Acnologia escrita por FK


Capítulo 15
O Dragão Rubro - Capítulo especial final/Início de ano


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey
Olhem só quem apareceu
Aqui está meu presentinho de final de ano para vocês!
Era para ter postado até 23:59 do ano passado (haha) no caso... 31.12.2017
Bom só avisando esse capítulo não tem relação ao que está acontecendo neste momento
Espero que gostem ^-^



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Um sonho era o que eu desejava que fosse, mas a realidade não brinca.

O existente era o predomínio do preto e vermelho; O ranger de armaduras; O tilintar da colisão de ferros, conhecidos como espadas; O estridente barulho de gritos vindos de guerreiros que entregavam suas forças e vidas em nome do reino. Aquilo... Ou melhor, isto era real e eu estava vivendo.  A cada segundo mais homens morriam e para cada um deles, ou pelo menos na maioria, suas mulheres e famílias rezavam, choravam esperando por seu retorno em segurança, porém tudo o que chegaria seria uma carta do infortúnio. No meu caso só havia meu pai e irmão, o que não fazia muita diferença de ninguém esperando por mim, eu sei que eles me amam do modo deles, mesmo assim o meu real valor era na guerra. Cada destemido pelejador que ousava chegar perto de minha pessoa traçava o seu destino: A morte.

Um simples movimento e aquele líquido rubro manchava minha espada e respingava na armadura prateada, deixando para trás o forte cheiro enferrujado e um cadáver em putrefação.  Engana-se quem acredita que estou em êxtase correndo para todos os lados, indo atrás de mais vitimas, para falar a verdade eu estou com um tremendo tédio. Sim, você não se confundiu, é tédio o que sinto no meio de um campo de batalha, parece até surreal, eu sei, porém tudo isso é monótono e irracional em minha opinião. Afinal todos irão morrer, contudo se você não quer ter esse final tão cedo, então não venha para uma guerra.

A leve brisa de primavera balançava meus cabelos desgrudando alguns fios colados em meu rosto devido ao suor ou sangue de outros em minha pele, as brigas haviam cessado com a recuada do inimigo, e aquele era o momento perfeito para refletir sobre tudo. Encontrava-me deitado em um campo verde à beira de um calmo e estreito riacho cristalino, o céu azul claro não detinha nuvens e um baixo piar de pássaros estava manifestado. Comecei a navegar em minhas memórias a procura de relembrar como tudo chegará a este ponto.

Nasci em uma família importante, minha mãe era uma mulher de classe, mas muito amorosa; fazia de tudo por mim, me ensinou em como agir em cada circunstância, porém ela morreu em um ataque de sequestradores, quando eu tinha quinze, devido tamanha riqueza e influencia que nos exercíamos na sociedade. Meu pai é o general das tropas reais, e um ex-assassino de aluguel, me ensinou tudo o que sei sobre lutas, tanto corpo a corpo quanto com espadas. Ele era carinhoso, mas com a morte de sua esposa ele ficou solitário e distante, mesmo assim ultimamente o seu afeto está voltando aos poucos. Eu possuía... Ou possuo... Não sei definir, bom voltando, um irmão mais velho que saiu de casa em busca de aventuras e uma parceira. Ele até tentou me convencer de fazer o mesmo, mas o meu lugar é no campo de batalhas, logo é incoerente eu querer ter alguém se nem sei se vou poder voltar. Atualmente ele está esperando uma filha após três anos casados.

Quando já estava com meus dezoito lutava em algumas batalhas e matava quem ousasse me atacar, saber que tirei a vida de pessoas não me incomoda tanto quanto antigamente, é algo que eu tive que me acostumar e aprender, ‘’Só os mais fortes sobrevive’’.

Não tenho muitas pessoas para chamar de amigo e os que possuo são os companheiros de batalha, existe uma simples razão para isso: Todos, menos meu pai, me temem, afinal eu sou aquela pessoa que mata sem se importar; Claro que se me mandarem e mesmo que pagarem eu não irei matar ninguém, não sou esse tipo de pessoa.

Há um ano, com dezenove, essa guerra começou por conta de uma disputa territorial entre os dois reinos de forte poder militar, econômico e social. Assim deu inicio a um confronto devido ao orgulho dos dois reis que não se importam com a quantidade de vidas perdidas de seus súditos, o que importa é se eles ganharem o que querem. Desta forma para bancar os impostos são aumentados, o que dificulta ainda mais a vida dessas famílias onde o marido foi lutar pelo reino e as crianças devem ser submetidas a trabalhar para ajudar a bancar um pouco de comida para a sobrevivência.

Pouco tempo atrás fui a um desses vilarejos, as condições de vida estava horrível, um lugar que antigamente era alegre, com crianças correndo de um lado para outro, porem agora um ar pesado se manifestava no lugar, a fome também era muito perceptível, onde a marca dos ossos era visível sob a pele; As casas em mal estado e pregado nas portas possuía um aviso sobre o aumento das tarifas. Se fosse descrever o local eu resumiria em tristeza e desespero; o futuro para os aldeões é algo assustador, a morte esta a espreita de cada um deles, o que torna a vida ainda mais complicada. Uma das três coisas que mais tenho ódio na vida é quando uma pessoa acredita que o orgulho dela é mais importante do que a vida de milhares, e por causa disso prometi para mim que iria fazer o que fosse possível para acabar com essa guerra logo, mesmo que isso necessita que eu aniquilasse todos do outro lado da divisa. Deste então o numero de vitimas de minha espada vem aumentando, o que acaba por reforçar o apelido que me deram que é mais como meu nome do que meu verdadeiro nome, eu diria que a maioria é exagerada, mas muitos discordam de mim: ‘’O demônio matador de homens’’, ‘’o sem piedade ou alma’’, ou pelo que sou mais conhecido, ‘’O dragão rubro’’. Esta ultima se deve ao símbolo de dragão em minha armadura e o rubro, bom, vocês já entenderam. Os generais inimigos me temem e odeiam por minha causa eles frequentemente tem de rever e elaborar novas táticas, não que adiante muito afinal eu sempre os estrago. Mesmo assim não avanço na linha de frente sempre por opção, se não, sem querer parecer convencido, já estaríamos muito mais adiante. Não sou hipócrita ao ponto de acreditar que sou invencível, eu me machuco lutando também, porém eu analiso os fatos; Um desafiante com menos de três anos de treinamento não ira conseguir me vencer tão facilmente, mesmo assim não podemos nos glorificar, afinal a vida da volta e nem sempre é ao seu favor.

Poderia ter sido o chefe da guarda pessoal do rei, porém não quero ser babá de uma ‘criança’ orgulhosa e que não enxerga as coisas um palmo a frente se não forem de seu interesse, ou seja, assunto como a vida da população está entre esses temas.  Sou capitão de uma das maiores, mais potentes e melhores frotas de guerra, desta forma não preciso seguir ordens, sou eu que as dou.

Abri meus olhos lentamente na tentativa de acostumar com a claridade, encarei o céu azul límpido e levantei indo até a borda do riacho e retirando as pesadas partes de ferro da armadura, deixando-as na grama. Fiquei só com minha regata, antes, branca que define bem meu peitoral ainda mais com o suor, e a calça cinza. Adentrei com meus pés na água e logo com o restante do corpo, sentia a poeira e sangue seco saindo de minha pele e sendo levados pela correnteza. A terra saia de meus fios roxeados de cabelo junto das preocupações e culpas, os possíveis movimentos de espada vinham em minha mente e eu traçava cada possibilidade de ataque em minha direção juntamente de minhas defesas. Retornei a superfície sugando o ar que já me faltava e fazia meus pulmões doerem em conjunto do aumento da frequência cardíaca. Assim que terminei todo meu drama pelo ar encarei meu reflexo turvo no líquido em que estava submerso, os cabelos bagunçados, a pele morena com uma rala barba por fazer e olhos azuis faziam um contraste inusitado, não para mim, mas para muitos que me viam devido à coloração exótica de meus cabelos. Em relação aos meus globos oculares mesmo sendo azuis eles eram não detinham mais o brilho da vida, eram opacos o que favorecia para assustar ainda mais os inimigos. O silêncio do local em que me encontrava foi cortado por um estridente barulho, muito conhecido por sinal, recoloquei a farda metálica sobre meus ombros e braços ajeitando-a principalmente no pescoço onde geralmente me incomodava mais, mas isso era necessário para realizar toda a proteção possível. Fixo a bainha da espada em minha cintura e sigo rumo ao acampamento logo à frente, mas sem antes bagunçar ainda mais meus cabelos molhados.

Dois meses se passaram quase sem nenhuma mudança, a única que houve foi a chegada de uma garoto no batalhão. Ele tem a minha idade, 20; cabelo curto e loiro; olhos castanho-avermelhados e um bom físico. Sua determinação em campo é bem visível, além de toda a experiência e técnicas, e devido a isso ele irá avançar em conjunto de minha pessoa para a linha de frente.

Minha retaguarda está sendo protegida por ele, a frente se encontra um forte oponente muito ágil, diria que seria algum brutamonte que contrataram para tentar me impedir. Os metais se colidem pela milésima vez formando um grande barulho de colisão, ele avança um passo e tenta acertar meu braço, desvio com facilidade até ouvir um gemido vindo do loiro atrás. Viro e deparo com um corte fundo em seu bíceps, porém sem dar trégua o soldado Frankenstein investe em direção ao pescoço de meu militar, com a agilidade de minhas respostas motoras levanto a espada girando-a em minhas mãos até cortar a destra do adversário. Inclino-me e pego a arma do chão e lanço para dono que agarra a mesma com a única mão agora existente; o choque entre os metais recomeça e a tensão no ar aumenta, ganhei um corte superficial na bochecha enquanto ele no estomago. Cansado dessa luta levanto uma espada qualquer do chão e a pego com a mão livre, dando início a minha sequencia de golpes de duas espadas, algo não conhecido pela maioria das pessoas; enquanto uma bloqueia o ataque à outra o rasga profundamente cruzando com o outro corte feito anteriormente no estomago. O atacante recua apoiando em sua arma e vai em direção a sua base. Viro-me para ver como estava meu defensor da retaguarda e incrivelmente me deparo com ele lutando enquanto terminava de dar os últimos acertos em seu torniquete improvisado de um pedaço da blusa, provavelmente foi feito entre um adversário e outro; esse novato tem talento. Sem perceber deixo um sorriso de canto sair que logo faço questão de trocá-lo por minha expressão costumeira diante outra vida tirada.

O tilintar de encontro de ferro continua predominante no ambiente, além da alta adrenalina; mesmo sabendo que ainda não acabou eu irei devolver à esperança as populações dos vilarejos de meu reino.

‘’Mesmo se cairmos nós nos levantaremos lentamente... Como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior... Como nadadores em um sonho nebuloso... Que não precisassem mais respirar... ’’

Antes de você ir eu acabei de lembrar que não me apresentei propriamente... Bom, então deixaremos para a próxima.


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Notas finais do capítulo

Heyss e ai? O que acharam?
Eu gostaria de agradecer quem chegou até aqui e quem ainda tem paciência para esperar por minhas atualizações
Para deixar claro o próximo capitulo já está sendo escrito, porém eu tenho demorado mais ( e vou infelizmente demorar ainda) por simples motivos:
1° - Estou tentando melhorar minha escrita, afinal, venhamos e convenhamos, os primeiros capítulos são horríveis (Ainda irei rescrever)
2° - Este ano eu entro no 3, ou seja, é estudar até no banho
3° - Falta de inspiração

Ultimo tema para tratar com vocês (se não vai ficar muito grande):
Estou pensando em inserir esses dois em um futuro próximo, talvez como próximo arco. O que vocês pensam sobre?
Querem que seja assim mesmo, com eles usando espadas e sem magia. Ou que essa tenha sido a vida passada deles e agora eles utilizam magia (pode até mesmo ser relacionada as espadas, ou algumas aleatórias)
O que preferem?
Obrigada novamente por acompanhar até aqui
Até a próxima



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