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– Hokage-sama.

– Uh. Olá Kakashi – o Sandaime cumprimentou calmamente – Vejo que recebeu o meu convite.

– É, recebi – o jonin olhou para os ANBUs que cercavam o velho por todos os lados – Que missão é essa que você quer que meu time realize?

Sarutobi piscou, enrolando o pergaminho que tinha acabado de ler.

– Eu não sei – admitiu – As únicas informações que tenho falam que é uma missão exclusiva para o time sete, rank-D e... foi mandada por ninguém menos que Hiashi Hyuuga.

“Hiashi Hyuuga? O líder do clã Hyuuga? O que ele iria querer com o time sete? E em plena véspera do exame chunnin?”

– Aqui está uma folha com mais detalhes – disse o hokage – A data da partida está prevista para semana que vem.

E rápido como um raio, Kakashi saiu da sala.

Mirai Nikki no Sakura

– O exame chunnin vai começar dentro de um mês – Sakura falou consigo mesma, andando pelas ruas movimentadas de Konoha – Minhas habilidades em medicina com chakra estão razoáveis, mas ainda preciso treinar força e resistência.

“E também... vou mostrar para aqueles malditos quem é que é inútil aqui!” ela pensou determinada.

A verdade é que Sakura avaliou o seu desempenho durante a missão de Tazuna, e chegou a conclusão que todo o seu time acha que ela não sabe se cuidar sozinha.

Kakashi deixou isso claro quando pediu para ela ir cozinhar ao invés de treinar mais. Provavelmente pensou que ela não aguentaria. Além disso, ele não pareceu ter dado importância ao fato dela conseguir lutar de igual para igual com Haku por alguns segundos, ou seus esforços para curá-lo quando os dois mataram Zabuza.

Sasuke jogou isso na sua cara, e até mesmo Naruto, que sempre faz elogios para a sua força, parece não ter muita fé. Isso é provado quando o loiro nunca a deixa lutar sozinha.

“Eu não os culpo, afinal eu devia ser um porre antes... mas seria pedir demais uma mínima esperança em mim? Será que eles não vêem que eu NÃO SOU UMA BONECA DE PORCELANA??!?” gritou no seu subconsciente, raivosa.

Mas ela também sabia que não dava para melhorar sua força física somente com a ajuda de livros e pergaminhos.

– Eu preciso de alguém... alguém que possa me ajudar – divagou – Mas quem é suficientemente hábil para...?

– Ah meu Deus. Ah meu Deus. Ah meu Deus – uma mulher com uniforme de enfermagem murmurava, nervosa – O que Tsunade-sama vai dizer? Ela provavelmente vai esfolar Kimiko e eu juntas! Ah meu Deus....

– Hã, com licença... algum problema? – Sakura se aproximou desde que estava começando a se preocupar com a mulher.

– O quê? Ah, olá garotinha... – a ruiva tentou dar um sorriso, mas ainda era evidente o desespero que sentia – Não é nada não, é só que... espera! Você é uma ninja?!

Sakura piscou.

– Acho que sou.

– Então você tem que me ajudar! – a enfermeira gritou, arrastando Sakura para dentro do hospital. No caminho, ela foi explicando a situação – O estado de um dos pacientes piorou consideravelmente hoje, mas a médica responsável por ele, Kimiko, faltou. Eu pedi ajuda para os outros médicos, mas todos estavam muito ocupados, e eu ainda sou novata. Poderia, por favor, por favor, me ajudar?

Quando a ruiva acabou, Sakura e ela já estavam na sala do doente, então seria insensível da sua parte recusar um pedido tão aflito de ajuda, ainda mais sendo seu dever como ninja ajudar as pessoas. Além de que é a oportunidade perfeita para testar seus novos truques de medicina que tem aprendido nos últimos dias, mesmo que a rosada esteja um pouco hesitante em usar em humanos uma técnica que ela só testara em peixes e outros animais.

– Tudo bem – concordou, inclinando-se para o paciente – Hã... pode me dizer o que ele tem?

Olhando para a frente Sakura viu um menino de mais ou menos a sua idade deitado na maca com uma expressão de dor e suando muito.

– Hai! Ele está com uma febre muito grave, e mesmo com todos os remédios recomendados ainda não baixou. Eu não sabia bem o que fazer, já que na última vez que ele piorou tanto assim, Tsunade-sama estava aqui para nos ajudar.

– Quem é Tsunade? – Sakura perguntou, colocando as mãos em cada lado da cabeça do paciente. Em pouco tempo uma luz esverdeada surgiu da sua mão, para a felicidade da enfermeira ruiva.

– Você não sabe quem é Tsunade Senju?! Que estranho, porque você usa a mesma técnica que ela. Bem, é simplesmente a melhor médica nin de todos os tempos, e diretora provisória do hospital geral de Konoha. Você vive onde, em uma caverna? – brincou, mas essa frase fez a rosada refletir.

“É mesmo. Eu era tão concentrada em ficar bonita para o 'Sasuke-kun' que nem me importava em me informar mais sobre essas coisas. Meu Deus... eu nem estudava para os exames da academia! Passava só mesmo porque era inteligente...”

A transferência de chakra era uma técnica simples, mas poucas pessoas conseguem realizar com perfeição. Era necessário um grande controle e conhecimento de chakra, coisas que Sakura felizmente obtinha.

Terminada a transferência, a rosada já sentia milhares de gotas de suor descerem pela sua testa, e sua última visão antes de cair na inconsciência foi a enfermeira gritando por ajuda.

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– Tem certeza, Lee? – disse com uma voz chorosa – Você nem sabe se ela...

– Já está decidido, Gai-sensei – o cabeça de cuia falou firmemente. Gai procurou qualquer sinal de hesitação no rosto do aluno, mas suspirou ao não perceber nenhum – Você sabe que eu venho espionando a Sakura-chan desde o início desse jogo para me certificar se era mesmo ela.

O homem se recompôs e assumiu uma face quase tão séria quanto a de Kakashi.

– E era?

– Sim! Parece que aquilo não a afetou tanto! Só que... eu não sei... ela continua sendo a meiga e adorável Sakura-chan, mas há alguma coisa diferente – disse sorrindo, mas vacilando no final.

Gai arqueou uma de suas grossas sobrancelhas.

– Diferente?

– É, mas não um diferente ruim... – soprou, pensativo – Parece mais... madura.

– Kakashi também está estranho. Mais que o normal – comentou o sensei energético, listando mentalmente todas as razões para achar Kakashi estranho.

Enquanto isso, Lee encarou o caderno verde com incerteza. Finalmente se revelaria para Sakura, isso já está mais que decidido. Mas qual seria a reação desta? Será que o aceitaria como seu aliado?

Ele respirou fundo. “De qualquer jeito, vou cumprir o que prometi desde o início. Eu vou te proteger, Sakura-chan! Espere por mim!”

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Sakura POV

Abri os olhos com relutância. Meu corpo estava tão dolorido que parecia ter sido atropelado por um trator, e a cabeça latejava tanto que seria menos pior ter explodido de uma vez.

Mas bem, onde eu estou?

– Você está bem? – uma mulher loira com o cabelo preso em duas maria-chiquinhas baixas perguntou docemente – Que pergunta estúpida. Não tem como uma pessoa que nem ao menos foi treinada conseguir realizar esse procedimento sem se sentir um lixo depois.

Então a desconhecida pôs uma mão no centro da minha testa, e minhas baterias se encheram como um raio. De repente, eu não sentia mais dores e minha reserva de chakra com certeza deve ter aumentado.

– Agora que você está acordada... SERÁ QUE PODE ME EXPLICAR O QUE DIABOS ESTAVA PENSANDO, GAROTA? SABE O RISCO QUE VOCÊ ACABOU DE PASSAR?

E a estranha continuou berrando o meu merecido sermão, mas eu honestamente não ouvia nada mais do que um zumbido incômodo na orelha.

– …AINDA BEM QUE AQUELE GAROTO ESTRANHO CONSEGUIU ME CHAMAR A TEMPO, MENINA! – continuou, e estremeci levemente – SHIZUNE! TRAGA O MEU SAKÊ!

– Tsunade-sama! A senhora não deve beber tanto quando está prestes a viajar para outra vila! – ralhou uma morena de cabelos curtos que curiosamente carregava um porco. Shizune, imagino.

Espera aí... Tsunade-sama? Não seria essa a grandiosa médica nin que aquela enfermeira havia falado mais cedo?

Observei melhor a loira, que discutia bravamente com Shizune. Então ela jogou o punho sobre a mesinha cheia de agulhas...

… que se partiu em dois.

– Como você é chata – Tsunade balbuciou, e eu deduzi que a morena havia ganhado essa – Mas nem você vai me segurar mais tarde!

Assim que a garota saiu com um sorriso triunfante, Tsunade virou para mim com um olhar mais calmo.

– Embora seu ato tenha sido extremamente irresponsável, Saya, a enfermeira, me disse que Saito demonstrou melhoras significativas minutos depois de você desmaiar – ela sorriu – É óbvio que sua capacidade é muito elevada para as outras garotas; eu arriscaria chamar de um verdadeiro prodígio. Mas para dominar sua força completamente seria necessário um treinamento que se adequasse para o seu corpo.

Eu estufei o peito, sentindo meu ego inflar. Finalmente reconhecida!

– Mas então, garota, qual o seu nome?

– E-Eu sou Haruno Sakura, senhora – curvei ligeiramente, e ela abanou as mãos despreocupada.

– Não seja tão formal. Talvez você tenha ouvido falar de mim: meu nome é Tsunade Senju, uma médica nin e, bem, não quero me gabar mas sou uma das melhores.

Suas feições ficaram mais sérias, e agora ela me olhava com profundidade.

– Estou falando sério. Com uma boa sessão de treinamentos, eu poderia te tornar uma grande médica nin. Se você aceitar, é claro.

Sorri levemente. Por que não? É exatamente isso que eu estou procurando. Depois, algo me diz que talvez pode ser uma experiência ótima tanto para mim quanto para minhas memórias.

Além disso, aliados são sempre bem vindos.

– Tsunade-sama – encarei a loira com determinação – Por favor, me torne sua pupila!

– Haha, esse é o espírito, garota! Mas antes, preciso de duas coisas. A primeira é que um dos seus responsáveis assine uma autorização – ela me entregou um envelope alaranjado.

– E a segunda coisa?

– Olha, eu digo desde já: não pegarei leve com você. Suas habilidades são admiráveis, mas para que se tornem melhores ainda você precisa estar 100% comprometida com esse projeto. Então eu somente peço toda a sua dedicação. Acha que está pronta?

Sorri, sentindo uma maravilhosa onda de energia vibrar sobre mim.

– Com toda certeza, shishou.

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Narrador POV

– Desculpe-me, Tsunade-sama, mas você citou mais cedo que um garoto estranho havia lhe chamado. Pode me dizer quem é? – Sakura pediu assim que estava saindo do hospital. Já era o finalzinho da tarde, por isso Tsunade resolveu mandá-la embora logo antes que escureça ainda mais.

– Era um sujeito meio... excêntrico. Eu realmente não sei o seu nome, mas tenho uma mínima ideia de quem é o seu sensei – bufou, relembrando a aparência do fulano – Um garoto com roupas verdes e laranjas, cabelo cortado em formato de coco e olhos gigantes. Mas com certeza a característica mais marcante são as grossas sobrancelhas de taturana.

“Hmm... ela só pode estar se referindo a Rock Lee, um colega meu de academia. Mas é estranho como ele conseguiu chegar bem a tempo. Será que foi boa sorte ou...?”

Sakura sacudiu a cabeça.

– Tem certeza que não quer que eu te acompanhe? O sol já está se pondo, e logo será de noite – a loira perguntou preocupada, vendo a menina caminhar para longe.

– Sem problemas. Depois, minha casa não fica tão longe daqui – ela acenou sorridente e retomou à caminhada.

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– Espera um pouco – Sasori chamou, do alto de uma árvore suficientemente discreta – Se a primeira regra do jogo é não envolver inocentes, então porque diabos eu estou te ajudando?

– Porque você é o meu escudeiro, danna – riu maldosamente – E criei um plano infalível para capturar a Primeira. Será tão rápido que ela não vai saber o que atingiu, un.

Sasori observou Deidara murmurar coisas estranhas consigo mesmo.

“Não levo fé” concluiu em pensamentos, virando-se para a rosada, que caminhava inocentemente pelas ruas desérticas. Ela logo entraria em uma estrada de árvores, e é nela que o akatsuki ao seu lado havia implantado bombas subterrâneas.

Como ele fez isso? Ninguém sabe.

– Fico imaginando qual a desculpa que você deu para o Pain nos deixar caçar a menina – comentou distraidamente, ainda vigiando Sakura.

– Eu disse que íamos capturar aquele pirralho das nove caudas, como é o nome...? Bem, não importa. Não vamos fazer isso mesmo – respondeu brincando com um botão vermelho feito de argila, alheio à carranca do ruivo.

– Se falharmos, teremos sérios problemas com ele.

– Aah, danna, você se preocupa demais, un! Além disso, ficaremos fora o suficiente para matar o resto dos donos e vencer. Então, será Pain que deverá me temer, porque eu vou ser o novo governante do mundo! – sonhou com fogo nos olhos, e o outro bufou em descrença.

“Se prepare Primeira... dessa vez, não tem nenhum tio de máscara e mini-cavaleiros para te defender”

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– Não acredito que esqueci que hoje a rua principal estaria lotada por conta do festival do lámen – murmurou irritada – Agora vou ter que pegar esse caminho. Mereço...

Sakura podia simplesmente saltar nos telhados, mas desde que os mais velhos estavam reclamando sobre ela sempre deixar cair uma ou duas telhas nas suas aterrissagens, a rosada começou a parar de correr por esse método. Claro que antes dessa solução houve muitas brigas e insultos trocados entre ela e os incomodados, mas no fim gente velha sempre vence.

Ela estava milímetros de distância da área florestal quando um grito desesperado cortou o céu.

– SAKURA-CHAAAAAAN!

A menina deu um passo para trás, assustando-se com a imagem do sobrancelhudo agarrando sua gola.

– Mas o quê...?

Ele respirou fundo, com a aparência aliviada.

– Ainda bem... que eu cheguei a tempo – disse recuperando o fôlego.

– Huh? A tempo de quê?

– Ah, desculpa, eu acho que não me apresentei ainda – sorriu confiante, estendendo a mão na frente da menina – Prazer, Primeira. Eu sou o Segundo!

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– E lá vai ela, para longe das suas bombas – o ruivo falou – Parece que seu plano infalível falhou.

Mas para sua surpresa, o loiro somente riu no estilo psicopata.

– Tudo bem, é para isso que eu tenho um plano B: B de bomba!

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Sakura POV

– Então quer dizer que esse diário na sua mão pode prever tudo que eu consigo fazer? – perguntei, vendo Lee assentir.

A imagem de um certo deus sorrindo zombeteiro apareceu na minha mente.

Grunhi. Foi ideia daquele maldito.

– Se chama Diário da Sakura-chan – continuou – o seu ponto fraco é que as únicas previsões que eu recebo são somente acerca de você, o que não é tão ruim, pelo menos para mim, minha doce cerejeira primaveril...

Parei de escutar assim que ele começou com o “minha doce...”

O engraçado é que o ponto fraco do meu diário é exatamente o ponto forte do diário do Lee: previsões sobre mim. Da mesma maneira que o ponto forte do meu é o ponto fraco dele: acontecimentos ao redor.

Isso é tão estranho.

Parece até que...

!!

– Lee, precisamos nos unir.

– Aah! Eu estou esperando por esse dia durante toda a minha vida! – então ele fez bico, e eu me afastei.

O que no mundo eu estou pensando?

Ah é, na única forma de nós dois ficarmos vivos.

– Não! Você não vê? – indiquei meu diário rosa – Nossos diários se complementam! Foi uma estratégia daquele desg... do Yukiteru-sama! Ele quer que trabalhemos em equipe!

Rock usou sua expressão mais séria, e honestamente prefiro essa que qualquer outra.

– Faz sentido, Sakura-chan. Mas mesmo assim... somos só duas crianças. O ataque de mais cedo foi causado por dois akatsukis... inclusive um deles parece ser portador. E eu também sei sobre Zabuza. Só por esses dois podemos traçar o perfil dos outros jogadores! Se não tivéssemos fugido a tempo... estaríamos mortos!

Akatsuki... acho que ouvi Deidara falar alguma coisa a respeito disso durante a missão na vila da Névoa.

– Akatsuki? O que é isso?

– Uma organização criminosa, pelo que Gai-sensei me disse. Parece ser formada por nukenins de diversas vilas com um objetivo em comum.

– Diversas vilas... existe algum de Konoha?

Lee desviou o olhar para o céu. Estávamos caminhando por uma estrada mais movimentada, e eram aproximadamente oito horas da noite.

– Não faço ideia mas... provavelmente, sim.

Um estranho frio percorreu minha espinha com esse “provavelmente”.

– Enfim, o que eu estou dizendo é que – ele parou de andar – não tem nenhuma maneira de dois genins se saírem bem sozinhos contra um grupo de psicopatas, mesmo trabalhando em equipe.

– Não se preocupe, Lee – sorri com a menção do trabalho em equipe – Nós dois temos mais um aliado.