Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 19
Verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :3

Gostaram da capa nova? Pra quem não viu, dá uma olhadinha lá, eu achei bem daora.
Falando em capa, as minhas leitoras mais antigas, vocês gostaram da evolução, desde a primeira capa (que era só uma fotinha sem graça, meio que editada com o antigo nome da fic), até a atual? Me falem ai! E as leitoras novas também, me digam o que acham da capa!
Eu amo saber a opinião de vocês sobre qualquer coisa relacionada a fic :3

Mas a capa não é o mais importante.

Vocês viram o quanto a minha escrita evoluiu com o passar do tempo?
Comparem o primeiro capítulo com esse. Foi muita diferença!

But anyways...

Esse capítulo saiu meio romântico... Mais do que eu queria, mas acho que ficou legal. Eu curti ♥

Ah! E para a (in)felicidade de todos, a fic vai terminar no capítulo 25/26, por aí.

Pois é. Eu não vou prolongar muito não... Mas enfim... É isso.

Boa leitura para vocês!



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Sinto minha cabeça encostada na janela de um carro em movimento.

Tento abrir meus olhos. Está escuro. Uma luz alaranjada passa por meus olhos, seguida de outra e mais outra. Tento reconhecer onde estou, mas nada me vem à mente.

Olho para meu lado esquerdo, onde deveria estar o motorista, e não encontro ninguém. O volante se mexe sozinho, e vejo as marchas serem trocadas sozinhas.
Aparentemente, o senhor invisível ali, sabe dirigir muito bem.

De repente, eu estou no lugar do motorista. E eu não tenho a mínima noção do que eu estou fazendo.

Logo avisto uma pessoa na rua. Tento desviar, mas ela parece bêbada, e não desvia do carro.
Olho o painel.
92 km/h.

Logo o farol ilumina o ser alcoolizado. Minha mãe está ali.

Tento gritar, mas nada sai da minha garganta.
Tento desviar, mas não consigo mover minhas mãos.
Não consigo nem fechar os olhos.
Eu mal respiro.
Nada é ouvido.

A cena se passa em câmera lenta, e eu já estou do lado de fora do carro.

O automóvel se choca contra o corpo alcoolizado da mulher.
Sua vida é levada para longe, junto de seu corpo sem alma.

A garrafa, que se encontrava em suas mãos, voa para meus pés, e eu reconheço a bebida. Absinto.

Acordo em um pulo. Meu corpo está suado. Minha cabeça dói. Meus cortes ardem. E eu estou sozinha.

Mais uma noite sem Dallas.
Sem Austin, nem Trish, nem Dez, afinal eles devem estar dormindo.

Olho meus pulsos que se encontram no meu colo. Eu arranhei os cortes quase cicatrizados enquanto sonhava, e os mesmos estão sangrando.

Lembro-me do que acabara de sonhar.
Parecia tão real.
E aquela bebida. Isso seria meu subconsciente me avisando para não toma-la? Em nenhum momento?

Não sei.

Levanto-me da cama, e vou em direção à janela.

A iluminação é mais baixa agora.
A lua não se encontra mais no céu, e as milhões de estrelas se espalham pelo fundo negro.

Os pais de Dezmond, com certeza acertaram em comprar a casa aqui.
Este lado da praia é realmente vazio.

Podem-se ver algumas luzes de cidade ao longe, mas são realmente poucas que estão acesas há essa hora.

Volto meu olhar para a praia.
Tão vazia, tão bela. Tão... Pacífica.

E eu necessito daquela paz.

Com meu pijama azul claro (que basicamente era uma camiseta e um short), e com os pés descalços, eu saio da primeira porta a esquerda, e desço as escadas.
Ando até a porta para destrancá-la, mas a mesma já estava aberta. Vou até a varanda e passo os olhos pela rua.

O cheiro de tabaco me atinge, e eu já sei quem está lá fora.

Vou em direção à caminhonete e o loiro está sentado na caçamba, com um cigarro entre os dedos, olhando para baixo.

— Se continuar nesse ritmo, vai morrer antes dos vinte e cinco anos. – falo, e encosto-me na picape ao seu lado.

Ele sorri, balançando a cabeça.

— Acho que já vou ter vivido o suficiente. – E ele continua a tragar aquele pequeno pedaço de papel, tabaco e mais várias outras substâncias que eu desconheço.

Aqueles quatro centímetros, que ele ama.
Qual seria... A sensação? De colocar um cigarro na boca?

Eu nunca fumei na vida, mas acho que não seria tão errado.

Eu não iria me viciar, e acabar como Austin.
Ou iria?

Pego os quatro centímetros (que agora já eram três) e levo-o até minha boca.

Puxo o ar com força pela boca.
O gosto que eu sentia nos lábios de Austin, agora estava descendo pela minha faringe até chegar aos meus pulmões.

O loiro me olha com dúvida, e me fita de cima a baixo.

Solto a fumaça pela boca.

— E então? – ele pergunta.

— Não é ruim. – respondo, devolvendo o cigarro a ele. – Mas não é bom, também.

Ele concorda, tragando novamente.

— Viciante, eu diria. – completo a frase.

Ele concorda, soltando a fumaça.
O loiro me estende os quatro (que agora já eram três) centímetros de tabaco.
O pego e dou mais uma tragada.

— É melhor na segunda vez.

E solto a fumaça novamente, agora em sua cara, rindo.

— Vá se foder! – ele responde, sorrindo.

Olho para seus olhos, eles continuam castanhos e lindos, mas opacos.
Ia ser tão bom ver os olhos do meu loirinho brilhando.
Sento-me na caçamba ao seu lado, e encosto minha cabeça em seu ombro.

— Austin. – chamo-o. – Nós mal nos conhecemos.
Ele se afasta um pouco para olhar para mim.

— Como assim? – O loiro pergunta.

— Além das nossas histórias, nós não sabemos nada um do outro.
Ele concorda meio confuso.

— É verdade. – ele senta-se mais para trás, apoiando os braços atrás de si. – O que você quer saber?

— Tudo. – sorrio, e tragando novamente. Assopro a fumaça. – Sua cor favorita, seu signo, banda predileta, o que pretende fazer na faculdade... Eu quero te conhecer. Não saber somente de seus problemas. – entrego o cigarro para ele.
Austin pega o objeto e traga-o.

— Bem... Se for isso que quer saber. – Fumaça. – Amarelo. Capricórnio. Neon Trees. Música. – ele sorri. – Mais alguma coisa?
Reviro os olhos, sorrindo.

— Você me entendeu. – tiro o cigarro de seus dedos. – Fale de você. – Trago e solto a fumaça (novamente, mais uma vez).
Ele bufa, curvando as costas para frente.

— Me chamo Austin Monica Moon. – tento não rir de seu nome do meio. – Não ria. – ele revira os olhos. – Tenho dezoito anos. Vou fazer dezenove daqui a vinte e seis dias.
O cigarro chega ao seu fim. Apago sua ponta no metal frio da picape.
Viro-me para ficar de frente a ele.

— No meu tempo livre eu gosto de praticar o Motocross, to9car violão e... - ele põe a mão no queixo como se quisesse lembrar-se de algo. – Ah! Eu me drogo também.

Apesar de não ser uma piada, não consegui segurar um sorriso, que foi acompanhado dele também.

— Desculpe. – abaixo a cabeça envergonhada.

— Não se preocupe. Eu também estou brincando. – ele levanta meu rosto com seus dedos. – Eu não quero mais falar de mim. Fale de você.

— E o que quer saber? – questiono, cruzando os braços e sorrindo.

— Não sei... Sua cor favorita, seu signo, banda predileta, o que pretende fazer na faculdade... – Ele me imita, e eu reviro os olhos.

— Ok. – concordo. – Vermelho. Sagitário. Bowling for Soup. E não sei ainda.

— Não sabe? – ele pergunta.

Dou de ombros, encostando-me em uma das paredes da caçamba.

— Já pensei em psicologia. – olho para o céu estrelado, sorrindo. – Ou Astronomia.

— Eu também já pensei em astronomia. O universo é algo tão gigantesco não é mesmo? – ele questiona retoricamente, escorando-se na outra lateral na caçamba, e encostando as solas de seus tênis nos meus pés descalços.

— Você está sempre de pés descalços quando temos esses tipos de conversa, não é? – ele fala. E novamente é uma pergunta retórica.

E eu não respondo nenhuma delas. Somente assinto, balançando a cabeça e sorrindo. Continuo a olhar para as estrelas brilhantes no céu escuro.

Sinto que seus pés não estão mais em contato com os meus.
Volto meu olhar para o loiro, e ele está tirando seus tênis.

Ele volta à posição que estava, e sua pele quente, está contra a minha fria.

— Pronto. Agora estamos iguais. – ele fala, sem muita emoção, e direciona seu olhar para o céu.

Meus olhos vão para as estrelas acima do loiro.

Aquele momento parecia perfeito.
Porém algo me incomodava. Eu não sei o que.

— Austin. – chamo-o e ele olha para mim.

— O que foi? – o loiro se aproxima mais de mim, sentando-se bem a minha frente.

Reflito bem antes de falar qualquer idiotice. Eu não sei o que faria se ele começasse a rir de mim.

— Depois do baile de formatura. – começo, com jeito. – E da formatura em si. Depois de tudo. – suspiro, tentando achar coragem para perguntar. – Você ainda vai se lembrar de mim? Mesmo se formos para universidades diferentes?

Ele somente me encara. Sua expressão é a de sempre. Entediada, com a ponta esquerda dos lábios levemente levantada.

Ele avança mais até mim, e levanta meu queixo com o dedo indicador e o dedo do meio. Seus lábios bicam os meus levemente.

— Eu nunca vou te esquecer, Ally. – ele acaricia minha bochecha, e eu movo minha mão direita até seus fios loiros e bagunçados. – Mesmo que um milhão de quilômetros nos separem, eu nunca vou te esquecer, Alls.

Como eu amo esse apelido.

Beijo-o novamente, agora com mais vontade.

Como eu amo esses lábios com sabor de nicotina.

Separo-me dele, e seguro seu rosto com minhas pequenas mãos, e olho em suas orbes castanhas.

Como eu amo esses olhos escuros.

— Eu queria te falar mais uma coisa. – ele fita-me atentamente. – É sobre o que você me disse lá no quarto antes de Dez e Trish chegarem. – lembro-me de suas palavras no momento, preparando-me para repeti-las, por que agora eu sabia que era verdade.

— E eu posso saber o que é? – ele pergunta, roçando seus lábios finos nos meus.

— Eu te amo. – Falo, olhando em seus olhos, que agora brilhavam intensamente.

Como eu amo Austin Monica Moon.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, amores ♥

E qualquer errinho ortográfico me avisem, ok?
Eu sempre reviso o capítulo, mas talvez eu deixe passar algum coisinha.



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