Hospital Saint Helena

31 de Outubro de 2014

Abri meus olhos novamente.

Mas onde estou?

Olhei em minha volta... Hospital! Estou em um quarto de hospital.

Fiz um esforço enorme para sentar na cama enquanto tirava a máscara presa em meu rosto.

Era tudo tão confuso. Tudo girava ao meu redor por ter acordado de repente. Fiz uma pausa para me acostumar. E então dei uma olhada ao meu redor.

O quarto era inteiramente branco. Mas este branco era quebrado pelas rosas ao meu redor. Rosas vermelhas, brancas, azuis, amarelas... Nunca fiquei tão perto de tantas flores tão belas.

Fiquei olhando ao meu redor até que me deparei com um porta-retrato numa mesinha ao lado de minha cama. Peguei-o. Olhei atentamente para a foto. Na foto tinha um casal e uma criança. O homem na foto logo identifiquei. Papai. E a criança era eu, mais ou menos com seis anos de idade. Mas e a mulher? Quem era a mulher?

Aquela dúvida começou a me corroer até que não agüentei. Gritei. Gritei até que virasse um choro angustiante. Logo um homem entrou escancarando a porta com uma expressão assustada no rosto. Expressão mais para terror.

O homem parecia acabado. De onde eu estava pude ver que estava usando uma calça jeans, uma blusa branca por baixo de uma camisa de flanela e a barba estava para fazer. Mas aqueles olhos... Olhos que emanavam tristeza e solidão. E foram esses olhos que me ajudaram a reconhecê-lo.

–Papai?

E então o homem correu até mim e me abraçou. Reconheci este abraço. O abraço protetor que só papai conseguia me dar. E por causa desse abraço que consegui me acalmar e o choro deu lugar a um pequeno sorriso.