Linha tênue escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!

Desculpem pela demora. Desta vez não tenho nenhuma escapatória: não postei o capítulo porque fiquei muito, muito insegura com ele. Minha 'Lizzie' é muito teimosa, mas queria explorar mais esse lado contraditório dela e do Darcy, portanto... cá estou!

Peço que me digam tudo o que acharam deste cap, tudo mesmo! Preciso ver se as cenas 'extras' estão cumprindo seu papel ou somente desviando a história do foco original.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447377/chapter/8

Elizabeth acordou cedo, seu corpo (pela inúmera vez em dias) completamente dolorido. Suprimindo um grunhido, ela afastou a manta de si e se levantou.

– Espere um minuto – Voltou-se para o sofá e o encarou. – Não dormi de coberta na noite passada... – Deu de ombros e sorriu. – Jane. Ou Charles. Não... Provavelmente Jane.

Elizabeth encontrou o banheiro que Bingley havia indicado na noite passada (“sinta-se em casa”, ele dissera) e tomou um longo banho. Apesar de todo luxo de xampus, condicionadores e sais de banho disponíveis, a tensão no corpo da moça não cessava. Dormira fora de casa...

Dormira na casa de Darcy e Caroline, pelo amor dos deuses!

Percebendo que o que a deixava daquela maneira era o local, Lizzie decidiu dar uma volta, espairecer a cabeça. Precisava estar recomposta quando o trabalho recomeçasse...

Foi a um parque onde se divertira muitas e muitas vezes quando era criança, a familiaridade deixando-a mais à vontade. Viu Kitty e Lydia e estranhou o fato de estarem em pé tão cedo, mas notou dois rapazes com roupas de montaria e sorriu com um certo desdém. É claro que os jóqueis haviam chegado à cidade, por qual outro motivo as duas estariam tão animadas?

Pensou em mostrar-se presente, mas sabia que Lydia não ficaria satisfeita. Apesar da pouca idade, a mais nova dos Bennet aparentava ser mais velha. Como explicar que sua irmã do meio possuía apenas 18 anos? Má ideia!

Após algum tempo de descanso, decidiu voltar. Encontrou um lago no caminho e decidiu dar uma olhada, talvez jogar algumas migalhas aos patos...

A visão de cabelos muito negros a paralisou. O que Darcy fazia aqui?

Escondeu-se atrás de uma árvore e observou: ele lia, mas sua postura denotava um certo vazio. “Solidão”, pensou Elizabeth. Quase teve pena dele, mas a presença de outra pessoa a fez repensar.

Era Caroline. Apesar da cara de poucos amigos, Darcy nada fez para afastá-la. Os dois realmente pareciam um casal...

“Eu não gosto dos dois”, pensou Elizabeth, “mas Caroline pode ter razão. Esta aposta é um motivo muito estúpido.” Olhou para o próprio pulso. “Minhas próprias convicções não devem interferir na felicidade de outras pessoas.”

Decidida a acabar de vez com aquela bobagem, Elizabeth caminhou resoluta para casa.

Se tivesse olhado para trás, talvez notasse os olhos de Darcy firmemente plantados nela, uma expressão de quase dor em sua face.

_________________________________________

Quando os dois retornaram, Elizabeth lia Lord Byron com interesse e Charles e Jane conversavam perto dela.

– Acho que é melhor ir embora após o almoço, não quero incomodá-los ainda mais.

– Ah, Jane, sabe que é um prazer tê-la aqui. Aposto que Fitzwilliam e Caroline não se incomodam!

A moça deu um risinho e concordou, mas Darcy limitou-se a ignorá-los, sentando-se em outra poltrona e continuando sua leitura.

– E é claro que não me incomodo de ser dupla da aluna número 1! – Dei uma piscadinha. Jane limitou-se a sorrir, ruborizando.

Elizabeth fechou seu livro e deu uma gargalhada.

– Ainda bem que não falou isto perto de mamãe! – Ignorando o olhar alarmado de Jane, sentou-se mais ereta e pôs-se a imitar a mãe: - “Minha Jane é tão magnífica! Tão bonita, com modos tão delicados! Tão modesta!” – Fingiu um suspiro afetado. - “Um rapaz se apaixonou perdidamente por ela aos 15 anos e até escreveu-lhe alguns versos, mas eram muito novos e o romance não deu certo. Que versos magníficos eram aqueles!” – Agradeceu os aplausos de Bingley e pediu desculpas para uma Jane intensamente corada. – Pergunto-me quem terá descoberto o poder da poesia em aniquilar o amor!

Os três riam, mas o som de um livro sendo fechado com força os paralisou.

– Sempre pensei que a poesia fosse o alimento do amor, Elizabeth.

A moça limitou-se a encará-lo com infinita paciência durante alguns instantes.

Darcy, acredito que a poesia seja como o vento: liquidará a pequena chama, mas alimentará a grande labareda.

Ele a encarou por um tempo e voltou-se para o próprio livro, tentando (em vão) esconder um tímido sorriso lhe tomara os lábios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?? :D