Dramione - O amor do Bruxo e da Sangue-Ruim escrita por Charlotte


Capítulo 18
Perfume Cítrico


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Consegui postar hoje, afinal! Beijos para DudaDudix, Tamiresdr e Giu Di Angelo. Boa leitura :)



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No dia seguinte, Hermione acordou um pouco mais tarde do que de costume. Gina estava a olhando dormir, com um sorriso zombeteiro no rosto.

–- A noite foi boa, pelo visto. – ela disse, indo para o banheiro.

Hermione bufou.

–- Não, não foi. Não tem como ser boa na companhia dele.

Gina ficou em silêncio.

–- O que?

–- “O que” o que? – Gina perguntou.

–- Eu conheço esse silêncio. O que foi?

Gina riu.

–- Nada não.

–- Ginevra!

–- Pelas barbas de Merlin, eu já falei que é Gina! – ela disse, jogando uma almofada em Hermione.

Hermione saiu da cama e foi tomar um banho para poder tirar o forte cheiro que Malfoy sempre deixava em sua roupa. Quando entrou no banheiro, Gina, que estava arrumando os cabelos em um rabo-de-cavalo, a fitou.

–- Que perfume é esse?

Hermione não sabia se contava o que vinha acontecendo nas patrulhas, e o porquê desse perfume. Vendo que não sairia do dormitório naquela manhã até dar explicações para Gina, começou a falar.

–- É que... Você sabe da aposta, huh? – Gina assentiu. – E... bem, nesse jogo jogam dois.

Gina arqueou as sobrancelhas.

–- Não entendi. Sim, eu sei que ele também está tentando fazer sei-lá-o-quê para você admitir sei-lá-o-quê. Mas e esse perfume? Não fui eu que passei.

–- Depois eu que sou a inocente... – Hermione resmungou.

O queixo de Gina caiu.

–- Mione! Não creio que vocês...

–- Não! Não fizemos o que você está pensando que fizemos. É só que ele em uma mania insistente de achar que eu vou “admitir que amo ele” – Hermione fez o sinal de aspas com as mãos. – ao chegar perto de mim, me prensar na parede, me beijar e tal.

–- E até quando você ia esconder isso de mim? – Gina cruzou os braços, mas ainda não conseguiu tirar a expressão de completo choque de seu rosto. – E desde quando isso acontece?

–- Ah, eu ia te contar, juro... Tudo começou naquela vez, na escada para a aula da Trelawney. E depois, em todas as patrulhas... – Hermione disse, corando.

–- Quer dizer então que vocês estão se pegando desde a aula da Trelawney há quase uma semana?

Hermione pareceu ofendida.

–- Não estamos “nos pegando”. Não se pode dizer isso, porque na maioria das vezes, é completamente involuntário.

Gina revirou os olhos.

–- Claro, porque virou uma coisa tão normal que vocês nem pensam mais, não é?

–- Gina! Não, a questão é que... Eu não sei, simplesmente acontece.

–- Ai, Mione... E você disse que tinha sido só uma paixonite...

–- E foi. Eu não sinto nada por ele.

–- Me engana que eu gosto! Mas enfim, deixa isso de lado, e me conta o que foi que vocês fizeram para deixar o perfume dele tão impregnado em você assim...

–- Nada demais, é ele que passa bastante perfume. Mas foi uma outra coisa que aconteceu ontem que me deixou surpresa...

–- O que?

–- Eu estava sobrecarregada de um monte de sentimentos na minha cabeça, e chega uma hora que toda nuvem de chuva libera seu conteúdo, certo? A minha estava desesperada para ser solta. E ai, ele apareceu, e acabou vendo aquilo. Mas ao invés de me zoar, ou me insultar, como sempre, ele... – ela começou a dizer, franzindo ligeiramente a testa. – Ele foi tão gentil...

–- “Malfoy” e “gentil” são duas coisas que não combinam, se você ainda não reparou. Tipo água e óleo.

–- Eu sei, e eu estranhei por isso, e perguntei o por que. Ele disse que... não queria me ver triste. – ela abriu um sorrisinho. – E quando eu perguntei algo tipo “quem é você e o que fez com Draco Malfoy”, ele respondeu que continuava o mesmo, exceto pela parte em que ficava desarmado quando eu começo a chorar.

Gina abriu um sorriso enorme.

–- Que bonitinho, ele está apaixonado!

–- Ah, não mesmo! Ele voltou ao normal depois que demos uma detenção para um casalzinho vulgar da Corvinal, e a garota começou a se esfregar nele para se livrar da retirada de pontos, e eu acabei puxando o cabelo dela para longe, num movimento inconsciente. Ele achou que foi ciúmes.

–- E foi.

–- Claro que não! – Hermione disse, corando. – E ele ainda disse “Você já me disse para parar de ser estúpido, mas não respondeu se está ou não com ciúmes. Quem cala consente, Granger.”...

–- Você realmente decorou o que ele disse?

Hermione bufou.

–- Aí ele começou todo aquele discurso de que eu estou apaixonada por ele sim, e que ele não desistiu da aposta. E ia responder à altura, mas ele me beijou. Depois de tudo, descobri que fiquei três minutos na completa inconsciência. E por isso, também, ele disse que se eu não sentisse nada, não deixaria por tanto tempo.

Gina riu.

–- Sou obrigada a concordar com ele...

–- Ah, vá para o inferno! – Hermione disse, irritada, e fechando a porta do banheiro.

Gina riu.

–- Te espero no refeitório. – ela gritou para Hermione, que respondeu positivamente.

Hermione tomou seu banho rapidamente, prendeu seu cabelo em um “meio-rabinho”. Ao movimentar seus cabelos, o cheiro cítrico de Malfoy permanecia lá, talvez só como um lembrete. Bufando (ainda que não estivesse irritada, realmente), colocou suas vestes normais e desceu para se encontrar com Gina.

Os flashes da noite passada a atormentavam tanto, que ela nem tinha percebido que tinha trombado com Luna Lovegood.

–- Ah, bom dia, Luna. – ela disse, tentando controlar sua raiva por ter sido contornada tão facilmente.

–- ‘Dia, Mione. O que houve? Está estressada...

–- É aquele... aquele... fuinha irritante e metido! Qual é o problema comigo, afinal?

–- Quem, Draco? É porque ele gosta de você, afinal. Só isso.

Hermione a fitou.

–- Ele não gosta de mim, Luna. E nem eu dele.

Luna sorriu.

–- Pare de tentar enganar seu coração, Mione. Admita logo que gosta dele também.

–- Mas nunca! Luna, nós apostamos isso. Nem sei o que ele pode fazer se eu dissesse.

–- O que quer dizer que você está, mas não quer admitir por medo.

–- N-não é bem assim... e-eu... – Hermione suspirou. – Ótimo, quem estou tentando enganar com isso... Está muito na cara, não é?

Luna deu de ombros.

–- Não tanto. É que eu sou boa em captar algumas coisas que os outros não veem. Por exemplo, que o amor e o ódio caminham lado a lado em uma linha tênue... A qualquer deslize, você pode cair para um dos dois lados.

Hermione riu.

–- Você é realmente incrível, Luna, mas acho que ainda não percebeu uma coisa que está realmente na cara.

–- O que, Neville?

Hermione arqueou as sobrancelhas.

–- Exatamente. Mas... você percebeu e não quer nada além de amizade?

Foi a primeira vez que Hermione viu Luna corar daquela forma.

–- Não é bem isso. É que eu... eu gosto dele também, mas sabe... – ela tirou uma mecha de cabelo do rosto. – Eu tenho medo.

–- Medo do que, Luna? Neville te ama. Eu conversei com ele há uns dias. Ele tinha medo que você não quisesse ele por acha-lo um perdedor.

–- Perdedor? De jeito nenhum... Acho Neville uma pessoa incrível. Sempre que eu preciso de algo, ele está lá para mim. É um ótimo amigo mesmo. Eu realmente queria algo a mais, mas... Eu posso acabar estragando tudo.

–- Como estragar tudo?

–- Eu não sei. Eu sou esquisita, ninguém fala muito comigo, exceto você, Gina, Harry, Ron e Neville. Quem ia querer uma garota assim?

Hermione sorriu.

–- Ele tem exatamente esse mesmo medo, Luna. Você não acha que podem superar isso juntos?

Luna ajeitou o brinco de rabanete.

–- Eu não sei. Talvez.

–- Se precisar de ajuda, sabe que pode contar comigo e com Gina, certo? Amigas são para essas coisas.

Luna sorriu.

–- Obrigada mesmo, Mione. De coração. – Luna disse, indo para a mesa da Corvinal. Hermione sentou-se ao lado de Harry e Ron, que estava com uma cara estranha.

–- O que foi? Comeu um feijãozinho de cera de ouvido?

–- Ia ser mais agradável do que ter a Lilá na minha cola o tempo todo.

Hermione deu de ombros.

–- Apenas lembrando, foi você quem procurou isso. Agora aguenta.

Ron a fitou, e ela pôde ver arrependimento em seu olhar. No entanto, não havia mais nada a ser feito. Os três continuaram comendo, até que Lilá apareceu, mais uma vez enlaçando seus braços ao redor do pescoço dele.

Hermione revirou os olhos, e se dirigiu à Harry:

–- Com licença, tenho que vomitar.

Harry a fitou, reprimindo o riso ao ver a cara de Lilá.

–- Nos vemos na aula então.

Hermione assentiu e deu um aceno para ele. Saindo do refeitório, trombou em alguém. Era Draco. Antes que Hermione pudesse dizer alguma coisa, ele só olhou no fundo de seus olhos, deixando-a sem ação com o modo incisivo o qual o fez. Sorrindo, Draco deixou uma Hermione confusa parada na porta do refeitório, e foi até a mesa de sua casa.


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Notas finais do capítulo

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