Eu gritei por socorro na parede. Sabia que alguém me veria, mesmo que não me ouvisse, então tentei. Mas logo dois seguranças me prenderam na cama. Agora eu estava perdida.

 - Aí, garota! Mandou bem. Já deve ter alguém com uma pulga atrás da orelha.

 - Só se for o chefe.

 - Não, aposto que tem alguém lá fora buscando por você agora. Quer apostar quanto que você vai sair ainda esta noite?

 - Seu silêncio. Se eu sair você cala a boca, se eu ficar você some.

 - Hum... sem graça. Ai, já imaginou, virem te resgatar com helicópteros, policiais, agentes da CIA, bem musculosos, daqueles bem gatões? Aí você saía com uma toalha enrolada no ombro e carregada por um deles. Uma fuga com estilo!

 - Você quer dizer um resgate com estilo.

 - Tanto faz. O que importa é que você vai sair com muuuito estilo.

 - Como você é otimista...

 - Alguém nessa mente perturbada tinha que ser, né meu bem?

Eu não estava ficando louco, disso eu tinha certeza. Ela tinha pedido ajuda. Não exatamente pra mim, mas pra qualquer um que passasse por lá. Mas eu fui o único a perceber. Tinha que fazer alguma coisa. O bom é que com todos esses anos aprendendo a hackear empresas de jogos, trocar contas bancárias e um monte de outras coisas ilícitas eu tinha aprendido a fazer pesquisas diretas e encontrar informações secretas e importantes. Se era verdade o que eu estava pensando – que aqueles hologramas eram humanos de verdade, ou que pelo menos ela era – então tinha que haver alguma empresa por trás disso. E seria fácil descobrir os culpados e acabar com seu esquema.