Circus escrita por Nico kaulitz


Capítulo 2
Capítulo 2




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Na manhã seguinte eu acordei com raiva.


Como eu posso cair nessa de novo?Que droga Audrey.


Me levantei envolvida por um lençol cheirando a mofo. Olhei pra cama e ele dormia tranquilamente abraçado ao travesseiro.


Tomei um susto. Narow roçava entre as minhas pernas ronronando baixinho.


- Eu sei. Eu sou uma idiota!– ele dava mordidinhas de leve na minha canela. – Eu também sei que você está com fome.


Tomei um banho rápido. -uma das vantagens de ter um isqueiro embutido nas mãos é o fato de nunca se preocupar com água fria. - e pus a comida do Narow.


Voltei para o banheiro pra colocar aquela maquiagem barata que eu era obrigada a usar no meu expediente.


Olhando pro meu reflexo eu notava o quanto eu tinha mudado.Eu não era feia, na verdade eu era até bem bonita. Tinha os cabelos cor de caramelo - mais escuros na raiz porque fazia tempo que eu não os pintava – meu nariz era bem pequeno o que não era proporcional a minha boca um pouco carnuda. Eu era por inteira magra, não tinha tanto seio quanto eu queria ter, mas dava pra encher o sutiã.


Após colocar uma blusa azul marinho que pinicava e uma sombra e batom que me faziam parecer uma meretriz, eu estava pronta.


Fui para o quarto determinada a tirar aquele imbecíl da minha vida.


-Anda seu idiota, levanta daí. – eu chacoalhava os lençóis. – Anda seu porco.


-Qual é amorzinho?! Me deixa dormir mais um pedaço. – ele enfiava o cara mais fundo no travesseiro.


-Anda. Saí daí seu vagabundo. – eu dei um tapa no centro das suas costas, um pouco mais quente do que deveria.


-Aiiii.- ele se virou acariciando as costas com a mão. – Você me bateu com uma colher quente? O que te deu Andy? A gente tava de boa.


-Não, não estávamos. Agora sai da minha cama, já.


-Mas eu achava que depois da noite de ontem...


-Achou errado, agora volta pra sua casa.- eu joguei as roupas dele sobre a cama. – Agora.


-Você quer que eu vá embora? Você quer? – ele se levantou colocando as calças enquanto falava. - Tudo bem Audrey eu vou! – ele afivelava o sinto com ódio aparente nos olhos. - Mas você vai se arrepender, ok.Vai pedir pra eu voltar,sua piranha.


- Fora já da minha casa.


Ele saiu batendo com toda a força a porta.


Seria legal lançar uma bola de fogo goela abaixo nele. Mas não vale a pena o trabalho de chamar os bombeiros.


 


Meu trabalho.




Eu chego todo dias as oito e só saio às seis. Era pra ser assim na teoria, mas como o meu patrão é um escroto, às vezes eu fico até as nove.


Eu sou vendedora junto com a Megie. A Megie é minha melhor amiga e é uma pirada também. Ela era uma garota inteligente, de boa família, tinha tudo pra ter sucesso. Mas aí um dia ela começou a namorar um cara, saiu de casa e virou gótica. Resumindo: sete meses depois o cara largou ela, os pais não a queriam mais de volta e ela não acredita nem morta nisso que chamamos de amor. Pobre Megie.


No caixa fica o Nick, às vezes a gente reveza de posto. O Nick é um cara legal,vive com a avó e a mãe.Ele tem dois empregos,e é assim que ele sustenta a família.Umas duas vezes eu já peguei ele chorando no depósito,ele passa por cada coisa.Um vez quando a loja foi assaltada,os caras colocaram uma arma no pescoço dele,lembro bem da cara dele de pânico.Resumindo, na loja somos nós três e o Oliver,o nosso gerente virgem.O Oliver é só um garoto,mas o pai força ele a trabalhar aqui; ele também é gente boa quando o pai não ta por perto.


 


- Bom dia pessoal! – entrei e encontrei a Megie sentada sobre o balcão com todos aqueles crucifixos e a maquiagem preta de costume.


-Bom dia Andy.


-Bom dia Audrey. – a voz vinha dos fundos da loja. Era o Nick que estava empilhando umas caixas.


-E porque essa cara?- me perguntou a Megie


Ela sempre sabe quando eu to mal.


-Não foi nada.


-Qual é? Pra cima de mim com essa?


 -Você não acredita quem apareceu lá em casa? – eu peguei uma escova que eu tinha na bolsa e comecei a fazer um rabo de cavalo enquanto falava.


-Papai Noel? Sua mãe?


Eu olhei pra ela a repreendendo. Você é tão engraçada?


-Não. O Vinny. E bêbado ainda por cima – ela desceu do balcão num pulo.


-Que cara-de-pau. E você botou ele pra correr né?


-Eu ia. Só que aí ele vomitou bem na minha porta.


- Imbecil. E o que mais?


-E aí depois, quando ele acordou, eu dei uma dura nele. Falei tudo.


Ta bom, eu sei que é mentira mais e daí?


-O que ele fez?


-Me beijou.


-Não acredito. - a Megie fazia umas caras engraçadas quando a gente contava as coisas pra ela. - E você bateu nele?


-Na verdade, eu até que tentei sabe só que ai...


-Não. Não, eu não acredito que você fez isso Audrey. Como é que você pode ser tão idiota?


-Quem é idiota? – o Nick chegou com o cabelo todo cheio de poeira.


-Eu.


-A Audrey.


Falamos simultaneamente.


-Por quê?


-Porque ela transou com o Vinny?


-Você é uma idiota Audrey! -ele ficou me encarando.


-Eu sei gente. Mas aconteceu. Não tem como voltar atrás.


O Oliver chegou bem nessa hora.


-Vamos pessoal. Todo mundo em seus postos.


-Bom dia pra você também Oliver. – Megie falou com seu costumeiro sarcasmo.


-Bom dia srt. Longoria. A srt. dormiu bem?


-Eu não. Mas a Audrey sim.


 Ninguém merece.


 


A gente ficou na monotonia do nosso trabalho até o meio dia, quanto era nosso horário de almoço. Desde a hora em que retornamos, até o final da tarde, o assunto do Vinny ainda não havia cessado.


-Mas que droga Audrey. O cara é um sacana. – a Megie nunca cansava.


-Vamos acabar com esse assunto gente. Temos clientes. – Oliver falou aos cochichos.


Eu já comentei que às vezes eu adoro o Oliver.


 


Nesse momento tinha acabado de entrar um cara na loja. Ele era muito sinistro. Usava um terno marrom escuro e uns sapatos de bico envernizados, como se fosse um dançarino. Seu cabelo um pouco comprido, era penteado para trás, ele tinha os olhos fundos, olhos de ressaca. Mesmo com essa aparência meio esdrúxula, ele era até bem charmoso.


-Com licença minha jovem, pode me informar onde fica a sessão de vinhos. – a voz dele era tão profunda, que fez com que os cabelos da minha nuca arrepiassem.


-Lamento senhor, mas não vendemos vinhos. Mas temos alguns espumantes e wisques.


-Tudo bem, acho que serve. Qual é seu nome minha querida?


-Audrey. Audrey Shandow.


-Muito bem Audrey. Me leve aos espumantes.


 


Ele levou umas quatro garrafas do nosso espumante mais caro, e pagou em dinheiro. Isso antes de me lançar um olhar sinistro quando estava saindo.


-Ele é bonitinho.


-O que você disse?- Megie estava do meu lado com a mão na boca.


-Que se ele tirasse essa roupa estranha e desse um jeito no cabelo, ia ficar bem charmoso. Não concorda?


-É pode ser. – eu parecia completamente anestesiada.


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