Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 5
Enigmatic Anger


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... (insira aqui uma desculpa esfarrapada que eu não quero usar).

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436104/chapter/5

Suspirei ao ver Simon do lado de fora, a mochila apoiada sobre um ombro e o celular em mãos.

O dia estava nublado, como parecia sempre estar naqueles últimos dias. Eu também estava com a mochila apoiada sobre o ombro, mas em mãos eu carregava todas as entregas que eu deveria fazer. Eu preferia me adiantar logo, queria receber o dinheiro o quanto antes.

— Bom dia, Clary – falou Simon, sem olhar para mim.

Ele estava meio distante desde o dia anterior, quando nós havíamos sentado com Jace e os primos dele no Java Jones, eu só não entendia por que. Simon poderia ser enigmático quando queria.

— Nem tão bom assim – refleti, empurrando o ombro dele para que avançasse na rua. – Não vai se oferecer para levar isso para mim? – balancei as telas com pinturas em frente aos olhos dele, que suspirou e as pegou. — Obrigada, Sr. Boa Vontade.

— Me dá um tempo, Clary – ele revirou os olhos.

Franzi a testa.

— Me dá um tempo você, Simon – chiei. – O que você tem?

Ele me olhou como se meu cérebro houvesse sido reduzido ao tamanho de uma ervilha.

— Nada – falou, depois de alguns segundos. – Apenas vamos logo, senão iremos nos atrasar. E ainda temos prova hoje. Estudou?

— Não – admiti. – Mas deve estar fácil. E você, estudou?

— Um pouco. Mas tanto faz agora, eu acho. Quanto você deve receber hoje? – disse e olhando em volta.

— Uns bons dólares... Isso se todo mundo me pagar por isso hoje.

— É só dizer que o seu pai é representante da Máfia Holandesa nos Estados Unidos que eles vão te pagar – ele falou, guardando o celular.

— Pode dar certo.

— É claro que pode. É um plano brilhante.

Nós caminhamos em silêncio o resto do caminho, aparentemente preocupados demais com a possibilidade de um temporal. Eu não havia me lembrado de trazer o guarda-chuva, como você pode presumir.

Assim que chegamos, percebi que o dia seria muito mais legal do que eu esperava. Não havia quase nenhum carro no estacionamento dos professores, e isso garantia pelo menos quatro tempos livros de aula. Sorri com a ideia de tempo vago e me virei para Simon.

— Vou entregar isso – falei, pegando as telas das mãos deles. – Te vejo na aula de Sociologia.

Ele sorriu e assentiu, se afastando para o grupo Geek dele.

Comecei a procurar pelos meus “clientes” na frente do colégio. A primeira que eu encontrei foi Lucy, uma garota loira que fazia Aula Avançada de Artes comigo.

— Obrigada – ela falou. – Talvez eu faça outra encomenda, estou redecorando o meu quarto.

— São trinta dólares, você sabe – falei, ignorando o comentário dela. – Se quiser fazer outra encomenda me encontre na hora do almoço.

— Tudo bem – ela falou, e me entregou o dinheiro. – Boa sorte na prova de hoje.

Assenti e me virei, procurando pelo próximo cliente. Achei mais dois deles entre os garotos que se reuniam para falar sobre “enigmas da arte”, que eu não gostava muito. Arte só tem um significado, e ele não deveria ser entendido por alguém que não fosse o artista.

Fiz todas as entregas antes das oito, que era quando começavam as aulas. Tive que usar o truque de que meu pai era o representante da Máfia Holandesa nos Estados Unidos apenas uma vez, com uma garota que havia encomendado duas pinturas.

Entrei na sala já cansada, e quando o professor entregou a prova mal pude conter a sensação de alívio ao perceber que estava mesmo fácil. Terminei em apenas alguns minutos.

Como eu disse, os últimos quatro tempos foram vagos. Eu não tinha mais entregas para fazer, e não havia decidido ainda se isso era bom ou ruim. Encontrei com Simon, que parecia derrotado.

— O que houve? – perguntei.

— Eu acho que vou ficar reprovado em Trigonometria.

— Mas você já não tinha passado?

— Acho que sim, mas... ah, tanto faz.

Eu estava prestes a comentar sobre o temporal que estava armando, mas então meu celular vibrou, indicando uma mensagem. Deveria ser minha mãe. Peguei meu celular e quase dei um grito de surpresa quando vi o nome no identificador. Jace. Obriguei meus dedos trêmulos a apertarem o botão para ler a mensagem, que dizia:

Que tal sairmos na sexta? Eu conheço um restaurante melhor que o Java Jones, pode confiar em mim.

Nós havíamos trocado números no dia anterior, e eu não havia criado coragem para ligar, mas... parece que ele sim.

Simon estava olhando para mim de modo curioso.

— Quem é? – perguntou.

Suspirei e mostrei a mensagem para ele. Simon pareceu surpreso por um momento, mas depois corou (só que ele parecia mais com raiva do que envergonhado).

— E... você vai? – ele perguntou.

Refleti um pouco sobre o assunto enquanto nós caminhávamos em direção à minha casa. Estava ventando bastante agora.

— A-acho que sim – murmurei, corando. – Quer dizer, ele é o cara mais bonito que eu já conheci.

— Isso foi uma indireta para dizer que eu sou feio?

— Simon, não foi isso que eu quis dizer.

— Mas pareceu.

— Cale a boca, Simon.

— Você mal conhece esse cara, Clarissa.

— E daí? – grunhi, revirando os olhos. – Se eu tivesse o conhecido antes seria bonito do mesmo jeito.

— Não é esse o ponto!

Qual é o ponto, Simon?!

Ele parou no meio da calçada e suspirou. Parecia realmente com raiva, mas eu não entendia por que. Simon e eu éramos amigos desde que eu me lembrava, mas raramente o via desse jeito, tão alterado. Mesmo assim eu não consegui conter a raiva também. Qual era o problema dele?

— O ponto é que... – ele hesitou. – Clary... Ah, quer saber? Deixa para lá. Você sabe voltar para casa sozinha, não sabe?

Ele se virou e começou a andar para longe, na direção oposta à da minha casa. Eu ainda não conseguia acreditar nele.

— Simon! – chamei. – Simon, volte aqui! – eu estava irritada, e acho que só o estava chamando porque queria dar um tapa naqueles óculos dele. – Simon! – gritei novamente.

Me virei, indo para o lado oposto. Minhas bochechas queimavam de raiva, e tudo o que eu queria agora era dar um chute na canela de Simon, mas acho que não ajudaria em nada agora.

Mesmo assim, eu ainda não entendia a atitude dele. Quer dizer, será que tudo isso era porque eu iria sair com um cara que havia conhecido alguns dias antes?

Bem, eu duvidava que era isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O título do capítulo ficou horrível, mas ok, mandem reviews, o que importa é o conteúdo do capítulo kkkk c: