Contratada para Amar escrita por Fabiih


Capítulo 6
Capítulo V - Memories


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda c: Como estão? Bem, esse capítulo foi difícil de escrever, mas espero que gostem.
O banner ficou simples, mas eu gostei bastante dele.
Ao capítulo



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Capítulo V – Memories

Lana Walker

Ele parecia hesitar para começar a contar sua história, como se tentasse escolher as palavras adequadas, ou tomasse coragem, quem sabe fosse ambas as coisas? Eu esperava pacientemente, sem o pressionar, pois fazia ideia que seria difícil contar algo como o que ele estava prestes a contar, afinal eu também tinha algo a contar após sua história ser revelada a mim.

— Ok. – disse por fim e me ajeitei no sofá – Há cinco anos minha família foi fazer uma viagem até o Hawaii, e fomos com o jatinho particular da família. Eu, meu pai, minha mãe e... – ele fez uma pausa e se remexeu inquieto – Meu irmão.

— Tem um irmão? – não pude deixar de perguntar – Quantos anos ele tem?

— Eu era gêmeo. – disse simplesmente, e com um tom que estava claro que não queria ser interrompido novamente, mas não pude notar o termo no passado, o que será que havia acontecido? – Ficamos uma semana na ilha e depois precisamos voltar porque meu pai tinha uma reunião importante e mamãe não queria ficar lá sozinha, embora meu irmão e eu preferíamos ficar, já que estávamos aproveitando saindo com as gatinhas havaianas. – ele riu com a lembrança, com o olhar distante. – Lembro-me que fazia um lindo dia, mas quando estávamos atravessando o oceano uma tempestade muito forte começou e...

Ele fez uma pausa tão grande que achei que ele não fosse continuar, ele olhava para o chão enquanto falava, mas de repente como se voltasse ao presente ele olhou para mim e continuou:

— E então um raio deve ter atingido uma das turbinas, o que resultou em um pouso forçado ali no oceano mesmo. Eu me lembro de estar ajudando meu irmão a sair de dentro do avião e meu pai ajudava minha mãe, mas parecia que meu irmão estava desacordado, ele não se mexia, mas eu continuava a tentar tirá-lo de dentro do avião que afundava cada vez mais e mais. – ele dizia rápido, como se estivesse revivendo todo aquele momento novamente – E de repente senti alguém me puxando para fora dali, eu chorava e gritava chamando por Mike, querendo tirá-lo dali o mais rápido possível, mas quando dei por mim eu já havia emergido na superfície e a minha frente estava meu pai.

Era realmente algo muito triste aquela história, mas ele ainda não havia terminado.

— Meu pai perguntou se eu estava bem, se eu havia me cortado, quebrado alguma coisa, mas eu estava bem e com apenas alguns arranhões no rosto assim como ele. Eu chamava por minha mãe e por meu irmão, mas meu pai começou a gritar comigo, tentando me controlar. – murmurava – Ele então me disse que quando tentou tirar minha mãe de lá ela já estava morta, e o meu irmão também. Disse que não podíamos ajuda-los e que teríamos de esperar alguém para nos resgatar, e esperar vivos. – ele suspirou e prosseguiu com a história – Antes de anoitecer um helicóptero vieram trás de nós, foram mandados, pois estavam preocupados e ouviram dizer de uns pescadores que estavam por ali de um avião que havia caído.

Ele acabou deste modo. E essa história não havia me esclarecido nada, então resolvi perguntar:

— Desculpa, não entendi o motivo de odiar seu pai.

— Não entende? Se ele não tivesse a maldita reunião nós não teríamos voltado naquele dia e nada daquilo teria acontecido, eu teria minha mãe e meu irmão comigo e quem sabe não precisaria estar com uma namorada falsa. – disse apontando deliberadamente para mim.

— Obrigada. – retruquei sarcástica, mas deixei passar – Não acho que seja um motivo para odiá-lo, se havia chegado a hora deles iam morrer de uma forma ou de outra. – olhei nos olhos dele e disse – Pense nisso, seu pai não tem culpa daquela tempestade ter acontecido, nem do raio ter acertado a turbina.

Ele nada disse, apenas ficou observando o chão pensativo com a cabeça apoiada na mão. Então, de repente ele olhou para mim e perguntou:

— E você? Qual foi o motivo de ter se mudado para Nova York sozinha?

— Bom. – respirei fundo antes de começar a contar – Quando criança, fui abandonada por meus pais na porta de um orfanato, e fui criada lá até meus oito anos de idade que foi quando um casal me adotou. A mulher não podia ter filhos, foi isso que ela me disse. – murmurei – Mas, o homem ele tinha problemas com bebidas e drogas e era agressivo com minha mãe adotiva, me lembro de uma vez em que ele quebrou uma garrafa de cachaça na cabeça dela só porque a comida estava quente.

Ele me observava escutando tudo atenciosamente, sem nada pronunciar.

— No meu aniversário de onze anos ele chegou bêbado e drogado, e minha mãe foi brigar com ele por ter chegado naquele estado em meu aniversário, mas como previsto ele bateu nela, bateu tanto nela que ela desmaiou. Eu, claro, fui pra cima dele tentar defende-la, mas ele pegou a faca que estava na pia da cozinha e me esfaqueou – disse levantando a minha regata e mostrando a cicatriz que eu possuía de aproximadamente onze centímetros em transversal no meu abdome.

Assim que ele viu seus olhos saltaram para fora e ele levou a mão até a cicatriz contornando-a com o dedo, provocando-me certo arrepio.

— Ele só parou quando a polícia chegou. – continuei abaixando a regata meio sem graça – Minha mãe e eu fomos levadas ao hospital e ficamos bem, meu corte não havia sido muito profundo e não tinha atingido nenhum órgão vital. Ele ficou preso durante seis anos, e quando ele foi solto voltou para se vingar, mas eu não estava em casa quando ele voltou, eu estava na escola e assim que cheguei a minha casa encontrei minha mãe morta no quarto e ele estava ao lado dela sentado na cama com a arma na mão. – nesse momento ele ficou mais apreensivo e até inclinou-se um pouco para frente mostrando interesse – Achei que aquele era meu fim e fiquei estática na porta do quarto e ele apontou a arma em minha direção, naquele momento fechei os olhos e esperei a morte chegar quando escutei o disparo, mas no minuto seguinte estranhei ainda estar viva e abri os olhos encontrando-o morto, quem havia atirado foi o policial que havia sido chamado por vizinhos assim que escutaram o primeiro disparo.

“Depois daquele dia eu nunca mais quis saber de homem na minha vida e sempre andava armada, como já era maior de idade não precisei voltar para o orfanato então fiquei vagando pela cidade, de hotel em hotel, arrumando emprego como garçonete, já havia feito vinte e três anos quando minha única amiga foi morta pelo namorado, e então decidi que não poderia viver mais ali, naquele país que só me trazia más lembranças. – dei de ombros – E resolvi me mudar para Nova York, a cidade dos sonhos.

Ele ficou me olhando por alguns minutos sem dizer nada, e quando finalmente falou foi:

— Nossa!

— Pois é.

— Eu sinto muito por tudo que aconteceu.

— Sinto pelo que aconteceu com você também.

— Você não anda mais armada, anda? – indagou meio cauteloso.

— Não. – ri com a pergunta – Minha amiga encontrou a arma um dia e me fez prometer que me desfizesse dela.

— Ah! – suspirou aliviado.

Ficamos um bom tempo em silêncio, apenas pensando no que havia acontecido a nós dois, e demos um pulo quando o celular do Marco começou a tocar.

— Alô? – ele disse a pessoa do outro lado da linha. – Fala cara, tudo bom? – pausa – Hoje? – ele olhou para mim com uma cara meio alarmada – Ér... Tudo bem, às oito então, te vejo lá. – e desligou.

— O que foi? – perguntei.

— Tyler, um colega meu, nos convidou para um encontro duplo esta noite.

— E porque aquela cara? – indaguei sem saber.

— Ele é daqueles caras que adora se gabar pelo que tem, e algo me diz que hoje a noite não será diferente.


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Notas finais do capítulo

E então? Alguma de vocês acertaram o motivo de ambos? Chagaram perto?
Vejo vocês nos comentários.
Beijos