Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 28
A temporada de caça está aberta ─ Bella/Edward’s P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey, meus amores! Três capítulos para o fim (Snif). Espero seus comentários, (os dos fantasminhas também!)

Boa leitura!

Lembrando: as partes em itálico são pensamentos que Edward pode ler



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Bella’s P.O.V.

Havia uma moça presa em uma parede, sua face demonstrando desespero e seu corpo ainda em um vestido de festa, evento que parecia ter ocorrido há anos. No outro canto, um menino magrelo dormia em um sono forçado e confuso, rosnando aqui e ali, como se tivesse um pesadelo. Um pouco mais distante dos dois estava uma mulher linda, roupa alinhada, cabelos vivos e pose confiante, como se nem mesmo a morte pudesse alcançá-la. Ela mexia com várias plantas, preparando uma poção, como se fosse uma curandeira. Ou uma bruxa.

Era assim que eu via as coisas, de longe, como se eu fosse uma narradora onipresente de uma história bizarra e não a protagonista de minha própria vida. Como eu tinha ido parar ali? Tudo estava tão perfeito há pouco tempo e agora eu estava nas mãos de uma vampira louca com dor de cotovelo.

Ainda nem comecei a me divertir”, ela disse. Eu temia a sua ideia de diversão. Tempo. Eu precisava ganhar tempo. Alice podia até não nos enxergar, mas os lobos estavam atrás de Seth, tenho certeza de que agora os Cullen entrariam nessa também. Precisava ganhar tempo para eles.

— O que está fazendo aí?

— Preparando uma coisinha para acordar o filhotinho. — Raven adorava falar, e aí estava a chance que eu buscava. Precisava manter ela tagarelando o máximo que eu pudesse. — Aí a gente pode começar a brincar.

— Porque não compra alguma coisa na farmácia? Não seria mais fácil? — Ela parou um pouco o que estava fazendo para olhar para mim como se eu fosse uma idiota.

— Não tomei tanto cuidado para encobrir meus rastros para no fim ser pega por fazer as coisas da maneira “mais fácil”. — Continuou com o que estava fazendo.

— Falando nisso, como exatamente conseguiu cobrir seus rastros? Os lobos estão na sua cola há um tempinho e não sentem cheiro nenhum além do de Seth.

— Aquele que me transformou também me ensinou um truquezinho ou outro com plantas. Acontece que os seres sobrenaturais se acham e ignoram alguns saberes bem importantes. — Começou a amaçar algumas folhas dentro de uma cumbuca. — Existe duas ervas que, quando misturadas, retiram qualquer cheiro do corpo da pessoa e tudo que sobra é o fedor de mato. E como mato é algo que tem em excesso por aqui...

Maldita Forks e todo o seu verde.

— Prontinho. — Ela foi até Seth e aproximou a cumbuca de seu nariz. — Acorde filhotinho.

— Onde... O que... — Seth piscou os olhos sonolentamente, balançando a cabeça, confuso. Há quanto tempo o pobrezinho estava sedado? — Bella? Onde a gente... Quem é você? — perguntou, finalmente notando a presença de Raven.

— Sabe sem sal, eu levei um tempinho para entender porque você andava com aquele monte de cachorros fedorentos. — Passou a mão carinhosamente pelos cabelos de Seth, que tentou se afastar, ainda sem entender nada. — Até conseguir o meu filhotinho. Ter um bichinho de estimação é divertido.

— Está falando de mim? — Ela riu, achando graça da confusão do menino.

— Viu? São tão fofos! — Seth tentou, assim como eu, sair de sua posição, mas seus braços também estavam bem presos por correntes.

Raven pegou uma tesoura no meio das suas coisas e cortou a camiseta que Seth vestia. O pânico começou a me dominar. Pensa, Bella, pensa!

— Há-há quanto tempo vem me seguindo?

— Chega de conversa. Cansei dessa sua voz chata. — Trocou a tesoura por uma faca, sorrindo. — Vamos dar um novo som a ela.

— Seth!

Raven passou a faca lentamente pelo peito de Seth. Os gritos do menino ecoavam pela caverna.

— Para, não faz isso com ele!

— Fazer o que? Isso? — E passou a faca por um outro lugar, desenhando um “R” em seu peito. — Nada melhor que marcar um bichinho com o nome de sua dona, não?

— Se transforma Seth! — Uma luz finalmente acendeu em minha mente. Por que não pensei nisso antes?

— Ah, ele não pode. — Raven riu. — Eu me informei bem sobre que erva usar em que ocasião.

— Não, não, não. — Seth rangia os dentes de dor. Tentei puxar meus braços novamente, mas só sentia as algemas cortando meus pulsos.

— É ruim, não é, sem sal? A sensação de impotência? — A faca correu novamente, dessa vez no rosto do menino, despertando outro grito. — Não poder fazer nada ante uma situação que está bem ao nosso alcance? — Outro corte, outro grito. — Eu me senti exatamente dessa maneira quando Edward se recusou a me transformar.

— Deixe ele ir! — Gritei mais uma vez. — O Seth não tem culpa de nada!

— Tem razão. Ele não tem. Por isso não vou tirar a vida do meu filhotinho, ele não merece.

Raven saiu de perto dele. O sangue já começava a escorrer pelos cortes que ela tinha feito. Voltou com uma espécie de unguento nas mãos. Colocou um dedo dentro e passou em um dos cortes. O grito de Seth foi ainda mais agonizante e lágrimas saiam de seus olhos.

— Falou que eu tinha razão! Deixe ele em paz! — Juntei minhas lágrimas e gritos aos dele.

— E tem razão. Não vou matá-lo. Mas ver você sofrer pela dor dele é divertido demais para eu simplesmente parar. — Passou mais unguento em outro corte. O menino se contorcia, gritava e chorava, mas de nada adiantava. E tudo o que fazia nele, doía em mim também.

— Não chore, sem sal. Daqui a pouco é sua vez.

Edward’s P.O.V.

Todos nós procuramos por toda a noite e nada. Nada da Bella em lugar algum. O cheiro que estava no meu quarto junto com o perfume da Bella mal podia nos ajudar, já que se confundia com o cheiro de Forks.

— Droga — gritei, dando um soco na parede.

— Edward, sei que está frustrado, todos estamos. — Esme passou a mão por minhas costas, preocupada. — Bella significa muito para todos nós. Vamos encontrá-la.

Eu podia ver no pensamento de cada um o quanto Bella era importante. Até mesmo Jasper que ainda preferia distância reconhecia isso. Depois que ela apareceu tudo mudou. Nosso clã ficou mais unido e uma paz apareceu entre nós. E essa mudança foi principalmente por ela ter encontrado um lado meu que nem eu mesmo lembrava que existia. Bella tinha me ajudado a amadurecer.

E agora eu não fazia ideia de onde ela estava.

— Não consigo enxergar nada do futuro dela — Alice reclamou. — É como quando ela fica com os quileútes.

— Quem quer que a pegou, está com o lobo desaparecido também. Isso é um fato.

— Epa.

— O que foi Alice? — Concentrei em sua mente e não vi nada. O nosso futuro estava assim.

— Os lobos estão vindo.

Suas palavras não demoraram a se concretizar, em poucos minutos alguém tocou a campainha da casa.

— Onde ela está?

Jacob entrou em nossa casa, sem roupa alguma, e se transformou em um lobo, correndo e farejando por todos os cantos.

— Estou sem paciência para você, vira lata! — gritei pronto para atacar, mas Carlisle e Jasper me seguraram. Aquela merda de cachorro estava doido para virar meu saco de pancadas.

— Levaram ela também, Jacob. — Carlisle levantou um pouco a voz e o pulguento voltou para a sala, rosnando. — Imagino que, pela maneira como entrou, vocês também devem ter percebido que Isabella é a ligação entre nosso clã e sua tribo. — Ele parou de rosnar e se transformou de volta.

— Argh! Não sou obrigado a ver isso! — Berrou Emmett.

Alice correu escadas acima e voltou em segundos, jogando uma bermuda para o sarnento.

— Vista isso, por favor. — Ele revirou os olhos, impaciente. Só mesmo tendo sangue frio para se importar com besteira em uma hora dessas.

— Olha lá o que você diz, está sob o nosso teto. — Outro olhar impaciente. Sai da minha cabeça, aberração! Tentei avançar sobre ele novamente e novamente me seguraram.

— Querem parar de infantilidades, os dois? Cada segundo que perdemos com essa briguinha besta, é um segundo que deixamos de procurar! — Alice chamou a atenção — Agora Jacob, onde estão os outros?

— Estão fazendo uma busca nas proximidades da sua casa.

— Certo, não sabemos quem está por trás disso, mas se nos unirmos, cobriremos mais terreno. — Isso se não foram vocês quem pegaram a Bella.

— Larga de ser idiota, cachorro — cuspi para ele. — Bella é minha por vontade própria, não preciso jogar sujo como você. — Esme e Carlisle olharam para nós, surpresos. Claro que ele pensa que nós os pegamos!

— Novamente, vocês estão focando em futilidades. — Alice estava impaciente. — Jacob, por que não nos conta por onde andaram procurando esses últimos dias?

O cachorro se transformou novamente, para comunicar ao Sam sobre o que estava acontecendo e pedir instruções. Aparentemente, quando transformados, todos os lobos tinham suas mentes conectadas, podendo se comunicar. Felizmente, o Líder da alcateia tinha mais cérebro que o bichinho da Bella e logo concordou com nossa ajuda.

Os lobos só começaram a percorrer Forks recentemente e como todos os outros rastros, esses se camuflavam no meio do mato, o que tornava a nossa busca cega. Bom, não exatamente cega.

Eu tinha uma vantagem naquela busca. A visão de Alice podia estar bloqueada, o cheiro deles camuflado, mas por toda a minha existência, a única mente que esteve bloqueada para mim foi a da Bella, e era daquilo que eu estava atrás: pensamentos. Pensamentos do tal Seth, pensamentos do raptor. Eu percorreria o estado inteiro se necessário fosse.

E quando eu colocasse as minhas mãos em quem levou a minha Bella... Sentia até pena desse ser.


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