Burning escrita por Absolutas


Capítulo 49
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, espero que gostem!!
Boa Leitura!



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CAPÍTULO 41

Estávamos Sarah, Josh, Nathan e eu caminhando até a saída do reformatório, enquanto eu explicava a eles tudo o que ocorrera nesses últimos dias.

– Ela queria que eu fizesse parte desse exército vingativo dela. – conclui. – E eu neguei. Foi por isso que ela me trancou lá. – foi então que me lembrei de algo que a euforia de ter Nathan de volta me havia feito esquecer. – Taylor!

– O quê? – perguntou Josh.

– Taylor, ela ainda está aqui. Não posso deixá-la.

– Quem é Taylor? – perguntou Sarah.

– Ela é como nós, e Dorothea matou o irmão dela. A garota que ficou comigo na cela dos primeiros dias.

– Espera aí, você quer que voltemos para salvá-la? – perguntou Sarah arqueando uma sobrancelha.

– Não. – falei. – Estou dizendo que eu tenho que voltar para salvá-la.

– Não! – Nathan quase gritou e me apertou ainda mais contra seu peito. – Você está fraca, não pode ir atrás dela. E além disso, foi ela quem nos colocou nisso tudo.

– Por que estava sendo chantageada! – contestei. – Nathan. – pedi. – Você sabe tanto quanto eu o poder de persuasão daquela mulher... Você viu em primeira mão. Ela seqüestrou e matou o irmão da Taylor. Nada disso é culpa dela.

– Ela tem razão. – disse Josh. – Se foi isso o que realmente aconteceu, a garota merece ser resgatada. Ela não tem culpa.

Eu assenti.

– Sério, isso Josh? – perguntou Sarah irritada. – Você está propondo que nos arrisquemos por alguém que nem conhecemos?

– Não. – discordou ele. – Eu estou propondo que nos arrisquemos por uma pessoas inocente.

Sarah bufou.

– Ah, fala sério...

– Elas têm razão Sarah. – interrompeu Nate. – Temos o dever de salvá-la. – Eu sorri e Sarah deu de ombros.

– Vamos então! – disse, tentando sair do colo de Nathan que insistia em me carregar.

– Mas... – acrescentou ele. – Josh e eu vamos. Vocês duas saem e ficam esperando na entrada da floresta. É mais seguro. – concluiu por fim.

– O quê? – gritamos Sarah e eu em uníssono.

– Por que elas não podem ir? – perguntou Josh. – Elas são tão treinadas quanto nós... Bem a Sarah é; mas a sua namorada consegue incendiar isso aqui tudo em piscar de olhos... Não deve subestimá-la.

– Não precisa de tudo isso, vai ser fácil. Nós dois conseguimos. – insistiu Nathan, lançando-lhe um olhar significativo. – E além disso, Lorena, você está fraca, deve descansar e Sarah pode ficar de olho em você, não pode ficar lá sozinha... – Nathan abaixou a cabeça para falar em minha orelha. – Você tem medo de animais selvagens. – sussurrou ele, rindo depois.

– Humpf! – bufei. – Você é incorrigível!

– Eu sei. – concordou ele com um sorriso.

Nathan me ajudou a sair de seu colo e pediu para Josh entrar na guarita e abrir o portão eletrônico. Josh estava prestes a se mover quando ele caiu.

– Josh! – gritaram Sarah e Nathan ao mesmo tempo.

Porém antes que qualquer um de nós pudesse se mover, algo como uma névoa clara aproximou-se de nós atingindo Sarah que também caiu no chão, inconsciente. Alerta, vi os olhos azuis de Nathan ficarem ainda mais escuros e pouco a pouco a névoa foi se dissipando.

No mesmo instante, Nathan virou para trás comigo nos braços e demos de cara com Dorothea – ladeada por quatro de seus recrutas. Um deles parecia perdido – com certeza o que atingira Josh e Sarah com a névoa esquisita da inconsciência – porém os outros, inclusive Dorothea, nos encarava fixamente.

– Estava fácil demais. – murmurou Nathan sacudindo a cabeça, enquanto estreitava os braços a minha volta.

Dorothea riu.

– Por que eles estão nos vendo? – perguntei, notando que os olhos de Nate estavam mais escuros do que nunca.

– Eu não sei. – admitiu ele, aos sussurros. – Eu simplesmente não consigo encontrar a mente deles para confundi-las... A não ser daquele lá. – ele elevou o queixo apontando para o homem da névoa.

– Tudo isso porque um deles o está bloqueando. – disse Dorothea alto, para que pudéssemos escutar com clareza – uma vez que estávamos há uns dez metros de distância. – Mas lamento em informar que esse dom é limitado... Não deu pra cobrir todas as mentes.

Pelo canto do olho, vi Nathan morder o lábio inferior de frustração.

Dorothea sorriu.

– Venham. – convidou ela. – Estamos prontos para o ataque de vocês.

– Não podemos atacar, estamos em desvantagem – falei, embora Nathan já soubesse disso.

– Eu sei. – sussurrou ele de volta.

– Não vão atacar, como fizeram com os outros recrutas que cruzaram o caminho de vocês? – Dorothea franziu as sobrancelhas. - Pensei que você fosse u pouquinho mais justiceira, Lorena. Depois de tudo o que te fiz, você vai ficar aí parada e me deixar ganhar? Tenho que admitir que esperava mais de você...

– Cale a boca! – gritei, irrita. Nathan nada disse, apenas continuou concentrado em iludir o homem da névoa para que não atacasse novamente.

– Nathan. – sussurrei, percebendo que tudo estava acabado. Éramos apenas dois... e eles quatro – tirando o homem confuso que agora estava deitado no chão, olhando para o céu azul acima de si.

– Lorena, precisamos descobrir quem esta me bloqueando. - sussurrou Nathan, os olhos ainda no homem deitado no chão.

– Como o faremos? – sussurrei de volta.

– Só tem um jeito... Precisamos atacar.

– Não. – discordei. – Estamos em desvantagem, vamos nos ferir... Você vai se ferir.

– Ficaremos bem, mas... – ele suspirou. – Talvez você tenha que fazer algo que não queira.

– Como assim...?

– Vai ter que usar se poder. – eu abri a boca para contestar, mas ele me interrompeu. – Não estou portando nenhuma arma, eu não contava que pudessem me bloquear. É o único jeito. – enquanto me pedia isso, Nathan alternava olhares carinhosos para mim e olhares homicidas aos cinco à nossa frente.

Eu hesitei, várias imagens do fatídico dia em que eu fora presa, invadindo minha mente. Nenhum detalhe fora omitido nessa lembrança repentina. Eu pude ver, ouvir e sentir tudo o que eu causara naqueles dois homens antes de eles morrerem. E isso doeu. Pensei em meus pais, e em como decidi, por eles a não ferir mais ninguém com esse dom bizarro. E pensei em Nathan. Ele se machucaria se tentasse sozinho e eu nunca me perdoaria se isso ocorresse, principalmente se eu pudesse ajudá-lo. Se fracassássemos, provavelmente Dorothea me prenderia e o mataria. Uma pontada aguda de dor me atingiu com esse pensamento e foi então que decidi.

– O que tenho que fazer?

Nathan, que já havia assumido uma expressão preocupada mediante à minha hesitação, lançou-me um sorriso orgulhoso. Ele me ajudou a descer de seu colo e, com algum custo, consegui ficar de pé e ereta.

– Bom, - disse Dorothea ao ver-me cambalear um pouco. – tem certeza de que estão em condições? – ela riu, sarcástica.

– Ataque. – Nathan sussurrou em meu ouvido.

Demorei um segundo para processar suas palavras. Foi o tempo exato para que ele se afastasse dois passos de mim e, Dorothea, com o cenho franzido de confusão, deu um passo hesitante para frente. Nesse momento, fechei os olhos e senti uma onda quente e arrebatadora perpassar por meu corpo, e então... Eu não era mais eu. Eu não era mais feita de carne e osso, somente de chamas. O fogo em volta de mim ardia e crepitava freneticamente.

Além do fogo em si, haviam outras coisas que me dominavam. A fúria. A determinação.

Enquanto observava todos – exceto o homem da névoa que permanecia alienado – ficarem boquiabertos com a garota em sua frente, eu sorri. Eles estavam boquiabertos comigo. Pois aquela era eu. A garota que mais parecia uma tocha humana – o fogo da justiça, do amor, da fúria e da determinação consumindo-a e dominado-a... Dominando-me. Então, em um impulso, lancei um jato de fogo na direção deles, o qual acertou próximo a um dos recrutas – que correu em um sobressalto. Olhei para Nathan, afim de descobrir se aquele era o homem que o bloqueava. Ele negou. Então continuei sucessivamente até que o último homem estava no centro de um círculo de fogo.

– Eu não entendo. – disse Nathan. – Todos já estão dispersos, porque...

E então ele se interrompeu ao sentir mãos em seu braço. De olhos arregalados observei-o sendo eletrocutado por Dorothea.

Enquanto eu me virava para consultá-lo, ela aproveitou a distração para chegar até nós e machucá-lo. Ela o havia alcançado. Ela iria matá-lo.

Antes que pudesse refletir sobre o que estava fazendo, avancei sobre ela, e puxei-a – seu corpo entrando em combustão onde minha mão a havia tocado – fazendo-a soltar Nathan.

Alarmada, soltei-a e mantendo os olhos fixos nela enquanto ela caia no chão aos meus pés e ia queimando, pouco a pouco, membro por membro, até ser reduzida a cinzas.

Com lágrimas escorrendo dos meus olhos eu senti meu corpo entorpecer e a vista escurecer, eu estava desmaiando – de cansaço, de choque. E um segundo antes de cair na inconsciência, um pensamento passou pela minha cabeça – algo breve, porém fatal como uma adaga afiada: Eu fizera de novo. Eu matara uma pessoa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Comentem!!!



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