ESPECIAL CANDY + OCTAVIAN:

COMO ISSO ACONTECEU?

– Candice, acorda. – a voz falou, e senti um cutucão em minhas costelas.

– Hããããã – murmurei

– Você tá dormindo no meu ombro. – a voz continuou a falar.

– Cala a boca. – murmurei
– Minha perna está doendo.

– Shiiiiiiiiiiiiiiiiiiu. - sussurrei

– Candice! – a voz falou irritada

– Mãe! - usei o mesmo tom

– Não sou sua mãe. – a voz falou

– AI MEUS DEUSES, EM QUEM EU TÔ DEITADA?

Me levantei em um pulo, pra ver que eu estava deitada em Octavian.
No senado.
Em uma reunião de conselho.
E como sempre, eu chamei atenção.

– Candice? – Reyna me chamou

– O que eu fiz agora? – questionei me virando pra Reyna.

– Você se voluntariou pra ajudar Octavian, Max e Kurt na limpeza dos templos. – ela falou

– Ah... – murmurei me virando pra Octavian, com um olhar acusador.

– Eba? – ele sorriu

Alguns minutos de discussão depois:

– Eu não quero limpar nada. – falei cruzando os braços

– Você se voluntariou. – Octavian falou me entregando um esfregão.
– Não foi por querer! Você me acordou! – falei, jogando o esfregão nele.
– Ai! Não seja mimada! – Ele me devolveu o esfregão, e eu fiz cara feia.

Estávamos na entrada de um templo que eu julgava ser de Hades/forma romana de Hades que eu não lembro o nome. Com esfregões que pareciam o cabelo da Lia Hammel, vassouras, baldes e produtos de limpeza.

Havia também dois garotos, mas eles não eram importantes.

– Oi, eu sou o Max. – um dos garotos se virou pra mim sorrindo.

– E eu sou o Kurt. – o outro se apresentou.

– E eu não me impor – comecei pronta pra cortar os garotos, até encara-los – ... WOW! VOCÊS SÃO

O garoto 1 (Max) sorriu pra mim, e Kurt corou. Então, Octavian enfiou uma vassoura na cara de Max.

Octavian, um exemplo ótimo de como os romanos são uns bundões.

– Limpar. – ele ordenou.

– Não me trate como a Cinderela, se não quiser ser tratado como morto. – falei, batendo o esfregão na cabeça de Octavian, e entrando no Templo.

–SANTO HADES! - gritei assustada, quando alguma coisa tocou meu ombro.

– Não, só eu – Octavian sussurrou no meu ouvido – Está um pouco escuro...

– Ah, jura? – ironizei – EI, FILHOS DE FEBO, PRECISAMOS DE LUZ AQUI.

– Como sabe que eles são filhos de Febo? – Octavian perguntou, ainda sussurrando.

– Eles são quentes. Dã. – falei quando as luzes se acenderam. – Vem escravo, vamos limpar.

– Eu não sou escravo. – ele bufou, começando a tirar pó do altar.

– Apenas limpe. – falei.

– Você não manda em mim. – ele me mostrou a língua

Ai, eu joguei o esfregão na cara dele.

Octavian caiu de cara no chão, com o esfregão do seu lado.

– Okay. – ele falou se levantando – Agora, você vai pagar por isso. – e começou a correr.

Segundo o livro Guia dos Semideuses que estão se fodendo na vida, quando um romano maluco começa a correr atrás de você, a coisa mais óbvia a se fazer é: Deitar-se no chão e se fingir e morto.

– Candy... Candy, o que você tá fazendo? – Octavian perguntou, me olhando de cima.

– Shiiiiiu. – sussurrei – eu estou morta, pra você não me pegar.

– Deuses. – ele falou batendo a mão na testa – Você é a garota mais fofa e burra que eu já conheci.

Me levantei em um pulo, e o derrubei no chão com um golpe.

– O que você estava dizendo? - falei, encarando-o de cima, como ele fez comigo há minutos atrás.

– Uh... – ele sorriu, e puxou meu pé, me fazendo cair em cima dele. – Que você era fofa?

– Não me provoque, garoto. – falei cerrando os olhos, e rolando para o lado. – Podemos descansar, agora?

– Não! – ele pulou de pé, e me deu a mão. – HORA DE LIMPAR, CANDICE!

– Ah, eu realmente odeio você quando está feliz. – falei, pegando o esfregão no chão, e voltando ao trabalho de escrava.

Depois de duas horas limpando um templo minúsculo e escuro, Octavian me deixou descansar.

Apesar de eu descansar a cada 2 minutos. E, apesar de Octavian estar fazendo todo o trabalho.
Afinal, é culpa dele eu estar nisso.

Nós subimos no telhado do teto de Plutão. Onde havia ossos, caveiras, ouro, diamantes e outras coisas que brilhavam. Incluindo eu mesma.

– Legal aqui. – falei, brincando de acertar faunos mendigos com um diamante.

– É... – ele deu de ombros, sem realmente ouviu o que eu estava falando.

– Você tá legal? – perguntei

– Tô. Mas aquele fauno ali, que você atingiu com o diamante, não... Acho que ele acabou de entrar em coma.

– Acontece. – dei de ombros também.

– Desde que você chegou, essas coisas acontecem mesmo. – ele falou quase melancólico.

– Isso é ruim, Tavi? – perguntei

Tavi. Era o diminutivo do nome dele, segundo eu mesma.

Era irritante, e irritava-o. Por isso, eu usava.

– Talvez... – ele falou, me olhando – Sabe, comas, ferimentos graves, mortes e essas coisas não são coisas boas...

– Então, eu só tenho causado coisas ruins? – perguntei fazendo um bico.

– É, bem... – ele corou – Não totalmente... Você salvou minha vida, sabe... Isso é bom...

– O resto da coorte discorda, mas ok. – falei

– Você acabou de estragar o momento. – ele disse decepcionado

– Que momento? - perguntei

– O nosso momento.

– Temos um momento?

– Tínhamos, até você estragar.

– Tínhamos um momento, e você não me disse?

– Planejava te dizer, depois disso.

Então ele se aproximou. Estávamos perigosamente perto. E eu não hesitei. Beijei-o.

O beijo foi lento. Talvez tenha durado 2 minutos, ou mais.

Quando paramos pra respirar, estávamos corados e ofegantes.

– Acho que eu gosto de você. – ele falou, ainda bem perto da minha boca.

– Eu também não te odeio. – sussurrei, e o beijei de novo.

E assim, começou algo totalmente inesperado.

O primeiro beijo que eu havia dado em Octavian, havia sido no teto de um templo cheio de caveiras, com um fauno em coma logo abaixo de nós.

Realmente, muito romântico.