Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 8
O Induzimento da Serpente


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Capítulo pequeno :3 desculpem-me. Espero que gostem!!



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– Para mim isto é loucura – disse David devorando uma barra de cereal.

– Ela quer levar minha mãe para outro lugar. Ela é uma nojenta.

– Hum, chocolate...

– David!

Ele arregalou os olhos, em seguida, largou a barra sobre minha cama. Não me importei. Afinal, nunca me importava com suas loucuras.

– Ela quer controlar minha mãe – David, agora, estava sério. – Se não nos focarmos, ela vai vencer.

Ele me encarou.

– Por que a odeia? – Ele parecia incrédulo. – Não vejo nada de maléfico. Ela é tão... Sexy, já viu aquelas co...

– David! – ele soltou uma risada. – Não quero sair de Nova York.

– Ela veio de onde? – perguntou David se voltando para a barra de cereal. Ele estava sujando minha cama toda. Prossegui não ligando.

– Não sei – falei enquanto assentava-me na poltrona branca. – Ela veio de outro país, só não sei qual.

– Por que não não pergunta a ela?

– Você está louco? – ele me olhou com divertimento. – Não faço contato visual com aquela mulher.

Ele deu de ombros.

– Ela deve querer levar vocês para França – disse David com a boca cheia. – É um país legal.

– Isso não vem ao caso agora.

– Você quer? – disse ele apontando para a embalagem vazia. Isso era patético. Em seguida, ele deu de ombros novamente.

Balancei a cabeça em sinal de não. Ele jogou a embalagem pela janela. Eu vou te matar, pensei, mas não falei nada.

– Talvez ela queira ser sua amiga. – fiquei descrente com a resposta dele. Victoria nunca seria minha amiga, nem mesmo se eu quisesse, isto nunca aconteceria. Encarei-o por um instante.

– Impossível. Totalmente impossível.

Alguns dias se passaram em que Victoria estava em nossa casa. Tudo era diferente agora. Minha mãe abaixava a cabeça para tudo que ela falava, como um cachorrinho adestrado. Victoria me olhava de um modo malévolo, mas minha mãe não via isto. As comidas preparadas por minha mãe, eram finas e delicadas, o que eu estranhava. Ela não andava pela casa com roupas velhas ou com os cabelos de sempre, agora, estava arrumada como uma madame, achando que eu deveria seguir o mesmo padrão.

Ouvi uma conversa quando passava por seu quarto. Escondi-me para que não me notassem ali.

– Ainda tem as profecias? – Victoria perguntou com um ar maligno.

– O livro? – ela assentiu. – Sim. Está guardado em um lugar seguro.

Ela se levantou, logo abrindo uma das gavetas da penteadeira.

– Chama isto de seguro? – Victoria parecia intrigada.

Minha mãe não se importou. Em suas mãos, um gigantesco livro. Sua capa era trabalhada, como ouro, marcada com o mesmo símbolo do anel. Ela o entregou nas mãos finas de Victoria.

– Como senti saudades. – ela deslizou os dedos pelo livro, logo o abrindo. Este se revelou em páginas amareladas, mas sem nenhuma escrita. – Agatus, revele-se.

No mesmo instante, símbolos e inumeráveis textos surgiram subitamente.

– Richard sabe que está aqui? – perguntou minha mãe.

Victoria se voltou para ela.

– Não – disse ela sem demandas. – Richard está preso em fortalezas de sua própria moradia. – ela deu uma risada sem humor algum. – Ele é um estúpido, não presta para nada.

Os olhos da minha mãe estavam trêmulos.

– Mas o que é isto, Amy? – perguntou Victoria. – Depois de tudo que aquele homem fez para você, ainda existe uma chama acesa em seu coração? Ainda se preocupa com ele?

– Não sinto nada – disse ela com a voz rija. – Estou preocupada com Katharine. Tenho medo de ela descobrir sobre seus po...

– Ora, por favor, Amy – disse Victoria descrente. – Ela não irá descobrir nada se não contar. O que ele pode fazer contra ela? Não é isto que Richard quer.

– E o que ele quer?

Victoria hesitou.

– Não faço à mínima ideia – disse ela dissimulando a voz, em seguida fechou o livro. – Apenas peço que venha junto de mim. Assim, vai esqueçer dos feitiços e de Agatus.

– Não sei, Vicky. Tenho medo – disse ela. – Medo da minha vida voltar a ser como era antes.

Victoria bufou.

– É essa casa. Ela é velha e... – ela ponderou um minuto. – Existem lembranças nela que você necessita se livrar. – sua voz era completamente amarga.

– Tudo foi perdido no incêndio.

– Não tudo. – disse Victoria apontando para o livro. – O incêndio foi proposital. Apenas uma distração.

Minha mãe a encarou.

– A morte do meu filho não foi uma distração.

– Não do modo que você vê.

Minha mãe não entendia as palavras da moça.

– Não compreendo...

– Venha comigo, Amy – disse ela. – Não irá se arrepender.

Minha mãe hesitou.

– Eu não sei, Vicky – ela parecia confusa. – Não quero sair de Nova York. É complicado.

Victoria deixou o livro de lado.

– Não tenha pressa, minha querida Amy. – disse ela. Seu tom ainda era amargo. – A escolha é sua.

...

– Ela é uma cobra – falei para David, que estava desatento.

– Não julgue as pessoas dessa forma, Katharine – disse ele parecendo voltar da sua distração descomunal. – Você mal a conhece.

Ele estava sentado em minha cama. Uma réstia de luz, vinda da janela, encobria seu rosto, o fazendo brilhar.

– Ela está dominando a minha mãe – David parecia não entender. Seus olhos azuis refletiam na luz branca.

– Entendo – disse ele, mas sabia que ele estava errado. – Ela só quer se divertir.

Encarei-o com uma expressão indigesta.

– Não chamo isto de diversão – falei enquanto David me olhava atentamente. – Existe algo nela que... – ponderei para uma resposta. – Ela fala sobre coisas estranhas, como magia, um livro... Agatus.

– É um nome – disse David em um murmúrio.

– O que?

– Agatus, é um nome. – disse ele. – O nome que você fica repetindo, como uma louca.

Não disse nada a ele. Então ele prosseguiu.

– Estou falando sério – acreditei nele. – Você anda muito estranha nos últimos meses. – abri a boca, mas ele me interrompeu. – Não diga que é por causa de Peter, é outra coisa. – seus olhos eram desafiadores. – Katharine, o que está acontecendo?

Hesitei por um instante. Lembrei-me dos meus sonhos, o símbolo, o anel... Sei que é errado esconder algo dele, mas, era preciso. Ele não iria entender.

– Confie em mim, Kat.

– Estou bem, David. Só estou – ele me olhou sério – com medo.

– Não se sinta assim – ele se levantou da cama e me fitou por alguns segundos. – Estou com você.

David sorriu, fechando a porta atrás de si, me deixando só.


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Notas finais do capítulo

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