Caleo, o reencontro escrita por Denuyn


Capítulo 1
Olimpo




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- Leo? – Hazel me chamou – Você está bem?

- Hazel... sim, estou. Onde está Frank?

- Ele voltou para o Argo. Pediu que eu viesse te buscar.

- Ah. Sim, claro. Agora me lembro. Nós conseguimos, não foi?

Ela sorriu, radiante, enquanto me ajudava com as ferramentas.

- Sim. Gaia está morta. Bem, pelo menos morta o bastante.

Sorri de volta, com uma esperança palpitando em meu peito: agora que tudo estava acabado, eu podia voltar para Calipso.

Depois de colocar minhas ferramentas de volta no cinto, voltamos pelo mesmo caminho que viemos do Argo II, seguindo a trilha de destruição que há tão pouco tempo foi o cenário da nossa batalha com Gaia e seus filhos. No fim da batalha, usei meus poderes do fogo para matar um gigante que estava prestes a pisotear Piper e, depois de transformá-lo em pó pelos próximos cinco milênios, fui nocauteado por seu irmão. Entre matar um gigante e desmaiar pelo golpe de outro, eu e os outros seis da profecia juntamos nossas forças para dizimar a deusa e seus filhos, dos quais um deles, logo antes de morrer, conseguiu me atingir com uma clava e espalhado todas as minhas ferramentas pelo chão.

Fiquei desacordado por um tempo antes que Hazel viesse me buscar. Quando acordei, segundos antes dela me chamar, pensei em Calipso, imaginando e torcendo que ela estivesse bem.

Retornamos ao Argo II, sendo recebidos calorosamente por todos e festejando nossa vitória. Quando Reyna me abraçou, estremeci e pensei no que ela havia me dito no dia anterior. “Às vezes as mais duronas gostam dos engraçadinhos” ela comentara, casualmente. Aquilo me incomodou muito. Rezei aos deuses que ela não estivesse falando de mim, pois eu amava Calipso e não queria ferir os sentimentos da pretora de Nova Roma.

Foi uma longa viagem até Nova York, mas o clima estava tão leve que nem percebi os dias passarem. Aproveitei para voltar a fazer piadas e me divertir com meus amigos. Octavian, felizmente, estava com a bola muito mais baixa, agora que havia conhecido Rachel e, obviamente, estava gostando dela, apesar de saber que ela era o Oráculo e deveria permanecer virgem, etc.

Annabeth e Percy eram a alma do grupo, todos sabiam disso. Eles estavam mais apaixonados do que nunca e sempre riam das minhas piadas. Piper era completamente a favor deles se casarem no momento em que chegássemos a Nova York. Falando nela, seu romance com Jason também estava bem. Sabendo que não havia nenhuma chance dele trocá-la por Reyna, elas haviam se tornado grandes amigas e acho que Piper conspirava a favor da filha de Belona ao que diz ao meu respeito.

Hazel e Frank eram absurdamente fofos e atenciosos um com o outro, demonstrando a impossibilidade de se separarem. Ela continuava guardando o graveto dele com todo o carinho. Eu era o único que tinha a pessoa amada inalcançável, além de Nico, que nos deixara logo que derrotamos Gaia, pelo que Hazel me contou.

Só Percy sabia de Calipso.

Chegamos em Nova York.

“Olimpo, afinal!”

Ao adentrarmos no lobby do Empire State Building, assustamos o guardinha da recepção, ou seja lá o que ele fosse.

- Seiscentésimo andar, por favor – Percy falou.

- Não sei do que está falando – o porteiro resmungou.

- Claramente não sabe com quem está falando – Annabeth sorriu – Aposto que Zeus ficaria muito bravo se os sete da Profecia que, por acaso, acabaram de derrotar Gaia, tivessem que arrombar a porta de entrada para o Olimpo.

O homem fechou a cara numa carranca e, relutante, entregou um cartão-chave a ela, aconselhando que fizéssemos duas viagens.

É claro que fizemos só uma.

Uma música mais do que brega estava tocando no elevador, mas não consegui identificar sua letra. Ao chegarmos no andar nº 600, nos desvencilhamos do aperto e, depois de alguns momentos de deslumbre e perplexidade diante da visão do Olimpo projetado por Annabeth, nos dirigimos até o palácio dos olimpianos. À medida que atravessamos os jardins e templos, os deuses e espíritos se curvaram na nossa direção. Sim, isso mesmo, deuses, sátiros, dríades, espíritos, semideuses, todos os habitantes daquele recanto divino se curvaram aos sete da Profecia e seus companheiros.

Foi um dos melhores momentos da minha vida.

Ao finalmente chegarmos no salão onde os Doze Olimpianos se encontravam reunidos, fomos formalmente parabenizados por Zeus. Meu pai me deu uma piscadela e um sorriso que contorceu seu feio rosto, mas foi maravilhoso. Poseidon e Atena se dirigiram calma e orgulhosamente a seus filhos, assim como Afrodite, Zeus, Hades e Ares, estes três últimos trocando para suas personalidades romanas por alguns momentos, certamente controlando-as agora. Surpreendentemente, Apolo congratulou ambos seus Oráculos e Belona, a deusa romana, fez uma rápida aparição para abraçar a filha corajosa.

Depois de um curto tempo de debate, os deuses se decidiram por nos conceder um desejo a seu alcance, assim como fizeram com Percy após a batalha dos titãs. Imediatamente, meu coração se encheu de alegria, minha mente sendo inundada por lembranças e esperança. Por essa razão, não prestei nem o mínimo de atenção ao que os outros estavam pedindo até que meu nome foi chamado (por último).

- Leo Valdez – Zeus falou – Dê um passo à frente e diga seu pedido.

- Quero Calipso – disparei – Digo, quero ter o poder de tirar Calipso de Ogígia e trazê-la comigo. Quero que ela viva normalmente como uma garota de dezesseis anos e, se ela quiser, apenas se ela quiser, envelheça como uma mortal.

Fez-se o silêncio. Senti o olhar, não furioso, mas decepcionado, de Reyna nas minhas costas. Senti a perplexidade de todos os outros, mas, acima de tudo, percebi compreensão de Percy. Ele havia conhecido Calipso; havia passado pelo que eu passei, mas desistiu dela e ficou com Annabeth.

Eu nunca desistiria de Calipso.

- Muito bem – Zeus murmurou – pode resgatar a menina de Ogígia. Mas isso não a faz impune da traição que cometeu.

- Ela amaldiçoou o meu filho – Poseidon resmungou, quase inaudível, mais para lembrar-se do que a garota era capaz.

- Vocês não entendem – eu disse – Ela se arrependeu. Não merece um castigo tão cruel. E eu prometi que voltaria por ela.

- Pode voltar por ela, então – Afrodite interviu, emocionada – O Conselho Olimpiano permite.

- Jurem pelo rio Estige, por favor – pedi delicadamente, tentando parecer o menos desconfiado possível.

Todos eles bufaram e reviraram os olhos.

- Juro pelo rio Estige – falaram em uníssono.

- Obrigado. Obrigado a todos.

Virei-me, evitando olhar Reyna, e encontrei um Percy sorridente.

- Você foi o único, cara – ele disse.

- O quê?

- Foi o único que disse que ia voltar. Quando eu fui pra lá, eu sabia que não voltaria. Não podia abandonar Annabeth e a missão contra Cronos. Mas você, cara, você merece.

- Valeu, Percy – e depois, mais como uma nota mental - Eu vou busca-la quando chegarmos ao acampamento.


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