A Culpa é Minha e das Metáforas escrita por Larissa Waters Mayhem


Capítulo 16
Capítulo 16 - Sem Hazel Grace


Notas iniciais do capítulo

Pessoal estou escrevendo outra Fanfic
http://fanfiction.com.br/historia/511201/Antes_de_Um_Infinito/



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No outro dia acordei cedo e fui ao hospital, fui até a UTI e perguntei sobre a Hazel Grace Lancaster, enfermeira me mandou esperar e então foi isso que fiz.

Estava olhando o movimento do hospital, até que avistei o Sr. Lancaster, eu acenei para ele e ele veio em minha direção.

– Senhor, como vai a Hazel? – perguntei.

– Ela está melhorando, mas vai ter que ficar internada por alguns dias.

– Será que eu posso vê-la? – perguntei.

– Melhor não. – disse. – Sinto muito.

– Tudo bem então. – falei.

O Sr. Lancaster deu meia volta e foi embora, acho que a situação da Hazel Grace não era não boa assim, e pelo visto ele deve achar que a Hazel teria muito tempo, por isso quisesse me poupar ou coisa do tipo. Se ao menos ele soubesse que eu estava morrendo, me daria um desconto e deixaria eu vê-la.

Voltei desapontado, acabei passando na casa de Isaac. Ele estava “escutando a TV” quando cheguei.

– Eaí cara. – falei.

– Eaí Gus, não ia ver a Hazel? – perguntou.

– Eu tentei, mas o pai dela não deixou.

– Você é suspeito demais?

– Nem sei, só sei que quero vê-la.

A mãe de Isaac adentrou a sala, sentou-se ao lado de Isaac. Ela me olhava com pena. Eu adoro quando as pessoas fazem isso.

– Como está a Hazel, Gus? – perguntou a mãe de Isaac.

– Ah, não sei muito bem, o pai dela disse que estava melhorando mas não me deixou vê-la. – falei.

Ficamos conversando um bom tempo, até mais ou menos umas sete horas da noite. Eu não queria voltar pra casa, não queria ficar sozinho, não queria nada que me faze-se “pensar”. Jogamos conversa fora, mas nada afastava meus pensamentos.

– A Monica não me ligou ainda, é incrível como ela se esqueceu de mim tão rápido.

– Isaac, ainda está nessa? – perguntei.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Com todo respeito, para de se martirizar! Ainda mas por uma garota tão...

– Vadia. – completou Isaac. – Quero beber cerveja. Vamos?

– Quer que eu morra mais rápido? – disse. – E desde quando você gosta de cerveja? – perguntei.

– Desde aquele vez que fiquei bêbado no bar, o álcool te liberta te faz fazer tudo.

– Menos enxergar, ou fazer crescer uma perna, ou fazer seu pulmão se regenerar. – falei.

Isaac ficou calado.

– Como será a morte? – perguntei para Isaac.

– Bom, pelas minhas experiências em morte, e pelas ultimas 100 vezes que morri bem... – falou irônico - Acho que não sei, pelo simples fato de nunca ter morrido!

– Como sabe que nunca morreu? – perguntei.

– Pelo fato de não lembrar como Deus é. – respondeu.

– Não tolo, estou falando de vida após a morte e tal. – falei.

– Você acredita nisso? – perguntou Isaac.

Parei para pensar e logo em seguida respondi:

– Sim eu acredito, acredito que vou poder vir aqui para te assombrar.

– Sorte que eu sou cego. – falou Isaac.

– Mas não surdo, posso vir aqui e dizer no seu ouvidinho Eu voltei.

Isaac deu risada e disse:

– Não precisa fazer isso Gus.

**

No outro dia decidi ir para escola, estou morrendo, fui para escola para sei lá estudar um pouco e livrar minha cabeça de pensamentos ruins. Quando peguei o ônibus escolar o motorista me fitou e disse:

– Que milagre é esse Augustus Waters?

– Milagre meu chapa, é se a minha perna crescesse novamente, mas ir a escola não. Decidi aprimorar minha inteligência sabe?

– Ta certo, pode entrar.

– Valeu. – disse.

Senti-me do quarto banco, perto a janela, é incrível que como andar de ônibus te faz pensar, o carro não tem esse poder, por isso fui de ônibus.

Quando entrei na escola alguns garotos do time de basquete vieram me cumprimentar, algumas líderes de torcida também (nada Hazel Graceana) Todos olhavam para mim, quer dizer, para mim não e sim tentando descobrir em qual das pernas está a prótese. Entrei na sala nem nenhum material ( não que eu precise ) sentei-me bem em frente ao professor Ethan de Inglês.

Ele falava de umas regras gramaticais que eu não estava prestando atenção, eu olhava para a lousa pensando em muitas coisas menos na matéria.

– Augustus, está entendo? – perguntou o professor.

– Hãn?

– A matéria, está entendendo? – perguntou novamente.

– Sim, sim.

– Então explique. – pediu o professor.

– Pois bem. – disse me levantando da carteira e indo até a lousa, peguei um giz e escrevi.

Fiz um circulo na lousa e vários pontinhos grandes no meio, e disse:

– Esses são todos os adolescentes de 17 anos que habitam o planeta 90% levam uma vida normal e feliz, como pôneis saltitantes.

Depois peguei um giz azul e fiz um quadrado pequenino dentro do circulo.

– Esse quadrado representa todos os garotos de 17 anos sem uma perna vítima de osteossarcoma , SEC a um ano e meio descobre que o maldito voltou para atentar. Esses aqui são 99%

Depois fiz um pontinho dentro do quadrado e disse:

– E esse aqui sou eu, 1% de beleza e inteligência.

Todos ficaram quietos, e depois de alguns segundos todos levantaram-se e começaram a bater palmas.

Eu como um garoto carismático me reverenciei. Depois disso meu dia na escola foi normal, almocei sozinho por preferência. Voltei para a casa, li O Preço do Alvorecer, joguei com Isaac, e ia todo dia na sala da espera, esperar que veria Hazel Grace, mas os pais dela sempre me impediam. E foi isso que fiz na minha semana inteira sem Hazel Grace ( o que era muito chato ) No final de semana Isaac me ligou de noite:

– Augustus Waters, eu não estou conseguindo dividir o seu coração com outra garota. – falou Isaac.

Eu ri:

– Sinto muito, mas o meu amor pela Hazel Grace é maior do que eu sinto por você, viva com isso meu chapa. Falei.

– O que ela tem que eu não tenho? – perguntou.

– Olhos. – respondi.

– Seu filho da mãe! – disse Isaac, e em seguida deu risada.

– Hoje ainda é domingo, e não vi a Hazel, e isso está acabando comigo, (mais que o Osteossarcoma).

– Quer que eu acabe com a sua carência? – perguntou Isaac debochando.

– Não obrigado, se for pra alguém acabar com a minha carência que seja o Max Mayhem. – falei. – Vou desligar cara, vou ali deitar no gramado e pensar na morte.

– Boa sorte – disse Isaac e depois desligou.

Fui até o meu jardim, me deixei no gramado e dei uma boa olhada nas estrelas, eu me imaginava em uma delas depois que morresse, sabe, sei lá. Vai que Deus me transformaria em uma estrela só para poder vigiar a Hazel Grace todos os dias, vigiar os meus pais e Isaac também. E foi assim, acabei adormecendo e acordei com os sprinklers me dando um banho.

– Ah merda. – deixei escapar. Me levantei encharcado e entrei em casa, meu pai tomava café e minha mãe fazia alguns encorajamentos, meu pai me fitou e perguntou:

– O que aconteceu?

– Acabei dormindo no Jardim, e levei um banho dos sprinklers. – falei.

Meu pai deu risada, minha mãe deixou escapar as gargalhadas e eu no final acabei rindo também. Me sentei pra tomar café e foi uma manhã esquisitamente normal, eu cheguei a pensar que estava morto.

Bom para falar a verdade não quis ir a escola na segunda, meus pais não faziam mais questão que eu fosse, afinal ninguém nega nada a quem está morrendo. Então na segunda eu fui a casa de Isaac depois fui até o hospital tentar ver a Hazel Grace, fiquei lá das 13:00 às 18:00 mas ninguém me deixou vê-la, na terça ele veio até a minha casa e depois eu fui tentar ver a Hazel Grace novamente. Ficou assim até sexta feira que acordei cedo para ir ao hospital, chegando lá fiquei na sala de espera novamente.

Fiquei por lá uns dez minutos até que o Sr. Waters me viu e disse:

– Hazel vai ter alta hoje. – sorria.

– Então quer dizer que eu posso vê-la? – perguntei.

– Calma, calma. – disse ele.

A mãe de Hazel veio com o sorriso no rosto e me cumprimentou com um abraço, eu me senti realmente importante.

– Hazel quer te ver! – disse;

Meu sorriso foi de orelha a orelha, finalmente! Eles me levaram até o quarto onde ela estava, quando entrei ela estava sentada em uma cadeirinha de plástico, sorri novamente, senti-me em uma poltrona reclinável que estava perto dela, me inclinei para perto dela e disse:

– Estava com saudade de você. – não conseguindo conter meu sorriso.

– Obrigada por não tentar me ver quando eu parecia ter saído do inferno. – disse Hazel. Bom, quando a vi naquele estado, posso dizer que mesmo assim ela estava linda.

– Para falar a verdade, sua aparência ainda não está lá essas coisas. – brinquei. Ela riu.

– Senti saudades de você também. Só quero que você veja... tudo isso. Só quero, tipo... Não tem importância. Não é sempre que a gente pode ter o que quer. – falou Hazel.

– Sério? – falei – Sempre pensei que o mundo fosse uma fábrica de realização de desejos.

– Acontece que não é esse o caso – disse. Levantei minha mãe para pegar na dela, mas ela balançou a cabeça negativamente.

– Não. – disse – Se vamos ficar juntos, tem que ser, tipo, não assim.

– Tá – falei – Bom eu tenho boas e más notícias no campo de realização de desejos.

– Então? – perguntou Hazel.

– A má notícia é que, obviamente, não vamos poder ir a Amsterdã até que você melhorar. Mas os Gênios vão executar a famosa magia deles quando estiver se sentindo bem o suficiente.

– Essa é a boa notícia? – perguntou.

– Não. A boa notícia é que, enquanto você dormia, Peter Van Houten compartilhou um pouco mais de sua mente genial conosco.

aproximei minha mão a dela de novo, mas dessa vez para entregar a carta que o Peter Havia me mandado.


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Notas finais do capítulo

Enquanto a carta que o Gus manda para o Peter, postarei no próximo capítulo.