Can I love you? — Clary & Jace escrita por Giovana Serpa


Capítulo 3
Sweet Guilt


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal, como vão?
Sinto muito se o capítulo não estiver muito bom, eu estou meio mal '-' Meu olho direito está ardendo pra C-A-R-A-M-B-A e está lacrimejando involuntariamente (será que ele tá triste?). Além do mais ele tá super inchado :| Enfim, eu vim aqui pra postar o capítulo apesar de tudo, e espero que gostem.

Boa leitura



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— Pensei que sua mãe havia tido um “probleminha” – Joe fez uma careta.

Revirei os olhos.

— Cale a boca e me traga um café – grunhi.

Jace riu ao meu lado e se inclinou na direção do Joe, murmurando alguma coisa que eu não entendi. Joe balançou a cabeça afirmativamente e riu, o que me fez me perguntar o que Jace havia falado, mas ele não me deu muita oportunidade de perguntar, pois logo que Joe foi embora disse:

— Poderia me contar o que estava fazendo naquela rua perigosa?

Dei de ombros, meio envergonhada.

— Estava indo para casa, mas acabei entrando na rua errada. E você? Por acaso estava me seguindo porque sabia que eu iria ser assaltada?

Ele fez uma careta bonitinha que, por um momento, tirou-lhe o título de príncipe britânico e demasiadamente sarcástico.

— Eu também estava indo para casa – contou, olhando para as próprias mãos. – Moro naquela rua e estava cansado, então decidi pegar um atalho.

Levantei as sobrancelhas e olhei em volta. Eu esperava que Simon ainda não houvesse ido embora, porque com certeza ele me ligaria e eu teria que explicar aquela situação embaraçosa, mas eu sabia que era impossível. Não sou do tipo de garota que sai com caras só porque eles, tipo, salvaram sua bolsa tão preciosa ou algo do gênero, e Simon sabia disso. Mas, sei lá, Jace era meio... irresistível.

Pensando bem, eu não sou muito de sair com nenhum tipo de cara.

— Onde estão seus amigos? – perguntei, esperando não estar sendo intrometida demais.

Jace deu de ombros.

— Isabelle e Alec foram buscar os pais deles no trabalho, porque os dois pegaram o carro dos pais. Eu não quis ir porque, como eu já disse, estava cansado.

Estava?

— Pois é, não me sinto mais tão cansado – ele sorriu de um modo aberto que me fez corar.

Joe voltou com o café para mim. Agradeci e ele voltou para atender as outras mesas. Bebi o café hesitantemente. Aquele silêncio estava começando a me incomodar, por algum motivo que eu não sabia.

— Eu nunca vi você por aqui – falei.

Jace deu de ombros.

— Eu geralmente não saio muito de casa – ele encolheu os ombros ligeiramente. – Nem eu, Alec ou Isabelle. Os pais deles são muito conservadores por causa do trabalho.

Franzi as sobrancelhas, mas achei melhor não perguntar muita coisa. Eu odiava parecer curiosa demais, mesmo que eu soubesse que de fato era. Quer dizer, eu sou alguma espécie de artista, é meio que um defeito natural que vem junto com o dom da arte.

— Minha mãe também é conservadora – contei, bebendo um pouco de café. – Imagine uma mulher que não deixava você sair para pedir doces no Halloween ou sequer ir para o colégio sozinha.

Jace riu e balançou a cabeça.

— A minha situação é algumas vezes pior – falou. – Eu nem sequer posso ir para a escola, tenho aulas particulares com um conhecido dos meus tios que vivem com eles. Ele era professor.

— Espera, você mora com seus tios? – perguntei.

Droga, estava sendo intrometida outra vez.

— É – ele murmurou. – Meus pais morreram algum tempo atrás. Minha mãe morreu no meu parto e meu pai... foi assassinado durante um roubo à nossa casa. Eu vivo com os meus tios desde então.

Reprimi os lábios e pensei que era melhor não ter feito aquela pergunta. O que eu diria agora? “Sinto muito” me parecia algo idiota e aparentemente forçado para se dizer.

— Eu não conheci meu pai – falei. – E acho que nem quero saber.

— Por que? – ele perguntou, como se eu fosse idiota.

— Às vezes eu escuto minha mãe e um amigo dela conversando sobre meu pai. Nem sempre são coisas boas sobre ele.

Ele levantou as sobrancelhas e olhou para trás de si. Peguei meu celular e olhei as horas. Eram onze e vinte e quatro. Eu tinha o leve pressentimento de que ficaria de castigo.

Mesmo assim eu não sentia pressa de embora. Havia algo de estranhamente ótimo na sensação de estar conversando com aquele cara muito mal conhecido.

— Ei, você não disse que seus tios eram muito conservadores? – perguntei. Eu não conseguia repreender minha curiosidade. – O que você e seus primos estavam fazendo aqui?

Ele sorriu e apoiou o queixo sobre as mãos. Eu poderia apostar todo o meu estoque de lápis de cores que ele tinha algum traço inglês no sangue.

— Eles decidiram que nós devíamos sair um pouco, para algum lugar que não fosse o prédio em que eles trabalham para aprender o ofício da família. – Falou, com algum tipo de tom que eu não consegui identificar. – Nós não conhecíamos muitos lugares, e acabamos tropeçando aqui e decidimos ficar. Alec achou que deveríamos ir embora por causa das pessoas esquisitas – ele abriu mais o sorriso -, mas eu e Izzy somos bastantes fãs de esquisitices.

Ri e balancei a cabeça, tentando arranjar algum assunto. Eu ainda estava pensando quando escutei meu celular tocar uma música da banda de Simon, indicando que ele estava ligando.

Suspirei e peguei o celular.

— Alô – atendi já com uma voz culpada.

— Que tipos de problemas sua mãe está? – perguntou Simon num tom sarcástico.

Mordi o lábio e olhei para Jace. Ele estava com as sobrancelhas levantadas.

— Desculpe, eu precisava... ir embora – gaguejei.

— E por que será que eu liguei para a sua casa, sua mãe atendeu e me disse que você não estava lá? – ele parecia com raiva, e isso me fez corar. – Ela está preocupada, Clary. Onde você está agora, sua rebelde sem causa?

Revirei os olhos e respondi, tentando soar o mais baixo possível para que Jace não escutasse.

— Estou no Java Jones – murmurei. – Voltei para cá porque... Olha, será que não posso te explicar amanhã, hein?

— Não.

— Simon, eu preciso ir.

— Clary, pelo menos me diga por que foi embora sem mim e depois voltou.

— Eu... te explico depois.

Desliguei antes que pudesse escutar mais alguma coisa vinda dele. Me virei para Jace e mordi o lábio, respirando rápido.

— Preciso ir embora – falei. – Tipo, agora.

Ele bufou levemente e assentiu.

— Tudo bem, acho que posso te ver outra hora – falou. – Aquele garçom disse que você vem sempre aqui.

Olhei para Joe, que estava servindo uma mesa à minha direita. Era isso que Jace havia perguntado a ele?

— Ótimo, então – falei, me levantado. – Hum... Obrigada por ter salvado a minha bolsa. Você é o herói dela agora, pode confiar em mim.

Ele sorriu e se levantou também, deixando alguma coisa em cima da mesa que eu não sei o que era. Jace me acompanhou até o lado de fora, onde estava ventando forte.

— Posso te levar para casa – disse ele. – Posso não sair muito de casa, mas sei que não é muito seguro para você ficar andando por aí à noite sozinha.

Suspirei completamente agradecida. Não era a primeira vez que eu era assaltada (bem, eu moro em Nova York, não era nenhuma surpresa), mas aquele mendigo pareceu assustador para mim de um jeito diferente.

Assenti, aceitando a companhia dele até em casa. Jace me seguiu pelas ruas, fazendo perguntas de vez em quando.

— O que é aquilo? – perguntou, apontando para um hotel muito bem iluminado.

— Um lugar para onde as pessoas vão quando não tem uma casa para dormir – falei. – Geralmente acontece quando as esposas expulsam os maridos de casa depois de o encontrarem com outra mulher. É mais frequente do que você espera.

Ele riu e continuou me seguindo. Nós chegamos rapidamente à minha casa, e eu me senti quase decepcionada. Tudo bem, eu confesso, completamente decepcionada.

— Bem, você poderia passar no Java Jones amanhã – comentou Jace, de um modo supostamente desinteressado. – E eu talvez convencesse meus tios a deixar eu sair novamente.

Sorri e olhei para a casa atrás de mim.

— Se eu não ficar de castigo o resto do mês – falei, dando de ombros. – Talvez eu passe por lá.

— Hum, tudo bem – ele sorriu. – Até amanhã, Clary.

— Até amanhã, Jace.

Entrei na casa sem olhar mais para ele. Eu não precisava me lembrar mais e mais que estava fazendo aquilo tudo só por causa de um garoto inglês bonito.

Assim que coloquei os pés na escadaria que levava ao meu apartamento, me senti culpada. Meus ombros caíram e eu suspirei, focando minha atenção em subir um degrau de cada vez. Eu havia meio que mentido para Simon. Provavelmente estava de castigo pelo resto da minha vida.

E isso tudo por causa de Jace, um garoto que eu havia conhecido algumas horas antes.


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Notas finais do capítulo

Enfim, gostaram? Odiaram? Estão vindo atrás de mim com tochas para me queimar viva pelo péssimo capítulo?
Mandem reviews!