Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

O último enfim;



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Pode ser o Fim, ou apenas um intervalo.


 


Algum tempo se passou! Na verdade mais do que eu havia planejado, mais pra ser sincera acho que foi meio proposital. Verdade é que as pessoas mudam, critérios se modificam e perspectivas invertem.


Eu, Audrey. Aprendi um pouco mais do quê só soltar faíscas pelas mãos, aprendi a ter medo e não ter vergonha disso. Aprendi a confiar (não mais como último recurso como antes), enfim, eu estava presente.


Mas só para não interromper muito minha narrativa, eu vou continuar de onde eu parei. Aquela última noite no Circus, onde Baltazar e Bill (até agora tento rever os fatos para entender tudo) sumiram sabe-se lá para onde, ficou cheia de falhas na minha mente. Aqueles tipos de falha na memória que você tem quando toma um porre de um uísque bem vagabundo.


Tom me levou para casa e logo em seguida retornou para o circo. Na manhã seguinte tudo me parecia absurdamente irreal. Mas não era, não é mesmo?!


Lá pelo meio dia resolvi enfim telefonar para ele! O telefone chamou, chamou e novamente chamou, mas ninguém atendeu. Meia hora depois eu tentei novamente, mesmo com os olhos insistentes do Narrow me julgando, e o mesmo se repetiu.


Nesse momento ficou claro pra mim o que tinha acontecido: eles haviam enfim partido!


E sem mim é lógico, afinal, acredito que não haverá mais circo e cada um deverá seguir seu caminho. E o meu está aqui. Presa até Deus sabe lá quando.


As pessoas imaginam sempre que em histórias que existem pessoas com os famosos superpoderes elas vão sempre ter um final bacana, quero dizer, vão entrar para algum Supergrupo e salvar vidas por aí e ter muito reconhecimento. Mas a quem eu estava querendo enganar? As coisas não acontecem assim, pelo menos não para Audrey Shandow.


Foi legal? Foi mágico, foi surreal, foram às melhores semanas desde que eu me mudei para cá. Mas tinha que ter um fim.


Bem, no resto do meu dia eu assisti TV, pedi um sanduíche, e escutei alguns discos antigos. Não estava nem um pouco a fim de desarrumar minhas malas, logo eu estava vestindo uma camiseta velha e rasgada. Bem, eu estava no fundo do poço e além. Também resolvi não pensar em como seria meu dia seguinte, afinal dalí pro final da semana eu seria despejada. Desempregada, sem teto, e quase sem dinheiro algum. Pra onde eu iria?


E você pergunta pra mim?


O dia terminou. Fui dormir, queria fazer minha cabeça sossegar um pouco.


Eu estava mais pra zumbi do que gente;


Provavelmente lá pelas duas horas (já não sei bem) o telefone chamou.


As duas primeiras vezes eu pensei: Foda-se


Mas no terceiro toque eu tive que atender.


-Alô? – eu falei com a pior voz que poderia sair de mim.


-Se importa de estar lá embaixo daqui a dez minutos? – meu coração deu um leve solavanco. Era a voz que eu precisava ouvir.


-Me importo! – eu nem sabia por que havia dito aquilo – Eu estava dormindo poxa.


Ele riu baixinho. Minha pele arrepiou.


-E se eu pedir, por favor? – disse ele com aquela voz rouca.


-Dez minutos! Se atrasar um minuto eu subo. – disse eu mal-humorada.


E coloquei o telefone no gancho.


Eu sei, mas sempre se tem que fazer um charminho.


 


Baguncei minha mala atrás de um jeans e de uma blusa que um soldado não tivesse usado na guerra.


Estava contente, mas ao mesmo tempo nervosa. Ele poderia estar passando aqui só pra se despedir, logo, eu tinha que manter minha cabeça no lugar e não ficar me encantando.


Os dez minutos se passaram, fui atravessando o corredor bem devagar. Isso não antes de dar uma olhadela para a porta no final do corredor, meu ex-vizinho vampiro metamorfo vingativo.


Quando cheguei ao portão e o abri uma forte rajada de vento gélido me atingiu. Eu cruzei os braços para me proteger e saí. Lá estava ele. O conversível preto parado do outro lado da rua, e ele do lado de fora encostado com todo seu maldito charme.


Ele levantou a cabeça e se desapoiou do carro. Usava uma jaqueta de couro preta que combinava muito bem com ele, ele sorriu e veio caminhando até mim.


-Oi! – disse ele quando chegou mais perto.


-Oi! – eu fiquei imóvel no meio da escadaria.


- Me desculpa. – ele falou sem titubear.


-Te desculpar pelo o que?


-Por ter ido embora assim, sem ao menos dar um tchau direito.


Então era isso mesmo. Ele só havia vindo se despedir.


Eu engoli em seco e senti uma pontada fina no peito. Por mais que as pessoas digam que quando você gosta de alguém você não sente no coração e sim na cabeça, eu discordava plenamente. Porque quando algo te machuca, é no peito que você sente, e sente mesmo.


-Eu já devia saber disso certo? – disse eu o mais firme que consegui (que não deve ter sido muito) – Quero dizer, do jeito que as coisas terminaram, era de se imaginar que vocês seguissem o caminho de vocês, e eu o meu.


Ele abaixou a cabeça e ficou encarando o chão.


-Mas eu não achei muito justo. Eu queria vir aqui falar pessoalmente com você.


-Você não me deve nada! – eu também olhei pra chão. – E já que você já se despediu, bem, vou entrando que aqui ta um gelo.


-Audrey...- ele levantou o tom de voz.


Eu voltei para encará-lo. Desci mais dois degraus.


-Não faz isso comigo vai... – disse ele como se eu estivesse apontando uma arma na sua testa. - Você sabe.


-Não, eu não sei. E se você não for dizer mais nada eu vou entrando.


-O que você quer que eu diga droga? – disse ele subindo um degrau. – Porra.


- O que eu quero que você diga?Eu quero...quero que você fale seja lá o que está engasgado na sua garganta.


Ele respirou fundo, poderia até imaginar que ele estava ficando zangado.


Ele ficou em silêncio.


Eu me virei pronta pra entrar, com um peso muito maior do que quando havia saído.


-Eu...- disse ele com um certo esforço.


Eu fechei os olhos e tornei a abri-los. Virei-me.


-Olha só – ele começou a falar – eu estava a quase duzentos quilômetros daqui tá. Só que eu parei para abastecer e sabe o que eu senti? Senti que tinham me tirado uma coisa, um pedaço, mas era um pedaço enorme.


E por uma noite inteira eu não consegui pregar o olho porque eu precisava saber o que  estava faltando;


Ele respirou.


-Eu peguei o carro e voltei, sem ao menos saber o porquê. Só que quando eu te vi saindo por essa porta... droga Audrey.


- O que? – eu desci mais um degrau. Eu estava ofegante.


-Sei lá. Era como se eu estivesse em casa. Não tinha mais nada faltando. Era isso o tempo todo, e eu passei tanto tempo pra descobrir.


Ele levantou os olhos pra mim


Eu desci mais um degrau, estávamos agora um bem na frente do outro.


-Você num queria que eu dissesse?  Então eu digo o que estava engasgado: Eu não vou a lugar algum sem você. Entendeu? Eu só vou sair naquele carro quando você estiver sentada ali ao meu lado.Fui claro?


Eu balancei a cabeça, e foi inevitável meus olhos não ficarem meio cheios d’água.


Nos beijamos, e me pareceu que foi a primeira vez. Ele me levantou pela cintura e eu soube que tudo aquilo era o que eu precisava: o cheiro dele, o cabelo bagunçado, tudo.


Se eu posso descrever o que eu senti?


Bem,não mesmo. Essa parte vocês não vão ficar sabendo.


De qualquer forma naquela noite mesmo nos partimos. Parecia cena de filme: enquanto o sol nascia, nós dois...eu não acreditava. Pra mim a qualquer momento ele poderia parar o carro e me mandar descer ali mesmo. Mas não aconteceu.


Três dias depois, no qual nós dissemos que foi nossa lua de mel, fomos nos encontrar com Kathe, George e Dama.


Fiquei feliz ao saber que eles também estavam felizes de eu estar junto agora.


Então fomos até uma mansão, que pelo que me disseram era de Baltazar, mas ele já não iria precisar mesmo. Mas eu e Dilan não fomos morar lá com os outros. Essa história iria acabar muito conto de fadas desse jeito. Mas acabamos compramos um apartamento no mesmo quarteirão da casa. Apartamento esse que Narrow adorou, diga-se de passagem.


 


O circo e todo seu material foram vendidos. Mas ao invés disso por iniciativa da Kathe ela abriu um centro para apoiar jovens como nós, digamos assim. Na qual todos ajudávamos.


Bem, ainda mantenho contado com Magie e Nick. Que hoje em dia estão namorando, e provavelmente vem passar a passagem do ano aqui conosco.


Ao que parece Oliver se revoltou contra o pai e largou o emprego na loja, com isso Megie se tornou a nova gerente.


Tom incentiva que eu faça contato com minha família,mas um passo de cada vez não é.


Mas não pensem que tudo é flores, às vezes nós fazemos guerras...de travesseiro. Brincadeira tem tudo sido bacana demais.


 


 


Mas só pra finalizar da mesma forma que comecei:


Meu nome é Audrey Shandow, moro com meu noivo em um apartamento luxuoso na zona norte da cidade.


.


.


.


Verdade.


 


 


 


 


 


 


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer imensamente a todos que acompanharam a história até aqui! Ela tem muito significado pra mim, ela começou a ser escrita em dezembro de 2008 e hoje está encerrada, em grande parte pela ajuda de vocês.
Perdoe-me a demora! Espero que gostem do final.