Um Amor para a Vida Inteira escrita por Juru


Capítulo 4
Velhas histórias de uma velha senhora


Notas iniciais do capítulo

“Não existe o bom ou o mau; é o pensamento que os faz assim”. Willian Shakespeare



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POV Alice

Acordei às 9 horas e mesmo sendo sábado e eu não tendo aula não consegui voltar a dormir, resolvi sair da cama e comer alguma coisa. Na cozinha encontrei um bilhete da Renée com uma chave de carro.

Alice,

O seu novo carro está estacionado na frente da casa, esperamos que goste.

Amor, Renée

Resolvi deixar o cereal pra lá e ir olhar meu carro logo de uma vez, mas quando estava pronta para sair da casa percebi que ainda estava de pijamas, então o melhor é trocar antes de sair.

Milagrosamente não estava chovendo apesar do tempo estar bastante fechado, vesti uma calça jeans, uma blusa branca sem estampa, um moletom laranja e os meus tênis favoritos. Poderia não estar vestida como uma top model, mas pelo menos estava confortável para um dia em casa.

Desci as escadas correndo não agüentava mais de curiosidade para conhecer meu novo carrinho.

Lá estava ele estacionado na frente da casa, como Renée disse, não tinha nada de espetacular ou de diferente, mas era o meu primeiro carro.

Não sei qual modelo, mas podia dizer que era um carro velho, talvez foi fabricado bem antes que eu tenha nascido, mas ele é preto, é pequeno e é minha cara, então eu estou muito feliz com o presente.

Checando o carro vejo uma senhora subindo a rua, ela está com algumas sacolas e parece ter dificuldade em carregá-las, vou até ela para oferecer ajuda.

- A senhora precisa de ajuda? – Eu perguntei quando me aproximei.

- Obrigada querida – Ela me entrega as sacolas sorrindo e nós começamos a andar lado a lado – Você é a menina que vai morar com Renée e Charlie, não é?

- Sim, Alice Brandon – Eu respondo sorrindo.

Ela sorri também e balança a cabeça.

- Renée me disse da sua chegada – Ela disse abrindo o portãozinho da sua casa, que ficava ao lado da minha nova casa – Me chamo Margareth Finsk.

- É um prazer conhecer minha vizinha – Eu estava pronta para lhe devolver as sacolas e dar uma volta no meu carro novo, mas ela colocou a sua mão sobre a minha e sorriu.

- Fique eu vou fazer um chá para nós duas, tenho umas bolachas que fiz ontem, acho que você vai gostar – Ela abriu a porta da casa e me guiou para dentro.

Eu queria aproveitar meu carro, mas como sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas e descobrir seus passado, normalmente, muito intrigante, a segui para a cozinha e coloquei as sacolas onde ela me indicou. Sentei na mesa da cozinha e a fiquei olhando colocar a água para ferver.

- Você gosta de chá de erva doce? – Ela se virou para mim sorrindo.

- Nunca experimentei – Confessei.

- Então você vai adorar – Ela prometeu e virou para a pia.

- A senhora mora a muito tempo em Forks? – Perguntei só para puxar papo, pela idade que ela aparentava ter qualquer resposta seria muito tempo.

- Nascida e criada – Ela se virou para mim mais uma vez e sorriu.

- Uau – Não consegui esconder minha surpresa.

- Nessa mesma casa – Ela olhou em volta enquanto comentava.

- A senhora morou nesta casa a vida toda? – Eu não sabia se estava surpresa ou impressionada. nunca imaginei passar mais que um ano nos lugares que chegava e a senhora Margareth tinha vivido nesta casa sua vida toda.

- Sim primeiro com meus pais, meu pai morreu quando eu tinha sete anos, então ficamos aqui somente eu e minha mãe – Ela falou já colocando a água quente nas xícaras – Quando me casei, John veio morar aqui conosco, mas logo a guerra começou e acabamos eu e minha mãe aqui sozinhas mais um vez e eu cuidei dela até o fim de sua vida.

- John morreu na guerra – Perguntei absorta demais na história para prestar atenção no chá quente na minha frente.

- O seu chá via esfriar querida – Ela me lembrou apontando minha xícara.

- Ah claro – Provei do chá e vi que a senhora Margareth tinha razão é um chá delicioso – É delicioso.

Ela sorriu contente e continuou a falar.

- Sim, John morreu na guerra – Ela respondeu minha pergunta.

- A senhora não se casou novamente? – Perguntei enxerida.

- E como poderia? John era o amor da minha vida – Ela falou séria e me ofereceu uma bolacha.

Os olhos dela pareciam tristes quando ela mencionou o falecido marido, eles deveriam ter vivido um amor muito grande.

- Como vocês se conheceram?

- John dançou comigo uma noite na festa que tinha na cidade naquele tempo e naquela mesma noite me disse que se casaria comigo – O seu rosto se iluminou com as memórias do passado.

Não pude evitar de sorrir.

- E ele cumpriu o que prometeu – Ela falou sorrindo – Namoramos e logo estávamos casados.

- Isso é incrível – Falei cada vez mais impressionada.

- Depois que já estávamos casados ele me confessou que gostava de mim desde o primeiro momento que me viu, mas só criou coragem para se aproximar naquele dia.

- Que lindo – Falei sorrindo abobalhada.

- Um tremendo de um covarde isso sim – Ela riu se divertindo do próprio comentário – Mas ele foi o único homem que eu fui capaz de amar.

Ela suspirou e não pude evitar de imitá-la.

- Eu tenho umas fotos, quer ver? – Ela me perguntou deixando a cadeira e indo para a sala.

- Claro iria adorar – O passado me fascinava, talvez por não saber o meu.

- Será que você pode me ajudar, aqui? – Ela falou da sala.

Levantei, fui até a sala e a encontrei perto de um armário.

- Pegue aquela caixa, por favor – Ela apontou e eu me estiquei para pegá-la.

Quando me virei ela já estava voltando para a cozinha, então resolvi segui-la. Nós sentamos na mesa novamente e ela abriu a caixa.

- Estes eram meus pais – Ela me falou passado uma foto muito velha e amarelada – Essa foto é do dia do casamento deles, naquele tempo as fotografias não eram tão comuns quanto agora.

- O seu pai morreu muito jovem – Afirmei olhando a foto do homem.

- Sim. Esses somos eu e John – Ela falou me entregando outra foto.

- Ele era um homem muito bonito – Falei admirando o casal, eles pareciam tão felizes juntos.

- E muito charmoso, também um verdadeiro cavalheiro sulista – Ela falou cheia de orgulho, pensei imediatamente em Jasper e seu sotaque sulista, ele com certeza sabia ser charmoso.

- Eu conheço alguém assim – Deixei escapar, mas logo me arrependi quando vi a cara de curiosidade de Margareth.

- Você está interessada em alguém? – Ela perguntou curiosa.

- Não na verdade só um pouco curiosa, sobre alguém – Tentei parecer indiferente, mas acho que falei.

- Quem? Eu conheço todos nessa cidade – Ela me olhava nos olhos.

- Os Cullen – Já estava me sentindo totalmente ridícula com essa história.

Seu rosto se iluminou em entendimento.

- Você os conhece?

- Eu os conheço a muito tempo – Ela falou como quem conta um segredo.

- Mas pensei que eles tinham mudado para cá a uns dois anos – Estava confusa.

Como Margareth poderia conhecê-los a tanto tempo? Se Jéssica me disse que eles mudaram para a cidade a uns dois anos atrás.

- Mas pensei que eles tinham mudado pra cá recentemente?

- Eles já moraram aqui, muitos anos atrás – Ela respondeu retirando as xícaras da mesa e tentando evitar o assunto.

O que mais me perturbou na sua frase foi o fato de falar muitos anos atrás e não alguns anos atrás como qualquer pessoa diria.

- Quantos anos atrás? – Perguntei olhando a minha mão com medo de parecer entremetida.

- Isso é tudo história são velhas histórias de uma velha senhora – Ela falou um pouco séria demais – Que a maioria das pessoas diria caduca.

- Eu quero saber – Insisti.

Ela me olhou pensando suas escolhas, mas sentou na mesa com a cara decidida.

- Minha mãe costumava contar que quando ela era criança, uma família se mudou para Forks – Ela contou em tom de segredo – Todos ficaram impressionados com a sua imensa beleza e na época eles não eram eram duas mulheres e três homens.

Eu mal podia acreditar no que ela me contava.

- Ela dizia que eles se mudaram as presas, porque as pessoas começaram a comentar e criar especulações.

- Que tipo de especulações? – Perguntei me aproximando dela para não perder nenhum detalhe.

- Que eles não eram humanos – Ela respondeu séria.

- Como assim?

- Hora Alice pense, eles se mudaram pra cá quando minha mãe era uma criança e agora estão de volta ainda tão belos quando antes – Ela falou quase como quem dá uma bronca.

- Você está me dizendo que aquela família da época da sua mãe são os Cullen de agora? – Perguntei incrédula, talvez aquela mulher estivesse mesmo maluca.

- Você gosta de histórias de terror?

Apenas assenti. Ela se levantou e foi para a sala, eu ainda estava tentado acreditar na história que aquela senhora me contava. Ela voltou com um livro nas mãos.

- Nem tudo é ficção – Ela me entregou o livro e sorriu – Se não se importa tenho algumas coisas para terminar – Falou me mandando embora.

- Mas eu queria – Ela não deixou terminar.

- Leia o livro você vai entender – Ela falou sorrindo e fechou a porta, quase na minha cara.

Caminhei até em casa pensando em tudo que tinha ouvido, é provavelmente Margareth já estava um pouco caduca, entrei em casa e pela primeira vez olhei o livro que ela me deu. Drácula de Bram Stoker


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Notas finais do capítulo

Olá pessoinhas

Capitulo novo com histórias novas. Margareth deixou Alice com a pulga atrás da orelha vamos ver no que isso vai dar.



Bjos e até uma próxima leitura.