Vamos Dançar Mais Uma Vez? escrita por Yoru-chan


Capítulo 6
Capítulo 5 - O Príncipe e a Princesa


Notas iniciais do capítulo

Olááá gente bonita! Aqui para vocês mais um capítulo saindo do forno! Espero que gostem, esse foi bem legal de escrever =3.



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Em um palácio digno dos contos de fada, num quarto onde as cortinas estavam fechadas, um belo príncipe tentava consolar sua princesa, que com medo e tristeza, chorava em seus braços.

–Rue, não se preocupe, tudo vai melhorar, apenas dê um pouco de tempo e meu pai vai conseguir resolver esta situação, mesmo que pareça desesperador agora...

–NÃO! - Soluço - Não diga isso, nada vai melhorar, nem mesmo sei como o Rei ainda não me mandou para o calabouço...

–Não diga besteiras, querida Rue, desde que ele te conheceu, o Rei realmente gostou de você, mesmo sendo uma camponesa, ele aceitou nosso noivado, tenho certeza que...

Rue afastou-se de seu amado príncipe, o desespero e culpa estavam tomando seu coração, e roubando a luz que havia vivido lá desde o momento em que chegou no Reino de seu Príncipe.

–Como descobriram? Decidimos não contar a ninguém, então como? Tudo... - Soluços - Tudo está arruinado. Por minha culpa! De certo agora ele também me odeia.

Enquanto se aproximava e abraçava novamente sua princesa, Mytho dizia:

–Nada está perdido, não podemos abandonar nossas esperanças de que tudo irá melhorar, prometemos que traçaríamos nosso próprio caminho para um final feliz não é? Devemos fazer isso por aqueles dois, certo Rue?

Rue ainda chorava, enquanto Mytho secava suas lágrimas. Mas no limite do possível, estava se acalmando. Havia se lembrando de Ahiru e de Fakir, e de como ambos se sacrificaram e lutaram pela felicidade dela e de Mytho.

Não podia desistir, tinha que se esforçar por aqueles dois.

–Certo, sempre há esperança, certo, Mytho?

O Príncipe a abraçou mais força, desejando poder protegê-la de tudo daquele jeito. Ia responder a pergunta dela quando um dos guardas do palácio abriu as portas do quarto de Rue num estrondo.

–Príncipe Mythos, invadiram o castelo! Gritam pela Princesa Rue! Devem sair daqui para um local mais seguro do palácio caso consigam chegar aqui!

Em uníssono, os dois exclamaram:

–O QUÊ!?

Ambos se levantaram da cama onde haviam se sentado. Estavam em choque, o pior que poderia acontecer estava bem diante deles. Rue deu alguns passos para trás, as lágrimas voltando aos olhos, junto com o desespero.

Mytho não ousou esperar ainda mais, agarrou o pulso de Rue e começou a correr pelos corredores do palácio enquanto eram escoltados pelo guarda.

Haviam várias saídas secretas no palácio, uma em especial levava a um tipo de área segura, com mantimentos e outras coisas para garantir conforto, como quartos e camas. Era para onde a Família Real fugia quando haviam problemas daquele tipo, como em tempos de guerra. A última vez que havia sido utilizada tinha sido utilizada tinha sido no ataque do Corvo.

No meio do caminho, um outro guarda do palácio juntou-se a eles, dizendo que o Rei havia pedido para pelo menos mais um guarda fosse proteger o príncipe e a princesa.

Continuaram correndo em direção a sala do trono, onde havia a entrada secreta para a área segura.

Sua localização era por motivos óbvios, a sala do trono era no meio do palácio e encontrá-la não era difícil, mas era também a maior e a mais protegida, invadi-la seria uma tarefa bem árdua, encontrar qualquer uma das entradas lá escondidas era quase impossível.

Porém antes que chegassem à Sala do Trono, o segundo guarda a chegar para protegê-los, postou-se em frente a Rue e Mytho. Espada em mãos e apontada para os dois. Sua voz, repleta de desespero, medo e loucura.

–Príncipe Mythos, por favor, siga até a sala do trono e fique lá com o Rei. Mas a garota deve ficar.

O Príncipe empalideceu diante de tal ousadia do guarda, mas ainda mantendo a si mesmo calmo, ele disse com clareza e educação:

–Perdoe-me, mas eu não deixarei minha princesa para trás Sir, temo que terei de levá-la comigo para garantir sua segurança, e peço com todo o respeito que a mantenha a salvo até lá.

A espada ainda não havia abaixado, mas agora estava apontada para Rue, que empalideceu e cambaleou para trás, enquanto Mytho colocava-se na sua frente, protegendo-a.

–Meu Príncipe por favor vá! E pare com tal tolice! Deixe essa garota monstruosa conosco antes que ela tome a sua mente por completo! Os invasores querem apenas ela! Então entregue-a de uma vez e acabaremos com is...

Antes que o guarda pudesse terminar de falar, Mytho pegou sua espada, e num movimento fluido e gracioso, como um passo de balé, golpeou a lâmina do traidor, jogando-a longe. Num outro movimento ele apontou a espada para a garganta do homem.

Apenas em seus olhos, estava presente a raiva que ele deixara escapar de seu controle. Em sua mente apenas o pensamento de que protegeria Rue, e que alguém havia tentado feri-la.

–Imperdoável guarda, suas atitudes vão contra todos os seus votos, sequer pode se considerar um cavaleiro, quanto mais alguém que protege a Família Real. Agora ordeno-lhe que nos acompanhe até a Sala do Trono, onde reportarei sua...

–PRÍNCIPE MYTHOS!

O outro guarda do palácio estava agora em frente a eles, com espada em mãos e virado para o corredor que haviam acabado de percorrer, nele os invasores se aproximavam de longe, Rue exclamou com medo, e andou até Mytho, segurando seu braço e respirando depressa.

–Como eles chegaram aqui tão rápido? E os outros cavaleiros que guardam esse palácio?

O recém-desarmado guarda riu em escárnio, e respondeu a pergunta do jovem.

– Realmente acha que apenas eu penso que esta garota corrompida. CORROMPIDA PELO SANGUE DO CORVO! Acha que ela deve no mínimo ser exilada? Há vários outros aqui que pensam assim! Ensinar os caminhos ou apenas deixar eles passarem é definitivamente uma tarefa muito fácil!

O Príncipe segurou a mão de sua princesa e correu em direção a porta que dava para os jardins do palácio, lá haviam lugares para se esconder incluindo o labirinto de cerca-viva.

Não era tempo para pedir mais informações ou deixar a raiva subir a cabeça, ele tinha que manter Rue segura.

Enquanto saíam pela porta, instruiu o leal guarda do palácio com um educado tom baixo de voz, mas firme. Havia recuperado sua calma característica.

– Assim que avistar os invasores, quero que atraia eles para dentro do castelo novamente até a sala do trono, lá deve estar a grande parte dos guardas daqui, então arme uma emboscada, se for preciso, diga que fugimos para a área segura ou fomos embora do castelo.

"Eu e a Princesa Rue nos esconderemos nos jardim até que as coisas se acalmem ou que alguém avise que é possível ir a algum outro lugar

–M...mas sem nenhum guarda, Vossa Alteza?

–Não se preocupe, sei me defender, e protegerei a Princesa também, agora vá!

O guarda reverenciou o Príncipe e disse em tom firme.

–Entendido, Príncipe Mhytos, farei o melhor possível para descobrir todos os traidores também!

–Sim. Isso será muito bom, obrigada. Qual seu nome, cavaleiro?

–Aloys! Vossa Alteza!

–Vá com cuidado Aloys, me lembrarei de seu nome.

Viraram as costas e correram pelo jardim do palácio, até o labirinto de cerca viva, entraram nele e continuaram correndo até o centro dele.

Rue estava ofegante quando chegaram e Mytho sinalizou que estava tudo bem, deixando de lado o incômodo com o vestido comprido, e tentando colocar um sorriso no rosto, disse em voz baixa:

–Chegamos bem rápido aqui não é mesmo Príncipe? Deve conhecer bem esse labirinto muito bem, não é?

–Eu brincava bastante aqui quando era criança, por isso conheço bem o lugar. Rue, sente-se e recupere o fôlego, existem vários cantos e lugares aqui que podemos usar para nos esconder ou fugir.

Como uma perfeita dama, Rue ajeitou a saia de seu vestido. E como era belo, diferente do que ela estava usando quando deu adeus a seus amigos na torre do relógio, este tinha um tom de vermelho escuro com detalhes em branco em dourado, e vários acessórios a adornando, junto a sua delicada coroa. Ela parecia mais uma Rainha do que uma princesa.

Rue soltou um longo suspiro, para depois sussurrar para Mytho.

–Sinto falta daqueles dois. Sinto falta daquele lugar. Da paz que tínhamos lá antes de todo aquele problema começar.

Mytho virou-se para sua dama, ajoelhou-se em frente a ela, e segurou seus ombros, em conforto e apoio. Fechou seus olhos enquanto respirava fundo. E lhe disse no tom mais gentil que aquela situação poderia permitir.

– Eu também sinto muito falta daquele lugar Rue, e de Fakir e Ahiru também. Mas, nós temos que permanecer firmes.

Mytho colocou uma mão na bochecha de Rue, levantando o rosto dela para olhar nos olhos de sua amada.

–Tudo vai dar certo Rue. Não se preocupe, sairemos dessa situação e retornaremos aos dias de paz e felicidade que tínhamos quando chegamos aqui.

Ainda olhava para sua dama, mas não deixou de ficar atento aos sons e a qualquer outro sinal de aproximação inimiga. Não poderia se dar ao luxo de baixar a guarda naquela situação.

–Lhe direi novamente, devemos nos esforçar pelo menos por aqueles dois.

Contrariando as intenções do Príncipe de consolar sua Princesa, os olhos de Rue encheram-se d'água, e ela começou a soluçar.

–Eu...eu quero vê-los Mytho! Ahiru, eu quero vê-la de novo! Não me importa se era uma pata ou humana, quero falar com ela de novo! Com ela e com Fakir. - Soluços - Pelo menos mais uma vez.

–Rue...

Mytho não conseguiu terminar o que tinha a dizer. O som de aproximação que ele ouviu chegando não era muito amigável, assim como as vozes que tornavam-se cada vez mais definidas.

–Oh Não. Mytho, nos acharam. O...o que vamos fazer? Daqui não há para onde fugir!

–Não, há sim uma saída por aqui, entre esses muros de folhas há vários lugares onde é possível passar, por isso eu trouxe você aqui. E mesmo se as passagens não existirem mais, eu abrirei o caminho com minha espada.

O Príncipe levantou sua Princesa e se dirigiu para o local que achava ter a passagem, mas antes que chegassem até o muro de cerca-viva, aconteceu uma coisa estranha. Era como se o tempo parasse devagar. Do ponto de vista dos dois, os invasores que queriam o mal de Rue estavam chegando em câmera lenta.

Na mente dos dois, o desejo de voltar para a vila onde eles viveram suas aventuras com seus amados amigos. Fecharam os olhos, e se lembraram dos dois amigos. Sem se darem conta de que aqueles últimos gestos não haviam sido feitos por suas próprias vontades.

Quando abriram os olhos, qual não foi a sua surpresa, ao estarem na torre onde deram adeus aos seus amigos, com os uniformes já vestidos.

–My...Mytho, o que é isso? Como voltamos para cá?

O Príncipe não respondeu, estava pasmo demais para isso, e perdido em pensamentos remetentes a Drosselmeyer.

O que o tirou de seu transe foi um alto bater de asas. Virou-se rapidamente para a janela da torre, a tempo de ver um corvo branco voando para longe de sua vista. O som dos passos de Rue se aproximaram, e, em um tom abafado e confuso, ela disse.

–Aquilo era um corvo? Um corvo branco. Que estranho. O que está acontecendo Mytho? Tem alguma ideia?

–Não, mas vamos sair daqui, não acho que conseguiremos voltar agora. Temos que tentar descobrir o que aconteceu, e fazer o possível para reverter. Vamos, Rue.

Mytho segurou a mão da jovem, e a guiou pelas escadas da torre enquanto desciam para o o chão.

Quando chegaram, gastaram algum tempo observando o lugar, se enchendo de sentimentos e lembranças nostálgicas. Rue suspira profundamente e aperta mais a mão de Mytho, eles não haviam soltado as mãos desde que começaram a descer as escadas da torre. E em seu tom gentil, diz a seu amado.

–Príncipe, eu sei que é errado pensar assim, e eu me sinto um pouco culpada, mas, eu estou feliz de estar aqui, me alegra ter voltado a esta vila.

–Me alegra também, mas é estranho, deve ter algo errado nisso, termos voltado justamente naquela hora exata. Pode ter sido uma coincidência, mas e se tiver sido orquestrado por alguém? Podemos estar em um problema ainda maior.

–Mytho, você pareceu o Fakir quando falou desse jeito. Agora, pense que para qualquer problema que houver, nós teremos Ahiru e Fakir para nos ajudar, do mesmo jeito que eles nos ajudaram antes.

Mytho olhou gentilmente para sua Princesa, ela tinha razão, e estava óbvio que desejava ver seus amigos novamente. E tinha certeza de que poderia contar com eles.

O Príncipe começou a andar em direção ao caminho que levaria à escola. Fakir deveria estar lá, e a Ahiru com ele, ou pelo menos por perto.

Além do mais, agora, infelizmente, ela era uma pequena pata.

–Vamos Rue, vamos encontrá-los.

Não conseguiram nem mesmo dar alguns passos.

–MYTHO! RUE!

–RUE-CHAN! MYTHO!

Ahiru foi correndo até os dois, as pessoas que achara que nunca mais veria novamente. E pulou no pescoço de Rue sem pensar duas vezes.

Já a jovem ficou bastante surpresa, Ahiru voltara a ser humana! Depois de alguns instantes ela devolveu o abraço de sua amiga, e um belo sorriso veio a seu rosto, acompanhado de algumas lágrimas de felicidade.

–Ahiru! Você é humana de novo! Como? Foi o Fakir?

Mytho e Fakir haviam se abraçado, em um comprimento, e ao ouvir as perguntas de Rue, complementou:

–E como souberam que estaríamos aqui? Como souberam que tínhamos voltado?

Fakir fez uma carranca, olhou para o lado, e respondeu:

–Isso já é outra história, e eu diria que é mais um problema também. Quanto a Ahi...

Crow!

O som do crocitar e do bater de asas de um corvo virou a atenção de todos para, a direção de onde Fakir e Ahiru vieram.

E lá estava a jovem, parada como se estivesse la observando a algum tempo. Os compridos cabelos negros mexendo-se levemente pela brisa que acabara de soprar, sua expressão estava suave, com os olhos de prata transmitindo gentileza. O corvo branco outrora visto por Mytho e Rue, pousando suavemente no ombro da garota. Ela sorriu amigável e educadamente e disse:

–Respondendo às suas perguntas, a responsável por isso, fui eu.


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Notas finais do capítulo

E ficamos por aqui por enquanto meus queridos leitores. Espero de coração que tenham gostado desse capítulo.
E correndo o risco de ser terrivelmente repetitiva, se tiverem alguma crítica quanto ao estilo ou algum erro que tenham encontrado (por favor) me avisem XD, só assim eu poderei melhorar o/.
Bom gente, até o próximo capítulo =3



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