Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi
Notas iniciais do capítulo
Gente, desculpem a demora! O capítulo está pequeno porque tive que postar logo. Ontem foi as olimpíadas na escola e eu caí feio (fui parar até no hospital para tirar raio x) mas estou bem agora, com um pouco de dificuldade de digitar e de andar :(
Espero que gostem do capítulo ♥
Queia dedicá-lo a: Oboro, Snow NF, a Júlia (amor, por que me abandonou?) e a Vicky (você é outra que me deixou :'(
Beijinhos amores ♥
Olhei-me no espelho. Meus cabelos ruivos, estavam embolados e sujos, meu traje negro estava rasgado em determinados pontos, meus antebraços estavam com arranhões vermelhos e havia sangue seco em meu nariz. Minha imagem era horripilante.
Queria ter dito algo a mais que adeus. Sentia um vazio em meus próprios pensamentos. Eu nunca disse que o amava. Nunca o disse eu te amo.
Deitei-me na cama, mesmo ciente da minha sujeira. Tudo o que pude fazer foi chorar. Simplesmente, chorar. Acho que dormi, pois acordei assustada com batidas na porta. Era Christine.
– Katherine - ela sorriu, educadamente, olhando-me de cima a baixo. - Não tomou um banho ainda?
– Acho que dormi - resmunguei esfregando os olhos.
– Aqui está - ela me entregou uma roupa alva, dobrada delicadamente. - Tome um banho e vista-se.
– Obrigada - sorri, grata por sua atenção. Christine assentiu, retirando-se. - Christine...
Ela parou.
– Sim?
– Obrigada por tudo - suspirei. - Não sei o que seria sem você.
– Não precisa me agradecer, Katharine - sorriu ela. - Esse é o meu dever.
...
Tomei um banho, logo vestindo o que Christine propunha. Era um belo vestido alvo, de mangas franzidas, detalhadas com renda. Seu comprimento ia até o joelho. Penteei o cabelo, sentindo dor a cada movimento. Trancei o cabelo e saí do quarto. O corredor sombrio me esperava, quietamente.
O ar era gelado, um pouco agradável. Passei por inúmeras portas, de salas que eu desconhecia. Parei na gigantesca porta com desenhos dourados. Bati três vezes. A porta se abriu lentamente, em um rangido baixo. Não havia ninguém. A sala permanecia escura.
– O que faz aqui? – perguntou Victoria.
Tentei acha-la em meio a escuridão. Quando deparei-me com seu rosto pálido, recuei.
– Me desculpe – desviei dos objetos que atrapalhavam o caminho. – Sala errada.
Corri para porta, mas uma força misteriosa me puxou de volta. Agora, estava frente a frente com Victoria.
– Isso não me convence, ratinha – seus olhos venenosos brilhavam. Não poderia ser lágrimas.
– Desculpe, sei que está triste com a morte de Raj.
Ela cerrou os punhos e se sentou.
– Fique fora disso.
– Não. Assim como você está magoada, eu também estou.
– A culpa não é de Richard – disse ela, baixinho. – É somente minha.
– Não diga isso – sentei-me na poltrona, ao seu lado. Ela se afastou um pouco. – Não foi você quem criou esse jogo.
– Sim, mas... Eu incentivei-o.
Fiquei em silêncio, formulando palavras. Ela prosseguiu.
– Rajver era a única lembrança viva de Ramech – lamentou ela. Pude jurar que vi uma lágrima escorrer em sua face. – Agora, tudo o que tenho, são cinzas.
Dei um pulo da poltrona, quando lembrei de algo.
– Espere aqui – saí da gigantesca sala obscura. – Eu tive uma ideia.
...
Voltei correndo para a sala de Victoria, depois de visitar a sala de treinamento. Tinha certeza de que ela ainda estaria lá. O objeto em minhas mãos ainda brilhava.
– Aqui está – entreguei-lhe a varinha rubra.
– Por Agatus – ela manuseou o objeto brilhante, com cautela. – Vênus...
– Sim. Pensei que não a encontraria mais, depois de tanto tempo.
– A varinha de um feiticeiro maior nunca morre – ela sorriu, brevemente. Estranhei seu ato inusitado. Duvidei do que tinha visto.
– Apenas a de um feiticeiro menor – completei a frase.
Ela ergueu os olhos para me encarar melhor.
– Parece que Yann e Raj foram ótimos tutores.
– Foram sim – sorri com a ideia. – Eles me ensinaram tudo o que eu deveria saber. E sou eternamente grata por isso.
Ela enxugou uma lágrima e levantou.
– Obrigada – Victoria, talvez involuntariamente, me abraçou forte. Fiquei pasma com sua reação. Nunca imaginei que isso um dia iria acontecer. Senti o perfume caro que exalava em sua roupa rubra, enquanto me abraçava. Quando me soltou, disse:
– Ok, está com fome?
Assenti, mesmo não estando com fome.
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