Beichte escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
[Clandestina]
Entrando essa hora da manhã (08:24) só pra postar fic.
Tá vendo como eu não desaponto vocês? Heheh. Enjoy :)
Ficamos um tempão falando bobeira, até que o meu celular tocou. Eu ia atender, mas o Tom não deixou.
- Que foi, Tom? É o Georg, na certa não encontrou a gente em casa, hoje tinha ensaio.
- Eu sei, dá isso logo, eu vou atender lá fora.
- O quê que tem?
- Anda, antes que pare de tocar! Tô aqui me oferecendo pra me ferrar de novo por sua causa e você aí lesando. Dá isso aqui – ele tomou o telefone da minha mão e saiu andando rápido.
Por minha causa! Ele não tinha escondido o salgado de burro que foi, isso sim.
Em dez minutos estava de volta contando a novidade.
- Georg disse que o Gustav ficou uma fera com você! Teve que levar a bateria toda lá pra casa e agora vai ter que voltar carregando sozinho.
- De besta, porque eu falei pra ele que podia deixar lá em casa da última vez que a gente se reuniu pra ensaiar.
- E disse isso pra ele.
- E ele?
- Falou que vai deixar lá da próxima vez.
- Melhor assim.
- Disseram que vão deixar a bateria na casa do Georg, que é mais perto, e depois vêm pra cá.
-Podiam trazer tudo, e a gente fazia o ensaio aqui mesmo.
- Não seria má ideia. Até porque não tem problema nenhum em você cantar sentado.
- Então.
Acabou o assunto e ficamos quietos. Não suporto ficar sem fazer nada, então pedi ao Tom que fosse atrás de papel e caneta.
- Pra quê? – ele perguntou.
- Jogo da velha enquanto esperamos o povo. É melhor do que ficar aqui olhando pro teto fazendo nada.
- Também acho.
Já estava cansado de ficar imóvel naquela cama. Eu quis levantar, mas não tinha o que fazer ou pra onde ir; me contentei em trocar de posição.
Fiquei brincando de jogo da velha com o Tom até que o Gustav e o Georg chegarem.
- E aí, Bill? O que houve? – Georg perguntou.
- Ganhei uma alergia. – respondi.
- Recompensa por se recusar a pagar pena pelos pecados – incrível como Tom adora me provocar. – Já que vai passar a noite aqui, Bill, pode aproveitar e rezar as duzentas ave-marias...
O comentário infame do meu irmão me deu um (ótimo) motivo pra levantar. Pulei da cama e corri atrás dele pelo quarto. Ele derrubou o que viu pela frente e virou tudo de ponta cabeça, enquanto Gustav e Georg se divertiam com a confusão. Aí o Tom resolveu me foder e saiu correndo corredor afora, berrando “socorro, o Bill vai me matar”. E eu, idiota, fui atrás.
Pra encurtar a história, me agarraram no meio do hospital e me levaram de volta ao quarto, mandaram meus três visitantes embora e me deram um sossega-leão que me fez dormir o resto da tarde e a noite toda.
Acordei na quinta com uma cena triste: o mesmo médico mala do dia anterior estava fazendo relatório sentado do meu lado.
- Posso ir embora agora? – perguntei.
- Ainda não. Você precisa fazer mais uns exames e, dependendo do resultado, você terá alta. Ou não. E você não vai poder ir embora sozinho.
- Ninguém merece. – resmunguei. - Já que e ainda vou ficar aqui... me dá um papel e uma caneta pra eu me entreter, fazendo favor?
- E o que você vai fazer, escrever uma música?
- E se for? – ai que ódio daquele cara.
- Toma, piá. – ele disse me entregando caneta e papel – Daqui a pouco eu volto pra fazer os exames.
Dei graças quando me vi livre daquele infeliz. Fiquei um tempo olhando para o papel e desenhei umas bobeiras. Dali a uns minutos o doutor voltou e me levou pra fazer exame: de sangue, de alergia, disso, daquilo, argh; voltei pro quarto, peguei meu papel e me pus a escrever.
Levando em consideração o tempo que eu costumo levar pra compor algo, deve ter passado umas três ou quatro horas quando Dr. Carlos voltou com o resultado dos exames. Chegou perto da cama, onde eu estava sentado, e viu que o papel não estava mais em branco.
- Hahaha – ele debochou -, não é que você escreveu coisa mesmo? É uma música? Me deixa ver.
Minha vontade era de esfregar o papel na cara dele, e dizer “leia, e decore, um dia você vai cantar junto”; mas me limitei a entregar-lhe a folha calmamente.
Ele começou cético, mas a cada linha a expressão mudava: ora passava para incrédulo, depois para divertido; mas quem estava se divertindo mais era eu, com a cara de espanto que ele começou a fazer depois de ler uns versos. Eu estava ganhando o dia. Ao término da leitura, ele me devolveu a folha e falou com cara de idiota:
- Olha, menino... não tô te achando muito normal... eu vou chamar a D. Simone.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Entrei, postei, saí.
Beijos, me deixem review :*