Destinados escrita por Lucy Myh


Capítulo 6
Capítulo 5. CEMITÉRIO


Notas iniciais do capítulo

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CAPÍTULO 5 – CEMITÉRIO

Edward POV

Antes de irmos ao cemitério de Forks, fomos a uma floricultura para comprar flores para o túmulo de Bella. Durante o percurso pude notar que pouca coisa mudou em Forks, embora novas construções tivessem sido erguidas, como um pequeno shopping e um cinema, muitas coisas continuavam iguais. A delegacia parecia a mesma. A Forks High School só teve mais um prédio adicionado ao complexo antigo. Pouca coisa mudou em Forks, diferente do resto do país.

Todos os Cullen foram ao cemitério. Alice seguia com Jasper na frente guiando-nos por entre as lápides, em seguida iam Emmett e Rosalie, Carlisle e Esme e, por último, eu. Todos estavam com o semblante sério, enquanto seus pensamentos estavam em Bella. Nesse momento, todos pensavam nela. Em como ela era tímida, determinada, teimosa, corajosa. Ver Bella através dos pensamentos da minha família me trouxe de volta todas as sensações boas que eu sentia com ela, como se somente agora, acordasse do meu estado de inércia.

Desde a morte dela, minha família evitou pensar nela perto de mim. Agora, aqui, nesse cemitério, eles pensavam nela livremente, sem tentar bloquear seus pensamentos. Através deles, eu vi o quanto Bella me fez bem pelos olhos de Esme e Carlisle, o quanto Bella era divertida aos olhos de Alice, o quanto Bella era tímida e se constrangia facilmente aos olhos de Emmett, o quanto Bella foi corajosa aos olhos de Jasper, o quanto Bella era humana aos olhos de Rosalie. Com todas essas visões, pude ver o quanto Bella me fazia falta.

Durante todos esses 75 anos, eu me apeguei à culpa e à dor pela sua morte. Agora vejo o quanto isso machucou a mim e à minha família. Nunca vou e nem serei capaz de esquecer Bella. Mas agora que vejo o estrago que meu comportamento fez à minha família, me comprometerei a tentar viver todo resto da minha eternidade preso às boas lembranças de Bella, tentarei trazer a felicidade para minha família. Tentarei fazer o bem para aqueles que eu amo, a minha família, para que, onde quer que ela esteja, Bella possa sentir orgulho de mim.

Diante da lápide dela, minha família foi depositando as flores e depois, foram se afastando para me dar passagem.

“Nós já vamos indo.” Carlisle se pronunciou. “Vai ficar bem, Edward?”

Assenti.

“Nos vemos em casa então.” Esme disse carinhosa. E todos se foram, me deixando a sós com o túmulo de Bella.

Em silêncio, ajoelhei na terra fofa. Depositei cuidadosamente o buquê de rosas brancas junto às flores que minha família havia depositado. Se pudesse chorar, choraria nessa hora. Pequenos soluços começaram a sair da minha garganta.

Havia tanta coisa que eu queria ter dito à Bella. Tantas coisas que eu não deveria ter dito. Queria que ela pudesse saber que eu a amava acima de tudo, que nunca deixei e nem poderia deixar de amá-la. Queria que ela não tivesse acreditado quando disse que não a queria, que não a amava, que não era boa para mim, porque todos os argumentos em que me baseei no nosso rompimento eram mentiras.

“Por que você não acreditou no meu amor, Bella?” Me apoiei na lápide.

“Por que você nunca se enxergou bem? Você era mais que perfeita para mim.”

Fiquei encarando aquela pedra fria, tão fria quanto eu, enquanto pensava em tudo o que não foi dito. Todas as palavras vitais que ficaram presas no meu peito. Havia tanto a ser dito, tanto a ser corrigido.

“Onde quer que você esteja agora, Bella, eu sei que não está ao meu alcance. Será que existe algum céu para onde monstros como eu possam ir encontrar anjos como você?” Suspirei.

“Sinto tanto a sua falta... Esteja onde estiver, não quero que se esqueça que eu te amo. Não importa todas as besteiras e mentiras que eu disse, nem todos os erros que cometi, eu sempre, sempre irei te amar.”

Fitei as inscrições na lápide.

Isabella Marie Swan

Aqueles que amamos nunca nos deixam

* 13/09/1987

† 16/03/2006

Boa escolha de palavras. Aqueles que amamos nunca nos deixam... Essas palavras não saíam da minha cabeça. Queria tanto que fossem reais. De fato, Bella nunca deixaria meu coração. Suas lembranças nuca me deixariam. Mas ainda assim, queria poder tocá-la novamente, poder fazê-la corar e sorrir.

Me aproximei da lápide e com meus dedos de mármore, comecei a arranhar a dura pedra, gravando nela uma última frase. Pedra contra pedra, meus dedos trabalhavam na fria lápide. Eu precisava deixar com Bella uma última frase, uma frase que resumia todo meu sentimento, meu amor. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ajoelhado conversando com ela e deixando minha última lembrança. Só sei que quando decidi ir embora uma chuva torrencial começou a cair e há muito tempo o céu já tinha escurecido.

Fiquei de pé e, antes de partir, dei uma última olhada para o túmulo, que agora abrigava os dizeres:

Isabella Marie Swan

Aqueles que amamos nunca nos deixam

* 13/09/1987

† 16/03/2006

Cuide de meu coração, ele ficou com você

Fiquei imóvel por um tempo, sentindo a chuva cair pesada sobre mim, criando uma parede entre mim e o mundo, lavando parte da dor, mesmo que ínfima, do meu corpo. Pude sentir a presença de Bella, como se dissesse a mim que nunca me abandonaria, que estaria comigo.

“Eu te amo.” Sussurrei para a chuva e pude jurar que ela me respondeu Me espere. Também te amo.

 

Luna POV

Sabia que estava sonhando. Tinha certeza disso, mas era tão real...

Chovia no meu sonho, uma chuva pesada, espessa, tão espessa, que me separava do mundo, deixando-me só. Odeio a sensação de estar sozinha, abandonada. Aquele sonho estava começando a se transformar num pesadelo! Queria sair daquela chuva. Comecei a correr, corri o mais rápido que meus pés me permitiam tentando me abrigar da chuva. Mas não conseguia enxergar nada, a chuva me cegava.

Corri desorientada, sem saber por onde estava indo, eu só me obrigava a continuar correndo, tentando, em vão, fugir dessa tempestade, dessa sensação de abandono. Estava tudo escuro, só conseguia ouvir a água caindo e a senti descer pelo meu corpo, me ensopando e me deixando cada vez mais pesada, quase me afogando. Comecei a chorar, o chão era feito de terra fofa, meu pé afundava na lama cada passo que eu dava. Entrei em desespero.

Até que eu tropecei. Na velocidade que eu corria, sabia que, mesmo que o chão fosse de terra fofa, a queda machucaria muito, mas não foi isso que eu senti. O que eu senti foi muito melhor que a terra batendo no meu corpo, eu senti dois braços gélidos me segurarem pela cintura, evitado minha queda, e logo depois, me prendendo num abraço confortante de onde eu desejaria nunca sair.

Ficamos presos no abraço em silêncio. Percebi que não chovia mais e olhei ao meu redor para me localizar. Me arrependi. Estávamos num cemitério e estava escuro, a luz fraca da lua iluminava sombriamente as lápides e meu rosto. Estava assustada para saber como eu fui parar num cemitério em que nunca estive antes e tudo o que conseguia enxergar eram as lápides e a silhueta do homem que ainda me abraçava. Não conseguia enxergar seu rosto. Estávamos sobre um túmulo, eu pisava em cima pétalas de rosas brancas.

Os braços me apertaram um pouco mais, me aconcheguei melhor naquele abraço e me esqueci de onde estava. Fechei os olhos apenas apreciando o momento, a sensação de estar completa. Só eu e ele, mais nada, nem ninguém. Seu corpo era frio, mas incrivelmente confortante. Suspirei aliviada.

“Sinto tanto a sua falta...” Sua voz aveludada e musical me pegou de surpresa. “Não importa todas as besteiras e mentiras que eu disse, nem todos os erros que cometi, eu sempre, sempre irei te amar.”

Embora não me lembrasse quem era o dono dessa voz, aquelas palavras acalmaram meu coração, inflando-o de felicidade excitação.

Mas assim como aqueles braços me envolveram, eles desapareceram. Num instante me vi sozinha novamente, numa total escuridão, não havia mais lua. Como se ela tivesse vindo com ele e ele a tivesse levado embora. A última coisa que ouvi foi um melodioso Eu te amo, um sussurro.

Não queria que ele fosse embora, não queria me sentir abandonada de novo. Com todo o ar dos meus pulmões eu gritei: “Me espere. Também te amo”, mas a chuva se fazia presente novamente, abafando minha súplica.

Mergulhada novamente na solidão do abandono, acordei assustada, chorando, deitada na minha cama, em casa. Pude ouvir a chuva torrencial que assolava Phoenix. A água não parava de bater na minha janela, como se quisesse entrar. Definitivamente, odeio a chuva! Sempre me traz sonhos tão estranhos...


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Notas finais do capítulo

E aí? Perceberam a ligação entre eles? Quem aí acredita que sonhos podem ser premonitórios? Bom, acho que vocês perceberam que a Luna, ou a nova “Bella”, está em Phoenix, não é? Então o tão esperado reencontro deles fica mais um pouco para frente. Agüentem firme! Não me matem e nem me abandonem. Juro que mais coisa acontece! Fiquem ligados no próximo capítulo, aqui vai uma dica: Vocês gostam de... lobos? ;)

É isso aí, por hoje é só.

Lucy Myh.



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