Insanidades escrita por Milla C
Corre chuva pelo vidro lá fora, escorre até perder-se em poças. Molha o chão, lava, e se esvai.
Amanhã quando o sol nascer, não será nada mais do que lembranças de raios e trovões que fazem tremer os mais covardes.
Mas seu vento selvagem que se embrenha pelos vãos, uiva em procissão, acolhe-me tão protetor que medo é apenas um conto para conter a impiedosa paixão pela aventura.
Tem pensamentos que me rondam, me instigam ao pior – inatingível – o pior.
E são tão confortáveis como canção de ninar.
Tão errôneos que me envergonham pensar.
Tão terríveis que se fazem belos ao aceitar.
É que o espírito é vingativo, mas o corpo se controla e deixa-se remoer em insanidades, se perder em meio à tempestade.
Na face apenas um riso provocativo que brinca, no papel parte da alma que escapa.
Sorrateira e furiosa. Liberta-se sombria.
Das palavras que brincam na perturbada mente, gentileza é um mito.
Os mais verdadeiros sorrisos são vermelhos, banhados em suor da batalha que habita os sonhos.
A cada passo em que a delicadeza domina, são armadilhas cruéis a quem atrever-se a ponte atravessar.
Mas venha e alegre-me.
Deixe-me fazê-lo sangrar, gritar, implorar por um resquício de humanidade.
Porque meus olhos mentirosos enganam a quem acha ver perdão. São dois poços de rancor, sedentos por rasgar sua carne, e deixar à podridão.
Mas venha querido, olhe em meus olhos, se distraia com meu sorriso, enquanto lhe empurro em um abismo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!