Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 24
POV Carlisle




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Onde eu estava? Eu desmaiei? O que aconteceu? Sentia uma dor latente em todo o meu corpo. Eu não conseguia abrir os olhos, mas ouvia vagamente gritos. Gritos? Vários flashes vieram à minha mente. Sophie... Minha filha, minha pequena! Onde ela estava? O que Aro fizera com ela? Agora me lembro! Ele me usou de cobaia para fazê-la perder o controle! Mas... O que aconteceu depois disso? Eu me lembro de ter visto aquele olhar assassino no rosto de minha filha, mas depois disso eu apaguei. O que aconteceu? Eu precisava saber e rápido! Tentei forçar meus olhos a abrirem. Estava tudo embaçado. Os gritos foram ficando mais altos à medida que eu recobrava a consciência. Minha visão rodava, mas eu conseguia ver que o salão estava bastante destruído. Vi uma chama a minha frente. Provavelmente Sophie a fizera. Ela estava lutando! Claro! Sua personalidade assassina surgiu, então era óbvio que estaria lutando. Isso não era nada bom! Se a personalidade assassina apareceu daquela forma intensa isso significava que... Se o que Rose me falou era verdade, isso significava que eu nunca mais teria minha pequena novamente? Não! Não! Eu não aceitaria isso! Nunca! Eu entendia perfeitamente que matar era algo frequente na vida da minha filha, mas não permitiria que ela se tornasse uma assassina de “sangue frio”. Essa não era a Sophie! Não era assim que ela seria feliz! Não foi isso que prometi a ela! Eu daria um jeito na situação, mesmo que tivesse que lutar contra ela!

Minha visão já estava melhor. Agora conseguia ver com clareza o estrago que fora causado durante minha inconsciência. Parecia ter passado um furacão ali. Os gritos! Ainda os ouvia! Eu reconhecia aquela voz. Alec? Com um pouco de dificuldade me ergui. Em um canto do salão eu podia ver Aro com uma expressão extremamente sofrida e... chorando? Aro estava chorando? Em todos esses anos de vampiro eu jamais vira Aro derramar uma lágrima sequer. O que poderia fazê-lo chegar a esse ponto? Tornei-me para o canto oposto com um pouco de dificuldade e... aquela era Sophie? Ela estava perfurando Alec e Jane com uma espada! E ela estava rindo? Ela estava se divertindo com aquilo? Eu não podia acreditar! A minha pequena, tão vulnerável, tão sofrida, se deliciando com uma cena tão cruel, tão monstruosa! Senti meu veneno ferver! Só por cima do meu cadáver um filho meu agiria dessa forma! Por mais que eu soubesse que aquilo nada mais era que uma consequência dos atos impensados de Aro, eu não permitiria que minha filha agisse daquela maneira absurda. Levantei-me com algum custo.

– SOPHIE! PARE AGORA MESMO! – gritei.

Ela parou imediatamente, mas permaneceu virada. Ficou silêncio por um tempo. Eu olhei para Aro que me demonstrou um imenso alívio no olhar. Eu sabia que ele merecia tudo que estava passando, mas era crueldade demais. Já não era mais uma questão de fazer justiça, Sophie transformou aquilo num mar de violência e maldade. E isso, para mim, era inaceitável! Olhei para Sophie e ela continuava parada, na mesma posição. Então, lentamente ela olhou para mim por cima dos ombros. Seus olhos estavam negros, mas vi hesitação neles. Será que ela me obedeceria naquele estado? Será que me ouviria? Da última vez ela me obedeceu, mas agora era diferente. Sua vontade de matar era muito maior. Era realmente o que ela havia dito, naquele estado era como se alguém a possuísse. De repente meus devaneios foram cortados quando a vi se virando para mim. Ela tinha um olhar constrangido no rosto, mas não parecia arrependida.

– Já chega disso, minha filha. – falei um pouco mais calmo.

Ela abaixou a cabeça. Parecia ter se arrependido finalmente. Porém, ouvi uma risada bem baixa e seus ombros começaram a se mexer, como se estivesse segurando o riso. E logo ela explodia em gargalhada. Ela estava rindo de mim? Ela estava de desrespeitando descaradamente! Aquilo me deixou ainda mais irritado! Ela tinha a petulância de rir na minha cara! Pelo menos uma característica ela conseguira manter; arrogância.

– Você acha mesmo que pode mandar em mim? – ela sumiu e apareceu na minha frente. Aquele sorriso debochado em seu rosto estava realmente me incomodando. – Eu vou te contar um segredo. – ela sussurava. – A sua Sophie não existe mais.

– Será mesmo? Porque o que eu vejo aqui é apenas uma garota assustada dentro de uma casca.

– Assustada? Casca? Não se iluda, querido! A Sophie que você conheceu é que era a casca. Você acha mesmo que tendo uma vida como a que eu tive, eu seria um poço de bondade e amor? – ela gargalhou. – Tem que ser muito ingênuo!

Ela se virou e foi na direção de Aro. Ele olhou para mim completamente apavorado. Se eu não estivesse vendo com meus próprios olhos, diria que era mentira. Se não fosse trágico, seria cômico ver o rei dos vampiros com medo de uma garota de aparência tão frágil. Mas aquela situação não era nada divertida. Eu tentei ir até eles, mas a dor me impedia de locomover-me. Ela pegou o cabeço de Aro e o puxou para cima.

– Você está vendo essa escória aqui? Acha mesmo que ele merece alguma compaixão? Sabe o que eu deveria fazer? – ela deixou que sua outra mão, de punho fechado, entrasse em chamas. – Eu deveria fazê-lo sofrer e lamentar por ter me provocado! E pode apostar que é isso que eu farei. – ela sorriu malignamente.

Então começou a desferir vários socos no rosto de Aro. Ele não se permitiu gritar, mas podia ouvi-lo gemer algumas vezes.

– PARE AGORA MESMO, MOCINHA! – gritei novamente.

Ela parou e jogou Aro no chão como se fosse lixo. Logo em seguida ela me encarou, agora com olhos ameaçadores. Arrepiei dos pés à cabeça. Apesar de ser minha filha, naquele momento ela me via apenas como mais uma vítima. Eu estava me arriscando, eu sabia. Mas era minha filha! Era minha pequena! Eu não desistiria! Nunca! Ela podia me matar, podia me torturar, podia fazer o “diabo a quatro” se quisesse, mas eu não daria o braço a torcer. Eu não voltaria atrás com a minha palavra. Eu era um pai! Eu era seu pai! E mesmo que ela tivesse realmente se tornado uma assassina, ela ainda seria minha filha! Eu jamais me confortaria, mas desistir não era uma opção!

– Eu já disse que você não manda em mim! Está difícil de entender? Terei que ser mais específica? – ela acendeu uma chama na palma da mão.

– Tente. – falei firme.

Ela se aproximou de mim a passos humanos. Ela olhava para mim de uma maneira realmente assustadora. Eu sentia que, de alguma forma, me matar não seria tão prazeroso, para ela, quanto parecia normalmente. Ela estava agindo diferente comigo. Ela não me olhava da mesma maneira que para Aro, por exemplo. De alguma forma eu sentia certo respeito, como se eu não fosse uma vítima qualquer. Será que era aí que estava minha chance? Será que essa era, de fato, uma chance? Eu esperava que sim, pois até então eu me sentia no escuro, sem nenhuma esperança de recuperar minha pequena. Eu faria o que fosse necessário para trazê-la de volta. Eu pensava no que fazer enquanto ela ia se aproximando. Quando ela estava bem perto, foi como se uma pressão se fizesse sobre mim, tornando o clima completamente pesado. Ela abriu a mão na direção do meu rosto, provavelmente com a intenção de atirar fogo. Esperei alguns segundos, mas nada veio. De repente uma chama se acendeu e eu fechei meus olhos, esperando o contato do fogo com meu rosto. Mas esse não veio. Abri os olhos e vi Sophie espantada, olhando para as mãos. Essa era a minha oportunidade.

– Vamos! Você não ia me mostrar quem manda aqui? Estou esperando! – provoquei.

A situação parecia se repetir. E eu esperava que o final fosse o mesmo. Ela me olhou com ódio. Ela parecia não entender o que estava acontecendo. De repente a vi avançando contra mim. Ela fechou o punho para me dar um soco. Novamente fechei meus olhos, esperando um impacto. Nada. Abri os olhos e o punho dela estava parado perto do meu rosto. Ela estava tremendo. Estava ficando vulnerável de novo? Minha pequena estava voltando? Eu podia ter essa esperança? Eu queria ter essa esperança!

– Qual o problema? Deveria ser fácil para você, não é? – provoquei novamente.

– CALADO! – ela gritou.

Ela tentava se forçar a me acertar, mas não obtinha resultado. Aquilo estava me cansando. Eu não tinha tempo a perder. Em uma onda de vontade, ignorei toda a dor que estava sentindo e abracei minha filha. Ao contrário do que eu imaginei, ela apenas ficou parada. Não sei se ficou surpresa ou se realmente não queria desfazer aquele contato. De qualquer forma, aquilo era um bom sinal.

– Já chega, minha filha. Você não pode me matar. Não temos vontade de machucar quem amamos. – sussurrei em seu ouvido.

Logo após ouvir minhas palavras ela me empurrou, apenas com força suficiente para que eu a soltasse e perdesse o equilíbrio. Ela colocou as duas mãos na cabeça e começou a esfregá-las freneticamente nos cabelos, como se estivesse ficando louca. Ela começou a balançar a cabeça e foi abaixando até agachar-se.

– Não! Não! NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO! – ela começou a dizer.

Novamente o fogo tomou conta de seu corpo. Ela começou a gritar e socar o chão bem forte. Eu não estava entendendo. O que estava acontecendo? Será que minha pequena voltaria ao normal? Ou será que ela se transformaria em algo ainda mais assustador? Ela continuou com aquele comportamento por alguns segundos. Por mais que eu estivesse na expectativa de que algo bom pudesse acontecer, eu não conseguia evitar sentir uma angústia crescente em meu peito. Ela parecia sofrer com aquilo. Como se estivesse em uma batalha interna muito intensa. Aquela era claramente uma exteriorização de toda a dor que estava sentindo. Em meio a toda aquela explosão de sentimentos, pude ver lágrimas descendo por seu rosto. Mas não eram lágrimas normais, era... sangue? Ela estava chorando sangue? Oh céus! O que estava acontecendo com a minha pequena?

De repente, ela ergueu os olhos para mim. Não estavam mais negros, mas ainda sentia uma vontade de matar enorme através daquela coloração, agora, escarlate. Mas não era uma vontade de matar outras pessoas. Era vontade de... matar a si mesma? Será que ela queria... Não! Não! Isso não! Não era o que ela queria! Não era o que eu queria! Sophie tinha o hábito de se autopunir, mas ela mesmo disse que não tinha vontade de se matar. Será que ela...? Levantei-me com alguma dificuldade e comecei a me aproximar.

Não venha! – ela disse firme. – Se você se aproximar muito, vai se queimar!

– Sophie, o que pensa que está fazendo? Você não está... – sequer consegui continuar.

Ela sorriu tristemente para mim. Aquilo me partiu o coração. Aqueles olhos me diziam que ela não queria, mas não conseguia mais parar. De alguma forma eu sabia que ela estava se sacrificando. Como se não houvesse mais outra forma de expulsar a assassina de sua mente. Minha filha estava... estava morrendo! Minha filha estava morrendo na minha frente! O que eu podia fazer? O que eu queria fazer? O que fazer? Eu não tinha outra opção! Nunca fui um homem covarde, não seria agora que eu começaria a ser. Eu era o pai da Sophie! Eu tinha obrigação de protegê-la, mesmo que fosse de si mesma. Não conseguia ver aquela cena e ser impassível. Não aguentava ver minha filha sofrendo daquele jeito e não fazer nada. Não! Esse não era o pai que eu sempre fui! Mesmo que eu tivesse que me queimar, eu traria minha pequena de volta! Andei até ela e a abracei. Senti minha pele se derretendo. O fogo era realmente intenso. Mais do que eu podia imaginar. Eu não suportaria muito tempo.

– O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? EU MANDEI FICAR LONGE! – ela gritou para mim.

– E-eu fiz uma pr-promessa... N-não vou t-te abandonar... – falei já sem forças.

– Por quê? Por que faz isso? Faz tanta questão assim de fazer sua palavra valer? – ela me perguntou cansada, como se quisesse se entregar.

– N-não é um-uma quest-tão de hon-nra...

– Então por quê?

– Porque eu te amo, pequena.

Senti meus olhos começarem a pesar. Eu estava perdendo a consciência. De repente, meu corpo foi lançado para longe. Sophie me empurrou. Não! Não! Ela ia morrer! Não! Eu não permitiria! Eu não podia perdê-la! De repente imagens começaram a surgir em minha mente. Imagem de dias terríveis, que se aproximariam se Sophie morresse. Podia ver claramente a tristeza rondando nossa casa. Esme completamente entregue à dor. Meus filhos sem ânimo algum e Rose... Rose estava envolvida em uma aura negra. Aquela garota temperamental, de personalidade indomável, demonstrando-se completamente fraca e entregue à depressão. Quanto a mim, não sabia sequer dizer o que sentia. Eu conseguia ver o sorriso, tão raro no rosto da minha pequena, e não poder alcançá-lo. Eu podia sentir os pequenos e frágeis braços dela ao meu redor, sem que pudesse sentir o toque de sua pele. Eu podia ver o movimento de seus lábios sem que pudesse ouvir sua voz. Eu podia enxergá-la em cada canto daquela casa sem poder abraçá-la, sem poder dizer que eu a amava. Um vazio enorme se apossava de mim. Mesmo tendo mais seis filhos, nenhum poderia substituí-la. Cada um deles era único! A alegria já não faria parte da vida dos Cullen. A paz seria uma estranha dentro de casa. Pesadelos, tormenta, angústia, depressão... Não teríamos vida sem Sophie! A cada novo pensamento, o veneno escorria mais pela minha face. Nada poderia impedir aquilo? Eu perderia minha filha? Estava destinado a passar a eternidade daquela forma? Estava destinado a viver para sempre com o fantasma da minha filha assombrando meus dias e minha família?

Eu já havia perdido a esperança. Quando me dei conta, Sophie já estava caída no chão, ainda envolta em chamas. Ela perdera a consciência e com o calor intenso do fogo, logo já estaria morta. Não havia mais volta. Eu falhei! Prometi para minha esposa que ela jamais perderia um filho novamente e falhei. Prometi que protegeria meus filhos de tudo e falhei. Prometi para Sophie que jamais a abandonaria e falhei. Eu era um fracasso total! O que seria de mim agora? Eu teria forças para continuar? Eu teria forças para encara minha família? Eu já não me sentia seguro de mim. O homem determinado e corajoso morrera junto com minha filha. Os restos eram fortes o suficiente apenas para continuar a viver. A vida deixaria de ser prazerosa para se tornar um peso. O sentido de tudo aquilo se perderia. O sentido de ter lutado por uma família, de ter conquistado cada um deles, de ter construído toda aquela vida, se perderia. Não era como se eu me arrependesse, era mais uma frustração por ter sonhado mais alto do que meus braços podiam alcançar. E no final, levar todos para aquele sofrimento. Doía! Doía mais que o fogo que antes me queimava. Doía mais que qualquer golpe que recebera naquele dia. Chegava a ser insuportável.

Eu não me aguentei. Com os braços no chão, apoiei minha cabeça e chorei. Chorei pesado como há muito não fazia. Não estava me importando com a dor em meu corpo. A dor que eu sentia em meu peito era muito maior. A agonia tomava conta da minha voz, que saía rouca a cada gemido entrecortado de lágrimas. Aquele era só o começo! Aquilo era só o início de uma eternidade. E eu já não aguentava mais. Eu não queria aquela tristeza! Eu ainda não acreditava que aquilo terminaria daquele jeito! Eu ainda não aceitava aquele final! Eu preferia ter morrido no lugar dela! Não era certo! Não era justo! Depois de tudo que ela passou, aquele final não era digno! Por quê? Por que aquilo tinha que acontecer com ela? Por que ela não podia ser feliz? O que o destino tinha contra ela? O que os céus tinham contra ela? Por que só ela não tivera o mínimo de alegria? Por quê? Por quê? Alguma coisa tinha conspirado para que ela tivesse aquele final! Aquilo não era natural! Aquilo não podia ser normal! Era muita injustiça para uma pessoa só. E o que foi que ela fizera de errado para merecer aquilo? Era só por que, para sobreviver, ela teve que matar? Eu não entendia! Eu me recusava a entender! Eu estava ficando louco! Minha cabeça girava e, ao mesmo tempo, parecia pesar uma tonelada. Eu queria culpar alguém! Eu queria me revoltar e destruir tudo! Eu queria que alguém fosse responsável para que eu pudesse vingá-la. Mas esse era eu. Eu era o culpado! Eu teria que pagar! De que forma? Já não era o suficiente o sofrimento que estava sentindo? O que mais eu precisava passar para que aquilo se tornasse justo? Não! Não! Eu queria minha filha de volta! Eu queria minha pequena de novo! Eu queria! Eu precisava!

Senti dedos tocando meus braços. Não tinha forças para olhar quem era. Provavelmente Aro recobrara a consciência e estava tentando chamar minha atenção. Eu não queria ouvir nada! Eu queria apenas chorar e enfrentar aquele sofrimento sozinho. Só por um tempo, eu precisava de um tempo sozinho para engolir toda aquela história.

– Ch-chega...

Aquela voz. Levantei o rosto imediatamente.

– So-Sophie?

– N-não ch-chore... pa-pai...

Eu rapidamente peguei minha pequena nos braços e a abracei. O que? Quando? Como? Não importava! Ela estava ali! Ela estava ali em meus braços! Ela se arrastara até onde eu estava. Quando foi que ela... Milagre? Será?

– P-pa-pai... – ela me chamou e rapidamente eu voltei minha atenção para ela.

– Minha pequena, minha filha, minha Sophie! V-você está viva? C-como? – eu a apertava em meus braços como se quisesse me certificar de que não era uma ilusão.

– E-eu... E-eu na-não pod-dia morrer se-sem di-di-dizer que eu t-te a-amo...

Aquelas palavras atravessaram meu coração como uma flecha. Mas uma flecha que, após atravessar meu corpo, levou toda a tristeza que estava sentindo. Seus olhos estavam brancos agora, ambos. Eu não sabia por que, mas sentia que finalmente ela conseguira alcançar a verdadeira Sophie dentro de si. Aquela era a minha filha! Ela levantou o braço com dificuldade e pousou a mão em meu rosto. Eu segurei sua mão bem firme. Ela estava ali! Era muita informação para assimilar! A um segundo atrás ela estava morta, agora estava viva. Minha cabeça ainda girava, mas o peso era leve como uma pluma. Eu não sabia se sorria ou chorava. Era uma alegria totalmente desmedida. Ela estava muito machucada, toda queimada, mas estava ali! Por quanto tempo? Ela ficaria para sempre? Sim! Sim! Se ela estava viva, seria para sempre! Mesmo machucada daquele jeito, ela estava viva! Eu queria pular com ela em meus braços. Queria jogá-la para cima e rodá-la como se brincasse com uma criança. Eu estava me sentindo um bobo naquele momento, mas... era minha filha! Minha filhinha, ali, comigo! Por um momento eu pensei que a perdera e não queria sequer imaginar sentir aquela dor e vazio novamente. Se o destino me deu outra chance, dessa vez eu faria certo. Eu não decepcionaria ninguém! Eu não cometeria mais falhas como aquela! Eu faria minha pequena a pessoa mais feliz da face da Terra.

– V-vai ficar tudo bem, não é? Você não vai me deixar, não é? – perguntei como se ainda não acreditasse.

– E-eu pen-pensei que e-era o fi-fim... Ma-mas me lem-lembrei que um ho-homem me en-ensi-sinou a cum-cumprir minha pa-palavra – ela disse e eu fiquei um pouco intrigado. Do que ela estava falando? Como se adivinhasse meu pensamento, ela sorriu de leve e continuou. – A... a se-semana a-ain-ainda na-não a-aca-bou... – eu sorri com aquela declaração.

– E você prometeu ficar conosco até a semana acabar, não é? Desde que não desistíssemos, você ficaria conosco, não é?

– Vo-você me di-disse que m-me fa-faria Fe-feliz... E-Eu que-quero ver o re-resultado di-disso... – eu sorri novamente.

– Não acha que o resultado já é claro?

– De-desde o-o iní-início já e-era...

– Claro que sim! Sabe por quê? Porque desde o início o papai já te amava.

– E-e ago-agora eu... eu s-sei o-o que é am-amar... O-obriga-gada...

Ela fechou os olhos e virou a cabeça para o lado, perdera a consciência. Eu já não me preocupava mais. Sabia que ela acordaria cedo ou tarde. Mas continuei com ela em meus braços. E ficaria assim para sempre. Mas, por hora, me permitiria entregar ao cansaço, tendo a segurança de que minha pequena estava ali, do meu lado.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Yooo pessoitas ^^/
Tá aí mais um cap XD!! Eu non sei se gostei desse cap, estou meio dividida... hauahauhauahauahauahau XD!! Eu non sei se precisava ter mais drama ou se tá na medida certa... Non sei XD!! Tô insegura XD!! Tirem minhas dúvidas e me digam se gostaram do cap XD!! E sim, agora estamos nos aproximando da parte esperada... A surra da Rose... hauahauhauahauahauahau XD!! Aguardem, pois chegará em breve XD!!!
Bom, por hj é só XD!! A gente se vê no próximo o/



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