Capítulo oito: Plano de Captura

Hylla andava silenciosamente pelo terreno do castelo. Ela estava voltando após algumas horas de treinamento. A garota sabia que todos os Comensais estavam lá dentro, mas mesmo assim, estava com sua máscara em mãos, apenas caso precisasse.

Hylla estava muito cansada após ficar treinando durante cinco horas seguidas. Ela nunca ficava todo esse tempo, mas ultimamente treinar era tudo o que ela queria fazer, sem contar escutar musica. A garota sabia que isso servia para gastar toda a sua frutração por não poder sair e treinar era o único jeito de estar lá fora. Bem, isso e suas missões.

Hylla continuou andando pela área arborizada que separava seu local de treinamento do resto da Mansão. Bem no momento que ela estava entrando mais e mais no meio das árvores, houve um som atrás dela. A garota não parou de andar, mas insitintivamente ficou alerta para perceber de onde o som vinha.

Sua varinha estava bem segura. Hylla continuou andando, fazendo parecer que ela não sabia que havia alguém a seguindo. A garota, agora, conseguia ouvir melhor os passos.

Tudo aconteceu em um instante.

Com uma mão Hylla colocou sua máscara e com a mesma ela pegou sua varinha. A garota virou-se e agarrou a pessoa que o seguia, ela apertou o pescoçco dela antes de perceber quem era. Hylla jogou a pessoa contra a árvore mais próxima e colocou sua varinha em sua garganta.

Hylla ficou muito surpresa ao ver o garoto loiro gemendo de dor por ter sido jogado contra um árvore.

"Aw! Olha a paranóia Hylla!" Disse o loiro com raiva.

Hylla sorriu de lado por baixo de sua máscara e soltou-o. A garota retirou sua máscara prateada antes de colocar sua varinha no bolso.

"Draco, por que você estava deslizando atrás de mim?" Hylla perguntou
para seu amigo de infância.

Draco Malfoy estava massageando sua nuca e lançou a Hylla um olhar 'raivoso'.

"Eu não estavadeslizando! Eu estava apenas sendo silencioso." Ele
disse.

Hylla sorriu de lado em resposta.

"Com medo que meu pai te pegue?" Hylla perguntou.

Não era segredo para ninguém que Lorde Voldemort odiava Draco Malfoy. Ele culpava o loiro por distrair Hylla de seus treinos e de suas lições.

Draco não disse nada, mas olhou em volta alerta.

"Viu, por isso que você deveria ir lá em casa." Draco disse a ela.

Hylla riu. Ambos foram em direção a mansão. Draco estava mais relaxado agora, já que estava com Hylla, tudo estava bem, mesmo se ele encontrasse Voldemort e o desafiasse, tudo ficaria bem, Hylla estava ao seu lado. Porém, se ele estivesse sozinho, havia uma grande chance de ele não voltar mais para casa.

"Então... quando você voltou?" Hylla perguntou enquanto os dois
sobiam a colina.

"Voltei há séculos atrás, mas meu pai achou melhor eu ficar longe por um tempo. Ele disse que você estava ocupada com algumas coisas, portanto eu tive que ficar parado e entediado por algumas semanas." Draco respondeu.

"Eu tive missões." Hylla respondeu simplesmente.

"Eu queria poder ir em alguma missão com você." Suspirou Draco.

Hylla sorriu sarcásticamente e lançou a Draco um olhar divertido.

"Você duelando! Eu gostaria de ver isso!" Hylla disse adorando o olhar incrédulo que apareceu na face de seu amigo.

"O que? Por que não? Eu sou um bom duelista!" Ele respondeu indignado.

"Você ia acabar perguntando para o seu oponente se seu cabelo está no lugar." Riu Hylla ao ver Draco lançando um olhar de reprovação.

"Não é crime ficar bonito, mas você também se preocupa com sua aparência. Quando foi a ultima fez que você ficou sem passar esse lápis preto?" Draco perguntou.

Hylla deu de ombros.

"Admito que gosto de passar lápis, mais nem todo mundo é tão vaidoso quanto você. "

Hylla observou seu melhor amigo procurar um belo insulto para dizer. Ele ficou meio vermelho.

"Sério... bem, você é uma..."

"Uma o que?" Perguntou uma voz gélida.

Draco virou-se e viu Lorde Voldemort parado atrás dele. Seus olhos vermelhos e sem misericórdia estavam fixos nele. Draco ajoelhou-se imediatamente do jeito como foi ensinado.

"Você não estava prestes a insultar minha filha, estava?" Voldemort perguntou rudemente.

"Não Meu Lorde! Eu nunca..." Draco começou.

"Saia!" Voldemort ordenou.

Draco parou e sem nem mesmo olhar Hylla, saiu. Lorde Voldemort parou Draco e o olhou com uma expressão de desgosto.

"Joven Malfoy. Eu entendo que você tenha vindo para os feriados, mas gostaria de te lembrar que aquinãoé a sua casa, portanto eu não quero ver você aqui!" Ele parou um momento para olhar Hylla que estava com uma expressão curiosa. "Você pode vir somente quando Hylla querer, de outra forma, fique longe. Entendeu?"

"S-sim M-mestre." Draco conseguiu gaguejaer antes de sair correndo, sem nem olhar para trás.

Assim que Draco desapareceu de vista, Voldemort virou-se para encarar sua filha e encontrou-a olhando gelidamente para ele. Hylla nunca desrespeitava seu pai em frente aos outros; ela sempre esperou para estarem sozinhos.

"O que?" Perguntou Lorde Voldemort ao ver que Hylla continuava o olhando friamente.

"Eu não trato seus amigos desse jeito." Hylla disse.

"Isso é porque eu não tenho amigos, eu não preciso deles, nem você. Especialmente se forem covardes como o joven Malfoy."

Hylla cruzou seus braços em volta de seu tórax e olhou seu pai.

"Eu nãoprecisodo Malfoy, mas é legal conversar com alguém que não édécadasmais velho do que eu!"

Lorde Voldemort sorriu ao escutar o comentário de Hylla e aproximou-se dela. O homem colocou suas mãos nos ombros da garota e ficou parado por um momento. Hylla olhou para seu pai e uma parte de sua raiva desapareceu. 'Ele sempre faz isso com apenas um olhar.' Pensou Hylla que ainda encarava Voldemort.

"Por que você tem problemas com Draco?" Perguntou Hylla com um tom rouco.

"Eu não tenho nenhum problema com ele. Eu apenas acho que ele não
merece ser tão próximo à você. Eu não gosto do jeito como ele fala com você."

Lorde Voldemort já havia escutado várias vezes o modo como Draco Malfoy falava com Hylla. Como ele brincava com sua filha e às vezes a olhava de um jeito diferente. Voldemort teve que se concentrar muito e ter a intervenção de Hylla para que o loiro ainda tivesse tudo intacto.

"Bem, isso é entre eu e Draco." Hylla suspirou, ela estava ficando cansado de discutir isso com seu pai."De qualquer modo, o que você está fazendo aqui? A reunião acabou?" Hylla perguntou.

"Sim, acabou. Eu estava esperando que você já tivesse voltado. Queria saber aonde você estava. Agora, eu vi por que a demora." Voldemort disse olhando para o lado por onde Draco saiu.

"Eu apenas o encontrei há alguns minutos. Eu perdi a hora treinando." Hylla respondeu.

Voldemort olhou Hylla de perto.

"Você anda treinando muito nesses últimos dias." Ele comentou.

Hylla deu de ombros.

"Não machuca estar bem preparada."

Voldemort não comentou, apenas andou de volta com Hylla para a Mansão Riddle.

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Já era de tardezinha e a maioria dos membros Ordem queriam ir para casa. Lily sentou-se novamente ao lado de James e Sirius. James havia sido liberado há aproximadamente uma semana atrás e já tinha voltado para as suas funções de auror e graças aos Deuses ele estava bem.

Felizmente não ficou nenhuma cicatriz, James podeia ter tido uma feia na nuca, aonde a lâmina o acertou. Lily foi retirada de seus pensamentos por Dumbledore.

Albus Dumbledore posicionou-se em frente a todos.

"Obrigado por virem." Ele começou e olhou para todos antes de encar James, Sirius e Kingsley. "É verdade." Ele disse simplesmente.
"Voldemort tem uma herdeira."

A atmosfera da sala mudou instantaneamente. Muitos 'engasgos' surpresos ecoaram. James olhou Lily e tentou sorrir para confortá-la.

Não funcionou.

"Como isso é possível? Como ninguém ficou sabendo da existência dela até agora?" McGonagall perguntou.

"Eu não sei Minerva, mas Severus confirmou que a garota que matou Larry Hunt era, de fato, filha de Voldemort. Seu nome verdadeiro não é mencionado, todos a chamam de Princesa das Trevas." Dumbledore respondeu.

"Eu não posso acreditar que Voldemort a manteve em segredo. Isso é inacreditável." Tonks comentou chocada.

"Acredito que Voldemort a manteve em segredo até de seus Comensais. Ela foi apenas apresentada há dois anos atrás. Mesmo agora, ninguém viu sua face e nem sabe seu verdadeiro nome. Apenas os Comensais próximos a Voldemort conhecem sua filha." Dumbledore disse.

"Como Snape não nos contou sobre ela?" James perguntou.

"Porque Potter, eu não fui chamado para a reunião aonde ela foi apresentada!" Snape respondeu friamente.

"Você deve ter descoberto isso depois." Sirius adicionou.

"Existem muitos rumores naquele lugar. Eu não ia dizer nada até ver com os meus próprios olhos." Snape respondeu.

"Então é ela que está matando os Comensais? Você estava certo? A Princesa das Trevas matou sob as ordens de Voldemort?" Artur Wealsey perguntou.

Dumbledore olhou Snape antes de responder.

"Parece que os Comensais encontrados mortos tiveram 'brigas' com Voldemort. Parece que Voldemort manda sua filha para dar conta do que ele chama de suas 'missões' e para dar um jeito naqueles que o desafiaram de algum jeito."

Lily sentiu um arrepio perpassar por sua coluna. Olha o jeito que essa criança foi criada.

"Você sabe quantos anos ela tem? Se ela já é maior de idade?" Molly perguntou.

"Nós não temos certeza, mas acho que ela ainda está abaixo de dezesete anos. Isso é baseado na informação que eu consegui pegar." Dumbledore disse e acenou para Snape.

"Ela trabalha sozinha. A garota nunca foi vista em ataques. Ela não fica junto aos Comensais da Morte. Houve apenas um ataque aonde ela estava junto dos Comensais." Dumbledore parou um pouco, estava difícil encontar palavras.

"Foi revelado que a Princesa das Trevas estava com os Comensais quando eles atacaram os Longbottoms."

Lily deu um gritinho e olhou para os dois assentos vazios a sua frente.
Todo mundo da sala estava olhando para lá também.

"A Princesa das Trevas foi a pessoa que torturou e matou os Longbottoms. Ela entrou na casa deles e ateou um fogo mágico que consumiu a casa e os matou lentamente, fazendo-os serem queimados... vivos." Dumbledore parou como se não conseguisse continuar.

A tensão na sala era palpável. De repente, todos os aurores esqueceram sobre Voldemort e seus Comensais. Eles queriam a Princesa das Trevas, para fazê-la pagar pelas atrocidades cometidas contra os Longbottoms.

Frank foi um auror e Alice, sua esposa, era um membro da Ordem. Suas mortes afetaram todos eles e agora que eles sabiam quem foi o responsável, eles fariam qualquer coisa para conseguir justiça.

Lily lutou contra o choro e agarrou a mão de James, Frank foi um grande amigo dele. Quando Hylla desapareceu há quinze anos atrás, Frank e Alice estiveram lá para ambos. Eles eram boas pessoas e não mereceram tal destino. O fogo levou 48 horas para extinguir e nada restou a não ser cinzas.

"Eu sei que essas são notícias ruins, mas nós temos que nos focar no que aconteceu. Essa é uma chance. Se nós conseguirmos prender a Princesa das Trevas, nós poderemos eliminar uma boa parte da confiança de Voldemort. Com a Princesa das Trevas presa, nós podemos facilmente chegar até Voldemort." Dumbledore explicou.

Dito isso Kingsley levantou-se.

"Me desculpe falar isso, mas nós não fomos nem capazes de machucá-la, quanto mais capturá-la. A garota é imprevisível. Ela usa feitiços que eu nunca ouvi falar. Eu não acho que nós podemos planejar a sua captura."

A atmosfera na sala já estava solene e adicionado o comentário de Kingsley todos ficaram ainda mais para baixo.

"Nossa única opção é estudar a garota. Nós podemos aprender muito com o jeito dela de duelar." Moody disse sando uma solução para o problema.

James levantou-se, todos os olhares se concentraram nele.

"Olha só, eu acho que esse é o problema. Nós não temos tempo."

Todo mundo encarou ainda mais James depois dessa revelação.

"O que você quer dizer com 'nós não temos tempo' Potter?" Vociferou
Snape.

Sirius grunhiu, mas Lily o fez ficar quieto ao colocar suas mão nos ombros dele.

"O que eu quero dizer é simples, nós não temos tempo para estudá-la, essa garota limpou o chão com a gente e não tem nem mesmo dezessete ainda. Ela só tem um terço de seus poderes. Se nós não a capturarmos agora, então... bem, vocês podem imaginar como ela será aos dezessete anos e com seus poderes ao máximo?"

As palavras de James deixaram todos com uma expressão aterrorizada.

"Nós precisamos saber mais coisas sobre ela. Nós temos que saber qual é
a sua fraqueza, todo mundo tem uma." Dumbledore disse, seus olhos estavam concentrados em seu espião, Severus Snape.

Snape olhou para o diretor e resoveu que já era hora de contar suas descobertas. Ele levantou-se e todos olharam para ele.

"Bem, eu acho que todo mundo já sabe o óbvio, uma delas é o Lorde das Trevas." Ele parou e ouvir todos prendendo a respiração. Snape continuou. "Eu descobri que o Lorde das Trevas e a Princesa das Trevas tem um relacionamento bem próximo. Eu nunca vi o Lorde das trevas reagir a alguém do mesmo modo que ele reage a sua filha. Mesmo a Princesa das Trevas parece ser bem ligada ao seu pai. A garota se sacrificaria por ele, se isso fosse pedido."

Dito isso, Sirius falou.

"Quais são as chances para Você-Sabe-Quem pedir isso?"

Lily lançou-lhe um olhar de censura. Sirius não tinha noção de nada!

"De qualquer modo" Snape continou após lançar um olhar frio a Sirius.

"Eu descobri que ela é bem próxima a outra pessoa. Bellatrix Lestrange."
O espião olhou diretamente para Sirius ao dizer o nome da prima dele.

Os olhos de Sirius escureceram e um leve rubor tomou sua face. Ele e Bella foram bem próximos quando crianças, mas ao se tornarem adultos, Bella tomou o caminho tradicional da família e aceitou a Marca Negra.
Sirius teve que literalmente fugir de casa para escapar de tal destino.

James olhou seu melhor amigo, notou seus punhos fechados, seus dentes rangendo e encarou Snape. 'Ele podia ter dito de modo diferente.' Pensou. 'Seboso!'

Snape tinha um sorrisinho satisfeito no rosto.

"Parece que Bellatrix a criou e carrega um grande carinho sobre ela. Mesmo que a garota tenha certa resistência, ela secretamente se preocupa com Bellatrix. Eu tive que gastar um tempo considerável como uma pessoa do círculo interno para conseguir a informação."

Snape ficou levemente pálido ao lembrar do tempo sendo Lucius Malfoy.
Ele usou todo seu estoque de poção Polissuco para conseguir isso.

"Então você está dizendo que nós temos que pegar ou Você-Sabe-Quem ou Bellatrix Lestrange para conseguirmos capturar a garota?" Perguntou Kingsley sarcásticamente.

Snape apenas lançou olhares gélidos e sentou. Albus Dumbledore olhou a todos de modo cansado.

Sirius falou com Snape novamente.

"Como você nunca viu o rosto da garota? Digo, ela não pode andar por aí usando sempre aquela máscara horrenda!"

"Eu não cheguei perto dela. Ela com certeza perceberia o que estava acontecendo, já que é muito próxima a Malfoy!" Snape respondeu.

"Obrigado Severus. Eu sei o quão difícil deve ter sido para você conseguir essa informação. Agora nós temos que arquitetar um plano." Disse Dumbledore

Vagarosamente a sala começou a formular planos para conseguir enganar a herdeira de Voldemort e colocá-la em uma armadilha.

Sirius levantou-se devagar e olhou diretamente para Albus Dumbledore.

"Eu tenho uma idéia." Ele disse devagar, todo mundo parou para olhá-lo.
"Mas eu não acho que vocês irão gostar."