Cartas para você - Cato e Clove escrita por Scoutt


Capítulo 24
Abismo


Notas iniciais do capítulo

Oi oi morangos ♥
Como vcs tão? Já começaram as aulas?



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Eu estava correndo devagar, eu poderia correr bem mais rápido se quisesse, de longe eu ouvi que Cato já vinha atrás de mim, ou talvez fosse qualquer um que ficou mal quando ele resolveu ir embora por eu ter saído correndo.

– Clove! – Ok, com toda certeza era Cato, ou eu estava delirando? – Eu preciso falar com você! – Eu não preciso ainda, eu não tô pronta, eu não quero ouvir seus planos com outras, obrigado.

Continuei correndo, quando algo me agarrou por trás e me puxou para si, eu gritei e tentei me sair do seu aperto, OMG eu iria morrer no meio do nada, e ainda por cima sem ver o rosto do meu assassino.

***

Clove não respondia, será que ela caiu e bateu a cabeça? Será que ela resolveu que não me quer de jeito nenhum e preferiu o idiota ruivo? Bem, eu merecia algo assim depois do que disse e do que fiz. Mas depois de apresar o passo, eu vi um pequeno vulto correndo a minha direita, e mais a frente a minha direita tinha um pequeno, pequeno abismo de 6 metros, lembrei de Katniss me tirando da direita quando eu já ia pisar em falso naquela área onde não tinha nada para se pisar alem de vácuo.

– Hã? – Olhei para Katniss quando ela me puxou, então ela apontou para a frente, olhei para a frente e vi o abismo. – Er... Obrigado?

– Cuidado quando trouxer Clove aqui, tenha certeza de não deixar ela te empurrar daí. – Katniss estava rindo, ou a arena mexeu muito com ela, ou ela tinha mais senso de humor do que eu achava.

Corri para a direita e vi Clove, ela ainda estava correndo, mas devagar, então eu a agarrei faltando um passo para ela cair no abismo. Ela gritou e esperneou nos meus braços, então eu cai de costas, ainda segurando ela e ela começou a gritar novamente.

– Catooo! Cato! – Eu senti uma pontada de culpa por estar a assustando, e ao mesmo tempo eu gostei de ouvi-la me gritando, mas eu tinha que parar, antes que ela atingisse algum ponto vital na tentativa de me fazer largá-la.

– Chamou? – Eu sussurrei no ouvido dela e diminui o aperto, achei que ela ia começar a me bater, mas ela me surpreendeu me abraçando e chorando.

– Eu achei que ia morrer seu idiota! – Tava demorando. – Eu achei que você não estava vindo e que algum maníaco estava me segurando e ia me matar – Primeiro soco no meu peito -, e então eu nunca mais ia ter ver. – Segundo soco. – E não ia poder impedir seu casamento. – Terceiro soco... Espera casamento?

– Clove. Clove! – Ele levantou os olhos, tinha um biquinho posto em meio às lágrimas. – Quem disse que eu vou casar? – Ela parou um segundo e então chorou mais, gente o quê deu nela? – Shhhhhh. – Passei as mãos em seu cabelo e ela começou a falar.

– E não vai? – Bem, não que eu saiba. – Aposto que depois que você brigou comigo, você viu que a Kaela era melhor pra você, ou que qualquer garota é melhor para você e agora você vai me chamar para ser madrinha do seu casamento com ela!

Eu queria rir, meu deus como eu queria rir, mas acho que uma risada naquele momento podia levar ela a achar que era verdade aquela ideia, então eu a apertei em um abraço.

– No dia que eu for me casar, você vai estar convidada, um convite irrecusável...

– Não, eu não vou!

– Shhh, me deixe terminar. Você vai com um vestido feito exatamente para você e vai me encontrar lá na frente, no altar.

– Já disse que eu não vou ser a droga da madrinha!

– Claro que você não vai ser a droga da madrinha! – Ela me olhou e ficou pensando um instante, eu devia estar cometendo uma loucura ali, mas dane-se, eu amava aquela garota! – Você vai ser a garota que vai dizer sim, vai ser a noiva, e vai ter que aparecer, senão, não vai ter casamento.

Ela me beijou, Clove não era muito de começar demonstrações de afeto, mas ela começou, e uou, começou bem.

***

Eu estava meio em choque, meio fora do chão, meio... Ai não sei, eu não estava em sã consciência! Será que meu agressor me drogou e me matou, e agora eu cheguei ao céu? Porque Cato estava ali, na minha frente, me fazendo uma proposta de casamento!

Eu estava o beijando, então eu percebi que EU estava o beijando e eu, não fazia esse tipo de coisa, não começava beijos! Maldita TPM!!!

Assim que eu interrompi o beijo, eu o olhei, ele estava surpreso, ai meu deus pare de me olhar assim Cato! Ainda olhando para ele eu pensei no que ele tinha me dito, mas será que ele tinha dito mesmo? Ou eu tinha batido a cabeça e tava imaginando coisas?

– Você...

– Eu. – Ele respondeu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– Shhh! Você acaba de me propor algo? – Eu não conseguia falar casamento, não mesmo!

– Acho que sim. – Ele fez uma cara pensativa, deus ele vai falar que foi brincadeira, tô até vendo já. – Mas não agora, vamos esperar um pouco mais. – Ele se inclinou e me deu um selinho, então começou a se levantar me arrastando junto para cima. Caminhamos por um caminho, oposto a casa. Eu só percebi que estávamos indo para o outro lado depois que andamos bastante e não chegávamos a lugar nenhum.

– Estamos perdidos? – Eu tomei coragem de perguntar.

– Não. Estou te levando para ver um lugar que Katniss me mostrou. – Hmmm.

– Falta muito?

– Quase lá.

***

Clove estava muito sentimental, muito estranha, mas também fofa, vai entender. Assim que nós chegamos à clareira onde ficava a cabana que Katniss me mostrou, nós sentamos num tronco perto de um lago que ficava bem no meio da clareira, eu resolvi contar logo para Clove o que Kaela fez, acho melhor contar quando ela não está por perto, menos risco de morte? Talvez, mas eu ainda posso morrer no lugar dela aqui, mas vamos lá, coragem Cato!

– Err, Clove? – Ela estava olhando para o lago e então se virou para mim, com um sorriso no rosto, deus, isso vai ser difícil.

– Sim.

– Sabe no dia que a gente brigou? – Ela assentiu com o sorriso se apagando. – Eu fiz uma coisa errada.

– E o que foi que você fez Cato? – Ela estava com um sorriso alterado no roto, deus eu vou morrer, se eu falar eu morro com certeza, se eu não falar, eu vou ser torturado até a morte para falar, então... Vamos lá! Eu fiquei de pé, andei para os lados algumas vezes e então me virei para ela.

– Eu deixei a Kaela me beijar. – Eu estava esperando um soco ou então algo voando em mim, mas Clove ainda estava sentada no tronco me olhando, sem choro, sem fúria, sem reação, meu deus e agora, então ela se levantou.

– Só isso? – Eu assenti, então ela colocou a mão no meu peito. – Ahh, então tudo bem. – Ela sorriu.

– Sério? – Nota mental, nunca mais perguntar isso ao invés de correr. Senti o empurrão de Clove e quando vi, estava dentro do lago.

– Claro que não! Como você beija aquela Kadela? O nome dela devia ser esse Ka-de-la, ai que ódiooo! – Ela se virou e andou para os lados chutando o chão, fofa, eu tive que rir do trocadilho, enquanto eu ri, ela parou e me olhou com cara de que ia me matar.

– Kadela? Por acaso eu tinha te contado que a chamei assim algumas vezes? – Ela riu um pouco.

– Talvez seja porque temos uma visão igual dela. – Ela estendeu a mão para que eu saísse do lago, mas eu tive uma ideia melhor, assim quem peguei a mão dela, a puxei para dentro do lago. Ela xingou, me bateu, jogou água na minha cara e então se deixou se abraçada por mim.

Ficamos um logo tempo abraçado dentro do lago, até ela quebrar o silêncio.

– Eu beijei o Emmett. – Ela falou olhando para a água, eu senti meu rosto quente, minha cabeça quente, meus punhos cerrados, eu ia sair daquele lago, ir até a casa e quebrar a cara do idiota.

– Você o quê? – Eu a afastei um pouco. – Eu vou matar aquele idiota! – Clove começou a rir, eu a olhei. – Você tá rindo de quê? – Eu estava com raiva, tipo, muita raiva mesmo.

– Eu não o beijei. – Ela estava morrendo de rir. – Eu só falei para ver sua reação, e pobre Emmett se estivesse por perto.

– Se ele estivesse por perto, ele não estaria mais respirando, pode ter certeza disso. – Ela sorriu e beijou meu rosto, e eu emendei um beijo.


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Notas finais do capítulo

Bj moranguitos que me mandaram rewiens :*