, sinto como se ainda estivesse dentro de mim.

Chegou um momento que nem mesmo gritar conseguia. Desabei no chão daquele corredor e fiquei ali, deitada, em posição fetal. Abraçando minhas pernas desesperadamente mesmo sabendo que não ia adiantar nada.

•••

Abri meus olhos e com dificuldade olhei ao redor. Em vez de paredes negras com aqueles desenhos rústicos, encontrei paredes totalmente brancas. Sem desenhos. Nada. O resto do quarto também é inteiramente branco. Sem nenhum ponto de outra cor.

Quarto de hospital. Estou em um hospital de novo.

–Pai. – Chamei com dificuldade. – Pai. – Tentei chamar mais alto, mas minha voz falhou.

–Alice?

Meu olhar tão perdido encontrou uma mulher vestida com o que parecia ser uma blusa azul. Madame Blue.

–Blue... Blue o que estou fazendo aqui de novo?

–Jovem Rose, parece que dessa vez você perdeu sangue demais...

–Me sinto fraca Blue. – Disse com dificuldade. Blue deu um risinho baixo.

–Calma. Não se esforce. Vou chamar seu pai. Joe vai ficar feliz em te ver.

–Obrigada Blue.

Joe? Desde quando Madame Blue tem tanta intimidade para chamar meu pai assim? Mas isso não importa agora. Depois de cinco minutos, papai, Blue e um homem alto de jaleco surgiram da porta. Identifique o homem. Phill.

–E ai Alice. Quanto tempo né? – Phill me cumprimentou.

–Sim. – Respondi já me sentindo melhor depois que os três entraram no quarto.

–Como se sente?

–Com fome.