O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 12
Capítulo 12 - Eithor, O Senhor das Sombras




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Depois de muito caminhar se escondendo entre os becos e as casas, chegamos até a parte superior de Minas Tirith, o que já parecia ser um milagre por ainda estarmos vivos.

Subimos o telhado de uma casa próxima e observávamos a única entrada que dava acesso ao castelo, e ela estava sendo guardada por três orcs e dois homens vestidos de preto.

Eu estava tentando pensar em alguma coisa, algo que tirasse os guardas de lá. Então uma das telhas da casa, que Barad pisou um pouco forte de mais, acabou caindo.

— O que foi isso? – disse um dos homens que guardava o portão.

— Vamos lá ver. – disse um orc.

Estavam se aproximando quando Barad teve uma ideia.

— Tenho um ideia, eu vou distraí-los e quando todos vierem atrás de mim, vocês entram lá. – disse ele.

— Isso é loucura! – disse Hildwyn.

— Mas é a única ideia que tive. – disse ele.

— E é por isso que vou com você. – disse ela – Você nunca vai conseguir se virar sem mim.

Então Barad concordou, e eles desceram do telhado, e chamaram a atenção de todos, que logo saíram do portão e correram atrás deles.

Então eu e Aratus tentamos abrir o portão, mas ele estava trancado, Aratus me ajudou a subi-lo, e quando estava em cima do portão estendi minha mão para ele, e então o pulamos. Do outro lado, encontramos um belo jardim, verde e com pequenos caminhos brancos como a neve, que se estendiam até o palácio.

Corremos até lá, e então quando passava por perto da porta, eu pude perceber uma escadaria, e no alto dela, havia um túmulo.

Não consegui ignorar aquilo, pois algumas lembranças começaram a surgir em minha mente. Caminhei até aquele túmulo, um túmulo de pedra, e em cima dele havia uma estátua deitada, de um homem segurando uma espada, e em sua cabeça havia uma coroa.

Aratus foi até mim, e se curvou perante aquele túmulo; então percebi que havia algo escrito nele na língua de Gondor.

“Aragorn, filho de Arathorn, Rei de Gondor”

Eu fiquei maravilhado com aquilo, e várias lembranças de meu pai me contando histórias sobre Aragorn apareceram em minha mente.

Então atrás do túmulo, eu percebi que havia outro jardim, que na verdade se tratava de um cemitério, vários túmulos dos grandes de Gondor estavam lá, e o mais curioso foram dois pequenos túmulos, me aproximei e passei a mão na lápide, pois ela estava suja de poeira. Nela estava escrito “Peregrin Tuk, Thain do Condado” e na outra estava “Meriadoc Brandebuque, O Magnífico, do Condado”. Nós estávamos na que seria a Rath Dínen, onde os grandes de Gondor descansavam.

Então em frente ao túmulo de Aragorn, eu jurei mais uma vez salvar o seu reino. E assim entramos no salão principal.

Abrimos a porta sorrateiramente, mas não havia ninguém no salão, era um salão realmente grande, o piso brilhava como um espelho e pilares brancos estavam espalhados pelos cantos, junto a quadros dos grandes de Gondor. No final do salão havia alguns pilares brancos que davam acesso a outro jardim; e no meio daquele jardim, havia uma árvore, mas não uma árvore qualquer, era a árvore branca de Gondor, intacta.

— Eu não entendo. – disse Aratus. – Se Eithor odiava tanto Gondor, porque ele preservou essa árvore?

Então escutamos uma porta bater dentro do salão que havíamos deixado; rapidamente nos escondemos. Assim observamos um homem, alto de cabelo longos e negros, tão belo quanto um elfo, passar por aquele salão, vestido de um manto negro feito de seda, era Eithor. Precisávamos chegar até ele, mas ele tinha três Meio-Orcs ao seu lado, três de seus tenentes.

Eithor estava indo em direção aos seus aposentos, e dando certas ordens aos meio-orcs. Eu pude ouvir ele dizer algo como "atacar Rohan" e por fim os dispensando.

Eithor caminhou até uma torre, e estávamos o seguindo. Ele começou a subir os degraus da torre, que nos levaram até seus aposentos. Um grande quarto, cheio de livros e e joias, uma cama enorme e uma mesa com várias frutas.

Eithor entrou em uma porta coberta por uma espécie de cortina dentro de seu quarto, e então Aratus sussurrou a mim.

— É a nossa chance. – disse ele retirando a espada da bainha bem devagar, para que Eithor não ouvisse.

Então de dentro do local onde Eithor estava, veio uma voz.

— Você realmente acha que vai conseguir me matar com isso? – disse a voz, e então Eithor saiu daquele local, empurrando a cortina.

A voz de Eithor era bela, forte e grave, como a voz de uma tempestade.

Nesse momento Aratus ergueu a sua espada, e tentou atacar Eithor com toda a sua fúria. Mas ele simplesmente ergueu a sua mão, e Aratus ficou imóvel, como mágica.

As veias do pescoço de Aratus começaram a aparecer e seu rosto ficar roxo, como se estivesse sendo estrangulado.

— Pare! – eu gritei a Eithor.

Então ele abaixou sua mão e Aratus caiu ao chão tossindo com a mão em sua garganta.

— Vejam só. – disse Eithor. – O menino que conseguiu fugir. Tenho que agradecê-lo Aratus, você o trouxe até mim; poupou-me todo o trabalho de encontrá-lo.

Aratus tentou levantar-se, mas Eithor estendeu a sua mão novamente e ele caiu novamente ao chão.

— Você era a peça que faltava, menino. – disse Eithor – Com você, eu poderei realizar meu verdadeiro objetivo.

Então retirei minha espada e tentei atacá-lo, mas Eithor mexeu novamente sua mão, e a espada voou de minhas mãos, e então ele fez comigo o mesmo que fez a Aratus, ergueu a sua mão ao ar, e senti como se algo estivesse apertando a minha garganta.

— Você sabe que dia é hoje Wallor? – disse Eithor, mas eu continuei em silêncio, não havia como responder mesmo se quisesse, pois ele me enforcava.

— Hoje é seu aniversário, sabia? – respondeu Eithor.

Minha visão começou a escurecer, eu estava ficando totalmente sem ar, então Eithor começou a dizer algumas palavras, mas não conseguia entende-las, e desmaiei.

Ao acordar, estava em um salão escuro, sem minha camisa e preso pelos braços em uma corrente. Aos lados haviam vários Orcs, entre eles estava Kazurk.

Eithor apareceu em minha frente, vestindo uma armadura escura com um brilho azul ao centro dela. Ele segurava um cajado negro, com outro brilho azul em sua ponta, e sua capa era negra como os seus olhos.

— Soltem-no. – disse Eithor para os orcs.

Eu fui solto, e cai de joelho ao chão ao chão.

— Onde está Aratus? – eu perguntei a ele, mas nada me respondeu.

Eithor se aproximou de mim, e dois orcs me seguraram pelos braços, e assim Eithor retirou uma faca e me fez um corte.

— Sangue Númenoriano, era o que faltava para concluir. – disse ele, colocando o sangue que saia de meu braço em um pequeno frasco.

— O que quer dizer com isso? – eu perguntei a ele.

Então ele se virou para mim e disse.

— Sangue Númenoriano, era o que faltava para concluir esse feitiço. – dizia ele. – Você tem ideia de quanto foi trabalhoso conseguir chegar até aqui? Quando matei seu pai, eu achei que o sangue dele serviria, mas tinha que ser de alguém ainda vivo. Um descendente vivo de Aragorn.

— O que vai fazer com meu sangue? - Eu perguntei.

Então Eithor me mostrou um altar, e nesse altar havia outra armadura negra.

— Pretendo trazer Sauron, meu mestre de volta, e deitar a Terra-Média em sombras. – disse ele.

Então os orcs começaram a batem suas lanças e seus pés no chão, fazendo um grande barulho, e outros dois orcs trouxeram um elmo para Eithor, um elmo negro que cobria todo o seu rosto, semelhante ao de Sauron.

— Eu sou Eithor, O Senhor das Sombras. – disse ele.

Os orcs que me seguravam começaram a me carregar para fora daquele salão, e tudo que pude ver foi Eithor indo em direção aquele altar ao som de orcs gritando, e portas negras se fechando contra mim.


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