50 Coisas que eu Odeio em Você escrita por Mayy Chan


Capítulo 20
Eu odeio sua preocupação


Notas iniciais do capítulo

NOTAS ALTAMENTE IMPORTANTES:
Here I'm back, babies
Pois bem, eu cumpri a promessa: fiz uma fic nova e estou com sete ones prontas! Uhul! Mas, bem, eu senti falta dos comentários :( Sério, eu fiz com tanto carinho esperando que todas gostassem e comentassem, mas recebi bem pouco (comparada a essa). Pra quem não sabe, eu passei mais de dois dias inteiros escrevendo aquela one, e também amei os comentários.
Pra quem quiser ler, aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/517543/The_Cupids_Diaries/
Ah, e eu vi sim os pedidos pra que eu fizesse um blog de dicas, divulgação e resenha pra fanfic, e até pensei na possibilidade de fazer. Vocês me apoiam? Se sim é só mandar "A", se não é só mandar "B".
Espero que tenham gostado, amoras *u*
XOXO, boa leitura e não se esqueçam dos meus reviews, okay?



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Ir para a casa de Percy se tornou o meu hábito mais forte.

Depois de quase um mês, achei que íamos continuar nos odiando com todas as forças possíveis do Universo, mas nada é realmente como se espera.

O Jackson tinha todos os motivos do mundo para me odiar, só que ainda sim gostava de mim pelos mesmos. Talvez a nossa vida seja assim: não poder escolher o que amar e o que odiar.

Após bater muito na campainha, resolvi abrir com a chave reserva que ficava por baixo do vaso. O que será que estava acontecendo? Tinha certeza absoluta que a essa hora o Cabeça de Alga estaria em casa, então por que simplesmente a porta não era aberta com aquele típico sorriso de todos os outros dias.

A cozinha estava completamente vazia. Onde estava tia Sally com seus cookies e brownies? Tinha certeza que nos seus momentos típicos ela sempre cozinhava, já que o trabalho era apenas no turno da noite como enfermeira.

Havia um papel branco sobre a mesa com o meu nome, então resolvi abrir o envelope antes de investigar melhor a presença de pessoas na sala.

"Cara Annie,

Aqui é a mãe do Percy, Sally. Eu sei que já saberia que era eu pela letra, mas não sei como contaria com a ajuda de outra pessoa. Grover está na escola florestal, Tyson na casa do pai e eu simplesmente não sou forte o suficiente.

Ontem tudo explodiu, quebrou e não consigo fazer conserto nenhum em todos os meus erros grotescos.

Há anos atrás, estava doente com síndrome bradicárdica, um tipo de arritmia cardíaca como a sua. Fiquei com medo de tomar os remédios e tinha que me mostrar forte para Percy e Tyson. Então um dia eu simplesmente fui parar no hospital com taquicardia.

No meu momento mais desesperador pedi para todos as divindades para que ficasse viva só para ver os amores da minha vida crescerem. Só que por fim, nos suspiros mais dolorosos da minha vida, soube que ficaria feliz só de ver seus rostos mais uma vez.

Esse doença e a minha teimosia me renderam não só uma separação, como também o afastamento do meu filho mais novo.

E, nossa, se eu pudesse voltar no tempo uma vez na vida, seria para começar a tomar os remédios, não importa o número de anos que teria que reviver.

Era noite, mais ou menos nove horas, quando Percy chegou em casa furioso, com uma garrafa de vodka na mão e os olhos ainda molhados. Sabia imediatamente que algo sério tinha acontecido, porque ele não bebera mais nada depois da promessa de não cometer mais os erros do pai dele.

Ao me sentar no seu quarto, ele me contou tudo, com lágrimas nos olhos e soluçando como uma criancinha. Há anos não via uma gota cair daqueles olhos, então tudo que fiz foi meu trabalho de mãe de proteger seu coração partido.

Ele ouvira umas meninas falando da sua doença, e logo depois saiu furioso da loja de presentes. Drew e ele não namoram mais e, por mais que estivesse esperando ansiosamente esse momento, ainda sei que não fizera bem pra Percy.

Você não é como as outras meninas. É como ele sempre disse: "Annabeth Chase tem voz, tem idiotice, tem uma genialidade enorme, só que a coisa que eu mais gosto nela é o fato de simplesmente ser ela mesma."

Há um tempo pensava que o que ele mais gostava em você era o fato de ter a história tão parecida comigo e nossa antiga garotinha, mas agora sei que é porque você nunca vai fingir ser alguém só para conquistar uma pessoa. Posso ver a verdade nos seus olhos, querida.

O que ele me disse, jamais poderei falar, porque estou sobre juramento, mas saiba que eu confio em você.

Hoje te peço só que fique aqui e tente consertar o que eu não consegui porque ele, no momento, só quer ouvir a sua voz.

Obrigada por tudo.

Com amor, Sally"

Não sabia o que sentir e muito menos que atitude tomar. Não conseguia me arrepender por não contar nada, porque jamais quis viver sobre uma doença e também devia isso a ele.

Percy prometeu proteger o meu coração com todas as suas forças e todo esse momento queria que o dele não fosse fraturado pelos cacos do meu.

Abri a geladeira, peguei uma garrafa de leite e coloquei no fogo. Lembrando da combinação predileta, acrescentei chocolate, canela e deixei para colocar o chantilly no fim. Com a bebida pronta, subi as escadas e entrei no seu quarto sem bater mesmo.

Nem preciso de explicar a minha surpresa quando vi o quarto arrumado e o Jackson jogado na cama com o celular na mão. Podia facilmente saber que ele não estava em seu melhor dia graças a arrumação excessiva do quarto. Droga, a culpa é minha.

— E aí, Cabeça de Alga? Tem tempo pra um chocolate quente?

Ele veio até mim com as mãos em posição de ataque. Tinha certeza que ele me socaria e tive um ataque de pânico. Me lembro claramente de quando eu era uma garotinha e meu pai, um boxeador de competições, me batia para me ensinar a me defender. Ficava sempre cheia de hematomas, mas nunca reclamava porque esse era o nosso tempo juntos.

Mas, ao invés de tudo que se passava pela minha mente, tudo o que pude sentir foi o ar se esvaindo, meu corpo amolecendo e, finalmente, a paz. Ele me abraçava com uma força delicada que só ele tinha e me fazia sentir como se tudo fosse ficar bem.

O seu coração batia forte e sua barba rala raspava na minha cara e, pela primeira vez não me sentia realmente incomodada com a sensação. Tudo nele era simplesmente confortável.

— Vem cá. — ele desfez o abraço e me levou até a estante onde ficava a TV para o videogame. — Toma. — me entregou umas pílulas e a garrafa de água.

— O que é isso?

— Seus remédios. Eu liguei para o seu médico e comprei para você. Agora, por favor, toma.

Não, Percy Jackson não fez isso.

— O quê... Jackson, você tem noção de como é difícil comprar esses remédios? Além do preço levemente avantajado, ainda temos o fato de que o farmacêutico jamais iria te passar a minha...

— Primeiramente, eu não estou nem aí pra dinheiro enquanto te ter comigo. Droga, Chase, você ainda não entendeu que até te pagaria o quando quisesse só pra nós podermos ficar conversando todos os dias? E, bem, nós tecnicamente somos namorados. — corou.

Deixo claro que ele não foi o único, porque também senti o calor me subir até as bochechas.

— Me desculpe, Percy, mas não posso aceitar. Se quiser ir comigo até lá em casa, eu tenho algumas pílulas e...

— Não quero saber da sua casa. Quero que essas fiquem aqui para eu poder te fazer tomar todos os dias. Eu quero cuidar de você, Annie.

Isso foi a gota d'água pra mim. Coloquei a pílula na ponta da língua e tomei rápido a água gelada. Droga, droga, droga, como alguém poderia se sentir tão frágil só com uns comprimidos que tinham que te ajudar a melhorar.

Me sentei na cama de Percy e respirei fundo. Não chora, não chora, não chora, sua idiota. Não aqui, não hoje, não agora. Você não é mais uma menininha assustada com medo. Você é mais forte do que uma merda de um medicamento.

Senti a cama se afundar e o Jackson puxou a minha cabeça para o seu colo e começou a fazer cafuné no meu cabelo.

— Pode chorar, eu não vou pra lugar nenhum.

Era disso que eu precisava para as lágrimas rolarem dos meus olhos. Chorava por todas aquelas horas que passara no hospital, por toda a infância perdida, por todo o amor não retribuído, por todas as pessoas que passaram pelo mesmo, por toda a fraqueza que sentia.

— Sabe, eu queria ser normal por um dia. Poder correr, nadar, andar de bicicleta e praticar esportes. Quero voltar pra quando tinha sete anos e poder não sentir medo do escuro, nem de ter que ficar em casa enquanto todos os meus outros amigos brincavam. Por um segundo queria poder fingir que sou uma menina normal de dezessete anos que pode beijar um garoto sem quase desmaiar de falta de ar, ou mesmo poder dormir na casa das minhas amigas sem precisar de tomar nada antes.

— Eu te ajudo a suportar qualquer coisa, Annie. Estamos juntos nessa.

— Mas até quando, Percy?

— Até o meu último suspiro. — sorriu e me deu um beijo terno na testa.


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Notas finais do capítulo

Gente, espero que tenham gostado porque esse ficou bem melosinho, okay?
XOXO, não se esqueçam dos meus reviews, Mayy *u*