–Alice?-chamei a loira pensativa.

Ela se virou pra mim rapidamente.

–Sim, Rose?

–Posso falar com você? É rapidão.

Ela acenou em concordância e nos afastamos silenciosamente do pessoal, que se encaminhava para o Salão Principal.

Paramos em um corredor vazio que eu logo reconheci como sendo o corredor que levava à sala da aula de DCAT.

–Posso te fazer uma pergunta?

–Fala.

–Você gosta do Zabini?

Ela engasgou e arregalou os olhos para mim. E corou um pouco, coisa que nunca eu a vi fazer, em sete anos de amizade.

–N-não, por quê?

–Quer dizer, eu sei que você já falou que gostava do Alvo, mas é que eu não vejo você se comportando como apaixonada perto dele, e você cora perto do Zabini.

Ela suspirou e mordeu o lábio.

–Eu estou confusa, sabe? É que depois do beijo do Alvo eu meio que...

–BEIJO? QUE BEIJO?-eu gritei.

A ALICE BEIJOU O ALVO? Santo Merlin, agora só faltava os elefantes aprenderem a voar.

–Eu ia te contar, mas a Roxy interrompeu a nossa conversa aquele dia e depois eu esqueci! Lembra quando eu fui à Toca aquele dia, nas férias? O Alvo tava lá, daí, durante a noite, eu fui à cozinha para beber água, e tava escuro, ele me beijou, acho que ele me confundiu com a Roxanne e quase teve um treco quando percebeu que era eu, e pediu pra não contar pra ninguém, nem mesmo pra você.

Eu não falei nada. Também, falar o quê depois dessa?

–E, em relação ao Luke, eu tô meio confusa, sabe? Eu vi que ele ficou com muita raiva quando eu sentei com o Polaris, mas naquela hora eu achei que era porque ele não gostava do Paul, mas daí eu pensei “Por que ele não gosta do Paul?” e conclui que não tinha motivos pra isso, a não ser que o Luke estivesse com...

–Ciúmes. –completei

–É. –ela suspirou de novo. –E viu como ele sorriu pra mim hoje? Ele tem um sorriso lindo. Na verdade, ele é lindo, e isso só torna as coisas mais difíceis ainda.

–Ou mais fáceis. Se você gosta de verdade do Lucian, vai esquecer o Alvo e a situação vai ficar muito menos complicada. A gente finge que isso nunca aconteceu e nem conta pra Roxanne.

–Tudo bem. Mas eu preciso de mais um tempo pra avaliar melhor o que eu sinto. -ela sorriu um pouco. –Mas o que rolou hoje entre você e o Scorpius?

Agora foi a minha vez de corar e gaguejar.

–N-nada, por quê?

Ela riu e jogou os cabelos loiros para trás.

–Avá, Rose! Eu não sou burra, e muito menos cega! Primeiro você age estranho perto dele, e nem o corrige quando ele te chama de “minha ruiva”, e chega inclusive a gaguejar! Depois fica toda estressadinha quando a Lily te ameaça com alguma coisa, e o Malfoy parecia saber do que se tratava, e ficava sorrindo o tempo todo e fazendo cara de tonto apaixonado pra você! Agora desembucha e fala logo!

Eu suspirei pesadamente. Infelizmente, Alice era muito mais observadora que o resto das pessoas, e ninguém menos que ela perceberia a minha estranheza em relação ao Malfoy hoje.

–Ele tentou me beijar hoje.

Felizmente para mim, Alice não era uma pessoa exagerada, então não deu um piti, nem engasgou, nem começou a rir, nem desmaiou. Ela se limitou a dar um sorriso de canto.

–Sério, e como foi?

–Bom, ele não chegou a beijar de verdade, só teve tempo de me dar um selinho antes que a Lily aparecesse e me salvasse de um provável beijo, que eu não teria como impedir, já que o Malfoy tava me segurando meio apertado contra uma parede.

–E a Domi tava rindo porque você contou isso pra ela, estou certa?-ela riu.

–Sim, está. Bom, mas eu não sei se ela estava rindo ou incorporando uma morsa com dor de barriga, se é que me entende.

Nós duas rimos.

–Rose, você impediria se conseguisse?-ela voltou a fazer cara séria.

–O quê?

–Você impediria o Scorpius de te dar um beijo se ele não estivesse te segurando?

Essa era uma boa pergunta. Eu impediria? Teria autocontrole o suficiente pra não cair na lábia dele, teria força o suficiente para resistir ao cheiro maravilhoso dele, aos olhos extremamente azuis dele, à sensação de entorpecimento que a presença dele tão próxima a mim causava?

A resposta era clara como água. Não, eu não o impediria. A prova disso era o modo como eu me portava quando eu estava tão perto. Meu corpo inteiro se arrepiava, minhas pernas tremiam mais que gelatina, minha força de vontade se esvaia como fumaça.

E isso nem era o pior. O pior é que eu queria que ele me beijasse.

–Acho que não, Lice. -respondi sinceramente.

Ela sorriu feliz.

–Me parece que agora você está meio que admitindo finalmente o que sente por ele.

–Mas eu não sinto nada por ele! Eu só não ia conseguir resistir ao beijo dele, só isso.

–Não se engane, Rose. Se gosta de verdade dele, não tem por que se preocupar, já que ele é apaixonado por você.

Meu coração deu um pulo. Será possível que Scorpius Hyperion Malfoy, um galinha total, poderia gostar de verdade de mim? Ou melhor, ser apaixonado por mim?

–Ele é?

–É sim. - ela sorriu.

–Como você pode saber disso?

–Eu meio que ouvi uma conversa que ele teve com o Alvo. Ela admitiu abertamente que era louco por você, e que só não se declarava logo porque tinha medo que você não o correspondesse. É por isso que ele fica só nas cantadas mesmo.

–M-mas e-ele é um galinha!-gaguejei de perplexidade.

–Era, passado! Desistiu disso quando viu que gostava de uma menina só. Você acha que ele ainda tem essa fama só porque a população feminina de Hogwarts morre de amores por ele. Você por acaso se lembra da última vez que viu ele beijando uma garota?

Bom, não era lá muito recente, admito. Da última vez que isso aconteceu, ele pegou uma lufana, sei como era o nome dela, acho que Mary Strauss. E foi um dia depois da nossa discussão que aconteceu por culpa dele, que bateu no Angus só porque ele tava me beijando.

–Faz tempo, né? E só beijou aquela garota porque tava com ciúmes de você com o McLaggen. -Lice disse, como se lesse meu pensamentos. –Acredita em mim agora?

Eu fui poupada de responder pelo som de risos. Roxy, Alvo, Zabini e o Malfoy vinham caminhando na nossa direção, rindo de alguma piada que Roxy contava. Os quatro pararam de rir na hora quando nos viram.

–Ei, onde vocês duas se enfiaram? Perderam o jantar, suas malucas!-Roxy exclamou.

Eu e Alice nos entreolhamos e baixamos o olhar pro chão.

–Qual é o problema?-a fabulosa perguntou.

–Ah, nada, é que estávamos sem fome. -Lice disse tristemente. Ela não conseguia olhar para nenhum deles.

–Atá, você tudo bem, mas Rose Weasley sem fome? O Apocalipse ta chegando, só pode ser. –Roxy disse e os outros três riram.

Eu não ri e lancei um olhar meio envergonhado e desesperado para Alice. O que não passou despercebido pelos outros. Alvo e Zabini nos olhavam curiosos e meio preocupados, assim como Malfoy, que na verdade olhava pra mim, que não conseguia encará-lo diretamente, não depois de tudo que a Alice me disse hoje. Roxy parecia um pouco irritada por eu e Lice estarmos escondendo alguma coisa dela.

–Na boa, o que há com vocês duas? Somem durante o jantar, coisa que nenhuma das duas já fez e agora ficam ali se olhando esquisito, parecendo meio cúmplices, como se escondessem alguma coisa de mim. Desembuchem logo!

–Não é nada, tá legal!-Alice explodiu de vez, olhando super irritada para Roxy enquanto todos a olhavam surpresos, inclusive eu. -Não seja dramática nem metida e pare de nos pressionar!

Roxy a encarou mortalmente e todos sentiam o clima ficando tenso. Alvo estava boquiaberto e carregava uma expressão de culpa pelo que se passava por ali, Zabini olhava para Alice com surpresa e Malfoy também.

–Pressionar, hein, Longbottom? E que é que te pressiona aqui de verdade, hein?-ela disse com ódio.

Eu e Alice sabíamos do que ela estava falando. Alice sempre foi pressionada a vida inteira pelo pai, que queria que ela se tornasse a melhor bruxa o possível, e nunca teve uma relação muito harmoniosa com mãe nem com os meios-irmãos.

–Não é da sua conta, Weasley. -ela disse com raiva.

Nesse ponto todo mundo já estava mais que surpreso, menos eu, que estava horrorizada. Elas sempre foram melhores amigas, e nunca brigaram uma com a outra, por isso a situação ali era extremamente incomum.

–Tudo bem então, Di-Lua 2. –Alice rosnou de raiva com o apelido. –Mas e você, Rose, não vai me dizer o que está acontecendo?

Todos os olhares se voltaram para mim. Eu estava muito irritada com Roxy por envolver aquela trupe de macacos sonserinos no meio disso e mais ainda por ela falar daquele jeito com a Alice, que não havia feito nada para receber aquele tipo de tratamento dela, e eu não escondia isso, então todos viam minha expressão brava e antipática com a maior perplexidade.

–E então, Rose? Vai envelhecer aí ou vai falar logo, coisa que a loira idiota não consegue fazer?-Roxy falou com maldade.

–NÃO FALE ASSIM DELA, ROXANNE KATHERINE WEASLEY!-berrei e todo mundo pulou de susto.

–POR QUE NÃO? NÃO VAI ME DIZER QUE TÁ DO LADO DELA?-ela berrou também, apontando para Alice com desprezo.

–Sim, estou. –falei friamente. -Sinto muito, Roxanne, mas não pode tratar as pessoas desse jeito, então só me procure quando se acalmar, ouviu bem?

Ela piscou, mas logo assumiu uma postura irritada.

–Tanto faz, Rosalie. - e saiu pisando duro dali.

A essa altura todo mundo já estava no limite da surpresa. Alvo parecia mais culpado do que nunca, Zabini olhava para Alice preocupado e Malfoy me olhava com respeito. Coisa que não entendi.

–Então... -Alvo quebrou o silencio - Pelas Barbas de Merlin, o que aconteceu aqui?

–Aconteceu, Potter, que sua prima querida não consegue agüentar um tempo sem meter o nariz onde não é chamada. E se ela me chamar de Di-Lua outra vez ela vai pra enfermaria, só isso. –Alice grunhiu.

Eu suspirei pesadamente.

–Ela não deveria ter dito aquilo. Mas ela é a Roxy, não vai agüentar ficar sem a gente por um dia. Ela vai se desculpar depois, você vai ver. Mas é melhor não chegar muito perto dela enquanto ela ainda está parecendo um Rabo Córneo Húngaro com dor de dente.-eu disse.

–Tá, mas o que vocês duas estão escondendo de tão ruim que ela não pode saber?-Malfoy franziu o cenho.

–Nada!-eu e Alice dizemos em uníssono.

–Sei!-Malfoy sorriu.

–Tudo bem, então. Vamos, Lice?-eu disse meio tonta com o sorriso que Malfoy mandou pra mim.

Ela assentiu e eu mandei um olhar cheio de significado a Alvo, o que nem Zabini nem Malfoy ignoraram. Alvo suspirou tristemente e acenou para mim com a cabeça, um gesto que eu conhecia muito bem e que significava “Nos falamos depois”. Zabini e Malfoy levantaram as sobrancelhas pra ele, e Lice não viu nada.

Depois, Alice e eu nos dirigimos ao nosso dormitório.

***

–Lily!-chamei a ruiva que estava sentada em uma cadeira, perto da lareira que tinha na Sala Comunal da Grifinória.

Ela levantou os olhos para mim e sorriu. Mas era um sorriso meio triste, não pude deixar de notar.

–Oi, Rose.

Eu estava sozinha, já que Alice subiu ao nosso dormitório grunhindo algo como ”Merlin, dai-me forças para não matá-la”, fumegando de raiva. Eu só esperava que Roxanne já estivesse dormindo, ou então elas iam se matar. Literalmente.

–Rô... Por que a Roxy subiu agora pouco com uma cara do cão?-Lily perguntou risonha.

–Ah, não se preocupe com a sua cunhada. Ela teve uma briga feia com a Lice e eu meio que tomei o lado da loira, e a Roxy não gostou porcaria nenhuma.

–Ah... E por que elas brigaram?

Eu engoli em seco. Não poderia contar isso pra ela. Era uma coisa entre mim, Alice e Alvo. Nem Roxanne poderia saber.

–Quer saber? Esquece. Tô vendo mesmo que não parece uma coisa muito boa!-ela fez um gesto de dispensa com a mão.

Eu ri baixinho.

–Lil’s? Por que você está meio tristinha, priminha?-perguntei seriamente.

Ela baixou os olhos.

–Não é nada não. -ela disse tristemente.

–É o Hugo de novo?-suspirei - O que ele fez dessa vez?

Ela deu de ombros.

–Ah, é que eu peguei ele beijando a vaca da Moore de novo!-ela fez uma careta.

Huguito, Huguito! Parece que nunca aprende. Quer dizer, eu amo muito o meu irmão, mas ele é um idiota completo! E cego, ainda por cima!

Mesmo conhecendo a Lily desde as fraldas e estudando há quatro anos com ela, ele nunca percebeu que ela gosta dele! Tem como ser mais tapado que isso? A Lily é a pessoa MENOS discreta do mundo! Fala sério, até os professores sabem do precipício que ela tem por ele! E neeeeeeeeeeeeeem a pau que o boboca nota isso!

Não que ele não goste da Lily, porque ele gosta sim. Eu já vi o jeito que ele olha pra ela, e deve dizer que não é nada inocente. O Louis, melhor amigo dele, já me disse que ele gosta mesmo da Lily, e que não fala logo pra ela porque tem medo de levar uma bela duma surra dos Potter. Mas eu acho que, uma desculpa mais galante para a lerdeza dele, na minha não tão humilde opinião, seria a de que ele é tão trouxa que acha que ela não gosta dele mesmo.

É, eu sei. Dai-me paciência que eu realmente tô precisando!

Então, no lugar do meu irmãozinho lindo e super inteligente (sinta a ironia) se declarar logo, prefere dar uns amassos naquela Daisy Moore, uma grifinória quartanista que divide um dormitório com a Lily e com Khloé Finnigan e Daphne Thomas. É claro que a Lily detesta aquela menina. Não é preciso nem dizer por que, né?

E sim, meu irmão é um galinha. Como tem pouca gente assim nessa escola, notou?

Aqui vai minha lista dos mais galinhas:

–1° e 2°-James Potter/Scorpius Malfoy (coloquei assim porque realmente não dá pra ter certeza quem é o TOP dessa parada. Eu não conto o número de garotas que eles pegam por hora, ué!).

–3°-Fred Weasley (a Molly nasceu pra sofrer)

–4°-Alvo Potter (depois a Roxy mata ele e ele não sabe por que)

–5°-Hugo Weasley (o orgulho da maninha! Só que não!)

–6°e 7°-Lorcan ou Lysander Scamander (e eu lá sei quem é quem? Eles são idênticos, pelo amor de Deus!)

–8°-Louis Weasley (tá, confesso que ele nem é tanto assim, mas os suspiros que as meninas soltam quando ele passa contam, então tá aí!)

Ah, e vale ressaltar que, TODOS, com a exceção do Malfoy e dos Scamander, têm parentesco comigo! Tomara que não seja de família, senão meus filhos vão adquirir péssimos hábitos. Mas como todos dizem, todos MESMO, eu vou casar com a doninha, então já estou ferrada mesmo.

Eu quero que a Lily e o Huguinho fiquem juntos logo, mas meu mano não facilita muito as coisas, então fica difícil de verdade.

Mas eu vou dar um jeito nisso!

–Lily?

–Fala prima.

–E seu te ajudasse com esse seu problema?

Ela arregalou os olhos na hora.

–O quê?

–E seu desse um jeito de ficar com o meu irmão logo? Tô cansada desse “chove e não molha” de vocês dois.

Ela deu uma risadinha afetada.

–Nosso “chove não molha”. Foi mal, Rose, mas você tem muita cara de pau de falar isso pra mim, né?

Agora fui eu quem arregalou os olhos.

–Pensa que eu não sei de você e do Malfoy? Eu vi tudinho!-ela deu um risinho. -E quase espalhei pra todo mundo!-ela fez uma cara do mal.

–Ah, é, me lembre de te matar mais tarde por isso. Mas acredite em mim quando eu digo que nós não temos nada, o crápula filho de uma doninha que me agarrou do nada e tentou me beijar. Ainda bem que você me salvou.

–Bom, pra falar a verdade, você não parecia muito aflita com o fato do Malfoy estar se jogando em cima de você. Mas é um bom sinal.

–Bom sinal por quê?

–Porque você finalmente está deixando de se fazer de difícil! E isso é ótimo! O Scorpius teve que esperar dois anos pra você finalmente colocar na sua cabeça ruiva e dura que você realmente gosta dele. É como meus avós!

–Hein?

–Ah, você sabe. James Potter e Lily Evans, ué!

Ela notou a minha cara confusa e revirou os olhos.

–Não acredito que você não sabe. Tudo bem, lá vai! Quando se conheceram aqui em Hogwarts, há muito tempo atrás mesmo, tipo, acho, só acho, que eles tinham aulas com dinossauros e...

–Lily... -eu revirei meus lindos olhos, que por sinal é um gesto MEU, então ela que tem que parar de me copiar!

–... e com grindlows. Mas no início eles não se gostavam, por que meu avô provocava muito o amigo dela, um tal de sonserino chamado Snape, daí ela vivia defendendo o dito cujo, por isso nunca ia com a cara do vovô. Mas, uns anos depois, o vô meio que deixou de ser infantil e passou a ser um galinha total. E se apaixonou pela única pessoa que não conseguia conquistar: Lily Evans. E depois de muitas azarações, foras e berros do tipo “EU NÃO SOU SUA RUIVA!” e “É EVANS PRA VOCÊ, POTTER!”, ele finalmente deu um jeito de ganhar o coração do “Lírio” dele.

Eu estava pasma. Caramba, caramba, caramba.

–É isso aí, Rose. E é por isso que eu e o resto do povo achamos que você e o Malfoy vão acabar juntos. E ele nem disfarça o fato de ser meio apaixonado por você. Você que é tapada e não percebe.

–Não tão tapada quando o Hugo, okey?-dei uma risadinha. Ela corou. -E não, o Malfoy não é apaixonado por mim, ele quer é me conquistar pra não ter exceções na listinha não tão pequena dele.

–E era exatamente isso que Lily Evans dizia pra suas amigas quando elas falavam que o James Potter a amava. Ela demorou pra perceber que era verdade e que o amava também, mas você vai acabar percebendo também. Se já não é que não percebeu, só não quer é admitir.

Grunhi de irritação. Sério, perdia a conta de quantas vezes fui zoada por causa do Malfoy hoje. Acho que bateu algum recorde.

–Tá, mas voltando a parte de você e do Hugo, eu juro que, se você não contar pra alguém sobre o que aconteceu comigo e com a doninha hoje, eu te ajudo com o meu mano. Dou um jeito de ele se declarar logo pra você, já que ele mata e morre por você.

–Nossa, sério?-os olhos de Lily brilharam de contentamento.

–Você ouviu mais alguma coisa que eu falei ou foi só essa última parte?-resmunguei.

–Não, eu entendi. Se você for discreta e fizer ele tomar uma atitude logo, sem utilizar a Maldição Imperius ou o Confundus, ou seja, só na base do milagre mesmo, eu mantenho segredo sobre você e seu futuro marido. Se você não obtiver sucesso em um mês, eu espalho pra todo mundo da família e ainda colo uns cartazes em Hogwarts escritos “ROSE AMA SCORPIUS” ou algo do gênero, ouviu bem?

Como ela é gentil, né? É isso o que dá ter dois irmãos mais velhos. Cresce estragado mesmo.

–Tá bom, Lily.

Ela sorriu perversa.

–Você tem exatos trinta dias, começando amanhã. E não deve contar com a ajuda de ninguém pra isso. Não quero que saibam que eu gosto do Hugo.

Eu resmunguei algo como “Como se ninguém soubesse disso” e ela me deu língua, antes de se virar e subir para o seu dormitório.

Pois é. Rose Weasley agora teria que dar uma de Cupido pra cima do irmão e da prima maravilhosa e super simpática que ela tem.

Não é preciso nem mencionar o quanto eu sou sortuda.