Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 25
Promessas


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM
Olá amigxs ♥
Mil desculpas por esses hiato gigantesco, é que eu estava com bloqueio.
Sério. Eu não tinha capacidade para escrever nem uma frase possível. e-e
Mas aqui estou com esse capítulo novinho.
Espero que gostem ♥



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Austin

— Olá garota perdida. – falo e Ally vira seu rosto em minha direção. – Finalmente te encontrei.

Aproximei-me da garota e me escorei ao seu lado na madeira branca do posto de salva-vidas.

Ally usava um vestido curto de festa, estava com seu cabelo arrumado e seu rosto maquiado. Porém, em vez de saltos, eu via simples chinelos azuis em seus pés. Ela balançava-os no ar, com os calçados pendurados me seus dedos, como se fosse cair a qualquer momento.

Ela me pegou olhando, e começou a falar.

— Parece que vão cair, não é? – ela olha para meus olhos. – Eles estão por um fio, prestes a desabar. Porém, se eles caírem, - ela chuta um dos chinelos para longe – é só juntá-los na areia depois. – Ally respira fundo antes de voltar a falar. – Sabe o que acontece quando uma pessoa está perto de desabar, Austin? Quando ela está por um fio?

— Ela enlouquece. – e continuo olhando em seus olhos cansados e tristes. – Ela tenta se afastar de todos que amam para não os machucar. Ela tem um corpo, porém sem nenhuma alma sustentando ele.

Vejo pequenas lágrimas se criarem em suas orbes, e eu não devo estar diferente, até por que passei a viagem inteira chorando.

— Eu só preciso de amor, Austin. – várias lágrimas caíam por seus olhos, e ela não se importava. – Mas acho que esse mundo não está disposto para me fornecer isso.

— Não diga isso! – me exalto, e logo volto ao normal. Largo a câmera e todo o resto que estava em minhas mãos no chão, e me sento ao lado da garota. – Se o mundo está contra você, seremos eu e você contra o mundo. Se este planeta não pode te ajudar, procuramos outro. Vamos pelo universo inteiro, vamos nos tornar estranhos com as estrelas. Eu faço qualquer coisa! Mas nunca mais repita essas palavras. – a esse ponto eu segurava as mãos dela com força e medo, e algumas lágrimas sorrateiras saltavam de meus olhos.

Um pequeno sorriso triste brota em seus lábios. Ela segura meu rosto e me beija. Seu gosto é salgado por causa das lágrimas, mas não poderia ser melhor.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu. – ela sussurra em meus lábios.

— Eu te amo.

•••

Eu e Ally estávamos deitados na areia fria da praia. Depois de alguns beijos, nós acabamos caindo do posto de salva-vidas. Por sorte nenhum de nós se machucou, e isso nos resultou em várias risadas.

Estava olhando para as estrelas – ou o que restava delas, afinal estamos em Miami Beach, e são muitas luzes para um céu estrelado – e ela se encontrava ao meu lado de barriga para baixo. Nossas mãos faziam carinho umas nas outras.
A lua se encontrava um pouco a cima do horizonte, pois não era tão tarde ainda.

— Fazia muito tempo que eu não me sentia assim. – comento.

— Assim como? – seus olhos ainda molhados e com alguns grãos de areia grudados em volta me encaram com curiosidade.

— Em paz.

Ela sorri de lado, e se joga por cima de mim. Sofremos um pequeno choque térmico, pois seu corpo estava gelado em questão da areia. Porém, isso só me lembrou de que ainda estamos ambos vivos.

— Me promete que, se algo acontecer, nos encontraremos em outra vida? E continuaremos a salvar a vida um do outro? – ela perguntou séria.

Até pensei em rir, mas seu rosto demonstrava seriedade.

— Prometo. – os cantos de meus lábios sobem, forçando um sorriso. Tenho certeza que o dela também foi forçado.

Alicia deita sua testa na curva do meu pescoço, e sinto seu nariz puxar o ar. Não sei se meu cheiro é dos mais agradáveis, mas ela continua respirando, então acho que é seguro.

— Por que você está aqui? Por que Miami Beach, e como chegou aqui? – questiono-a e ela suspira. – Não precisa falar se não quiser. É só… Curiosidade.

— Não, tudo bem. – sua voz sai abafada. – Acho que você tem direito de saber.

Ally se levanta e, sentada e meu abdome, ela começa a contar.

— Quando eu era bem pequena, meus pais me trouxeram aqui. Foi a única vez que eu vim nessa praia. E eu a acho muito bonita. É a minha última lembrança feliz antes de Lester nos abandonar. Acho que eu tinha nove anos, ou um pouco mais.

Ela olhava para cima, e tentava ignorar minha presença ali. Acho que assim seria mais fácil para ela.

— Eu, Dallas, Lester e minha mãe corríamos pela areia no sol escaldante. E depois nadávamos no mar. A água sempre foi gelada perto de South Miami, mas aqui ela era morna. – Ally sorria e algumas lágrimas caíam de seus olhos. Lágrimas de saudade. – Passamos um fim de semana inteiro aqui. Dormíamos em uma pousada aqui perto, e vínhamos bem cedo para cá, para aproveitar o dia.

Ela sorri novamente, e abaixa a cabeça, fechando os olhos. Suas mãos se encontravam em cima de suas coxas em meus dois lados.

— Mas depois disso. Só coisas ruins aconteceram. – ela fecha os olhos com mais força. Ponho minhas mãos sobre as dela, e puxo-o levemente para se deixar sobre mim, sendo que ela assim faz. – Quando você chegou, eu pensei que as coisas realmente iriam melhorar para sempre. Mas eu estava enganada.

— Como assim? – pergunto, afastando alguns fios castanhos de seu rosto. Seus olhos já marejavam.

— Você deve estar se perguntando o motivo de eu estar aqui, não é? – assinto, e algumas lágrimas caem quando ela fecha os olhos com força. – Dallas desapareceu depois de uma corrida.

Meus olhos se estufam, e eu me sento na areia, levando Ally junto comigo.

— Como? O quê... – eu não sabia raciocinar. – Me explique isso direito.

— Roy, o mecânico de Dallas me ligou esta madrugada... – diversas lágrimas caíam de seus olhos. – Ele disse que depois da corrida, todos foram comemorar a vitória de Dallas em um restaurante, mas ele depois de um tempo ele recebeu uma ligação, e disse que iria sair, e que já voltava. – seus olhos já estavam vermelhos e ela soluçava enquanto falava. Era palpável a dor que ela sentia ao contar aquilo. – Mas ele não apareceu desde ontem. Toda a equipe já está voltando para cá, mas as investigações continuam por lá.

Ela se abraça a mim, e chora em meu ombro. Um choro assustado, desesperado. Algumas lágrimas caem de meus olhos só por vê-la assim. Aperto seu corpo contra o meu. Já estava ficando frio.

— Nós vamos encontra-lo, tudo bem? – acaricio seus cabelos pouco sujos de areia. – E se precisar, eu mesmo vou atrás dele. Dallas não vai sumir por muito tempo, eu juro.

— Obrigada. – ela olha para meu rosto, tentando enxugar as lágrimas.

— Vamos Ally. Está na hora de ir. – falo, levantando-me e a pegando no colo. Ela sorri com meu ato.

— Espere! – ela exclama, saindo de meus braços.

Alicia caminha até o chinelo que ela havia jogado e o calça. Ela passa por mim caminhando calmamente, e vai até o posto do salva-vidas. Vejo-a pegar a câmera e o resto das coisas que eu havia deixado lá.

Ela desce as escadas brancas de madeira calmamente, como se nada tivesse acontecido nos últimos minutos.

— Vamos? – ela me estende sua mão direita, com um sorriso triste e olhos vermelhos.

Eu entrelaço meus dedos nos seus e andamos até a picape.

Eu discretamente observo seus pulsos enquanto caminhamos, e os vejo intactos. Aquela lâmina não vai sair daquele carro tão cedo.

••̉•

Ally já estava adormecida ao meu lado. Já quase passava das nove horas da noite, pois no meio do caminho, o fluxo de carros aumentou. Resumidamente, estamos a quase dez minutos parados em um engarrafamento.

Onde Dallas poderia estar? Eu nunca me importaria com ele, se o garoto não fosse tão importante para Ally. Realmente concordo que ele é a pessoa em que ela mais confia no mundo. Ele é a base do mundo dela.
Por mais que ela goste muito de mim – e eu não tenho como negar isso, ele é muito mais importante que eu na vida de Ally.

Eu preciso encontra-lo, mas o que deve ter acontecido com ele?

.

Não tão longe dali...

.

Dallas

Eu acordo me sentindo preso. Por qual motivo minhas mãos estão amarradas? Tento mexer minhas pernas, mas elas se encontram no mesmo estado.

Tento me mover, mas estou preso em... Uma... Cadeira?

Olha só quem finalmente acordou. – ouço uma voz masculina vindo da minha esquerda, mas quando abro os olhos não vejo nada.

— Quem está ai? – pergunto, com a esperança de receber uma resposta que preste.

Você provavelmente não me conhece, senhor Dawson. – uma porta se abre á minha direita e o ser que está falando comigo sai de lá, mostrando-me o quanto minha percepção estava errada. E eu jurando que a voz vinha da esquerda.

Ouço seus passos lentos chegarem mais perto, e um interruptor ser ligado. Uma luz amarelada invade o lugar, e vejo que estou encostado em uma parede, e que o interruptor ligado estava atrás de mim.

— Quem é você? – pergunto ao homem que se encontrava em minha frente.

Ele era suficientemente alto (provavelmente mais que eu), tinha os cabelos compridos na altura de seus ombros, e uma barba para fazer. Vestia um terno preto, sua camisa – que tinha dois ou três botões abertos – e calça eram igualmente pretos, mas sem gravata.

— Como eu estava falando, você provavelmente não me conhece, mas eu conheço você. E conheço sua irmã. – Ally? – E conheço mais ainda aquele namoradinho drogado dela.

— D-do que está falando? E o que fez com a minha irmã? – eu grito em sua direção. Meu impulso é tão forte que a cadeira quase cai para frente. – E de que namorado você está falando? Ally teria me contado sobre isso.

— Ela lhe contaria, não é? Claro, claro... – sua voz sai sarcástica, ele caminha, com as mãos no bolso até uma pequena mesa neste meu “cativeiro”.

Paro para analisar o lugar. Um cubículo de, provavelmente, três metros quadrados (ou menos), todo de madeira. Uma mesa, na qual o homem estava vendo alguns papéis encostada em uma das paredes a minha esquerda. E a porta do lado direito.

Procuro por alguma janela, e meus olhos chegam ao topo da parede a minha esquerda. Uma pequena janela retangular mostrava que já estava escuro lá fora.

— Sua querida irmã, por acaso, lhe contou sobre isso? – ele me mostra algumas fotos.

Todas em preto e branco. Ally com um garoto... Eu conheço aquele rosto. Eles conversavam, em outra estavam rindo. Muitas outras fotos. Uma com os dois de pé na caçamba de uma caminhonete, outra dos dois... se beijando no meio da rua? Isso é em South Miami.

Mais uma foto, e os dois estavam sentados lado a lado fumando.

Essa não pode ser minha irmã.

Observo melhor o rosto do garoto.

Austin? – murmuro.

— É exatamente dele que precisamos.


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Notas finais do capítulo

ATÉ QUALQUER DIA AÍ QUE EU CONSEGUIR ESCREVER ♥



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