Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 17
Capitulo 17 - Boulevard Of Broken Dreams


Notas iniciais do capítulo

Capítulos gigantes já não são novidade nessa fanfic. Então aqui está mais um. Lembrando que estamos muito perto do final. Se tiverem algum pedido a fazer, essa é a hora, quem sabe não conseguimos encaixar os vossos planos no nosso roteiro?

Obrigada a todos por continuarem lendo e comentando até aqui.

Boa leitura, vejo vocês lá em baixo!!



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"I walk a lonely road The only one that I have ever known Don't know where it goes But it's home to me and I walk alone"

*** Klaus ***

– Elijah! Elijah!!!

Eu pude ouvir os gritos de Hayley ficarem mais altos a medida que eu me aproximava do quarto dela. Quando eu abri a porta, eu a vi tentando mergulhar na privada, imagem mental que nunca conseguirei esquecer, diga se de passagem. Ela estava lívida como um boneco de cera, e vomitando em seco. Ela estava tremendo muito, e claramente sentindo muita dor.

– Hayley. Eu me aproximei dela e tentei levanta la devagar, a barriga dela já estava grande, não sei quando foi de facto a ultima vez que eu reparei na barrigada dela. De quanto tempo ela estava grávida? Há quanto tempo eu tinha chegado em Nola? Parecia ontem. Eu tive que lidar com tantas coisas nesse meio tempo que eu me desliguei do acontecimento mais importante, o nascimento do meu filho.

– Eu não tou bem Klaus. Alguma coisa errada está acontecendo comigo.

– O quê? A criança vai nascer agora? Eu questionei genuinamente preocupado.

Hayley quase ficou boa só de raiva. Ela olhou para a minha cara com um profundo desprezo que eu raramente via em alguém, e digamos que eu não seja exactamente uma pessoa muito querida pela população em geral.

– Nascer agora? Você tá maluco? A criança não tem nem 6 meses.

– Calma. Eu a levantei no colo e tirei ela daquele quarto e a levei para a sala. Eu a sentei no sofá e vi que ela gemeu de dor quando eu apoiei as costas dela na poltrona.

– Você acha que é o babe que está fazendo isso com você?

– Não Klaus, eu não acho.

Ela segurou a cabeça com muita força e começou a gritar de novo, a sensação que eu tinha era que ela estava se sentindo pegar fogo, e ela literalmente começou a suar como um animal.

Eu segurei a cabeça dela, e a minha mão ardeu junto. Ela não estava bem, de facto.

– Talvez a gravidez esteja mexendo com seu sistema Hayley. Ou talvez… eu me calei.

– Talvez o quê Klaus? Talvez o quê? Ela estava muito nervosa.

– Talvez seja um transformação vindo. Eu respondi laconicamente.

– Eu não posso me transformar em loba enquanto estiver grávida Klaus. Isso mataria o bebe. Não seja ridículo!

– Era exactamente isso que eu estava pensando. Talvez você não consiga apenas controlar isso durante toda a gravidez. Afinal, estamos falando do nosso filho. Um híbrido e uma loba. Você não pode simplesmente esperar que essa seja como uma gravidez humana normal.

– Onde está o Elijah? Eu preciso falar com ele! Eu preciso dele aqui.

– Ele não está disponível, nem contactável no momento. Meu irmão leva muito a sério as responsabilidades dele, e ele saiu daqui disposto a resolver um problema com o acordo, e ele só voltará quando esse problema estiver resolvido. Você só tem a mim no momento.

Ela começou a chorar, copiosamente, o que eu não esperava, eu só quis fazer uma gracinha com a situação. Distrai la do que ela estava sentindo já que eu não sabia como ajudar.

– Eu não quero que minha filha fique sozinha. Eu não quero. Ela segurava a barriga num gesto protector.

– Hayley. Olha para mim. Eu levantei o rosto dela e me baixei para ficar na mesma altura, já que ela estava sentada no sofá. Você vai ficar bem. Isso é só uma indisposição. Você está grávida do ser mais poderoso do planeta. Muitas mulheres tiveram uma gravidez difícil e estavam apenas gravidas de simples humanos. Fica calma. Você é forte, e isso vai passar. Calma. Eu a abracei, sem ser correspondido. Eu não me importava, eu só queria que ela se sentisse reconfortada. Onde estava Elijah nessas horas? Se divertindo enquanto eu tinha que brincar de casinha com a namorada dele.

Ela deitou no sofá, exausta. E eu fui buscar um copo de água. Eu poderia ter pedido a algum criado para pegar, mas eu precisa de um intervalo para baixar o personagem. Eu posso me esforçar, mas no fundo eu pouco me importo com Hayley. Para mim ela é apenas uma incubadora ambulante. Mas não vai cair meu braço se eu tratar a mãe do meu filho bem. Então. Que seja.

Quando eu voltei com a agua ela estava dormindo, ou desmaiada, não sei. O coração dos dois estava batendo regularmente então eu não intervim. Deixei que ela descansasse. Fosse sono ou desmaio, o corpo dela sabia melhor do que nós dois o que ela estava precisando naquele momento. Eu tive que intervir algumas vezes nos pensamentos dela, ela estava muito agitada e eu queria que ela ficasse calma. Eu induzi pensamentos na mente dela, todos ridículos, mas teria que servir para substituir as atrocidades que ela estava imaginando inconscientemente.

Ela continuava com febre. Eu liguei para Cami para que ela trouxesse Davina para casa, talvez ela pudesse dizer o que estava acontecendo. Bruxas estão tão intrinsecamente ligadas com a natureza ao seu redor que é mais fácil para ela dizer que algo esta errado quando ninguém mais encontra ligação. Apesar de eu achar que tudo isso é apenas sintoma de uma criança demasiado forte, para uma progenitora não tão forte assim.

Foi Davina que a acordou.

– Ela não está em equilíbrio.

Eu fiquei olhando, sem dizer uma palavra. “Ela não está em equilíbrio” Conclusão brilhante. Ela estava vomitando sangue, suando frio, ardendo em febre, tremendo que nem boneco de posto, e Davina dizia que ela não esta em equilíbrio. De facto, ninguém tinha conseguido chegar a essa conclusão ainda.

– O que você quer dizer com isso Davina.

– Hayley. Tem alguém mexendo com você. Através do bebe. Você está ligada a alguém. Você entende o que eu quero dizer? Você está sobre um feitiço de ligação. Alguém está controlando seu corpo nesse exacto momento.

– O quê? Quanto tempo vai demorar para você desfazer isso?

Hayley levantou enquanto eu falava, e não conseguiu ficar sequer 2 segundos em pé, se deixando cair pesadamente no sofá de novo.

– Será rápido Klaus.

Antes que eu pudesse relaxar, Davina continuou:

– Mas não permanente.

– O que você quer dizer com isso? Foi a vez de Hayley perguntar.

– Eu quero dizer que para eliminar esse tipo de ligação. Eu preciso eliminar a fonte de poder dela.

– Eu posso matar qualquer um, basta você me dizer quem é a fonte.

– A fonte é o bebe Klaus.

Eu deixei o cachorro de madeira que eu havia esculpido nas ultimas horas cair da minha mão. E Hayley pegou a escultura minúscula. Ela percebeu que era para a criança, e não disse nada, embora o olhar dela dissesse tudo.

– Como alguém pode ter se ligado a Hayley através do bebe, se o bebe ainda nem sequer nasceu?

– Eu não sei Klaus! Davina parecia confusa. Ela própria não estava entendendo a situação. Talvez o seu filho esteja absorvendo energia magica do quarter, fazendo com que as bruxas tenham acesso a energia que flui através dele, e consequentemente através da Hayley.

– Nesse caso. Basta matar todas as bruxas e tudo ficará bem.

As 3 mulheres olharam para mim com cara de “capturem vivo ou morto, preferencialmente morto”.

Eu subi com Hayley no colo quando Davina conseguiu retirar o feitiço que estava fazendo Hayley passar mal. E quando eu a coloquei na cama ela me perguntou sobre o cachorro de madeira. Eu disse que todas as crianças gostariam de ter um cachorro. Ela me perguntou porque não um lobo, combinaria mais. Eu apenas ri, e disse que um lobo não era um animal de estimação. E ela riu também, agradecendo. Quando eu virei de costas ela me chamou de novo e disse com toda a calma do mundo.

– O bebe… é uma menina.

Meu cérebro voou anos luz de distancia para um momento onde eu e Rebekah brincávamos juntos, ainda em criança. Eu revi minha filha em Rebekah. Tão doce, tão vulnerável, tão vadia quando cresceu. Eu comecei a temer que a minha filha saísse a tia, e automaticamente comecei a programar a vida dela. Uma filha? Mulher? Minha filha? Eu precisava beber um whisky. Ou talvez algumas garrafas. Em silencio eu pode ainda assistir a alguns pensamentos da Hayley, eu ainda estava ligado a mente dela por ter induzido pensamentos mais cedo. Ela pedia baixinho que a filha dela nunca ficasse sozinha. Nunca fosse como a gente. E eu prometi também em silencio, ainda dentro da cabeça dela, que ela nunca ficaria. E desci as escadas. Elijah iria adorar saber que as bruxas estavam mexendo com Hayley. Nada melhor para melhorar meu humor que meu irmão e um massacre.

**** Caroline ***

Mystic Falls

Eu acordei estranhando a claridade. Certamente eu tinha esquecido de fechar as cortinas e agora o sol estava direto no meu rosto. Abri os olhos e quase fui cega pela total claridade. Não haviam cortinas abertas porque eu nem mesmo estava no meu quarto, nem mesmo na minha casa. Olhei em volta e reconheci o local onde estive tantas vezes. Eu tentei lembrar da noite passada e tudo que me lembro é que minha mãe saiu para dar plantão na Delegacia e eu dormi exausta.

Eu vinha me sentindo exausta nos últimos dias, aquela sensação de estar doente que eu tentava tirar da cabeça me distraindo, tentando disfarçar pra que as meninas pensassem que está tudo bem. Bonnie anda preocupada com as tentativas de comunicação de Esther, cada vez mais frequentes e eu não quero preocupa-la com algo que deve ser exatamente o que Damon me disse: o psicológico atuando no físico.

Quem Klaus achava que era pra fazer o que ele fez? Ligar pra mim e não dizer nada. Eu só soube que era ele porque uma voz -feminina pra variar- gritava o nome dele do outro lado da linha. E depois ele desligou. Covarde. Já que ele não teve a decência de me deixar de paz poderia ser menos cara de pau e não me ligar quando uma de suas amantes estivessem por perto.

Eu estava cumprindo a minha parte no meu processo de cura. Eu tinha vontade de ligar pra Elijah mas eu nunca ligava. Eu me mantinha afastada de tudo que pudesse ser dele ou remeter a ele. E ele simplesmente tinha feito aquilo. Filho da puta. Literalmente.

Eu estava em pedaços psicologicamente, meu coração estava partido e todo o meu corpo parecia agora querer colaborar para me lembrar isso. Aquela tarde nós tínhamos ido passear no bosque, eu precisava de ar puro e precisava também desviar minha atenção do estoque de sangue dos Salvatore. Eu vinha bebendo muito sangue ultimamente, mais do que o normal. Eu propus a elas a brincadeira mais infantil do mundo "esconde-esconde" porque na verdade eu queria estar longe delas o suficiente para devorar algum animal selvagem sem que elas percebessem minha fome. Eu me sentia tão mal por isso, mas eu não podia deixar os outros serem prejudicados por problemas que eram unicamente meus.

O sangue de cervo me deixou nauseada, eu tinha abatido pelo menos três deles naquela tarde e depois foi difícil caminhar até em casa. Eu parei várias vezes no caminho,e tropecei em uma pedra arranhando meu joelho. Elena e Bonnie estavam definitivamente preocupadas comigo, tudo o que eu não queria. Foi difícil convence-las que tudo que eu precisava era de uma boa noite de sono, dormindo no meu quarto, na minha própria cama, sozinha. Era isso que eu me lembrava: o beijo de boa noite da minha mãe e um cansaço profundo.

Mas agora eu estava aqui no cemitério de Mystic Falls e eu não tenho ideia de como vim parar nesse lugar.

–Tão cedo aqui mocinha?

Eu me virei bruscamente, já em alerta porque a situação era no mínimo estranha, mas tudo o que vi foi uma mulher de meia idade me olhando sorridente. Eu não tinha ideia de quem ela era mas estremeci quando vi que ela carregava um cesto e dentro dele ramos de verbena. Ela pareceu entender a aflição em meu olhar e continuou com o mesmo sorriso inicial.

–Eu não queria assustar você. E não se preocupe com isso, não é pra você e nem pra nenhum de seus amigos. Na verdade estou indo destruir isso. Eu tenho feito isso todos esses anos mas isso se prolifera nessas terras como erva daninha.

–Como a senhora sabe que sou uma vampira?

–Bem, o tempo ensina a gente muita coisa. Eu passei aqui mais cedo e vi você dormindo. Eu sei que alguns de vocês podem andar no sol, Deus abençoe as bruxas por isso. Mas eu me perguntava se você seria um desses e o que te aconteceria quando o sol aparecesse. Então eu vi os primeiros raios de sol baterem nos seus cabelos e eu fiquei olhando você. Sabe, eu sempre quis ter uma menina, porque eu tive uma boneca loira com os cabelos iguais aos seus. Então eu as vezes achava que teria uma menina, parecida com a minha boneca. Mas a vida só meu deu meninos.

Ela riu, mas havia um misto de tristeza e saudade na voz dela.

–Eu acho que nunca vi a senhora antes.

–Certamente não. Mas eu estou aqui há muito tempo e eu nunca conseguiria ir embora. Os tesouros mais preciosos da minha vida estão aqui. Os meus garotos. Você tem mãe, então deve saber como é isso.

–Sim, minha mãe é a pessoa mais importante da minha vida. Em tudo o que faço eu sempre penso nela.

Eu disse aquilo com uma espécie de peso na consciência ao lembrar que há pouco tempo atrás eu estava disposta a entregar meu corpo para minha "sogra" para salvar o homem que eu "amava" e nem mesmo me despedi da minha mãe.

–Pois entenda que tudo isso que você sente por ela não é nada perto do que ela sente por você.

–Uma vez ela quase desistiu de mim.

–Ela nunca desistiria realmente. Nunca conseguiria. Um dia você vai entender isso. Eu tive que deixar meus garotos muito cedo, mas eu sempre me desviei do destino que estava me esperando para ficar por perto e apenas vê-los crescer, sempre que me permitiam. Mesmo que eles não tenham tantas lembranças de mim, eu tenho todas as lembranças deles. Eu jamais desistiria deles. Sua mãe nunca conseguiria desistir de você porque mães não desistem.

Eu me lembrei de Hayley e do bebê. E me perguntei quando ela percebeu que tinha que lutar por aquela criança ou como ela se sentiu quando Klaus disse que podiam matar ela e o filho. Eu me senti triste pensando na minha mãe, nas coisas que ela teve que mudar na vida dela por minha causa, nas crenças e valores dela nos quais eu mexi. E então inexplicavelmente eu me vi sentada em uma lápide e chorando na frente de uma completa desconhecida.

Ela se aproximou e me disse:

–Não chore, o sol está alto demais e é minha hora de ir e não quero deixar você aqui chorando, desconsolada.

–Sabe eu acho que todas as pessoas que dizem amar deviam ser como as boas mães e não desistirem das outras. Porque quando alguém que amamos desiste de nós, ficamos assim como estou agora. Eu não tenho ideia de como vim parar aqui, eu não tenho ideia do que está acontecendo comigo, eu só sei que desde que alguém que eu amo desistiu de mim,minha vida não é mais a mesma e eu não consigo ser feliz de verdade.

–Sabe, minha avó sempre me dizia " se você não tem o que você ama, ame o que você tem". Eu sei que você nunca vai ficar mais velha, mas você vai aprender com o tempo. Agora vá pra casa, não deixe sua mãe preocupada. O vampirismo não faz com que uma mãe se preocupe menos com o bem estar dos filhos. Ela riu, acenou e ia saindo em direcção ao bosque. Então eu lembrei que não nos apresentamos uma pra outra.

–Hey, senhora. Não nos apresentamos. Eu sou Caroline. Caroline Forbes. E a senhora é?

–Oh! Uma Forbes. Eu sou a Senhora Salvatore. Muito prazer, Caroline.

Ela desapareceu enquanto andava em direção ao bosque e eu tive calafrios. Tudo bem, eu estava morta, mas eu havia voltado a vida e agora eu era imortal. Mas aquela, aquela que tinha conversado comigo era a senhora Salvatore aka a mãe de Stefan e Damon e ela havia realmente morrido. Ela não era uma criatura sobrenatural. E eu definitivamente não tinha poder algum de ver ou conversar com mortos realmente mortos. Eu precisava sair dalí o mais rápido possível, eu precisava encontrar Bonnie e Elena e eu principalmente precisava abraçar minha mãe e chorar, chorar, chorar e depois explicar a ela que além de vampira eu agora era comprovadamente louca.

*** Klaus ***

Nola

Devia haver em algum lugar no mundo uma bruxaria que fosse capaz de anular sonhos de nossas cabeças. Eu não aguentava mais ter pesadelos com Caroline. Desde a "valiosa" informação que Davina havia me dado minha cabeça estava a mil e por mais que eu soubesse que ela estava "bem" porque eu tinha escutado a voz dela, eu estava inquieto. E Davina continuava a me olhar como se quisesse me perguntar algo, mas não se atrevia. Melhor assim.

Eu bebi todo o álcool que tinha em casa, sendo observado por um Elijah de expressão crítica que lia um livro sobre psicologia infantil, acho que o quinto sobre o mesmo tema. Eu subi as escadas porque eu pretendia apagar na minha cama e não sonhar com nada, mas evidentemente essa parte do meu plano não deu certo.

Eu fui despertado por um Elijah aflito que me sacudia e eu quase o mordi até consegui separar sonho de realidade e sentar na minha cama, tentando me recuperar. Eu não havia sonhado com Caroline, mas o sonho foi terrivelmente igual. Eu contei o sonho a Elijah:

Eu estava no centro de um círculo de fogo feito pela minha mãe na mesma caverna onde havia sido feito prisioneiro pelo povo de Ayana. Ela ria e dizia que finalmente me mataria e exterminaria toda a nossa família. Então eu dizia que era impossível e ela ria e as chamas subiam no circulo e ela entrava nele trazendo uma criança, um garoto. Eu ouvia os gritos de Hayley e ela estava do outro lado do circulo gritando "Ela vai matar nossa criança! Nossa criança morrerá" e segurava o ventre como se a criança fosse nascer. Eu fiquei parado olhando o garoto e a minha mãe que o apresentava triunfalmente.

–Quem é esse? Eu perguntava.

–É seu filho, Niklaus.

O menino me olhava e eu via nos olhos dele a mesma expressão dos meus olhos. Eu olhava para o outro lado do círculo porque Hayley estava definitivamente em trabalho de parto e eu não entendia como aquele garoto poderia ser o meu filho, se ele não havia nascido e Hayley esperava uma menina.

Eu olhava para o garoto a minha frente e ele trazia uma adaga. Minha mãe guiou as mãos deles levantando a adaga. Eu tentava me mexer e ataca-lo mas o olhar dele extinguia minhas forças. Ele abaixava a adaga com a precisão de um guerreiro ou de uma assassino mas não me atingia. Ele atingia a si mesmo e enquanto o sangue dele jorrava o meu também se esvaia.

Havia uma perfuração em meu peito, exatamente onde ele havia perfurado o dele e nós dois caímos um ao lado do outro enquanto as gargalhadas de minha mãe e os gritos de Hayley ecoavam na caverna escura. Eu estava morrendo e o garoto também e então eu o senti segurar a minha mão. Eu olhei pra ele e percebi no pescoço dele que havia um cordão e um pingente. Era nada mais, nada menos que o anel de andar à luz do dia de Caroline.

–Onde está Hayley, Elijah, ela está bem?

–Sim, ela está dormindo. Nós estamos nos acostumando com seus pesadelos, mas esse foi mesmo terrível. Acho que foi influencia do que você e ela passaram mais cedo. Também das terríveis experiências naquela caverna e do que aconteceu entre você e....bem, você sabe.

–Davina viu Caroline.......

–Ela me contou. E contou também que você ligou para "alguém" e destruiu seu telefone em seguida. Você acha que ligar pra ela foi uma atitude sensata, justa com ela?

–Eu estava preocupado. Davina disse que viu Caroline na Ilha. Eu achei que....

–O "combinado", ou melhor, o "estipulado" por você meu irmão foi que ela não deveria mais ser parte da sua vida. Então deixe ela viver a dela. Se sente que está ligado a ela ainda tão intensamente, vá procura-la. Que sentido tem tentar afasta-la fisicamente, se ela está dentro de você dessa maneira?

Eu queria ter forças para expulsar Elijah do meu quarto. Onde estava o acordo de não mais pronunciar o nome dela? Mas ok, eu comecei. Eu estava ficando louco. Nada na minha vida fazia sentido, como eu poderia querer que meus sonhos fizessem?

*** Davina ***

Eu sai de casa de Cami apressada. Eu não queria que ela percebesse que eu estava mais nervosa do que deveria. Eu precisava saber quem estava enfeitiçando a Hayley. Eu esperava que não fosse Monique, eu tinha a certeza que Klaus iria mata la em breve se fosse. Elijah tinha me pedido para manter o olho nas bruxas, principalmente em Genevieve que estava agora enfiada na cama de Klaus o tempo todo. Elijah achava que ela estava tramando alguma, e eu sinceramente também. Afinal ela fez parte do ritual que permitiu que a nossas vidas fossem trocadas na ressurreição pós colheita pelos bruxos escolhidos por Sabine para se vingarem de Klaus. Sabine estava morta agora. Mas Genevieve, eu não sei. Ela me soa falsa da cabeça aos pés. E todo aquele amor que ela diz sentir pelo Klaus, impensável. Inaceitável. Eu a vejo com a Monique conversando pelos cantos. Elas me ignoram e me afastam sempre que podem, o que me deixa mais desconfiada ainda. Monique mudou muito. Eu não sei o que fizeram com ela enquanto ela estava morta, mas quem voltou depois da colheita, não foi a minha melhor amiga. Foi uma maníaca compulsiva, enlouquecida com o poder que tem. Eu mais do que ninguém sei o que o poder pode fazer com uma pessoa. Demasiado poder, pode nos despedaçar, e nos deixar tão vulneráveis e fracos, como a criatura mais banal do mundo. Será que ela não pensa, que Genevive se mantendo neste mundo, faz com que uma das nossas amigas continue do outro lado? Será que ela não vê que Geneviveve só pensa nela própria e nos seus objectivos? Como ela pode ser tão cega, tão burra, tão mesquinha. Como podem ter transformado a pessoa mais doce e generosa que eu conheci naquele monstro. Ela matou a própria tia. Ela achava que eu não sabia, mas eu a ouvi dizer. Como uma bruxa que está intimamente ligada a todas as formas de vida, pode cometer um morte a sangue frio desse jeito e continuar a vida como nada fosse? Como uma sobrinha pode sacrificar a própria tia que arriscou a vida por ela, sem nenhum propósito além de medir o seu poder? Eu não podia entender, mas por mais que eu não entendesse, eu sabia que em algum lugar, a Monique que eu conhecia ainda existia. E eu não podia simplesmente deixa la morrer. Ela pode achar que que o poder dela é suficiente para dar conta de qualquer um. Mas ela não pode esquecer que Klaus é imortal. E não há nada que ela possa fazer para mudar isso. Ela acha que pode com tudo e com todos, mas ela não pode com Klaus. Eu já tive o poder de nós as quatro juntas, e não arrumei um jeito de acabar com ele. Ela ia acabar morta se ela continuasse tentando medir forças.

Quando eu abri a porta, Monique e Genevieve estavam discutindo. Eu estava certa, elas estavam mexendo com Hayley. Genevieve gritava que ainda não era a hora, e Monique dizia que quem ditava as regras não era ela. E que ela tinha Klaus nas mãos e não hesitaria em esmaga lo como um insecto. Que ela tinha o apoio de todas as ancestrais, e não seria Genevieve que a impediria de cumprir seus objectivos. New Orleans seria novamente uma cidade de bruxas, e todas as outras espécies seriam banidas. Não importava quantos acordos chegassem, quantas propostas viessem. Enquanto ela tivesse o poder a favor dela, ela renegaria todos, defraudaria todos, até que Klaus se curvasse perante ela e se resignasse. Ela estava louca, e Genevieve estava encarando o monstro que ela própria criou e estava agora fora de controle.

– Monique. O que quer que você esteja fazendo. Você precisa parar.

Eu não consegui terminar meu raciocínio porque ela me arremessou longe, e eu bati contra a parede. Eu não queria usar magia contra ela. Isso era contra os meus princípios, e totalmente anti natural. Atacar uma bruxa. A minha amiga. Eu não desceria a esse nível.

– Não se mete. Ela disse sem sequer virar a cabeça para mim. Eu levantei, e caminhei até ela.

– Monique…

– Davina, ou você está comigo, ou contra mim. Seja qual for o lado que você queria tomar. Faça-o agora, ou cale – se. Ela olhava para mim daquela forma estranha, completamente alucinada que eu via ultimamente.

– Você vai acabar morta Monique. Todas nós se você não parar. Você está entendendo o que eu estou dizendo? Klaus vai acabar com você, apenas por diversão!!

– Ah sim? E como ele vai fazer isso Davina? Eu estou ligada ao filho dele. Através da magia ancestral consagrada da própria mãe dele. Um laço de sangue não pode ser quebrado, e a minha magia não pode ser anulada. E não pense que eu não sei que você os ajudou hoje, eu senti o seu poder, me invadindo.

Ela pegou o meu pescoço e apertando apenas me ameaçou:

– Não tente de novo ou você vai se arrepender. Ela me largou e saiu batendo os pés no chão enraivecida.

Eu fiquei olhando para Genevieve a culpando com todo o meu ser, de tudo que estava acontecendo.

*** Elijah ***

As vezes sou obrigado a dar razão a meu irmão. Seria tão mais fácil simplesmente obrigar todo mundo a fazer o que eu quero porque eu sou o mais forte, e o mais forte manda. Mas não, aqui estou eu tentando chegar a um acordo com os lobisomens mais uma vez. Dessa vez eles alegavam que não ficariam sob ordens de ninguém. Muito menos de Klaus, que os via como um campo de híbridos a ser cultivado a qualquer momento. Eles sabiam da ligação de criação e temiam ficar a mercê de Klaus caso ele os transformasse.

Lobisomens terem um líder estava se provando uma inutilidade visto que o líder não tomava nenhuma decisão sem falar com a alcateia . Ele deveria se chamar secretário e não líder. Eu já estava ligeiramente irritado quando Jackson voltou com a resposta para a nossa reunião. Oliver o seguia.

– Nós não aceitamos o acordo Elijah.

Eu me senti cansado naquele mesmo momento e resolvi fazer o que Rebekah chama de “chutar o balde”. Essa expressão é tão reles quanto as pessoas a quem eu estava dirigindo esse pensamento. Eu me levantei calmamente e pus as cartas na mesa de uma vez por todas para esclarecer tudo de uma vez.

– Vocês tem 1 dia para deixar Nola. Ou eu mesmo caçarei cada um de vocês, até que não sobre nenhum.

– Então é isso? Nós não aceitamos sua proposta e você nos expulsa da nossa terra?

– Nossa terra? Como você pode chamar a terra de sua se você não tem nenhum respeito por ela. Se você não pensa no bem da comunidade geral? Nada daqui é seu quando você não consegue se comportar como parte de um todo.

– Não tão de pressa Elijah, eles me pararam quando eu já estava saindo, cheio de indecisões e gente confusa até o tecto.

– Não pense que você pode nos expulsar daqui!

Eu me virei com a cara mais céptica do mundo, apenas porque estava entediado.

– E o que você pretende fazer quanto a isso Jackson? Porque eu não vejo muitas alternativas para você. Estar comigo é sua única chance, estar contra mim… não é uma opção.

– Eu quero ver você convencer a Hayley disso.

– Hayley não está incluída no pacote. Ela pode ficar o quanto ela quiser. Ela está grávida do meu irmão. Carregando o herdeiro dele. O único da nossa família. O facto dela ser um lobo é irrelevante.

– Eu quero ver você convence la a ficar depois de expulsar o povo dela. Eu realmente quero te ver tentar. Boa sorte Elijah.

*** Caroline ***

Mystic Falls

Eu estava no meu quarto diante de uma Bonnie preocupada e uma Elena deslumbrada:

–Eu acho que devemos contar isso a Stefan e Damon. É a mãe deles. Isso é tão bonito, eles pouco sabem sobre ela, eles vão ficar tão felizes.

–Elena, eu acho que você ainda não entendeu a parte de que eu não posso ver pessoas mortas.

–Mas você viu e viu a mãe deles. Nós temos que contar!

–Não, Elena a Caroline tem razão. Nós primeiro temos que tentar entender o que está acontecendo. Talvez tenha algo a ver com a Esther....

–A Senhora Salvatore jamais teria algo a ver com a Esther. Elena falou isso como se de fato tivesse conhecido a sogra e tomado chá com bolachas na varanda com ela.

–Não estou dizendo que a Senhora Salvatore é uma aliada da Esther, mas que o fato de Caroline poder vê-la pode ter algo a ver com a Esther. Caroline esteve no centro de um feitiço muito poderoso, Elena. Se não fosse o Elijah....

– Se não fosse o Elijah hoje eu seria Esther... e estaria lá infiltrada na...

Eu parei. Eu realmente não tinha que dizer aquilo e nem mesmo pensar naquilo.

–Mas vocês falaram que a Esther está presa em um Sucubus. O que você sabe sobre essas criaturas, Bonnie? Perguntou Elena.

–Quase nada. Ninguém sabe de todo o potencial deles, ninguém nunca viveu o bastante para estuda-los de perto.Mas o pouco que sei dito pelas bruxas do outro lado, não são coisas boas. Eles e elas tem uma coexistência de tolerância e cooperação, mas não é nada baseada em amizade verdadeira.

Eu admirava a  habilidade que a Bonnie tinha de falar sobre o outro lado como se estivesse falando dos seus vizinhos. Eu acho que jamais conseguira isso, nem em mil anos. Eu tinha ficado apavorada com a doce senhora Salvatore, imagina criaturas sobrenaturais.

Eu estava trocando o pijama quando percebi que as duas estavam me olhando, na realidade olhando para o meu joelho. Eu olhei também e pude ver a linha vermelha.

–O que foi isso, Caroline?

–Foi de ontem, lembram? Aquele tombo monumental que levei quando voltávamos pra casa.

–Mas isso não devia estar curado? Disse Elena se aproximando.

A ficha caiu e então percebi porque elas olhavam tão espantadas. Nós vampiros nos curamos com facilidade das feridas mais profundas, era ridículo que o corte feito pelas pedras quando caí ainda estivesse aberto e pudesse sangrar.Â

–Há algo muito errado acontecendo. Definitivamente. Disse Bonnie.

–Não há nenhuma maneira de fazer as bruxas do outro lado se pronunciarem sobre as tentativas da Esther? Perguntou Elena.

–Não. Eu tenho insistido sobre isso também, acredite. Nenhuma delas parece disposta a me dar qualquer informação. Nem mesmo a minha avó. Pra elas eu não sou mais parte do grupo, então agora fica realmente difícil.

–Esperem eu preciso dizer uma coisa. Talvez isso seja relevante.

Elas me olharam desconfiadas.

–Quando o....quando o (eu precisava de uma pausa para conseguir dizer o nome dele em voz alta) quando o Klaus desapareceu ele se comunicou comigo. Ele entrou na minha mente e eu achei que era um sonho porque eu estava dormindo quando aconteceu. Mas antes de acontecer eu tive sensações parecidas com as que venho tendo ultimamente. Era como se minha mente precisasse se expandir para algo mais e isso tinha efeitos direto no meu corpo. Pode ser que ele ainda esteja...tentando isso.

Eu estava me segurando para não lembrar daquele momento, para não chorar, para dizer isso tudo com indiferença, mas eu sabia que tinha lágrimas nos olhos.

–Você acha que ele está tentando se comunicar com você? Acha que ele está em apuros outra vez? Bonnie perguntou.

–Bem, ontem ele tentou...literalmente. Mas ele não está em apuros. Ele só é um filha da puta idiota.

–Caroline, porque você não nos contou?

–Desculpem, mas eu não queria ter que falar sobre algo que envolvesse ele. Ele basicamente ligou pra mim e o número estava privado e ele não falou nada.

–Sério? Que idade essa cara tem mesmo? Sempre que vejo coisas assim eu me lembro quando a Tia Jenna falava que homens nunca amadurecem realmente.

–Você disse que o número estava privado, como você soube que era ele Car, algum pressentimento?

–Não Bonnie, antes fosse. Eu ouvi uma garota falando o nome dele, provavelmente mais uma da lista daquelas com quem ele anda se divertindo. Talvez é o jeito torto dele de me dizer que superou.

–Filho da mãe.

As duas me abraçaram e me repreenderam por não ter contado. Elena me dizia palavras de encorajamento, o que era estranho vindo de quem quase morreu pós break-up mas eu tentava não pensar nisso.

Eu tive por alguns momentos a tentadora idéia de desligar minhas emoções, de correr pra o lado vazio da vida imortal, de não me importar. Mas eu tinha convivido com vampiros "desligados" e eu sei o quanto você pode magoar as pessoas que te amam quando você faz isso. Você normalmente magoa quem se importa com você eu não queria isso. Eu depositava minha confiança na ideia de que tudo iria passar, porque tudo passa e eu iria aprender com isso.

–Bem, isso pode explicar algumas das sensações físicas que estão em você agora. Mas isso não explica o fato de que você tem um corte no joelho que não cicatrizou. Recapitulando: você foi o centro de um feitiço poderoso no qual uma terceira criatura sobrenatural foi envolvida. Esther está presa em uma criatura sobre a qual sabemos quase nada.

Bonnie falou como se tentasse explicar uma teoria da qual não tinha certeza.

–Bem, vocês falaram que Elijah lutou com essa criatura e venceu. Talvez ela saiba de algo, nós podemos ligar pra ele. Disse Elena.

–Façam isso vocês. Eu não vou conseguir falar com ele. Ele salvou minha vida, eu já tive vontade de ligar pra ele mil vezes, mas...vocês sabem.

–Claro, Car, não se preocupe. Nós vamos dar um jeito de descobrir isso. Eu acho que podemos contar com a discrição do Elijah.

Elas foram embora assim que minha mãe chegou,prometendo que voltariam logo mais para me ver. Eu fiquei pensando na minha experiência do dia e então eu resolvi contar a minha mãe que tinha encontrado a Senhora Salvatore. Evidentemente, eu disse que tinha sonhado com a mãe de Stefan e Damon e falei das coisas que ela tinha me dito.

Minha mãe ouviu tudo atentamente, como se eu estivesse narrando um conto de fadas. Eu percebi que ela sorria enquanto eu falava todas aquelas coisas que a doce senhora tinha me dito. Então ela sentou bem do meu lado e me abraçou.

–Que sonho bonito, Car. Ela tem razão. Eu provavelmente jamais teria desistido de você de verdade. Você é a minha menininha e eu acho que você sempre será a minha menininha. Você já contou pra eles sobre esse sonho? Eu acho que eles ficariam felizes em saber que a mãe continua de alguma forma cuidando deles. Dizem que sonhos são sinais.

Depois que ela saiu eu liguei para Stefan e contei pra ele, mas contei a versão verdadeira. Ele inicialmente riu quando eu disse que achava que estava ficando maluca, mas depois escutou atentamente tudo que falei sobre a mãe dele. Eu podia sentir a emoção dele do outro lado da linha e no final ele me disse que sempre se perguntou como seria crescer com uma mãe.

Quando desliguei eu chorei inexplicavelmente. Como se eu fosse me solidarizar por todos os filhos órfãos do mundo inteiro. Eu queria controlar e parar de chorar, mas eu simplesmente não conseguia e depois do choro compulsivo veio outra vez a náusea, meu joelho doía e eu achei que tinha que dar um basta nisso tudo.

Klaus havia bagunçado muito com a minha vida. Tudo bem, eu fui procura-lo. Tudo bem eu contribui, mas a partir do momento que ele sozinho resolveu que acabou ele tinha que ser homem o bastante para me deixar em paz. Bonnie e Elena iriam falar com Elijah, mas eu não queria nenhum tipo de mensageiro, eu tinha que ser mulher o bastante para dizer a ele exatamente o que eu queria no momento.

Eu fiz todo o ritual de enxugar as lágrimas, lavar o rosto e recompor a voz, eu liguei para o número dele e o telefone estava mudo. Legal. Eu liguei pra Elijah e estava ocupado. O universo parecia conspirar. Então eu liguei para casa e eu sabia que era ele que tinha atendido, antes mesmo que ele falasse alô.

Eu reuni todas as forças que eu ainda tinha guardada em algum lugar que eu não sabia.

–Klaus eu vou ser breve. Você tem tentado se comunicar comigo?

–Realmente não. Eu disquei seu número por engano quando pretendia ligar pra Cami, você sabe, mesma letra e então eu só percebi o erro tarde demais. Se quer desculpas, aqui está: desculpa foi um engano.

–Eu não estou falando disso. Quando você estava na caverna e se comunicou comigo, eu senti antes uma sensação estranha, como se meu corpo estivesse se expandindo ou algo assim. Eu nunca havia sentido isso antes e tenho sentido isso nos últimos dias . Seja honesto comigo, você está tentando entrar na minha mente?

Ele riu. Eu fechei os olhos e eu quase podia vê-lo porque a imagem mental que tive do sorriso sarcástico foi muito forte.

–Você tem mesmo que inventar todas essas coisas só para poder falar comigo? Ou você simplesmente pretende me deixar preocupado? Qual é o jogo dessa vez, Caroline?

Eu iria responder a altura, mas algo travou na minha garganta, minha cabeça dava voltas e eu mal podia ver o meu quarto. Eu comecei a tossir e eu o ouvi chamar meu nome do outro lado. Então eu senti os braços de Elena me amparando e me levando ao banheiro, um gosto forte na boca, tudo girava.

Ele ainda gritava meu nome do outro lado da linha. Bonnie tomou o telefone da minha mão e atendeu.

–É a Bonnie falando, ligue mais tarde.

–Como ela está? Como ela está.

–No momento vomitando. Sangue. Mas isso não é problema seu.


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Notas finais do capítulo

E aí? Cérebros feitos em água? O meu virou lama depois de escrever esse capitulo!!