Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 14
Quebrada


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora.
Por favor me contem o que estão achando.
PS: Não odeiem o Mase, ainda não, ok? kkk



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“ A brisa suave tocava minha pele. Eu me sentia feliz como nunca havia estado. Abri os olhos apenas para encontrar um par de olhos negros que me fitavam com adoração.

– Obrigado. – sussurrei enquanto ele acariciava minha bochecha, fazendo com que arrepios me tomassem. Fechei os olhos novamente, aproveitando o toque e as caricias do homem que agora eu via com outros olhos. Senti quando os lábios dele tocaram os meus e nada mais importava. Beijando-o apaixonadamente, o puxei para mim. Quando nos conectamos, pela primeira vez me senti completa.

As mãos de Mason passeavam por mim enquanto nos movíamos em sincronia, ávidos um pelo outro. A sensação de ser amada era suave, calorosa e ao mesmo tempo selvagem e desesperadora, maravilhosamente doce.

Foi naquele momento que percebi que amava Mason. Uma lágrima escorreu por minha bochecha e ele rapidamente a limpou.

– Amo você. – sussurrei. Nunca estive mais certa de algo em toda minha existência, mas isso não me impedia de sentir medo.

Algo nele mudou, senti nossa conexão queimar, meu medo se foi repentinamente assim como chegara, e eu soube.

– Eu sempre amei você Erin. – ele derramou uma única lágrima, rapidamente a sequei e o beijei desesperadamente. Estava cansada de estar sozinha e o ultimo mês ao lado dele fora o melhor em muito tempo.

Saber que o amava era assustador e reconfortante.

Passamos a manhã toda na cama até o momento em que o telefone tocou para mudar toda a história.

– Sim?

– Srta. Everly, perdoe-me por atrapalhá-la, mas uma mulher chamada Blair Everly Campbell esta na linha. Ela diz ter algo de extrema importância para tratar com a senhorita.

Instantaneamente enrijeci, Blair? – Devo pedir a ela que não a incomode mais?

Respirei fundo e pedi a ele que me deixasse falar com minha irmã, apenas para saber que mamãe e papai haviam morrido em um acidente de carro.

Deixei o telefone cair enquanto Mason me puxava para seu colo. Minha bolha magica de felicidade havia estourado, como eu pude ser tão tola ao ponto de pensar que merecia ser feliz, ainda que por meros dias?...”

Acordei no meio da noite respirando com dificuldade. Fitava o teto com lágrimas borrando minha visão, enquanto revivia o sonho repetidamente em minha cabeça. Eu ainda podia sentir o toque de Mason em mim, ainda podia ver seus olhos encarando-me com admiração quando fechava os olhos.

Talvez aquilo não fosse apenas um sonho.

Minha tese se confirmou quando na noite seguinte sonhei com o dia em que conheci Derek, e na próxima noite tive um vislumbre de meu encontro com ele em Waterford.

Os sonhos, ou lembranças como as chamava agora, usurpavam toda a minha energia, logo comecei a tomar remédios para dormir, essa foi a única forma que encontrei para fugir delas.

Quando dei por mim um mês havia passado e eu não tinha noticias de Mason. Mesmo passando muito tempo com Claire, eu evitava Derek e Emmily, ainda não estava preparada para enfrenta-los. Sentia falta de pintar e criar canções, ainda mais, sentia falta dele. Tentei sem sucesso dormir no quarto de hospedes, mas depois de descobrir que eu desenvolvera uma aversão a tempestades, voltei a torturar-me dormindo na cama de Mason, o único lugar onde me sentia segura.

...

Como de costume, acordei antes dos raios de sol, saltei da cama e caminhei para a cozinha. Ou tentei já que a visão do quadro de Mason na sala de jantar despertou minha curiosidade mais uma vez, como sempre fazia. A pintura era magnifica, pura. Meu peito doía e as memorias turbilhoavam dentro de mim, lutando por uma forma de escape.

Andei até o quadro até estar tão próxima para toca-lo. Sua textura suave, agradável ao toque. Divagando na bela paisagem, subi e desci meus dedos pela tela. Senti um clique quando toquei a parte inferior de sua moldura, assustada cambaleei para trás quando o quadro movimentou-se, revelando um fundo falso.

Dentro dele havia algumas fitas cassetes, DVDS, pen drives, o que pareciam cartas e uma filmadora. Nenhum desses objetos capitou minha atenção como a pequena caixinha de veludo a um canto.

Relutante a peguei, delicadamente a abri e imediatamente desejei nunca tê-lo feito. Dentro dela um anel de diamante me encarava. Mason o teria comprado para mim?

Juntando tudo o que encontrei no pequeno esconderijo de Mase, corri para sala.

Pelo formato das fitas engraçadas, um aparelho que estava na sala poderia roda-las. Escolhi uma aleatoriamente e liguei a TV e todo o resto.

Os olhos negros de um Mason jovem tomaram a grande tela de 50 polegadas, enviando uma dor aguda a meu coração.

“- Estamos aqui! Você pode acreditar Bu? Finalmente conseguimos! – a câmera mudou, mostrando agora uma jovem de cabelos ruivos, pele clara e olhos verdes, vestindo um belo vestido nude, que marcava suas curvas. Sorri ao perceber que aquela era eu.

– Já não era sem tempo. – ela sorria timidamente para a câmera.

– Ah, pelo amor de Deus, largue essa câmera Massy, estamos aqui para nos divertir, deixe de ser estranho pelo menos esta noite. – a câmera agora focava em uma garota extremamente parecida comigo, ao contrario de mim, seu vestido era azul, ela era magnifica. – Baile!!! Nosso baile!

Aquela era Blair.

– Vamos Mase, não a deixe intimida-lo, você esta ótimo... – ouvi-me dizer. Então a câmera mudou para minha versão mais nova antes de a tela tornar-se preta.

Passei o restante do dia vendo os diversos vídeos que ele havia filmado, sorri e chorei enquanto conhecia um pouco mais de mim, dele, de Blair, Derek, minha antiga vida.

Quando já passava da hora do almoço, eu estava em um estado de espirito flutuante, era impossível não sentir-me livre, leve, amada.

Mason Evans era um cara maravilhoso, mesmo enquanto contentava-se em ser apenas meu amigo.

Quando terminei o último vídeo, comecei a ponderar sobre o anel, talvez eu devesse ligar para ele. O que eu diria? Olá Mase, sou eu Erin, a garota que você deixou a um mês, achei seu anel de noivado, é claro que aceito!

Segurando o celular, procurei seu nome em minha lista escassa de contatos.

Não podendo mais negar o quanto queria ouvir sua voz, toquei para chama-lo.

Ele atendeu no terceiro toque.

– Sim?

– Mase? – sussurrei.

O ouvi suspirar. – Erin? Deus, como senti falta da sua voz.

Ignorando o pulsar frenético de meu coração, falei: - Também sinto sua falta.

– Eu estava esperando que você ligasse, queria lhe dar um tempo e ...

Ao fundo uma voz o interrompeu.

– Eu... Sinto muito Bu, tenho que ir agora.

A tristeza devastou-me, mas apenas disse a ele que tudo bem. Mason disse que ligaria mais tarde, assim que acabasse o que tinha de fazer. Mas ele não ligou, não naquele dia, não naquela semana, e nem mesmo no próximo mês.

Já estava enlouquecendo quando novembro chegou. Eu via Claire sempre que podia, mas não pintava ou cantava. Eu estava devastada emocionalmente, não havia nada que eu pudesse fazer, nada que acabasse com a dor em meu peito.

Na manhã do dia primeiro, decidi que precisava fazer algo. Depois de falar com Derek, fui até o escritório de nosso advogado, Jorge. Ele me pôs a par de nossas finanças, de nossa conta bancaria extremamente gorda e todos nossos imóveis. Fiquei abismada com o quanto eu havia herdado.

Sai de lá formulando planos, planejando algo, algo que me ocuparia, que me esgotaria tanto que eu não haveria tempo para pensar em Mason. Foi quando tive a ideia de construir uma academia de artes, assim como as muitas de Derek, mas uma que incluiria poesia, dança, teatro...

Estava caminhando apressada pelo centro de Santa Monica quando avistei uma banca de revistas, procurar por um local no jornal local poderia ajudar. Atravessei a rua e segui até a pequena banca. Peguei um dos muitos jornais expostos, quando uma revista me chamou a atenção. Deixando de lado o embrulho que acabara de comprar, voltei-me para a revista, onde Mason estava na capa, beijando uma garota. Cambaleei enquanto fitava a imagem, ele segurava o rosto dela, delicadamente, como segurava o meu.

Lágrimas borraram minha visão quando li a grande manchete.

“ Mason Evans e Jade Adams finalmente assumem estar namorando”

Procurando pelo restante da matéria, li.

“ Mason, também conhecido como O garoto de Ouro, foi visto na companhia da Srta. Jade, no último mês. Rumores de que os dois roqueiros estavam juntos circulavam pela turnê de Mason. Jade e sua banda, foram escaladas a dois meses atrás para abrir o show de seu mais novo namorado em sua turnê pela America do Norte.

Muitos ainda insistem que “a garota mistério” que participou de seu último álbum pode ser Jade, embora nada tenha sido dito a respeito.

Ontem em seu show em São Francisco, Mason nos surpreendeu beijando Jade no palco logo após a apresentação da garota e sua banda.

Os dois são os mais novos queridinhos da America. E você, o que pensa sobre o casal?”

Era por isso que ele não tinha ligado. Mason tinha seguido em frente, ele havia me superado. Controlando os soluços e as malditas lágrimas, comprei a revista e corri de volta para Sally.

Enquanto lutava contra meu próprio desespero vi com o canto dos olhos meu celular tocando em cima do banco ao meu lado. Era ele.

Ignorando a chamada, arranquei com o carro. Mais uma vez Mason Evans havia me quebrado.


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Notas finais do capítulo

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