13 de Abril

Então chegou o dia do piquenique. São 8h30min da manhã e estou arrumando meu cabelo em frente à penteadeira quando mamãe entra em meu quarto perguntando se eu precisava de ajuda. Fiz que sim com a cabeça.

Ao terminar de fazer a bela trança que mamãe tanto adora fazer em meus cabelos, perguntou se eu tinha gostado. Assenti com um sorriso pequeno e forçado. Vi que mamãe percebeu o meu sorriso forçado já que meus olhos não conseguem disfarçar o que realmente sinto. Fiquei triste por isso. Mamãe sabe o porquê de meu sorriso forçado, afinal eu estaria prestes a sair de casa.

Logo pegamos a estrada que nos levava em direção a um parque um pouco distante de casa.

Ao chegar lá, procuramos um lugar com sombra para estendermos a toalha e sentarmos. Mamãe quebrou o silêncio:

–Quanto tempo faz desde a última vez que viemos aqui?

–Acho que alguns anos. Foi antes de Paris até. – Ao escutar isso, mamãe arfou.

Dei outro sorriso, mas parece que este saiu mais forçado do que o último. Vi quando mamãe de um sorriso foi para uma feição triste.

–Quer ir embora Alice? Então vamos embora! – Disse mamãe irritada.

Não é fácil ver minha mãe irritada, e isso me deixou preocupada. Mamãe começou a arrumar as coisas antes de eu responder. Nem chegamos a comer alguma coisa.

Já estávamos no carro indo de volta para casa quando tomei coragem para falar.

–Desculpe mãe. Não fiz por mal.

–Alice, se não queria mesmo sair de casa poderia ter falado.

–Mas falei! A senhora praticamente me obrigou. – E foi ai que mamãe ficou mais irritada.

–Eu a obriguei? Alice! Eu nunca te obriguei a fazer algo que não queria.

–Mas desta vez sim!

Começamos a brigar e por conta disso desviamos e paramos na outra pista da estrada aonde vinha outro carro em nossa direção. Ao tentar desviar rapidamente, não sei o que aconteceu. Não sei se o carro nos acertou ou batemos em outra coisa. Só sei que foi tão rápido e ao mesmo tempo tão lento... Depois disso, não vi mais nada. Meus olhos se fecharam e eu não estava mais ali para abri-los.